segunda, 05 março 2018 21:25

Num Mundo de Lobby's

No mundo do negócio, seja qual for a arte existe sempre a tendência às ajudas e aos conhecimentos entre entidades que tendem em favorecer quem por norma com as mesmas trabalha ou priva.

Este é um assunto bastante sensível e delicado, sendo que centralizando a questão, no meio da electrónica, deparamo-nos sempre com a questão do talento vs conhecimentos. Existe a necessidade de ter uma estratégia a longo prazo e no entanto estar sempre atento às oportunidades que possam surgir no intuito de fazer as melhores escolhas para uma carreira consistente. É preciso encarar a construção de uma carreira musical como jogar uma lotaria ou entregar a sorte ao destino, assim como dizer tenho um amor ou um dom, mas de verdade quem decide é a indústria e todos os que apoiam e seguem o meu trabalho. 

No meu caso em específico e ao longo da minha carreira sempre me fui deparando com algumas situações e entidades que me ajudaram, mas também com outras tantas que me fizeram trabalhar ainda mais e criar projectos que me ajudassem a depender apenas das minhas ideias e do trabalho artístico que tinha e tenho traçado como objetivo a alcançar. 

Não obstante tudo o que já mencionei é não menos importante referir que apesar de todo apoio que tenho e tive (do qual estou infinitamente grata), sempre foi o facto de eu fazer aquilo que mais gosto que de certa forma ajudou a ter uma carreira sólida. Basicamente por mais que sejam as "ajudas" e conhecimentos, se todas as vezes que que subo a uma cabine o trabalho não for bem feito, não existe nenhum "lobby" que ajude a longo prazo. 
Esta é a verdadeira realidade e resumo da questão, acreditar no que faço, fazê-lo com paixão sempre com o intuito de inovar e agradar todos aqueles que me seguem, porque são esses a quem eu agradeço e devo o sucesso da minha carreira como artista. Trabalhar bastante, ser optimista e humilde são os antídotos para a questão desta minha opinião.

Acontecem várias vezes e pessoalmente conheço inúmeros talentos, estes infelizmente por não conhecerem alguém ou uma plataforma que os ajude a mostrar o trabalho acabam por ficar no anonimato ou desistir, o que é lamentável. Eu como proprietária de uma editora e com a curadoria de alguns projectos faço tudo ao meu alcance para que estas situações não aconteçam, como apostar em novos talentos, contudo nem sempre é o suficiente. Mas por outro lado acredito que com persistência e a dedicação tudo é possível.
Publicado em Miss Sheila
sexta, 23 outubro 2020 21:31

A Conexão que falta

Faz precisamente meio ano (6 meses) desde que redigi a minha última crónica, infelizmente pouco do que desejamos mudou! Mas desta vez não vou escrever acerca disso, mas sim relatar um pouco e registar a minha opinião sobre o que tem vindo a acontecer.

Enquanto o calor do Verão já lá vai e com ele os bons números que estávamos a registar relativamente ao novo vírus, a vontade de regressar e estar junto do público é cada vez maior, tanto para mim, como para todos os que sentem saudade de uma boa dose de conivência social sem qualquer tipo de restrições.

Durante este tempo tenho vindo a trabalhar no estúdio, onde preparo os meus novos e próximos releases assim como os da minha editora "Digital Waves", ou gravo os meus programas de rádio. Tenho feito também alguns "live streams" com alguns parceiros de forma a manter a proximidade com o meu público e continuar a mostrar toda a música nova que recebo e compro, mas, claro, de uma forma mais responsável a que me sinto obrigada.
 
No dia 15 de Agosto fiz o "Eco Stream", com as redes sociais a transbordar sessões em direto, e a questão dos direitos de autor bloquearem as transmissões. Senti que era momento para fazer uma pausa com estas ações. Reuni a maioria dos meus parceiros a nível mundial (foram mais de 50!) e fiz algo ainda mais especial. Foram duas horas de set, onde preparei um pouco das sonoridades com que mais me identifico de forma apresentar uma viagem musical coerente, transmitida através de um dos meus locais de eleição para relaxar perto de minha casa, o "Parque Ambiental do Buçaquinho". Foi fantástico estar em contacto com a natureza com a minha música e o resultado final foi fantástico.
 

Não existe a conexão, a sinergia, a emoção de estar frente a frente e em perfeita sintonia a cada beat que passa.


Tudo isto é bonito e adoro, mas falta o mais importante, o meu público! E por mais que possam dizer que é alguma coisa, sim é, mas não o sinto da mesma forma. Não existe a conexão, a sinergia, a emoção de estar frente a frente e em perfeita sintonia a cada beat que passa.

E isto leva-me a outra questão. A questão de não ter feito nenhum evento (com as devidas restrições e cuidados claro) desde que a pandemia se instalou. 

