Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
Com o setor paralisado devido à pandemia de Covid19, um grupo de profissionais da área do entretenimento decidiu reunir-se e criar, desta feita, a Associação Portuguesa do Entretenimento. Com objetivos claros, este novo movimento associativo pretende representar profissionais a custo zero e já tem iniciativas pensadas para serem desenvolvidas a curto prazo.  Nesta entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, falámos com Ricardo Silva, representante e Presidente da Associação, onde nos explicou a quem se destina a APENT e alguns dos projetos pensados, em particular de apoio aos DJs e produtores de música eletrónica.
 
O que é a APENT e a quem se destina?
A APENT - Associação Portuguesa do Entretenimento é uma Associação sem fins lucrativos, criada para representar todo o setor profissional do entretenimento. Desde músicos, DJs, empresas e profissionais do audiovisual, performers, agentes culturais, artísticos e turísticos, produtores e organizadores de eventos, etc. Não pretendemos deixar ninguém de fora, no entanto, excluímos áreas como o teatro, cinema e televisão visto serem áreas com especificidades diferentes das que levaram à criação desta Associação.
 
Quais foram as motivações que levaram à criação da Associação? 
Todos nós falamos dos problemas, dificuldades, falta de representatividade do setor e ausência de soluções durante muito tempo e apesar de haver várias Associações ou Movimentos, são todos demasiado específicos, com pouca representatividade associativa ou com interesses adjacentes a pequenos grupos profissionais. Devido a esta situação pandémica que atravessamos e devido a tudo o que mencionei, seria a altura certa para a constituição de uma Associação onde não houvesse qualquer outro interesse (daí a ser sem fins lucrativos) que não seja o de dotar os profissionais do setor - os associados - de meios que possam fazer face às dificuldades imediatas que a pandemia trouxe e podermos falar a uma só voz com o Governo, instituições e organizações que tutelam ou têm influência no papel fundamental que desempenhamos para o país e para os portugueses. 
 
Quem são as pessoas que compõem a Direção da Associação? 
Não é segredo nenhum e será do conhecimento de todos. Somos mais de uma dezena de profissionais do setor, desde músicos, agentes, produtores e organizadores de eventos, brand managers, etc., e não pretendemos nenhum protagonismo. A Associação é e será dos associados e todos com os mesmos direitos e deveres. Os sócios fundadores são apenas um grupo que tomou a iniciativa porque alguém a precisava de ter. Não somos diferentes de nenhum associado. Entramos com um espírito de missão, dando o nosso contributo que tem sido extremamente exigente e será numa fase inicial devido a tudo o que envolve a criação de uma associação, capacitá-la de uma estrutura física, logística e com capacidade financeira para ser sustentável, sendo a mesma sem fins lucrativos, sem capitais próprios e regida pelas regras, legislação e fiscalização do associativismo. Estatutariamente e para se poder constituir uma Associação, alguém teria de avançar. Foi este grupo que teve iniciativa e disponibilidade, mas após o primeiro mandato somos obrigados pelas regras do associativismo a efetuar eleições e seguir a legislação própria. Além disso duvido que algum dos órgãos sociais pretenda continuar porque o trabalho que estamos e iremos ter, condiciona a nova vida pessoal e profissional. Estamos todos aqui com espírito de missão e esperamos que depois do nosso primeiro passo, haja outros que o continuem em prol de todos nós.
 
Não havendo investimento e sendo sem fins lucrativos, como estão a pensar gerir a Associação? 
É essa a pergunta chave e seguramente um dos motivos para nunca ter surgido uma Associação com estas características. De momento, são os órgãos sociais que estão a custear todas as despesas e obviamente sem qualquer tipo de retorno ou apoio porque a Associação não tem verbas. As verbas de qualquer Associação resultam da quotização dos sócios que ficará suspensa até o sector ter retomado a atividade normal, dos apoios que eventualmente possam surgir por parte das entidades públicas, de donativos e de projetos e atividades próprias que possam executar. Como referi, é esta equipa que está a custear, contribuir e irá trabalhar para que possamos ajudar e deixar um legado para todos os associados do sector. 
 
Já há projetos e iniciativas pensadas? 
Sim, inúmeras. Apesar da constituição da Associação só aparecer agora, este é um trabalho que tem meses e já temos inúmeras iniciativas pensadas, programadas e imenso trabalho feito, além de parcerias, contactos, protocolos e benefícios programados para todos os associados.
 

Para os DJs e produtores de música eletrónica, além dos benefícios gerais, está a ser desenvolvido um projeto que irá trazer um incremento direto nos seus rendimentos (...)

 
Pode revelar alguns? 
Serão todos revelados com a transparência que uma Associação é obrigada a ter. Algumas revelações que posso deixar, visto estarem concluídas ou em fase de conclusão,w, tais como seguros de vida e acidentes de trabalho que são obrigatórios para exercer a atividade, através de descontos ou atribuição direta, apoios sociais porque ninguém irá passar fome numa fase em que não tem rendimentos ou viu reduzida a sua atividade, disponibilidade direta de inúmeros produtos ou serviços com descontos ou diretamente, apoio em projetos próprios onde a Associação ajuda os associados a desenvolver ou criar, acesso a instalações culturais ou da própria sede que pretendemos seja um espaço multiusos aberto para todos aqueles que o queiram usar e muitos outros que estamos a preparar e iremos dando conta à medida que vamos tendo desenvolvimentos. Volto a referir que a Associação é dos associados e só faz sentido se estiver sempre disponível e acessível aos profissionais do setor. Inclusive qualquer iniciativa, projeto ou ideias que os associados tenham ou pretendam realizar em nome da Associação e em prol do setor, haverá total disponibilidade e abertura para poderem realizar ou contribuir no que entenderem. 
 
Especificamente para os DJs há alguma coisa pensada? 
Para os DJs e produtores de música eletrónica, além dos benefícios gerais, está a ser desenvolvido um projeto que irá trazer um incremento direto nos seus rendimentos e que a seu tempo será revelado. O setor abrange várias áreas com especificidades diferentes e queremos trazer para discussão o que os profissionais de cada área pretendem para que todos juntos possamos encontrar soluções, sendo que um dos problemas principais está relacionado com a ausência de legislação sobre a profissão. Um dos pontos que teremos todos de discutir será o de encontrar uma forma de que apenas os DJs possam executar o serviço que lhes compete e não qualquer pessoa com um software ou hardware que o faça ilegalmente. Com isto não estou a falar de se criar pagamentos de licenças, "inventar" carteiras profissionais ou um novo imposto em cima do que os DJs já fazem através das suas contribuições ou dos pagamentos que quem os contrata já faz nos seus espaços ou eventos que realiza, mas sim algo similar ao que existe noutros países onde a profissão de DJ é reconhecida como qualquer outra. Será um dos imensos assuntos a debater e terá de ser com o contributo dos associados, porque serão eles a decidir qual o melhor caminho e a Associação apenas fará o que os associados pretendem porque é deles a Associação. 
 
