Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
sexta, 23 outubro 2020 21:31

A Conexão que falta

Faz precisamente meio ano (6 meses) desde que redigi a minha última crónica, infelizmente pouco do que desejamos mudou! Mas desta vez não vou escrever acerca disso, mas sim relatar um pouco e registar a minha opinião sobre o que tem vindo a acontecer.

Enquanto o calor do Verão já lá vai e com ele os bons números que estávamos a registar relativamente ao novo vírus, a vontade de regressar e estar junto do público é cada vez maior, tanto para mim, como para todos os que sentem saudade de uma boa dose de conivência social sem qualquer tipo de restrições.

Durante este tempo tenho vindo a trabalhar no estúdio, onde preparo os meus novos e próximos releases assim como os da minha editora "Digital Waves", ou gravo os meus programas de rádio. Tenho feito também alguns "live streams" com alguns parceiros de forma a manter a proximidade com o meu público e continuar a mostrar toda a música nova que recebo e compro, mas, claro, de uma forma mais responsável a que me sinto obrigada.
 
No dia 15 de Agosto fiz o "Eco Stream", com as redes sociais a transbordar sessões em direto, e a questão dos direitos de autor bloquearem as transmissões. Senti que era momento para fazer uma pausa com estas ações. Reuni a maioria dos meus parceiros a nível mundial (foram mais de 50!) e fiz algo ainda mais especial. Foram duas horas de set, onde preparei um pouco das sonoridades com que mais me identifico de forma apresentar uma viagem musical coerente, transmitida através de um dos meus locais de eleição para relaxar perto de minha casa, o "Parque Ambiental do Buçaquinho". Foi fantástico estar em contacto com a natureza com a minha música e o resultado final foi fantástico.
 

Não existe a conexão, a sinergia, a emoção de estar frente a frente e em perfeita sintonia a cada beat que passa.


Tudo isto é bonito e adoro, mas falta o mais importante, o meu público! E por mais que possam dizer que é alguma coisa, sim é, mas não o sinto da mesma forma. Não existe a conexão, a sinergia, a emoção de estar frente a frente e em perfeita sintonia a cada beat que passa.

E isto leva-me a outra questão. A questão de não ter feito nenhum evento (com as devidas restrições e cuidados claro) desde que a pandemia se instalou. 

Tive a possibilidade de fazer vários eventos, devidamente preparados e atendendo às demais directrizes que já todos sabemos e são desnecessárias de enunciar. Mas decidi não fazer para já. Preciso de sentir o que já referi e acima de tudo reside em mim uma enorme responsabilidade e necessidade em ver esta questão resolvida, o mais breve possível. Só aí fará realmente sentido.
 
Para ir de encontro à essência da questão e na minha opinião apenas, vejo muitas coisas a acontecer, umas bem feitas e com consciência dos riscos e da conjuntura atual, outras nem por isso. E aí reside a questão em jeito de interrogação retórica, "vale a pena?."

Tenho que deixar claro que existem muitos a fazê-lo com cuidado e por necessidade, aí sou totalmente a favor. De resto, acho que algumas prioridades devem ser revistas. Vamos ter muito tempo para festejar e estarmos todos juntos, e vai saber muito bem, mas primeiro tem que haver real consciência do que se passa e agir em conformidade com isso. É imprescindível manter uma mente positiva e continuar com as demais ações de forma a manter a cultura bem viva e a "chama" com o público bem acesa.

Por outro lado a questão do Estado e os apoios às entidades nesta fase são imprescindíveis e não podem de forma alguma ser descorados...  As medidas de apoio (para as salas de espetáculo, clubs, promotores, artistas, staff, todo o sector de animação noturna, etc.) para todo este "mundo" referente à cultura electrónica devem ser urgentemente revistas e executadas de uma forma sólida e permanente. Contamos com muito pouco e é impossível qualquer tipo de instituição resistir a meio ano sem faturação, desta forma, as falências serão inevitáveis e um grave problema sem solução será instalado.

As entidades governamentais têm que assumir uma posição especifica para todas estas actividades de animação, se assumem que não há condições sanitárias para o funcionamento, têm de compensar e assegurar que este sector que tanto contribui para a cultura e turismo não passa por mais dificuldades que as que já tem vindo a suportar.
 