Tive a possibilidade de fazer vários eventos, devidamente preparados e atendendo às demais directrizes que já todos sabemos e são desnecessárias de enunciar. Mas decidi não fazer para já. Preciso de sentir o que já referi e acima de tudo reside em mim uma enorme responsabilidade e necessidade em ver esta questão resolvida, o mais breve possível. Só aí fará realmente sentido.
 
Para ir de encontro à essência da questão e na minha opinião apenas, vejo muitas coisas a acontecer, umas bem feitas e com consciência dos riscos e da conjuntura atual, outras nem por isso. E aí reside a questão em jeito de interrogação retórica, "vale a pena?."

Tenho que deixar claro que existem muitos a fazê-lo com cuidado e por necessidade, aí sou totalmente a favor. De resto, acho que algumas prioridades devem ser revistas. Vamos ter muito tempo para festejar e estarmos todos juntos, e vai saber muito bem, mas primeiro tem que haver real consciência do que se passa e agir em conformidade com isso. É imprescindível manter uma mente positiva e continuar com as demais ações de forma a manter a cultura bem viva e a "chama" com o público bem acesa.

Por outro lado a questão do Estado e os apoios às entidades nesta fase são imprescindíveis e não podem de forma alguma ser descorados...  As medidas de apoio (para as salas de espetáculo, clubs, promotores, artistas, staff, todo o sector de animação noturna, etc.) para todo este "mundo" referente à cultura electrónica devem ser urgentemente revistas e executadas de uma forma sólida e permanente. Contamos com muito pouco e é impossível qualquer tipo de instituição resistir a meio ano sem faturação, desta forma, as falências serão inevitáveis e um grave problema sem solução será instalado.

As entidades governamentais têm que assumir uma posição especifica para todas estas actividades de animação, se assumem que não há condições sanitárias para o funcionamento, têm de compensar e assegurar que este sector que tanto contribui para a cultura e turismo não passa por mais dificuldades que as que já tem vindo a suportar.
 
Como refere José Ortega "A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem."
 

Temos muitos bons artistas em Portugal, de fazer inveja ao resto do mundo e refiro isto em todas as vertentes da electrónica. Agora, mais do que nunca, faz sentido dar prioridade ao produto nacional.


Na minha opinião também, a forma como vamos retomar deve ser cuidadosamente pensada e não feita por impulso. Temos oportunidade de mudar algumas coisas que estavam menos bem no nosso sector, foi-nos dada esta oportunidade, não a podemos deitar a perder.

Deixo também a minha sugestão a todos os promotores, proprietários de clubs, etc.. Temos muitos bons artistas em Portugal, de fazer inveja ao resto do mundo e refiro isto em todas as vertentes da electrónica. Agora, mais do que nunca, faz sentido dar prioridade ao produto nacional.

Existe também a possibilidade de mudar a mentalidade da noite ter que começar tão tarde, podemos recuar todos um pouco os horários e fazer as coisas com mais coerência, mas isso exige uma grande sinergia que obviamente depende de todos.

Até breve, numa cabine, bem perto de vocês.
 
Publicado em Miss Sheila
A amplitude comunicacional dos festivais de música em Portugal é cada vez mais ampla e por isso são hoje mais recorrentes os que têm no seu cerne ou numa das suas ações a vertente solidária.
 
Deixo abaixo três desses exemplos sendo que apenas tive em conta aqueles que mantêm uma lógica recorrente e estratégica nesta área pois muitos festivais evocaram razões solidárias esporádicas (nomeadamente nos anos de Troika em Portugal) mas ou não existem hoje ou o seu conceito não conseguiu obter um fundamento válido junto do seu público.
 
Rock With Benefits
Existe desde 2011, com uma edição especial no final de cada ano civil e várias sessões espartilhadas ao longo do ano em que recebem artistas pop/rock portugueses. É na cidade de Fafe que está um dos primeiros eventos culturais a ter a causa solidária como um fator de motivação para a realização e dádiva musical como moeda de troca com o seu público. Os fundos revertem para o apoio a famílias carenciadas sinalizadas do Município em que ocorre - o público pode pagar parte do seu bilhete em produtos alimentares;
 
Party Sleep Repeat
É um dos "novos festivais" que melhor tem conseguido posicionar-se e afirmar-se no panorama nacional com um público fiel e que reconhece o critério e qualidade musical (as bandas alternativas portugueses) que coloca a cada edição e respeita o que levou a concretizar este evento. Nasceu, em 2013, como um tributo a Luís Lima, um jovem sanjoanense que tinha um grande interesse pela música e consciência social. Esta homenagem, levou a uma enorme adesão familiar e municipal que levou à concretização de uma associação com o seu nome e à fortificação deste conceito como um festival. Através da sua receita de bilheteira são elaborados donativos para famílias carenciadas (programa "Apadrinhe esta ideia") e a várias instituições nacionais a cada edição;
 
Edp Cooljazz
O leilão de uma guitarra é já algo que acompanha as mais recentes edições do festival. A cada ano, um dos principais artistas internacionais do cartaz assina este objeto dando ênfase ao projeto "Guitarra Solidária". Para 2018, o britânico Van Morrison é o artista envolvido e o valor inicial de licitação está cifrado em 600€ - todo o valor angariado do mesmo reverte para a CERCICA (Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Cascais), localizada na cidade que passa a acolher os concertos do festival.