Quando é que haverá mais informações e como se podem inscrever na Associação? 
Estamos neste momento em fase final da constituição da Associação (já autorizada) e temos mais uns dias para concluir alguns processos pendentes com o Ministério da Cultura que é quem tutela o setor e por inerência a Associação e os seus associados. As inscrições já se encontram abertas no site www.apent.pt (sem joia ou pagamento de quotas) para os novos associados, sendo que temos já cerca de 5 mil associados que vão "migrar" de outras associações.  A melhor forma de estarem a par de todas as novidades é seguirem a nossa página de Facebook onde iremos atualizando as informações. Aproveito, desde já, para agradecer ao Portal 100% DJ pelo apoio que tem dado na promoção e divulgação desta área especifica do nosso sector. 
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Disse aos amigos, que no Ultra Music Festival, não se importava de tocar em qualquer lado, nem mesmo na roulotte das bifanas. Este ano, João Rosário, membro da dupla KEVU, estreou-se no cartaz do evento e atuou, não na roulotte, mas no palco The Arrival, que embora pequeno em tamanho, tem um significado gigante na sua carreira. Uns metros ao lado e pela segunda vez consecutiva, o jovem português, em conjunto com Mykris subiu à cabine do palco principal para apresentar o seu novo remix para Sean Paul. Além dessa experiência, nesta entrevista exclusiva realizada em Miami, quisemos também saber que oportunidades tem tido nos vários eventos internacionais por onde tem passado e que novidades tem na sua carreira.

Pelo segundo ano consecutivo subiste ao palco principal do Ultra Music Festival. Conta-nos como foi essa experiência.
Tanto este como no ano passado fui ao mainstage com o Mykris. O Ultra para mim é o melhor festival do mundo, além do Tomorrowland. Prefiro o Ultra porque gosto muito de Miami. Subir ao palco foi uma experiência incrível. Começámos a ver o livestream há 4 anos, ainda não eramos DJs e estarmos a ver na televisão é uma coisa e depois pisar o palco é um pouco surreal. Foi uma experiência espetacular que também me ajudou a nível de credibilidade da marca KEVU. Foi inesperado para muita gente e ajudou-nos também no nosso país. A experiência em si é surreal. 

Que expectativas tinhas para a edição deste ano?
A representar os KEVU, fui tocar num palco novo, pequenino, mas que já é um palco do Ultra. Eu disse aos meus amigos, que no Ultra, nem que fosse na roulotte das bifanas, eu não me importava de tocar. Toquei num palco bastante interessante, o The Arrival, penso que é para aqueles DJs que estão agora a entrar no Ultra. Quem sabe, para o ano, não tocamos no mainstage, não é impossível. Se há 4 anos eu nem sequer era DJ e agora estou aqui… tudo pode acontecer.

Qual é a sensação de representarem Portugal na Miami Music Week e também no Ultra Music Festival?
Portugal é um dos países mais fortes, senão o mais forte a nível de público e paixão pela música. Tivemos a oportunidade de estar na EDP Beach Party no ano passado e conseguir ver isso. É um orgulho imenso mas a vontade é cada vez chegar mais longe, para podermos continuar a crescer como marca e colocar o nosso país no mapa, porque há mesmo muito talento em Portugal.

Certamente que este tipo de eventos internacionais dá-vos a oportunidade de conhecer artistas e personalidades do meio da música eletrónica. Consideras que são importantes para a vossa carreira? Já vos abriram algumas portas?
Sim, quer seja o Ultra, a Miami Music Week ou o Amesterdam Dance Event na Holanda, são eventos onde está presente todo o negócio. Já conheci nestes dias muita gente, conversei com várias pessoas no backstage e depois surgem colaborações, troca de ideias e números de telefone. Ou seja, em casa não se conseguia fazer isto. Aqui há uma facilidade muito maior de se chegar a outros DJs de renome, a outras labels e fazer contactos com pessoas de outros países, como do México ou do continente asiático. São esse tipo de coisas que vamos falando no backstage e que vai ajudar-nos na carreira certamente.

Que novidades podem desvendar sobre o futuro dos KEVU?
Felizmente temos uma agenda muito preenchida daqui para a frente. Temos também quatro ou cinco músicas já assinadas em grandes labels mundiais, colaborações com Blasterjaxx a sair agora, com o MOTi também. 
 

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"Arranha discos" como ninguém, e isso faz dele um campeão a nível mundial e nacional. É uma referência na música urbana, dando cartas na mistura de diferentes sonoridades. Em conjunto com o Stereossauro, forma os 'Beatbombers', onde assegura existir um companheirismo que os faz puxar um pelo outro.
Nesta entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, confessa não ter qualquer tipo de segredo na ponta dos dedos para conseguir triunfar importantes títulos, antes pelo contrário, Ride considera que este é o resultado de "muito treino, muitas horas no estúdio a aprender técnicas novas e a idealizar set's". Na manga para concretizar, a curto prazo, tem "cenas novas" enquanto 'Beatbombers', e um novo espetáculo que sincroniza música, vídeo e luzes.
Também nesta conversa, analisa o Turntablism e o Scratch em Portugal, revela as suas referências, com quem gostava de fazer um B2B e comenta a questão da pirataria. Estas e outras curiosidades, na primeira pessoa: eis DJ Ride.
 
 
Como surgiu a tua incursão na música?
Antes de se tornar no meu "ganha pão" a música esteve sempre presente, fosse nas aulas de teclados que tive com 10 anos, em programas de rádio que tinha mais uns amigos quando andava na escola, ou em brincadeiras com os primeiros softwares de produção a que tive acesso. Eu tive sempre um fascínio enorme pelo gira-discos (a minha Mãe contou-me que quando tinha dois anos de idade apanhei-a distraída e parti a agulha do gira-discos lá de casa, naquele que foi provavelmente o meu primeiro scratch). Nunca consegui explicar muito bem, mas sabia que podia utilizar o scratch como um instrumento e que isso me iria ajudar ao vivo e na produção, e assim foi.
 
Quando compraste o teu primeiro gira-discos? Ainda o usas ou está 'relegiosamente' guardado?
Em 2002. Ainda o uso bastante porque é o clássico Technics MK2, tenho também um vestax PDX e um Vestax QFO, mas continuo a tocar com os Technics.

Em conjunto com o Stereossauro, formas os 'Beatbombers'. Como surgiu esse projeto?
Somos da mesma cidade - Caldas da Rainha -, e conhecemo-nos mais ou menos quando estávamos a começar. Tornámo-nos grandes amigos e sentimos que devíamos oficializar aquilo que já fazíamos quando tocávamos juntos. Aprendemos e evoluímos muito, quer no scratch ou na produção, sempre puxámos muito um pelo outro. Ganhar o Mundial foi muito importante e foi recompensador por todo o trabalho que já desenvolvemos no Turntablism.
 

Não existem segredos. No fundo é muito treino, muitas horas no estúdio a aprender técnicas novas.


Desde 2003 que ganhas importantes títulos. Podes revelar-nos o ou os segredos que tens na 'ponta dos dedos'?
Penso que não existem segredos. No fundo, é muito treino, muitas horas no estúdio a aprender técnicas novas e a idealizar os sets. No que diz respeito aos campeonatos, há uma disciplina que não pode ser descurada, tens de planificar, produzir e treinar os sets ao segundo. Nos primeiros campeonatos cheguei a mandar fazer ''dubplates'' com os meus próprios samples, hoje com o ‘serato’ essa parte é mais simples. 