Como refere José Ortega "A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem."
 

Temos muitos bons artistas em Portugal, de fazer inveja ao resto do mundo e refiro isto em todas as vertentes da electrónica. Agora, mais do que nunca, faz sentido dar prioridade ao produto nacional.


Na minha opinião também, a forma como vamos retomar deve ser cuidadosamente pensada e não feita por impulso. Temos oportunidade de mudar algumas coisas que estavam menos bem no nosso sector, foi-nos dada esta oportunidade, não a podemos deitar a perder.

Deixo também a minha sugestão a todos os promotores, proprietários de clubs, etc.. Temos muitos bons artistas em Portugal, de fazer inveja ao resto do mundo e refiro isto em todas as vertentes da electrónica. Agora, mais do que nunca, faz sentido dar prioridade ao produto nacional.

Existe também a possibilidade de mudar a mentalidade da noite ter que começar tão tarde, podemos recuar todos um pouco os horários e fazer as coisas com mais coerência, mas isso exige uma grande sinergia que obviamente depende de todos.

Até breve, numa cabine, bem perto de vocês.
 
Publicado em Miss Sheila
segunda, 06 janeiro 2020 22:30

DJ Residente, o comandante

Pode-se ter um grande artista DJ convidado, mas sem um DJ Residente à altura, a diversão, os consumos de bar e o feedback geral sobre o evento irá ser muito limitado e ficar muito além do que seria expectável.

O DJ Residente é o motor da animação musical do evento.

Em Portugal temos de dar graças pelo grande número de excelentes profissionais que existem de Norte a Sul e Ilhas, apelidados de DJ Residente.

Felizmente que cada vez mais se começa a reconhecer e a valorizar o trabalho do DJ Residente. Infelizmente esse reconhecimento e respeito muitas vezes não surge por parte do artista convidado.

Os artistas convidados têm de se consciencializar: estão a atuar num espaço que não é seu "habitat" usual, mas sim do artista que toca naquele estabelecimento/evento diversas vezes ao longo do ano. É absolutamente normal, portanto, que o residente saiba quais os melhores géneros musicais, o público alvo da noite, o melhor horário para o convidado atuar, etc.

Não é portanto nenhum "rebaixamento" que o artista convidado faça perguntas como: Quais são os géneros musicais usuais do espaço? Qual o horário de atuação preferencial? Até que ponto posso ter a liberdade de tocar completamente o meu estilo musical mais característico? 

Já trabalhamos há vários anos esta questão em todos os artistas da DO HITS Agency, não só por uma questão de respeito, por um ser humano que está ali para nos receber da melhor forma possível, mas também pela busca do sucesso final, não só para o projeto/artista DJ convidado, mas também para o evento em si. 

Na nossa opinião, isto é também fundamental para mostrarmos respeito e apreço pelo cliente (gerente/produtor) que nos está a contratar para darmos um espetáculo no seu estabelecimento/evento. 

O mesmo pedido de respeito também se aplica naturalmente ao DJ Residente. Nunca se pode avaliar um livro pela capa. Tem de se saber dar a oportunidade a todos os convidados de mostrarem o seu valor. Afinal de contas, o artista convidado deverá ter sido contratado por possuir mais valias para o evento e público presente. 

O respeito mútuo irá entregar o serviço desejado a todos: animação, diversão e se possível uma experiência de noite positiva que ficará na memória de cada pessoa presente, valorizando assim não só o evento mas também os artistas envolvidos no mesmo. 
 

João Casaleiro

CEO Agência DO HITS

Publicado em João Casaleiro
sexta, 09 outubro 2020 22:01

Está quase tudo diferente

Muitos de vocês não me conhecem. Faço produção de eventos e é no backstage e longe das câmaras que me sinto bem.

Fiz parte da criação de alguns projetos e conceitos inovadores e do relançamento de muitos outros - (Flash, Bloop, Ribatexas, I Love Baile Funk, Revende of the 90’s, para vos dar alguns exemplos). Neste momento abraço o projeto H Collective, empresa detentora de alguns destes conceitos e entrei recentemente num novo desafio chamado "Lorosae", um Restaurante/Bar de praia na Costa da Caparica.