 

Ricardo Bramão
Presidente e Fundador APORFEST, Associação Portuguesa de Festivais de Música.
 
Publicado em Ricardo Bramão
sexta, 09 fevereiro 2018 21:24

Recap da música electrónica

Um novo ano começou e aceitei, mais uma vez, o convite da 100% DJ para deixar alguns artigos de opinião para os leitores/utilizadores deste portal que tem prestado um serviço de informação isento e de qualidade sobre a indústria da música electrónica em Portugal. 

Não tenho a presunção de achar que sou um conhecedor profundo ou um "visionário" do que se irá passar no futuro mas lanço o desafio a quem não leu artigos de opinião anteriores e publicados neste portal para que percebam um pouco que há sinais que surgem e que quem trabalha neste meio consegue sentir e prever mudanças e que na altura foram alvo de imensas críticas. 

Tive o privilégio de assistir ao início do aparecimento da música electrónica em Portugal e aos primeiros DJs que ousaram agarrar nos "martelinhos" e fazer uma carreira. Sinto a tristeza inerente de ter visto muitos deles desaparecer devido ao aparecimento das novas tecnologias, ao "facilitismo" da produção musical onde tudo passou a ser "informatizado" e as "máquinas" foram metidas para um canto e onde um PC, um teclado e uns programas informáticos bastam para que saia uma obra musical. 

Na ultima década assistimos a uma autêntica "epidemia" de novos DJs e produtores musicais que julgaram que tinham encontrado o "El Dorado" na música electrónica. 

Deixo uma pergunta: 
- Onde estão 80% desses DJs que apareceram do nada e desapareceram mais rápido do que surgiram?

Poucos, muito poucos, são os DJs que surgiram nos últimos cinco anos e que continuam no mercado. Apenas permaneceram aqueles que souberam adaptar-se às mudanças (leiam os artigos anteriores que mencionei) e outros que souberam profissionalizar-se. Continuamos a ter os "velhinhos" e aqueles que fizeram uma carreira (mais de 10 anos no mercado) como referência e a manterem a indústria em movimento por um único motivo... quiseram uma carreira e deram atenção ao mais importante - A Música. 

A música electrónica (seja qual for o estilo) não é diferente de outro tipo de música qualquer. Tivemos o "boom" da Kizomba e assistimos à sua queda. Temos agora o Hip Hop em alta  e que está a cometer o mesmo erro que a Kizomba. Tenho a certeza que daqui a uns anos vamos todos olhar para trás e só conseguimos lembrar-nos de meia dúzia de nomes que marcaram estes estilos e que vão continuar no mercado no futuro. Façam esse exercício para a Kizomba e vejam se conseguem dizer 10 nomes de artistas portugueses ou que estivessem no mercado português, quando foram mais de uma centena que percorreram palcos e clubes deste país. 

A música electrónica sofreu (está a sofrer) o mesmo "problema". Está a haver a triagem natural do mercado. Quer pela qualidade, quer pela "oferta vs procura". 

Olhem para esta indústria como um negócio, para vocês como um produto e para música como arte. Só assim poderão ter sucesso. Querer vender arte (leia-se múisica) sem a divulgar, dificilmente haverá quem a queira comprar. Tenham um produto (leia-se DJ + Música) que seja apetecível ser adquirido e para isso é preciso olhar para a indústria como um negócio. 
Se não pensares desta forma ou quiseres apenas ser "um artista", lembra-te que os maiores artistas só tiveram reconhecimento depois de falecerem... 
A escolha é tua...
 

Ricardo Silva
DWM Management
Publicado em Ricardo Silva
quarta, 05 junho 2019 21:55

Miss Sheila - 20 Anos de Música

Para a minha primeira crónica de 2019, o tema selecionado é imprescindivelmente o meu 20.º aniversário de carreira e o meu percurso no mundo da música, desde o dia "zero", até aos dias de hoje.

20 anos, parece que foi ontem, no entanto muito tempo se passou desde o dia em que fiz a minha primeira atuação profissional ao vivo. "20", não é o número exacto e correspondente à minha ligação com a musica electrónica, mais concretamente com o "House e Techno". Comecei bem antes de 1999, a experiência das primeiras "raves", o meu cargo na Bimotor DJ com as encomendas internacionais de vinyl para Portugal, os eventos no Rocks, a Kaos Records, a Supersonic... tudo isto e muito mais faz parte da minha introdução ao "mundo" que hoje chamo "meu", e um importante pilar naquilo que hoje sou.