O que representa para ti cada título recebido? É um estímulo para desenvolver mais e melhor?
É uma recompensa pelo trabalho, principalmente pela parte que ''não se vê'', das centenas de horas fechado no estúdio a aprimorar técnicas e a criar. Todo esse processo ajuda a melhorar, a evoluir e a crescer como DJ e como músico.
 
Ter o título de 'Campeão do Mundo' é, de certa forma, uma grande responsabilidade...
Sem dúvida. Eleva a fasquia e há sempre uma pressão acrescida nos sets porque o público quer ver um pouco daquilo que fazemos nos campeonatos, mas eu lido bem com isso.

 
Quando participas em competições, guardas algum amuleto? Tens algum ritual supersticioso?
Sim, tenho alguns rituais e guardo sempre as credenciais e alguns prémios. Sou bastante supersticioso, entro sempre com o pé direito em palco, por exemplo.

Fala-nos um pouco sobre o projeto 'Pixel Thrasher'.
O live-act ''Pixel Thrasher'' é o meu show de vídeo scratch, em que manipulo som e imagem ao mesmo tempo, tudo através dos pratos. Uso o software 'Serato vídeo', em vez de passar ficheiros áudio passo vídeos, que saem diretamente para o projetor ou led wall. Tive uma equipa de seis pessoas a trabalhar, pessoal da Rockit Video dirigidas pelo Gonçalo Santos, desde conteúdos originais, edições de vídeos virais, temos um featuring do Bruno Aleixo - bastante conhecido -, e algum sampling de filmes clássicos.
 

É uma lufada de ar fresco que a movida noturna precisa?
Acho que esse 'refresh' está a acontecer, com muito sangue novo, novos projectos dentro da eletrónica mais alternativa e novas promotoras.
 
Trabalhas com várias marcas. Consideras que as mesmas são importantes na carreira de um artista? Em que moldes?
Muito mesmo. Depende sempre dos objetivos e da forma como queres gerir a tua carreira, e como consegues conciliar isso sem comprometer a parte ''artística''. Graças a parcerias que criei com algumas marcas, consegui financiar discos, projetos, ajuda nas minhas tour's e arranjar mais equipamento para o estúdio e para os meus gigs (com o sponsor da Rane, por exemplo). Sem todos os apoios dificilmente conseguia financiar os meus álbuns, investir no estúdio, equipamento e projetos, vídeos, etc... Tenho tido sorte, também porque nunca ninguém me impôs nada, a nível musical ou estético, sempre participei em coisas com o qual me identifiquei a 100% e sempre respeitaram as minhas escolhas musicais. De outra maneira, recusava.

Qual o gig que mais te marcou e porquê?
Sudoeste 2010, Pixel Thrasher no LUX e o primeiro Mundial em que participei (e o de 2010). Em 2007 fiquei em último lugar, em 2010 fiquei em primeiro. Foi uma boa lição.
 
Quais são as tuas referências e com quem gostarias de fazer um B2B?
Desde Q-bert, D-styles, Ricci Rucker, a Modeselektor, Zomby, Mala, Lunice, A-trak, dj Craze, Flying Lotus, J Rocc, Dimlite, Prefuse 73 e muitos outros... Um B2B... provavelmente com o J Rocc, Egon, Edan ou o Craze.
 
Nos dias de hoje, o que consideras mais importante para um DJ ter sucesso?
Apresentar algo diferente dos outros. Ter conteúdos frescos e originais, produzir boa música e, mais do que nunca, ter uma boa performance ao vivo.
 
Como é que vês o Turntablism e o Scratch em Portugal? Há condições para crescer e motivação necessária para quem deseja começar?
Existem bons scratcher's e muito bons DJ's. Penso que se calhar falta mais união, jam sessions e brainstormings. Faltam também mais tools (só existem dois discos de scratch, o Tuga Breakz/beatbombers e o 180 GR). Os campeonatos têm sido irregulares a meu ver, porque existem uns com muitos participantes e outras edições com muito pouca gente, talvez mais divulgação e profissionalismo nestas ações, ajudava. Mas temos muito pessoal com talento e bastante motivados. E sem dúvida pelo que já alcançámos (Beatbombers), isso serve de motivação e animo a nossa comunidade.
 
Já te passou pela cabeça dar formação na área?
Eu dei aulas durante dois anos na ETIC e dou vários workshops. É importante passar a mensagem e dar algo para a comunidade. Adoro partilhar aquilo que sei, e adoro estar ao lado de pessoas cheias de vontade e motivadas para aprenderem coisas novas.
 
Consideras que os portugueses são um público dificil de agradar?
É relativo. Depende do meio... Provavelmente nos grandes centros urbanos temos um público mais informado, e em certas zonas do país ainda temos pessoas que só ouvem house comercial e o que passa na Rádio. A Internet teve um papel super importante na divulgação da música, principalmente de cariz mais alternativo. Hoje com o público mais novo, têm um gosto mais vasto e, digamos, mais crossover e open minded do que no passado. Acho que os 'tugas' são difíceis de agradar quando experimentas coisas diferentes do seu registo ''habitual''. Às vezes parece que querem ouvir sempre o mesmo set, ou um caminho mais ''obvio''. Mas depende sempre do contexto e de onde se toca e para quem se toca. Sinceramente, acho que estamos a atravessar uma altura excelente para quem arrisca, já que existem muitos estilos que não funcionavam há uns anos atrás e hoje em dia há muito mais procura por coisas diferentes.
 

Penso que as pessoas têm de se habituar a voltar a pagar pela música que ouvem.

Como vês o assunto da pirataria, downloads ilegais, etc?
Acho que é uma questão de bom senso. Acho que toda a gente faz downloads ilegais, de uma maneira ou de outra. A questão passa por recompensar o artista mais cedo ou mais tarde. As vezes 'saco' coisas mas acabo sempre por comprar o vinil daquilo que realmente gosto e aí estou de consciência tranquila. 'Saquei' o MP3 para ouvir um pouco e assim que consigo compro o original ou vou ver um espetáculo e faço questão de pagar o bilhete. Penso que as pessoas têm de se habituar a voltar a pagar pela música que ouvem.
 
Que equipamento consideras essencial numa cabine?
O meu rider técnico reflete aquilo que para mim é essencial, mesa Rane TTM62, dois pratos Technics mk2 ou MK5, Pads Maschine, Mac Book Air e um micro shure SM58.
 
Quais são os teus projetos a curto prazo?
Produção, remixes, cenas novas enquanto 'Beatbombers', novo show a partir deste mês ''LIVE IN LOOPS'', é um live-act que engloba música, vídeo e luzes, tudo sincronizado, levado a cabo por mim e por uma equipa de quatro elementos, noites rockit e outras surpresas.
 
Que mensagem deixas aos leitores desta entrevista e do Portal 100% DJ?
Keep your ears Open! Keep Diggin! Keep Scratching! One love!
 