Nesta altura do ano normalmente estaria envolvido em duas ou três rentrées de espaços noturnos em Lisboa, só que não. Deveria estar a preparar o lançamento da nova Tour Revenge of the 90's, só que não. Estou com tempo para escrever este artigo de opinião durante o mês de Setembro.

Estamos cansados de não poder trabalhar, a tentar reinventar negócios e formas de estar. Estamos com saudades. Passaram 6 meses desde que o nosso mercado parou e dançar juntos de copo na mão já parece uma coisa do passado.

No início parou mesmo, mas em meados de Julho quando alguns espaços, depois de algumas readaptações, começaram a conseguir fazer algum tipo de eventos com lugares sentados e o devido distanciamento, apareceu uma luz de esperança e o pensamento imediato foi: "isto a pouco e pouco vai arrancar". 

Alguns arregaçaram as mangas e conseguiram dar a volta para abrir, outros não tinham nos seus espaços forma de contornar as coisas para estarem legais nas novas regras. Em tempos tão difíceis foi engraçado ver as pessoas a adaptarem-se a estar depois de um copo ou dois sentadas no mesmo sitio a dançar, à frente da cadeira, a irem ao bar e prolongar a conversa com o barman para poderem estar de pé mais um bocadinho a abanar o corpo em modo dança reprimida.

Durante esta fase assisti com tristeza a pessoas exteriores aos negócios, e até mesmo concorrentes, com empenho em fazer denúncias e prejudicar de forma dramática a possível e lenta retoma.

O mercado da noite e eventos está difícil, praticamente parado, e é tempo de dar os braços, estar unidos e arregaçar as mangas. A concorrência é muita, e mais agora que as pessoas que saem de casa para eventos são ainda menos, mas quanto mais unido estiver o mercado maior a força junto das entidades competentes para um aceleramento da retoma. 

Os eventos e a noite como nós os conhecíamos vão voltar. Até lá muita força para todos porque quando voltarmos não vamos ter mãos a medir.
 
Miguel Cruz
Empresário/Produtor de Eventos
Publicado em Miguel Cruz
Todos falavam da iminência de uma nova crise, no final de 2019 era prognóstico que no ano seguinte era certo que uma crise económica nos iria bater à porta. Ninguém ligou, qual 1.º prémio do Euromilhões, que todos pensam que só sai aos outros, a crise veio por forma de uma pandemia que nos confinou todos em casa, que desacelerou a economia a velocidades perto do ralenti, fechou quase todos setores de atividade, foi democrática e ninguém estava preparado.

A noite foi das primeiras a fechar portas, mesmo antes do governo decretar o seu encerramento, já muitos cancelavam eventos e outros fechavam mesmo portas. Foi a primeira a fechar e, apesar dos esforços dos empresários desta indústria, parece estar a ficar para o fim sem data marcada para abrir portas. 

E que noite podemos nós encontrar? Como serão as discotecas e os bares adaptados a esta nova realidade? Tenho pensado muito neste assunto e não se admirem se aquilo que irei agora escrever seja diferente do que já tenha escrito no passado, mas a realidade é que, em virtude das informações e desinformações que tenho recebido, ao longo deste tempo de pandemia, tenho tido um comportamento quase bipolar e muitas vezes prefiro reduzir-me ao silêncio.

A pergunta é simples, é possível, com todas as restrições abrir uma discoteca ou um bar? Sem dúvida, todos os espaços podem abrir e, acima de tudo, têm o direito de abrir, coloquem todas as restrições, imponham as regras, exequíveis claro, mas permitam que cada empresário tome a decisão de abrir ou não, se pode e tem condições para abrir ou não, porque os seus clientes, os utentes da noite também têm o direito de escolher se vão ou não comparecer na noite. 

A palavra de ordem é "bom-senso", por parte de todos, os empresários e os utentes. Porque a realidade é esta: ou nos portamos bem ou, à imagem do ocorrido da Febre Espanhola, uma segunda vaga será catastrófico, por isso "juizinho". 

Tudo é possível, com peso e medida. Todos de máscara na noite? Será possível projetar uma noite onde todos estarão de máscara? Com certeza, até digo mais, pode ser muito divertido, com a certeza que a pista de dança saberá bem melhor. Covid-vos a dançar... Boa noite!
 