Resumir a minha carreira não é de todo tarefa fácil. 
Sempre tive uma imensa paixão pela música. Nasci em Sasolburg (Africa de Sul), depois vivi em Nova York, até que conheci o maravilhoso país que é Portugal, onde passei a residir.

Iniciei bem cedo a minha experiência com a música no geral, já nos Estados Unidos, com as aulas de piano, flauta e bateria. Sempre senti que eu e a musica éramos mais que meros "conhecidos", havia algo que me fazia sentir bem e em harmonia, sempre que ouvia um tema com que me identificasse. Naturalmente, senti a necessidade de partilhar esses sentimentos. Daí surgiram as primeiras experiências com a arte do "DJing", isto já em Portugal, no bar do qual era proprietária em conjunto com o meu irmão. Malibu Bar, era na Praia De Esmoriz e foi onde tive a oportunidade de dar início e desenvolver a minha paixão pela electrónica. Na altura, Esmoriz era prova-velmente uma das cidades onde residiam mais DJs. A forma como falávamos acerca dos temas mais recentes, do panorama no geral, contribuiu bastante para aquilo que sou hoje e para todo o "background" que ganhei.

Considero que tenho uma carreira solida e sinto-me imensamente grata por isso. Contudo, o processo de gestão de uma carreira para que tudo prevaleça de forma relevante e consistente não é de todo fácil, tema que já abordei de uma forma mais concreta na minha Crónica de Opinião: "A Máquina atrás do artista".

Fazendo uma retrospectiva, passei por varias gerações. Inicialmente onde apenas existia o "vinyl",  aquelas malas pesadas e os "White Labe" exclusivos, posteriormente o início da "Era Digital", onde surgiram os primeiros "CDjs", mais atualmente os DJ Softwares. Todo este processo de evolução no que diz respeito às ferramentas para actuação fez-me ganhar bastante experiência, que se reflete nos dias de hoje, sempre que saio para trabalhar.
 
A música também mudou bastante, felizmente a música boa nunca vai acabar, isto é algo certo, mas é normal que existam mudanças, devido às influências (culturais, sociais, políticas) ou mesmo ao material de estúdio, que em paralelo ao de performance ao vivo, também foi alvo de um grande "upgrade" ao longos dos tempos.

A música também mudou bastante, felizmente a música boa nunca vai acabar, isto é algo certo, mas é normal que existam mudanças, devido às influências (culturais, sociais, políticas) ou mesmo ao material de estúdio, que em paralelo ao de performance ao vivo, também foi alvo de um grande "upgrade" ao longos dos tempos.


Resumidamente, o facto de no início não ser tudo tão simplificado, fez com que eu e os artistas da minha geração tivéssemos que nos esforçar um pouco mais para que o produto final fosse o mais perfeito possível.

A nível do trabalho de estúdio e produção, como já referi inicialmente, também houve um grande desenvolvimento, seja a nível do Hardware, Software ou mesmo a forma como a informação é partilhada.

Editei o meu primeiro disco em 2001, pela conceituada "Tango" em parceira com o Joeski. Desde aí fui desenvolvendo as técnicas de forma intensa e editando originais e remisturas um pouco pelos quatro cantos do mundo, Digital Waves, Kaos, Magna (Portugal), Fresh Form, Datagroove (Espanha), Moderate (Itália), Fatal (Holanda), Na-nowave (Japão), Tango (EUA), Hypno (Reino Unido) e mais recentemente pela conceitua-da e restrita Natura Viva onde apenas figuram os melhores do mundo. 

De salientar também que em 2014 realizei um dos meus sonhos, abrir uma editora. A minha Digital Waves está também de parabéns em 2019 com os seus já 5 anos de existência. Estou a preparar desde Janeiro alguns temas, que vão sair até ao final do ano juntamente com tudo o que está projectado entre mim e a minha agência para esta temática.

Para finalizar, durante todo este percurso tive o prazer de conhecer pessoas fantásticas e conhecer outros países e culturas, como foi mais concretamente o caso de Nova Iorque, Ibiza, Geneva, Luanda, Cidade do Sal, Luxemburgo, Rotterdam, Bruxelas, Funchal, Lyon, Hartford, Sevilha, Vigo, Neuchatêl, Friburgo, Amsterdão, entre muitas ou-tras fantásticas cidades do mundo, como Portugal, obviamente! 

Assim sendo e de forma a celebrar este marco na minha carreira, do qual não podia estar mais grata por cada minuto, decidi retribuir todo o apoio e carinho que recebi ao longo dos anos, com a temática "20 Years of Music", que irá originar dois grandes eventos no final do ano. Um a Norte e outro a Sul. Mais novidades estão planeadas para sair, por isso fiquem atentos, este ano festejamos juntos.
 