 
 
 
Publicado em Entrevistas
Desde muito novo que se interessava em fotografar, mas foi há sete anos atrás que comprou a sua primeira máquina fotográfica. Desde então nunca mais a largou. A sua experiência conta com incríveis imagens de pessoas, paisagens, festivais e detalhes que só ele sabe captar. Na música eletrónica, a incursão de Miguel Berro acontece no festival One Fest e atualmente é fotógrafo oficial do DJ e produtor português Zinko. Fomos conhecer um pouco do percurso deste fotógrafo português de 23 anos.
 

Como começou a tua aventura no mundo da fotografia? E como ficou ligada à música eletrónica?
Sempre tive o “bichinho” pela fotografia. Desde muito novo que pegava em máquinas de amigos e ia fotografar. Na altura, nunca tinha pensado em seguir carreira na área da fotografia mas alguns anos depois, quando estava a tirar um curso de Multimédia e tive um módulo de fotografia, foi aí que tive um click na minha cabeça e disse a mim mesmo: "É isto! É isto que eu quero!” Um ano depois, em 2013, comprei a minha primeira máquina e desde então nunca mais parei de fotografar. Entre pessoas, paisagens, casamentos, festas corporativas, festivais, viagens de finalistas e fotografia de produto, já fiz de tudo um pouco. A minha entrada na música eletrónica foi num festival na minha cidade, o One Fest em Vendas Novas, onde fotografei Diego Miranda, Joey Dale, Karetus, Zinko, entre outros artistas.


Que artistas e festivais já tiveste a oportunidade de fotografar? Com qual ou quais gostaste mais de trabalhar?
Palmesus, MEO Sudoeste, Rebel Village, Revenge of the 90's e Freedom Festival, são alguns dos eventos onde já passei. Já tive oportunidade de fotografar Marshmello, Tiësto, The Chainsmokers, Macklemore, Alan Walker, Zinko, Ninja Kore, Karetus, Vini Vici, DJ Ride, Van Breda, Nokin, entre muitos outros.


E com quais gostarias de vir a trabalhar?
Adorava poder um dia fotografar um espetáculo do Drake, Martin Garrix ou Hardwell. Acho fascinante o nível de produção que está envolvido nas apresentações a solo deles.


Tens alguma história caricata que tenha acontecido durante algum dos teus trabalhos?
Não vou referenciar nomes, mas um dia tive oportunidade de fotografar um aniversário de uma figura pública portuguesa. A festa foi muito boa e as fotos estavam fantásticas. Ao fim da noite perdi o cartão com tudo o que tinha fotografado. Até hoje ainda me pergunto onde poderei ter perdido aquele cartão... Foi o pior dia da minha vida.
 
 

Que material fotográfico aconselhas para quem queira seguir os teus passos? E algumas dicas?
Acho que para começar qualquer máquina serve. O importante, na minha opinião, é ganhar prática e experiência no terreno. Hoje em dia é cada vez mais fácil aprender a fotografar graças ao Youtube.


Na edição de imagens, a criatividade é totalmente da tua autoria ou segues instruções dos clientes?
Posso-me orgulhar de dizer que todas as minhas edições são da minha autoria. Todos os meus clientes até hoje sempre me deram a maior liberdade na edição das fotografias.


És o fotógrafo oficial do Zinko. Conta-nos como tudo começou e como está a ser a experiência.
Já trabalho com o Zinko há 5 anos. Não me lembro ao certo como tudo começou, mas foi das poucas pessoas que acreditou em mim no início e desde então já viajámos de norte a sul do país, incluindo os Açores. Tem sido uma experiência fantástica poder trabalhar com ele e ver evolução a cada dia que passa.

Publicado em Entrevistas
Após uma atuação carregada de boa energia no Mega Hits Kings Fest no passado sábado, em Lisboa, Kura concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ. O DJ e produtor português foi o primeiro a subir ao palco e logo se disponibilizou para nos receber no seu camarim ainda em modo “rescaldo” emotivo, por estar a tocar para a maior sala de espetáculos do país. 
 
A primeira digressão pela Ásia, as novas produções, a entrada no Top 100 e o futuro da sua carreira foram os temas de conversa desta entrevista, onde são reveladas diversas novidades em primeira mão para os leitores da única plataforma em Portugal, 365 dias ao Ritmo da Noite.
 
 
Acabas de sair do palco de um grande evento no Meo Arena. Como descreves a tua atuação no Mega Hits Kings Fest e a receção do público?
Foi muito positiva. Não estou habituado a fazer sets tão pequenos, mas tive uma preparação. Estava com algum receio de ser tão cedo e o primeiro a tocar, mas a receção das pessoas foi incrível e passou muito rápido.
 
No início do teu set as pessoas estavam eufóricas e gritavam o teu nome. Como é que te sentes com este tipo de manifestações?
Normalmente sou muito calmo, mesmo antes de tocar, a pressão não me costuma afetar. Já passei por alguns momentos de dificuldade em termos de gig - acontecer alguma coisa ao material no momento -, mas não cedo à pressão. Naqueles 30 segundos antes de entrar, se ouvir as pessoas a gritar o meu nome, o coração bate mais forte e realmente sinto “estou aqui, é a sério!”. Só me apercebo segundos antes de entrar e quando oiço o público. É um misto de grande alegria.
 
É intimidatório?
Não! Fico quase emocionado e dá-me grande vontade logo de subir e começar a tocar. Não fico nervoso.
 
Vais ter uma tour na Ásia... 4 datas que passam por clubs como o X2 em Jakarta, o Sky Garden em Bali e depois vais até Xangai e Pequim, ao Lynx e 8mm, respectivamente. Estás preparado?
Sim, a primeira grande tour fora do país. Já tive várias datas fora, mas não uma tour bem estruturada e tanto tempo fora. Vão ser quatro datas nos melhores clubes equipados com leds, co2, etc. Nunca estive tanto tempo fora de casa, vai ser uma experiência e será a confirmação se isto é mesmo o que quero fazer para o resto da minha vida.
 

Estou atento ao que as pessoas escrevem e dizem sobre mim, seja positivo ou negativo.

 
Existem rumores nas redes sociais sobre a tua presença em grandes eventos, como o Ultra, o Tomorrowland, etc. Que comentário merece este assunto?
Obviamente que fico feliz. Estou atento ao que as pessoas escrevem e dizem sobre mim, seja positivo ou negativo. Tenho a plena consciência do que me é possível. Percebo o que as pessoas dizem na internet e é um facto que me apontam para esses festivais. Agora claramente tem de ser desenvolvido outro tipo de trabalho promocional para eu “merecer” esse lugar. Se formos a ver há artistas com menos notoriedade que lá estão. Mas quando for, eu quero que essa presença seja merecida e que não seja talvez por um contato, uma amizade, ou por outra coisa que possa influenciar a minha presença lá. Sinceramente já tive fases em que duvidava - seria impensável estar nesses palcos. Mas hoje em dia acredito que vai acontecer, é uma questão de tempo. Pelo menos vou justificar isso com trabalho. Se alguma vez tiver que acontecer é porque será justo. 
 
Vamos ver-te nesses palcos em 2015?
Eu gostava. Pode ser que sim - já esteve mais longe. 
 