Zé Gouveia
Publicado em Zé Gouveia
quarta, 25 novembro 2020 09:06

Uma (CO)vida difícil de compreender...

É realmente muito complicado compreender e aceitar o momento pelo qual estamos a passar. Nove meses de indefinição em relação a tudo o que tenha a ver com as nossas vidas, pessoais e profissionais, nove meses subjugados a uma indiferença quase criminosa da parte de quem nos governa e um desprezo absolutamente insultuoso, no mínimo, por um sector que tanto deu ao nosso País. Como eu próprio, vejo colegas em grandes dificuldades, estabelecimentos a fechar, empresários desesperados por soluções que não chegam, a noite a ser cada vez mais uma lembrança que se desvanece num mar de memórias que parecem cada vez mais nubladas. É triste tomares consciência que após anos a tentar dar o melhor de ti ao teu País, incondicionalmente, quando pela primeira vez realmente precisas dele te apercebes que apenas serves para dar, mais nada. Quando num universo de 100%, tens conhecimento que apenas 2% das infeções deste maldito Vírus são em contexto nocturno, e mês após mês apenas vais tendo conhecimento que as medidas mais apertadas são continuamente para a Restauração, começas realmente a pensar que algo se move contra tudo aquilo pelo qual acreditaste e deste a tua vida durante anos a fio, suportando as cargas fiscais absurdas, condições de emprego absolutamente deploráveis, noites mal dormidas, viagens incontáveis, vida pessoal inexistente, enfim, tudo aquilo que fez com que Portugal seja cotado como um dos melhores destinos turísticos do mundo. DJs, músicos, bartenders, chefs de cozinha, actores, artistas dos mais variadas artes e muitos mais, todos nós sempre levámos o nosso País no coração para todo o lado, quer fosse para o bar do amigo ou para o melhor festival do Mundo. Somos pequeninos mas somos muito lutadores, um país de guerreiros, infelizmente comandados por um bando de cobardes.
 

Será que tinha custado muito pelo menos ter dado uma palavra de conforto, no meio destes nove meses que se passaram, a profissionais que tanto se sacrificaram por esta pandemia e que de quinze em quinze dias ficavam a olhar para a televisão apenas para ver se as palavras "bar" ou "discoteca" saíam da boca de um Primeiro-Ministro arrogante que se recusava quase sadicamente a mencionar estas duas palavras, de um momento para o outro tão mal vistas no nosso país?


Não percebo o sentido de ter a noite fechada antes mesmo de começar, não percebo o sentido de decretar um fim-de-semana de confinamento geral mas só após as 13h, não percebo o porquê de não nos deixarem trabalhar quando somos o sector que mais cuidados tem com a desinfecção de espaços, apenas provavelmente ultrapassados pelos Hospitais. Será que tinha custado muito pelo menos ter dado uma palavra de conforto, no meio destes nove meses que se passaram, a profissionais que tanto se sacrificaram por esta pandemia e que de quinze em quinze dias ficavam a olhar para a televisão apenas para ver se as palavras "bar" ou "discoteca" saíam da boca de um Primeiro-Ministro arrogante que se recusava quase sadicamente a mencionar estas duas palavras, de um momento para o outro tão mal vistas no nosso país? E como ficaram as milhares de pessoas que, de um momento para o outro, viram um País virar-lhes as costas como se fosse deles a culpa de uma situação da qual muito provavelmente são os menos culpados? Será bastante pertinente relembrar a quem tem a memória curta que o sector nocturno foi o primeiro a fechar no início desta Pandemia, e por iniciativa própria, convém não esquecer. Corta-me o coração que sejamos tratados como criminosos apenas porque queremos trabalhar mais uns minutos, apenas porque quem teve o poder de determinar como nos é permitido levar as nossas vidas acha que de um minuto para o outro, as coisas podem correr mal. A grande diferença é que para nós, um minuto a mais é mais uma possibilidade de conseguirmos sobreviver, sim, porque é a isso que se resume tudo isto, sobrevivência. 