Publicado em Miss Sheila
terça, 16 fevereiro 2021 12:07

Noite AC e DC

Que noite tínhamos Antes do Covid (AC) e que noite teremos Depois do Covid (DC)? O tempo é péssimo para a memória e a maioria já se recusa a lembrar que a noite AC já era uma pálida imagem de outros tempos áureos, como a inesquecível década de 90 que tantas saudades deixou. O privilégio que foi viver esses tempos. 

Contudo não deixo de reconhecer que talvez a noite já não fosse apetecível para mim, para muitos da minha geração e anteriores, mas que preenchesse os requisitos das gerações mais jovens, acredito que a música que nos fere os ouvidos, a nós mais gimbras, faz as delícias de quem hoje salta para a pista aos primeiros acordes de um "Despacito". 

Mas a grande incógnita reside no DC, com as portas das discotecas encerradas há um ano, a fazer no dia 8 de Março, que noite nos espera quando for dada ordem de soltura? Numa entrevista a um histórico da noite do Porto, li que o mesmo dava um prazo de 4 anos até que a noite estivesse maturada para ser consumida, em resposta, nos grupos da noite numa rede social, outros empresários mostravam-se mais otimistas, havendo alguns que acreditam mesmo, que abertas as portas, não haverá distanciamento social que resista. 

A verdade é que nos países onde a noite se iluminou e ganhou vida, as quebras foram significativas DC em comparação com o AC, razão da falta de confiança por parte dos consumidores, da incapacidade financeira e, na minha modéstia mas sábia opinião, a mudança de hábitos. 

Hoje temos uma sociedade com hábitos diferentes, janta-se mais cedo, dorme-se mais cedo e acorda-se mais cedo, mesmo confinados. Os hotéis servem refeições, nos restaurantes as iguarias acompanham-se som de um DJ que convida a bater o pé e os bares servem duchesses e galões de manhã à noite, para recuperar a tesouraria, e no formato 24/7 assume pistas de dança iluminadas por luzes dinâmicas, de qualidade duvidosa, adquiridas nos chineses. 

E quando abrirem as discotecas? Ainda haverão forças para mais uma voltinha no carrossel ou já estaremos esgotados e com as carteiras cansadas? Propus, ao autarca máximo da capital, reciclarmos os horários ou limitarmos a pressão acústica para que, os utentes da noite, não ficassem retidos em espaços de restauração ou em bares onde o nível de DBs deveria dissuadir à dança. 

A ver vamos, desde já, navegamos à vista em embarcações de esperança que tudo volte à normalidade. Igual não será, esperemos que seja melhor. 
A Gerência.
 
Zé Gouveia
Publicado em Zé Gouveia
Numa Indústria cada vez mais articulada e direccionada para um serviço facilitista e de personalização praticamente nula, o trabalho e preponderância do DJ acaba por ser cada vez mais refém da necessidade dos clubes ou discotecas, que devido ao facto de terem que apresentar lucros e resultados imediatos, se vêem muitas vezes obrigados a desvirtuar toda a sua ideologia musical a troco de trabalho. Outrora expoentes máximos com direito a palavra de ordem dentro daquilo que era a motivação que levava os seus clientes a uma qualquer pista de dança do nosso país, vemo-nos actualmente sem qualquer espaço de manobra para podermos de alguma forma contribuir para um trabalho mais qualitativo, sustentado e educativo dentro daquilo que seria o cenário ideal para uma evolução nocturna que na minha opinião iria a médio prazo elevar a qualidade da noite portuguesa.
 
A ironia das ironias acaba por ser o endeusamento e proliferação que cada vez mais está na moda de tentar esconder o óbvio, que é o decréscimo qualitativo da noite, com a vinda de artistas internacionais que começam novamente a visitar o nosso país e os nossos clubes, o que apesar de considerar sem dúvida bastante positivo, contrasta em absoluto com o total desprezo com aquilo que seria certamente um dos pilares dessa mesma evolução pretendida, os DJs nacionais, nomeadamente os residentes na verdadeira acepção da palavra. Não falo dos residentes a que chamo de "fast-food", termo que não pretendo conotar de forma alguma com um sentido pejorativo, até porque muitas vezes acaba por ser a única forma que muitos deles têm de manter um posto de trabalho que na maioria das vezes nem lhes permite assumir uma profissão a tempo inteiro, tal é a desvalorização que advém das suas próprias opções de carreira, mas sim dos verdadeiros DJs residentes, que felizmente, quais Gauleses no tempo dos Romanos, ainda vão resistindo bravamente na tentativa de criar tendências, sendo a prova disso mesmo quatro ou cinco espaços no nosso país que conseguem apresentar uma coerência, qualidade e consistência dignas de serem elogiadas.

Mal ou bem, para se oferecer um serviço é necessário que este tenha sustentação para nele podermos investir e faze-lo desenvolver (...)