 
Qual foi o gig que mais te marcou este ano?
É difícil escolher, mas aponto a Nova Era Beach Party e o Meo Sudoeste. Na Nova Era Beach Party eu estreei o “Collide” e recordo-me que criou-se ali uma energia especial à volta da música e, apesar da chuva, ninguém se foi embora - foi muito bom. Já o Meo Sudoeste foi também uma surpresa porque comecei num horário complicado - à hora de jantar. Comecei com cerca de duas mil pessoas, meia hora depois já estavam umas 15 mil, aumentando gradualmente até chegarmos a umas 40 mil. Foi muito especial, porque o público estava muito entusiasmado e interativo. 
 
Este ano tiveste uma notícia bombástica em Outubro: alcançaste o número 42 no Top 100 da DJ Mag. Como é que recebeste esta notícia?
Foi uma surpresa tanto em termos de posição como de figurar no ranking. Quando decidimos estar presentes tinha alertado a minha equipa que seria difícil, e eu acreditava menos do que eles, mas avancei. Dias antes sai o leak, e percebemos que poderia realmente figurar na lista, mas achei que poderia ser “tanga”. Não estava à espera, no próprio dia foi uma grande alegria mas não fiquei deslumbrado com isso. Para as pessoas que votaram em massa acredito que isto seja também uma vitória. Perceber que estás a apostar num artista nacional, e depois ser parte do feito de ele conseguir estar numa posição de destaque a nível internacional, e que o nosso país seja dignificado de alguma forma nesta área em que somos poucos ainda - estamos a começar a abrir o caminho a nível internacional... acho que para as pessoas também foi uma grande felicidade. No meu caso fiquei muito contente mas com os pés na terra e sabendo que foi mais um começo, uma porta que se abriu.
 
É um orgulho representar Portugal no mundo?
Sim, é incrível mesmo. Também temos outro Português no Top100, o Diego Miranda, e podia haver mais, sem dúvida. Por exemplo, se o Pete Tha Zouk tivesse pedido às pessoas para votar, acredito que facilmente lá estaria - as pessoas também têm um grande carinho por ele. Acho - e tenho algum orgulho nisso - que nós estamos a fazer parte deste elenco de portugueses que está a “abrir caminho” para os outros mais jovens, que daqui a cinco ou seis anos vão estar na minha posição. Nós, os DJs portugueses somos responsáveis para criar essas condições e oportunidades para nós próprios e para aqueles que vão surgir. Acredito que daqui a um ano ou dois vamos ter outros dois, três nomes - vejo essa possibilidade. 
 

Quero ser o primeiro DJ português 'a solo' a tentar esgotar uma sala.

 
Que projetos e novidades tens para 2015?
Ainda este ano, vou editar um tema na Revealed, editora do Hardwell, vai sair a 29 de dezembro. É um tema que ele tem tocado muito nos espetáculos. Tem resultado muito bem e está a ser falado, o que me deixa muito satisfeito. Poder editar novamente na Revealed é algo que eu já estava a trabalhar há algum tempo para poder conseguir, porque não é fácil.
Em 2015, planeio fazer os meus próprios eventos. Estamos a trabalhar nisso, saber se é possível, se as pessoas realmente querem que isso aconteça. A minha ideia é fazer mais festas com a minha marca e em sítios maiores. Para já, estamos a considerar Porto, Lisboa e no Verão o sunset. Quero ser o primeiro DJ português “a solo” a tentar esgotar uma sala. O objetivo é fazer coisas diferentes que nunca tenham sido feitas e provar que é possível. Talvez haja muita gente que dúvida, mas cabe-me a mim e aos outros DJs provar o contrário e fazer outras coisas mais arriscadas e é isso que vou fazer.
 
Um álbum de originais é um objetivo próximo?
Tenho muita música nova e trabalho bastante. Não consegui ainda reunir o lote de músicas necessárias a nível de qualidade que me agrade o suficiente para lançar um álbum. Até porque quero que ele seja mais diversificado, que tenha uma música vocal, quero que tenha temas que me caraterizem, um pouco mais fortes e coisas mais emotivas, ou seja, quero que as pessoas possam ver outro lado de mim. Acredito que num espaço de dois, ou menos anos, isso seja possível e esteja na rua esse projeto. 
 
E há alguma colaboração de sonho que gostarias que figurasse nesse álbum?
Sim, o Hardwell seria uma delas. Será sempre aquele artista que eu gostaria de colaborar. Também com Alesso, Steve Angello, Nicky Romero - artistas que eu aprecio bastante e que faria todo o sentido estarem no meu álbum, mas primeiro tenho de criar uma relação de amizade com eles. 
 
Que mensagem queres deixar aos leitores do Portal 100% DJ?
Que continuem a visitar assídua e mais frequentemente, se possível, o Portal 100% DJ, que tem bons conteúdos e bem escritos. Às vezes o problema dos blogues de música de dança é que escrevem mal, e os conteúdos ficam um pouco pobres. Mas para quem quer realmente perceber o que é que se passa, e como é que as coisas acontecem, em termos de eventos e em termos mais profissionais, vocês cobrem realmente esse tipo de informação.
 
Publicado em Artistas
Antes dos noventeiros se estrearem num festival, no Rock in Rio Lisboa, o Portal 100% DJ esteve à conversa com Miguel Galão, um dos responsáveis pelo projeto. Este conceito tem dado que falar e é um sucesso a nível nacional, arrastando milhares de fãs dos anos 90 de todas as idades. Nesta entrevista, Galão desvendou toda a história do projeto e ainda previsões para o futuro do conceito.
 
Como surgiu este conceito dos anos 90?
Este conceito surgiu a partir de duas empresas que estão no meio e que são parceiras jhá muito tempo, onde já eram feitas outras festas temáticas, uns têm agências de booking management, outros são DJs... E surgiu porque nós já estamos todos com mais de 30 anos e um bocadinho fartos destas modas de hip hop, reggaeton ou EDM. Quando nos divertíamos ou estávamos em casa dávamos por nós a fazer aquele revivalismo das músicas que nos lembrávamos. Então pensámos: “bora pegar nisto! Isto é o que nós fazemos”. As festas têm um pouco do que já trazíamos do Rebel Bingo, ou seja, a componente um bocado teatral e interativa e foi assim que começou.
 
O Rock in Rio Lisboa foi o primeiro festival do Revenge Of The 90’s. Existe alguma diferença mais notória entre as vossas festas em nome próprio e em festivais?
Há muitos festivais que não têm tantas pessoas como aquelas que já estiveram presentes nos nossos eventos. Quando fazemos eventos em nome próprio, somos nós que controlamos tudo desde a pré-produção, produção e pós-produção. O público é todo nosso, vai lá única e exclusivamente para nós. Somos nós que fazemos o espetáculo, a produção do recinto, a exploração dos bares e no Rock in Rio Lisboa não. É como se fossemos uma “banda convidada”.
 