Que culpa temos nós que a esta Pandemia se junte uma guerra económica, social e absolutamente monopolizadora daquilo que são os nossos direitos fundamentais, que nos foram tirados sem qualquer tipo de explicação lógica? Que fique claro que eu, como todos os meus colegas, temos consciência que esta é uma guerra, é realmente perigosa e que tem que ser ganha por todos, mas terão que ser sempre os mesmos a serem lançados para a linha da frente? Que culpa temos nós que não haja controle nos transportes públicos ou que os lares tenham uma incidência de infecção assustadora? Que culpa temos dos ajuntamentos ilegais que tantas manchetes fizeram neste Verão? Que culpa temos nós da falta de pulso e coragem para evitar situações como festivais ou comícios políticos absurdos numa altura destas, comemorações religiosas, avistamentos de ondas, ou corridas de carros apenas porque não é conveniente politicamente? E como ficamos agora, já que não têm a quem culpar pelo aumento dos números, será que haverá uma ínfima possibilidade de tudo isto ter sido mal gerido e que a culpa possa ser também vossa, vocês que nunca se enganam? É que no meio de tudo isto que se passou neste últimos nove meses continuamos nós, seres humanos que apenas querem trabalhar, seja em que circunstâncias forem, para que possamos ter condições para viver, podermos alimentar as nossas famílias, os nossos filhos, termos uma vida minimamente digna.
 

Fiscalizem, sejam duros, confinem, façam o que for preciso para travar este vírus, mas façam-no de igual modo para todos, desde o cidadão que vai passear o periquito como desculpa para sair à rua, ao político que pensa que está acima da lei e organiza comícios ridículos e sem sentido apenas porque lhe é permitido.


Fiscalizem, sejam duros, confinem, façam o que for preciso para travar este vírus, mas façam-no de igual modo para todos, desde o cidadão que vai passear o periquito como desculpa para sair à rua, ao político que pensa que está acima da lei e organiza comícios ridículos e sem sentido apenas porque lhe é permitido. Não estejam sempre a castigar aquele que já está no chão, pisado e quase sem capacidade para respirar. Não deixa de ser irónico, um sector que vivia de proporcionar diversão a todos, seja o que menos vontade tem de sorrir actualmente, mas a vida é feita de injustiças, a isso estamos habituados. Ao que não estamos habituados é a sermos ostracizados e discriminados de uma maneira inaceitável e inexplicável. Pensava que já tínhamos passado essa fase há uns bons anos atrás. Só queremos trabalhar, dentro dos moldes que forem seguros para nós e para os nossos clientes, estamos dispostos a tudo, como aliás temos feito no pouco tempo que nos é permitido fazê-lo. Digam-nos, por favor, um sector que tenha investido tanto na segurança, que seja tão profissional na abordagem à pandemia e a todos os cuidados que se devem ter com o seu controle. Preocuparem-se com os cafés, pastelarias e outros é obviamente de louvar, manter-nos fechados e fazerem-nos passar pela humilhação de apenas podermos trabalhar se alterarmos um CAE soa a escárnio. Somos profissionais qualificados, dos melhores do mundo, ganhamos prémios internacionais, e até disfarçados temos que estar para podermos trabalhar? Assim já não faz mal?

Que País é este que despreza o que de tão bom tem apenas porque não tem a quem culpar relativamente a uma situação da qual ninguém tem culpa? Estamos aqui, queremos trabalhar, a horas decentes para o nosso sector, estamos dispostos a tudo, olhem para nós e digam-nos como querem que o façamos mas não deixem a Indústria Nocturna morrer, porque se continuar assim é o que vai acontecer. 

À hora que escrevo esta crónica preparo-me para viajar mais de 200 quilómetros, não para trabalhar, como tantas vezes fiz, mas para me ir juntar aos meus colegas para juntos lutarmos pelos nossos direitos, algo que pensava que nunca mais iríamos ter que fazer após o 25 Abril. Apesar de tudo irei com todo o gosto e mais forte que nunca, porque apesar de tudo, tal como esses mesmos colegas, sou Português, daqueles a sério, que lutam, trabalham e olham uns pelos outros porque isso nunca ninguém nos vai tirar, até porque enquanto não nos derem ouvidos, estaremos aqui para vos dar luta.
 
Carlos Vargas
Publicado em Carlos Vargas
Chamo-me Herick Pinto, conhecido como "Baruke", tenho 23 anos, sou DJ profissional há 1 ano, fui formado na Academia Internacional de Musica Eletróncia (AIMEC) e contarei aqui um pouco sobre os sonhos e dificuldades que um jovem DJ encontra no início da carreira.