 
Logicamente que podem ser bravos mas não chegam, uma vez que as modas, para passarem a tendências precisam de ser massificadas, algo que dificilmente irá acontecer nos próximos tempos, na minha opinião, dentro do lado mais qualitativo do nosso mercado. Os verdadeiros profissionais da música, os residentes que criavam as tendências da pista, permitindo assim aos convidados terem a liberdade de se exprimirem sem qualquer tipo de condicionalismos, são cada vez mais uma espécie em vias de extinção, e sinceramente penso que aqui reside um dos principais focos do problema. Claro que, paralelamente a tudo isto, teremos também de ter a capacidade de analisar o lado mais cerebral desta temática, também ela de certa forma compreensível e com uma palavra a dizer naquele que é o ponto de vista do negócio e investimento, do qual posso também, como músico, produtor, DJ e também há já um par de anos empresário nocturno, ter alguma autoridade para falar, uma vez que acabo por estar dos dois lados. Actualmente não é fácil de todo sustentar um investimento com alicerces em romantismos e ideologias de elite. Mal ou bem, para se oferecer um serviço é necessário que este tenha sustentação para nele podermos investir e faze-lo desenvolver, e esse investimento apenas será possível se a equação final que tanto influencia toda esta realidade for positiva, caso contrário os problemas deixam de existir porque muito provavelmente o projecto também terá o mesmo caminho.
 
Estas duas vertentes da nossa indústria, que terão certamente pontos de defesa bastante válidos da parte dos dois lados, acabam por se esbater naquilo que é a dura realidade de um mercado muito pequeno, bem fechado e de fácil propensão a criar modas "convenientes", que resultam para todos os intervenientes neste mercado menos para os directos, que são os próprios espaços e os artistas, neste caso em particular os DJs, com as regras do jogo a serem ditadas pelos muitos canais, muitos deles sem qualidade informativa e de pesquisa, que temos ao dispor dos media para espalhar o que mais lhes convém, deixando aqui de imperar o aspecto qualitativo para começar a dominar o lado financeiro e de lucro directo, o que prejudicando os DJs e a Indústria da Noite, é sem dúvida nenhuma o que alimenta todo este mercado. E aí teremos mais uma vez que ser realistas e concordar, até porque o movimento mais underground (ou menos mainstream) será sempre o mais prejudicado, por ser o que menos hipótese de visibilidade e lucro dá.
 

(...) cabe a cada um de nós, artistas, quer seja em vinyl, com computadores, pens ou o que for, ter a responsabilidade de saber onde queremos estar (...)

 
Voltando ao romantismo, costumo dizer que antigamente os artistas faziam a indústria, e que um dos principais problemas da conjuntura actual que vivemos hoje em dia é que os papéis se inverteram e quem faz os artistas é a indústria, mas aqui com uma grande diferença, que é o facto de os artistas criarem a indústria com o poder da sua música, enquanto que a indústria não cria os artistas com base no poder da música, mas sim em resultados, e logicamente que do ponto de vista da arte no seu estado mais puro, essa não é nem nunca será uma equação de sucesso do ponto de vista musical. É no entanto, e não poderia deixar de fazer este apontamento, de louvar a proliferação de movimentos mais Underground e nada virados para massificações, lucros ou equações financeiras imediatas, mas sim exclusivamente assentados na qualidade e romantismo, e que com os seus próprios meios conseguem cada vez mais implementar qualidade e alternativa para quem sai à noite, muitas vezes apenas para desfrutar de tudo o que de bom a música tem para oferecer, até porque não nos poderemos nunca esquecer que existe e continuará a existir um enorme número de clientes da noite, que continuam avidamente à espera pelo DJ que os vai surpreender e levar onde nenhuma rádio ou estratégia de mercado conseguirá levar, e isso não há indústria mecanizada que consiga diluir.
 
O caminho a seguir é este, muito ao encontro do que já vi muitas vezes lá fora, uma vez que o lado cerebral irá continuar a crescer, devido à própria evolução da nossa sociedade, apesar de não podermos de forma alguma desprezar o lado mais romântico da noite, que irá também continuar a crescer proporcionalmente, o que faz com que o equilíbrio se mantenha dentro do desequilíbrio, e cabe a cada um de nós, artistas, quer seja em vinyl, com computadores, pens ou o que for, ter a responsabilidade de saber onde queremos estar e qual é o nosso papel dentro deste inevitável equilíbrio.
 
Carlos Vargas
Publicado em Carlos Vargas
domingo, 28 outubro 2018 15:23

Ainda e sempre a olhar para o tecto

Este não vai ser com certeza um texto que se tornará viral por ter alguma verdade sobre alguns elefantes escondidos na sala. Antes pelo contrário, a convite da 100% DJ fui desafiado a escrever sobre o entretenimento noturno em Portugal e embora com todas as vicissitudes, dores de crescimento e os afins e enfins, comuns a todas as indústrias, há também uma análise de desenvolvimento que é fundamental fazer. 