As vossas festas têm sempre artistas convidados. No futuro poderemos contar com algum DJ consagrado dos anos 90?
Claro que sim! Nos anos 90 não existia tanto o que acontece nos dias de hoje, o facto de um DJ ser uma superstar. Mas existem e já estivemos em conversações com alguns. Não fazemos este evento pela música em si. Por exemplo, eu e a Constança (Coca Castelo Branco) colocamos música mas não somos sequer DJs e não é só pela música que as pessoas vão aos nossos eventos. É pela experiência em si, desde a antecipação do evento, à entrada do mesmo, a todo um espetáculo que está montado para que seja uma coisa muito sentimental, de experiências e sensações mais propriamente do que músicas. Mas sim, muito em breve isso irá acontecer.
 

 
É obrigatório usar dress code da época?
O dress code nunca foi algo existente na nossa comunicação, mas as pessoas perguntam se podem ir vestidas como nos anos 90. Festas dos anos 90 já existem há muito tempo, nós não inventámos propriamente a Coca-Cola. Nós inventámos a Coca-Cola no sentido que fizemos um upgrade e tornámos isto numa coisa muito mais profissional. Isto começou de amigos para amigos. Todos se conheciam. É um bocadinho aquele carnaval fora de época, em que se pode ir à vontade. Os anos 90 também têm a questão da moda, os gadgets e acessórios que estão a voltar também. Grandes marcas mundiais estão a apostar nesse revivalismo. As pessoas vestem literalmente a camisola e quando se olha para a moldura e se vê as fotos e os vídeos percebemos que é completamente diferente do que se formos todos ‘normais’. Mas não pedimos um dress code, é uma coisa que acontece naturalmente, fica bem e as pessoas divertem-se imenso.
 
Todos os vossos eventos têm um tema. Queres adiantar alguns dos próximos?
No Rock in Rio foi apresentada uma nova temática, que se chama “Welcome To The Jungle” e que nos vai acompanhar na próxima tour, com início a dia 13 de outubro, em Lisboa e vai até abril do próximo ano. Vamos andar pelo país inteiro. O nome vem da música dos Guns & Roses, mas não vai estar a 100% ligada à banda ou ao género musical. Agora é meter “Jungle” e “90s” no Google e no Youtube e “let the games begin”!.
 
No futuro, será que contamos com um Revenge dos anos 2000?
Mais cedo ou mais tarde vai ter que acontecer, tal como foi com os anos 70 ou 80. Quando começámos este evento, o nosso público-alvo era pessoas acima dos 30 anos, mas depois de ficar viral e tornar-se moda, ficámos com muitos millennials nos nossos eventos. Acho que ainda não é altura, basta ver por exemplo uma grande festa em Portugal que fez agora anos, a M80, continua a estar cheia pelo país inteiro. Nós achamos que o revivalismo tem de se deixar acentar. Porque senão, não vai ter o mesmo efeito surpresa e emocional que deveria ter. Obviamente que nós vamos estar numa pole position, uma vez que já fazíamos eventos, mas acredito que o Revenge Of The 90’s tenha mais 10 ou 15 anos. Depois virão os anos 2000, ou quem sabe outra vez os 80. Tudo é possível. 
 
Quais são as maiores diferenças a nível musical entre os anos 90 e a atualidade?
Há diferenças gigantes. A internet veio mudar tudo. Crescemos a ouvir os vinis em casa dos nossos pais, depois veio a cassete. Gravávamos cassetes dos amigos porque não havia dinheiro para as comprar. A seguir, vieram os CDs e podíamos fazer o mesmo. Ou então ouvíamos muitas vezes os mesmos álbuns. É muito fácil ver num disco dos anos 90 de certas bandas em que estavam presentes 5, 6 ou 7 singles e hoje em dia é tudo muito fugaz. Agora pode-se comprar uma música. Naquela altura havia o single, o LP, a cassete ou o disco. Hoje em dia há muita oferta e com a internet a música chega a toda a gente. Essa é, provavelmente, a maior diferença. As pessoas continuam a comprar música, mas às vezes faixa a faixa. 
 
E a nível de qualidade musical?
Como em tudo na vida, isso são gostos. Eu tenho amigos que produzem EDM e outros que fazem kuduro, funk e rock. Acho que há gostos para toda a gente e qualidade para todos. As pessoas têm de ouvir o que gostam e aquilo que lhes transmite a mensagem que querem. Obviamente que a nível de qualidade, edição e produção, hoje em dia é muito mais fácil fazer música. Qualquer pessoa pode fazer um álbum em casa. Por exemplo o Agir, muitos pensam que ele só faz música há dois anos, mas já faz há 15, desde o seu quarto. Hoje, com um computador, teclado e software, todos podem ser uma estrela. 
 
Que artistas gostariam de convidar no futuro para integrar o vosso cartaz?
Nós damos sempre preferência aos artistas portugueses. Os cantores de música popular portuguesa, por exemplo, apenas lhes é dada importância nos Santos Populares e as pessoas dizem que é música da “terrinha”, quando são músicos que estão cá há muitos anos. A Ana Malhoa, os Anjos ou o Toy continuam a trabalhar há 30 anos seguidos e isso não pode ser só sorte. Nós somos privilegiados. Já os conhecíamos e eles alinham connosco. A energia sente-se em palco e no público e faz-se a festa. Na verdade, estamos todos a jogar em casa. A nível internacional, há os Backstreet Boys, Mariah Carey, Spice Girls, Guns & Roses, fora aqueles que já vieram cá, esses sonhos existem. Mas temos que ver que isso está num nível de cachet e de exigência e que em termos de idade, já não são propriamente novos. Mas acredito que no futuro, nós temos condições e estrutura para isso. Começámos com 500 pessoas e agora já contamos com 12 mil. Fazer um Altice Arena ou um estádio de futebol é só uma questão de tempo. Assim haja dinheiro, apoios, vontade, a febre dos 90s e que as pessoas continuem a acreditar em nós e a seguir-nos.
 
O Altice Arena parece estar próximo...
Sim. Já vi muitos concertos no Altice Arena com muito menos pessoas do que a nossa festa na FIL que teve 12 mil pessoas. Mas o nosso espetáculo é muito específico e trabalhamos com muitos parceiros e marcas. Temos dinâmicas próprias porque gostamos de produzir tudo. Às vezes há salas em que é possível trabalhar com mais facilidade e outras não. Outras são caras e não têm disposição que nós achamos que faça sentido para o nosso tipo de público e de evento. Nós preocupamo-nos muito com o público, porque isto não é só fazer dinheiro com a bilheteira. Para nós os VIPs são quem nos compra os bilhetes, é quem nos segue e apoia. Portanto, passando de 500 para 12 mil num ano e meio, chegar aos 20 mil ou mais, não é nada por aí além. Desde que seja bem feito e não fujamos aos nossos princípios.
 
Deixa uma mensagem para quem vai ler esta entrevista.
Música é música. São emoções. A música muitas vezes ajuda-nos com os nossos problemas. Quem tem um sonho ou gostaria de fazer eventos, acreditem que tudo é possível. Nós, um era ator, o outro era fisioterapeuta e quando existe vontade, profissionalismo e princípios, o sonho é possível e acontece. Portanto, sigam os vossos sonhos, oiçam o que quiserem ouvir e apoiem quem vocês gostam, porque muitas vezes o público é o que faz o resto acontecer. São eles que pagam os bilhetes, compram merchandising e fazem as redes sociais mexer. 
 