Ainda habita em muitas conversas de café a expressão "da noite" carregada de conotação negativa como se tudo se resumisse a uma caricatura do Cais do Sodré dos anos 80 com marinheiros, putas e caídos. Comecei a frase por "ainda" porque na verdade ela tem tendência a cair em desuso. 

Os últimos 20 anos mudaram a face da indústria como nunca. A música, o entretenimento, a tecnologia, os sonhos ao alcance de um teclado trouxeram uma nova vaga de apaixonados determinados em fazer mais e diferente, em encarar "a noite" com um novo olhar mais rigoroso e abrangente. Deixámos de lado o olhar de "merceeiro" e passamos a ter visão de gestores. E engane-se que a "mercantilização" nos trouxe marasmo ou rotina, virou-nos antes para a inovação, risco e novos horizontes. Fosse assim em todos os mercados. 

Somos hoje em Portugal uma indústria em pleno desenvolvimento e a competir com o melhor que se faz em todo o mundo. Para isso esta nova geração apostou em formação académica, mergulhou de cabeça no Mundo.Net e correu atrás de profissionalizar o setor. E se estamos longe de alguns mercados é mesmo apenas por dimensão de país mas que isso nada nos tire ao nível de entrega que fazemos. Os nossos clubes estão estruturados, pelo Algarve passam as melhores produções e nomes do mundo, os festivais de música são a areia do nosso Verão e os artistas internacionais encontram nas nossas cidades a inspiração que precisam. Somos a nova "qualquer coisa" que ainda não se definiu bem mas a verdade é que se sente em todo o lado que somos realmente qualquer coisa. 

Se muitos dos que estão a ler este texto têm mão neste advento há também muitos que ainda agora estão a começar, que ainda sozinhos pensam deitados no quarto "naquela" festa com "aquele" nome e "aquele" conceito. Venham daí as energias ainda guardadas e as ideias ainda por conceber e que sigam este caminho que tem hoje uma plataforma bem mais estruturada para percorrer. Os degraus são ambiciosos mas o resultado é incrível. E já agora, ainda passo muitas horas a olhar para o tecto e a sonhar com "aquela festa" que ainda não fiz. Mas sei que vou fazer!
 
André Henriques
Publicado em André Henriques
A Pandemia COVID-19 está a alarmar Portugal e o resto do Mundo. Com isso sofre também toda a economia e população. Sendo eu economista, não nego que as consequências poderão ser muito graves para economias mais frágeis, como a portuguesa. No mercado do entretenimento dezenas de eventos estão a ser adiados ou cancelados. 

Apesar de concordar a 100% sobre o adiamento de eventos nas próximas semanas, sobretudo pelo risco de contaminação em massa, penso que haver cancelamentos de eventos nacionais/regionais programados se torna totalmente descabido, nesta fase. Infelizmente houve dezenas de eventos programados (alguns até de pequena/média escala) que simplesmente anunciaram o cancelamento, "sacudindo" as suas responsabilidades com a pandemia. 

Entendam a diferença entre CANCELAMENTO e ADIAMENTO. 

Um adiamento significa que o evento se irá realizar num futuro próximo, assim que esta situação de saúde pública esteja mais normalizada. Ou seja, todos os fornecedores de serviços irão, na pior das hipóteses, receber (grande parte) dos seus rendimentos projetados, nos próximos meses.

Um cancelamento significa que a organização do evento desistiu de tentar todos os esforços para o realizar. Simplesmente “passou à frente” e decidiu focar-se noutras atividades/funções futuras do seu Município/Empresa. É o clássico português “fica para o ano”. 

Ora, não posso concordar com esta abordagem sem que se esgotem todas as alternativas possíveis. Estão em causa milhares de pessoas e famílias que irão ficar sem esse rendimento para sobreviverem. Hotéis, restaurantes, produtoras, logística, gráficas, segurança, limpeza, comércio local e regional... e todos os restantes contributos económicos criados pelo evento na região, simplesmente desaparecem.

Adicionalmente, centenas desses milhares trabalham a recibos verdes. Não existe, de momento, mecanismos justos de compensação para os trabalhadores a recibos verdes nesta situação de pandemia. O Governo acaba de aprovar um "apoio" para os ditos recibos tendo em conta o desaparecimento de prestação de serviços. No entanto ninguém sabe ainda como será calculado este apoio. Precisamos de consciencializar todos os decisores desta realidade. Não só estão a pôr em causa rendimento para a sobrevivência de milhares de pessoas, como estão também a contribuir para o declínio acentuado da cultura em Portugal. 

Isto é apenas uma pequena abreviação de toda a realidade em causa com uma possível má gestão da situação em que nos encontramos. Existem certamente outros argumentos que dariam um debate de horas. É necessário tentar ao máximo encaixar todas as atividades programadas das próximas semanas, para os próximos meses. Nem que seja necessário fazer um diferimento de um ou dois meses em todo o calendário de 2020/2021!