Publicado em Entrevistas
Após pisar palcos do Tomorrowland ou o Ultra Music Festival, o DJ e produtor português acaba de lançar um novo single intitulado de “Crystalized”, em colaboração com Vince Kidd, com o selo da Sony Music.
 
A voz do tema é de Vince Kidd, um dos participantes da quarta temporada da edição inglesa do The Voice. “Os Karetus, os quais admiro muito, é que sugeriram” este cantor “porque já o conheciam e assim que ouvi a voz dele num vídeo que eles me mostraram, arrepiou-me de imediato”, afirmou Diego Miranda em entrevista ao Portal 100% DJ.
 
Vince Kidd veio diretamente de Londres para Portugal e entrou em estúdio com Diego Miranda e participou também no videoclip gravado na Serra da Estrela.
 
Questionado sobre as editoras portuguesas e a pouca aposta na música eletrónica por parte das mesmas, Diego Miranda admite que “esse é um dos grandes problemas dos produtores de electronic dance music em Portugal”, apesar de sentir que “há um enorme talento, mas depois falta o apoio por parte das editoras para que o artista possa desenvolver o seu trabalho, seja em termos financeiros como na parte de divulgação”.
 
Na opinião do DJ e produtor, “todos sabemos que atualmente também é difícil as editoras sobreviveram economicamente com a internet, onde se pode fazer download gratuito de quase tudo, mas acho que se aposta muito na música popular e esquecem-se da música eletrónica, que se calhar é muito mais ouvida, seja nas rádios ou em espaços de animação. Devia também de haver um acompanhamento ao artista. No estrangeiro as editoras funcionam praticamente como agências e que tratam de tudo do artista”.
 
Em relação à sua posição no Top 100 da DJ Mag deste ano, Diego Miranda confessa que “este foi sem dúvida um ano incrível na minha carreira. Acho que merecia subir mais ainda, mas tenho noção que a competitividade é cada vez maior e mais feroz. Já é uma grande honra representar o nosso país e estar pelo quarto ano consecutivo na tabela”.
 
Sobre o futuro da sua carreira, Diego Miranda revelou ao Portal 100% DJ que está neste momento a trabalhar com os Karetus e Mia Rosa “num tema que acho que vai dar muito que falar”, além de outros projetos e colaboração com outros artistas como o Wao e “também é possível que faça mais um tema com os Wolfpack”. Em relação às suas atuações, o artista vai estar presente na Ásia, Europa e América do Sul mas admite que “the best is yeat to come, sempre!”.
 
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Publicado em Música
Martin Picandet, conhecido no mundo da música eletrónica como Martin Solveig, é um dos destaques da primeira edição do United with Tomorrowland, que vai decorrer na cidade do Porto no próximo dia 27 de julho. Poucos anos após iniciar a sua carreira, alcançou o sucesso internacional com o hit "Hello", uma colaboração com Dragonette que rendeu vários discos de ouro e platina. O artista francês regressa agora ao nosso país e o Portal 100% DJ teve a oportunidade de conversar com ele mesmo a propósito da sua vinda a Portugal e os seus novos projetos musicais.
 
És um dos cabeças de cartaz do Unite with Tomorrowland no Porto. Como é trazer o espírito e a festa de um dos maiores festivais do Mundo para Portugal pela primeira vez?
É muito empolgante e sinto-me honrado por ir atuar no Unite with Tomorrowland no Porto. Foi uma oportunidade que não pude recusar e as pessoas em Portugal sabem como se divertir, o pessoal já tem aquele espírito do Tomorrowland!
 
Já tinhas saudades de atuar no nosso país? Como descreves o público português? Certamente já viste a nossa bandeira no meio da multidão no Tomorrowland… 
Claro! É sempre incrível ver tantas bandeiras na multidão, apesar do Tomorrowland ser um dos maiores festivais, ainda me consigo surpreender ao ver pessoas que vêm de tão longe... Não venho muitas vezes a Portugal, mas queria poder atuar mais no vosso lindo país. Eu adoro realmente a vibe e a energia do público português.
 
Este ano formaste a dupla Europa com Jax Jones. Fala-nos um pouco deste novo projeto. 
É divertido, é alegre e criativo. Inicialmente, o Jax Jones e eu só queríamos criar uma música juntos, mas quando estávamos no estúdio, percebemos que tínhamos muito em comum musicalmente. Trabalhar em duo fez-nos querer experimentar coisas novas, coisas que não nos sentiríamos confortáveis ​​se estivéssemos sozinhos mas sendo o projecto Europa podemos usar as habilidades uns dos outros. Lançámos “All day and night” com a talentosa Madison Beer há alguns meses, agora estamos a tocar em festivais diferentes, e podem esperar novas músicas a sair…
 
 
Este verão tens uma residência artística marcada para todos os sábados no Pacha, em Ibiza. Fala-nos um pouco sobre essas performances. 
Pacha é o sítio mais lendário de Ibiza. Tive a oportunidade de fazer parte desta aventura durante alguns anos, então quando me perguntaram se eu aceitaria ser o artista principal do Pure Pacha, imediatamente disse que sim. Foi um verdadeiro desafio redefinir todo o projeto musical e artístico. Tenho muito orgulho do que já conseguimos e a melhor parte é que fica melhor e melhor todos os sábados. Musicalmente falando, é uma vibe 100% Solveig. Trabalhei num formato de house vibes com vários sabores, é um momento de união, alegria e espírito aberto.
 
Ibiza continua a ser um dos melhores destinos para amantes da música eletrónica? Que mudanças aconteceram ao longo dos últimos anos na ilha espanhola? 
Fazem-me essa pergunta imensas vezes. Para mim, a ilha espanhola em termos de espírito e vibe não mudou nem um bocadinho. Adoro praticamente tudo e estou sempre feliz quando o verão está a chegar. Não resisto, Ibiza está a chamar por mim!
 
O que podes revelar a cerca do futuro da tua carreira? 
Este foi um ano muito agitado! Como mencionei anteriormente, tenho o meu novo projeto Europa, mas também a minha residência no Pacha, a nova faixa “Thing For You” com o David Guetta. Neste momento sinto-me muito entusiasmado com todos estes projetos, não posso revelar o que está para vir, mas o resto do ano definitivamente vai ser emocionante, ainda vão ouvir falar de mim nos próximos meses!
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ? 
Gostaria de lhes agradecer pelo apoio, espero que aproveitem o Unite with Tomorrowland e estou ansioso para voltar a Portugal!
 
Publicado em Entrevistas
O DJ português Steven Rod encontra-se em Miami, com várias atuações marcadas durante a semana da música eletrónica, em clubes como Ora, D-A Vila Downtown, Ocean’s Tem Ocean Drive e Seaspice. Estivémos à conversa com o artista acerca da cidade norte-americana, do espírito da Miami Music Week e da sua carreira.
 