Quero desde já deixar palavras de apreço, respeito e agradecimento a todas as entidades que tiveram isto em consideração e que para já tomaram a decisão consciente de apenas adiar os seus eventos até que hajam novos desenvolvimentos da pandemia na nossa sociedade. A conciliação da realização de todos os eventos programados para 2020 será a "chave" para conter uma crise maior neste sector. 

Posto isto, como população, temos também de nos consciencializar agora sobre a situação extremamente grave de saúde pública na nossa sociedade. Temos de aprender com o caso de Itália. Vamos fazer a nossa parte e não pensar o habitual "a mim não me acontece nada". Mais vale uma quarentena voluntária de uma a duas semanas do que o caos italiano de quarentena obrigatória de seis semanas. Sim, seis semanas! 

Com toda a população a rumar para o mesmo lado, toda a situação voltará à tão desejada normalidade no maior curto espaço de tempo possível. Acrescento que por vezes uma quarentena voluntária tem aspetos extremamente positivos. Aproveitem para ler um livro, estudar, pensar, criar novas músicas... Vamos aproveitar esta situação de crise como uma oportunidade. E quando os eventos começarem a retomar a normalidade, vamos nunca nos esquecer de continuar a cumprir as normas da Direção Geral de Saúde. Isto será sempre necessário como medida de prevenção para os próximos meses. 

A todos os colegas profissionais deste sector quero deixar uma palavra de confiança: Aproveitem também para repousar durante estas semanas. Com a bênção de Deus, esta crise de saúde pública será controlada e teremos todos trabalho a triplicar nos próximos meses.

Se todos contribuirmos agora, esta situação possivelmente estará controlada nas próximas semanas e impedirá um autêntico crash na economia e vida de todos os portugueses.
 

João Casaleiro

CEO Agência DO HITS

Publicado em João Casaleiro
sexta, 17 junho 2022 09:58

Circle Of Life

Longe de mim pensar que após uma longa pandemia, que forçosamente parou a minha atividade, iria prolongar a já bastante e sofrida "pausa".
E assim foi, estávamos no início do segundo trimestre de 2021 quando tive a melhor notícia da minha vida, não que ia retomar a atividade (algo que muito ansiava), mas sim que ia ser mãe. Algo que confesso, até muito recentemente não estava nos planos, mas como tenho referido, foi das coisas boas que a pandemia trouxe!

Óbvio que tive que atrasar os planos do regresso, numa altura em que as notícias da abertura dos espaços noturnos e eventos começavam a surgir. Foi um reformular automático e muito natural e o foco principal ficou naturalmente na maternidade.

Do "brainstorm" para o regresso surgiu a temática "Circle Of Life", ou seja o Círculo da Vida. Foi um tema que surgiu de forma muito espontânea e a meu ver não podia ter sido melhor. Consegui fazer um tipo de fusão com o facto de ser mãe e a tour de regresso, que de seguida preparamos. Posso dizer que juntei o melhor dos dois mundos e de certa forma, fazer também, uma referência ao que de melhor a vida tem.

Muito naturalmente também foi todo o processo que se seguiu, onde passei muito tempo em estúdio, dando origem a temas lançados recentemente como "Safemoon", "Indication", "Where We Are", "Elevate" remix e outras mais que vão sair durante este ano, posso adiantar em primeira mão que uma irá-se intitular "Circle Of Life"!

Depois da temática surgiu o passo seguinte, projetar a "Circle Of Life" Tour, que vai ter lugar até ao final do presente ano (2022), e vai passar por alguns dos meus clubs e eventos preferidos.

E para o arranque, nada melhor que um dos clubs mais épicos, "antigos" e respeitados de Portugal, a Pedra do Couto. O evento teve lugar no passado sábado 7 de maio e foi fantástico! Adorei e foi sem dúvida muito bom estar finalmente de regresso a fazer o que mais gosto e rodeada de toda a energia positiva que se sentiu nessa noite.

Posteriormente, vou passar por todo o território nacional e ilhas, assim como os Estados Unidos da América, Luxemburgo e Suíça já confirmados também. Com esta tour pretendo assinalar o ano mais importante da minha vida a nível pessoal em paralelo com a minha carreira como artista.

Posto isto, posso dizer que estou a viver uma experiência tão boa que nunca pensei que fosse possível sentir algo tão forte. É sem dúvida muito gratificante sentir todo o apoio que tenho recebido nesta fase, sentir um amor inexplicável e regressar às cabines e ver ainda mais carinho à minha volta! 

Estou de regresso e preparada para espalhar toda esta boa "vibe" contagiante a todos os que me acompanharem!

A vida é feita de ciclos, cabe-nos fazer deles o melhor possível.
 
Publicado em Miss Sheila
Pág. 1 de 13