Já atuaste em Miami por várias vezes, quase já é a tua segunda casa. Além de boa energia, o que consideras importante transmitir ao público durante estes cinco dias?
Sim é verdade, já são alguns anos a atuar em Miami e podem acreditar que cada vez mais me sinto em casa, tem sido uma caminhada fantástica. Na semana do Miami Music Week, a maior parte das pessoas vem para cá com o espírito de festa, à procura de grandes eventos com os melhores artistas do mundo! Toca-nos a nós que estamos em cima dos palcos dar um grande show e acima de tudo fazer algo que ninguém está à espera, apresentar temas novos e fazer com que as pessoas passem realmente um bom momento. Nesta semana, Miami está repleto de várias culturas, pessoas de todas as partes do mundo e é sem dúvida fantástico podermos mostrar o que tenho vindo a trabalhar ao longo deste tempo.
 
Na área dos eventos o que encontras em Miami que não existe e fazia falta em Portugal?
O clima! O ambiente tropical. Cada evento é uma experiência, cada evento ensina-nos algo diferente e na verdade eu penso que é a vontade que as pessoas têm de ouvir uma boa sessão. Sinto que aqui vão a um evento e esperam ouvir algo diferente, têm vontade de ouvir o que o DJ tem para lhes mostrar. Não vou dizer que nunca senti isso em Portugal, já senti mas gostava de ver ainda mais esse espírito no meu país. Acredito que no futuro isso vai acontecer. Gostava também que este tipo de eventos em clubes começassem mais cedo, como aqui em Miami.
 
Atuar no Ultra Music Festival é uma meta que pretendes alcançar?
Sem dúvida! Todos sonham em subir ao palco do Ultra Music Festival em Miami. Já alcancei tantas coisas na minha vida que até eu mesmo pensava que nunca iria lá chegar... Porque não continuar a trabalhar para conseguir isso?! 
 
Qual é a sensação de representar Portugal na Miami Music Week?
A sensação é muito boa e torna-se ainda melhor quando sentes o apoio do público português, seja daqueles que estão por cá ou os que me seguem diariamente nas minhas redes sociais. É brutal, muito satisfatório ver e reconhecer portugueses nos eventos onde estou a atuar!
 
Que novidades a curto prazo podes desvendar a cerca da tua carreira?
Felizmente como em todos os anos vou ter o calendário repleto de grandes eventos em Portugal e também em outros países. O início de 2018 foi absolutamente incrível e assim vai continuar! Há também umas colaborações com um artista nacional e outra com um grande internacional e espero que o prazo seja mesmo curto para poder relevar o trabalho que tenho vindo a fazer.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Continuem a apoiar a música eletrónica em Portugal e nunca deixem de marcar a vossa presença nos eventos que são produzidos no nosso país. Temos muita qualidade e podemos ser o melhor party people do mundo!
 
Publicado em Entrevistas
Tiago Barros, conhecido no meio por Djeff Afrozila, nasceu num verdadeiro cruzamento de culturas, na grande Lisboa, mas é em Angola que vive. Desde os seus 15 anos tem como inspiração maior o produtor que é referência global na arte da mistura Erick Morillo. Entrega-se de corpo e alma na cabine e acrescenta aos seus sets vários ritmos quentes e africanos, que têm abalado as pistas de dança nacionais e internacionais. Em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, considera que o mais importante para si, é fazer com que todas as pessoas saiam da festa a sorrir, desafio que tem sido conseguido com distinção. Fala também da sua carreira, da atual música eletrónica e do seu futuro profissional, que certamente irá dar muito que falar. Eis Djeff Afrozila na primeira pessoa.

 

Como defines os DJ sets que tens reproduzido por onde tens passado?
Os meus sets são cheios de alegria, boa energia e uma boas vibes. Tento sempre fazer uma viagem agradável para que as pessoas consigam divertir-se e dançar muito. O que é realmente importante para mim é fazer com que todos saiam da festa a sorrir.
 
O que achas do panorama atual português em relação à música eletrónica?
O panorama português relativamente à música eletrónica cresceu e evoluiu muito nos últimos anos. Hoje em dia existem públicos e festas para os vários tipos de eletrónica. Sinto também que está em fase de mudança e a nova geração que ouve música eletrónica começa a preocupar-se mais com a qualidade musical, o que é muito importante para crescer com saúde. 
 

Muitas pessoas estão fartas de ouvir sempre o mesmo e então começam a procurar novas tendências (…)

 
Tens atuado com mais frequência em Portugal. Achas que esse facto está relacionando com o teu estilo de música?
Realmente tenho atuado bastante em Portugal e sinto que a minha música começa a ser cada vez mais reconhecida e bem aceite por onde passo. Muitas pessoas estão fartas de ouvir sempre o mesmo e então começam a procurar novas tendências e música agradável tanto de se ouvir como de dançar. Acho que esse é o motivo pelo qual tenho tocado cada vez mais em Portugal.
 
Deixas uma marca por onde tens passado. Transmites uma alegria contagiante com os teus DJ sets. Tens algum segredo?
Não existe nenhum segredo. Simplesmente faço o meu trabalho, o melhor que sei e, por sinal, é o que mais gosto de fazer na vida. 
 
Qual foi o sítio que te marcou mais em Portugal?
Tenho várias e boas lembranças de muitos sítios, mas acho que as primeiras vezes que vim tocar a Portugal, depois de estar a viver em Angola, ao RS Dreams na margem Sul marcaram o início de algo.
 
Existe algum evento em particular que se destacou mais até hoje?
As noites no clube Pedra do Couto, têm sido de se tirar o chapéu. Sempre que lá vou tocar é so alegria até às tantas! 
 
Tens novas producões que nos possas desvendar?
Tenho vários temas novos já prontos, mas acho que a que vai dar que falar será uma colaboração que fiz com os Homeboyz de Angola denominada “Reborn”. Vai sair pela minha editora “Kazukuta Records”!
 
 
Achas que o estilo afro house e soulful veio para ficar?
O afro house e o soulful sempre cá estiveram. A única diferença é que, neste momento, as pessoas já começam a ouvir música de uma outra forma. O estilo soulful sempre foi mais apreciado por um público mais “reduzido” e amantes de boa música, mas este público tem vindo a crescer a passos largos a cada dia que passa. O afro house, hoje em dia, tem mais produtores a fazer música e DJs a tocar, logo é normal que comece a tornar-se mais comercial. Mas sem dúvida que o bom afro house ficará por muitos anos.
 
Que planos tens para o verão que se aproxima?
O Algarve este ano vai estar em chamas de novo e talvez haja mais novidades no que toca a festivais...
 
Que conselhos deixas para a nova geração de DJs?
Acho que é importante criar bases e alargar o conhecimento sobre o verdadeiro house music, o que foi feito no início. Para além de saber a história, os que nos inspiram e todo o seu enredo, ouvir muita música antiga dentro das várias sonoridades da eletrónica. Ter os pés bem assentes na terra e trabalhar muito, sendo sempre genuínos. Sonhar faz bem, mas é necessário ter noção das coisas e da vida. Existem muitos softwares que ajudam, logo é importante saber tocar como se tocava no início. Hoje em dia, ser apenas DJ já não é suficiente, é necessário fazer música e mostrar a nossa visão, para que as pessoas entendam o que nós tocamos. Depois é fazerem-se à longa estrada que vos espera, porque só vai conseguir fazer carreira quem realmente fizer as coisas por amor.  
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