Desde que me entendo por gente que amo a música e tinha o sonho de seguir esse ramo de trabalho, poder expressar os meus sentimentos, transmitir para o público o que estava a sentir e fazer com que eles também vibrassem e entendessem a história que a minha música estava a contar.

Acredito que como um jovem DJ, não só eu, mas, como todos vocês que estão a iniciar a carreira, posso dizer que partilhamos o mesmo sonho: atuar em grandes palcos, participar nos festivais que fomos como público, mas agora como DJs, sermos reconhecidos, dividir o palco com os nossos ídolos, etc.; Só que muitos não imaginam as dificuldades que existem por trás disso e sonhar é realmente muito bom, mas acho que devemos também tentar perceber e contornar as dificuldades que vão aparecer ao longo do caminho. 

Vou tentar elucidar-vos um pouco sobre algumas dificuldades que podem encontrar ao longo do vosso percurso. Claro que é a minha experiência e acho que todos os jovens iniciantes na carreira também o vão passar ou já passaram por isso.

Em primeiro lugar acredito que uma das maiores dificuldades que encontrei foi arranjar gigs onde pudesse atuar, mostrar o meu talento e o meu som, porque ainda não nos conhecem, não somos ninguém aos olhos dos contratantes, não conhecem o nosso trabalho. Então ficam receosos de contratarem, como dizem "o desconhecido assusta". Quando contratam restringem a música que podemos passar, ou seja, só tocamos as músicas que eles querem e mais nada e isso realmente é muito frustrante, pois todos queremos tocar o nosso estilo, mas, acima de tudo acho que temos que parar e pensar que ser DJ também é um negócio e temos que saber aproveitar as oportunidades que nos são dadas, contruir o nosso curriculum, obter experiência em diversos tipo de sítios, seja em esplanadas, bares, discotecas, concertos, etc... tudo isso conta. 

Sem falar na parte em que muitos de nós trabalhamos, pois ainda não podemos viver da música e temos que garantir o nosso sustento e ter também para investir na nossa carreira. Se não podes investir 100% do teu tempo na música a treinar e procurar por gigs, investe 80 ou 70%, mesmo que seja só aquelas poucas horas do dia, faz algo, pois se ficarmos parados à espera que os contratantes venham ate nós e que nossos trabalhos cheguem sozinhos às mãos deles: não vão chegar, é assim que funciona. Por isso, invistam sempre que possam, é essa a minha dica.

Acredito que com foco no que realmente queremos, conseguimos atingir os objetivos que desejamos na nossa carreira. Eu por exemplo já atuei no "Ministerium Club" um espaço que eu só conhecia como visitante e sempre me imaginei a tocar ali, no Palco LG do Meo Sudoeste também tive a oportunidade de fazer o público vibrar e realmente foram experiências incríveis. Por isso, se realmente é o que tu desejas fazer tenho 3 palavras para ti: Foco, Força e Inspiração!
 
Publicado em Baruke
terça, 16 abril 2019 19:39

DJs vs Produtores Musicais

A indústria da música é um mistério para todos os que estão de fora. As portas para entrar são muitas, mas pouco nítidas. Existem vários caminhos a percorrer, mas estão todos intercalados. 

Na música eletrónica um dos primeiros dilemas é por onde começar. Vou ser DJ ou vou ser Produtor Musical? Queremos ser os dois, mas será que essa é a solução para todos?

Um DJ não tem de ser um Produtor e vice-versa, cada um tem um papel dentro da indústria e o caminho a percorrer está diretamente relacionado com o objectivo de cada um.

O DJ é um entertainer, um intérprete das músicas que toca. Os seus talentos passam pela selecção da música, pela presença de palco e pela capacidade de ler a multidão que tem à sua frente. O seu grande desafio é pôr até a pessoa mais tímida, no fundo da plateia, a dançar. Não é um trabalho fácil. Cada espectáculo exige preparação, capacidade de interpretação e uma energia equivalente àquela recebida pelas dezenas, centenas ou milhares de pessoas que têm à frente.

O produtor não precisa de ser um entertainer. O processo de criação de áudio requer outro tipo de competências. É um processo igualmente criativo, mas mais longo e mais solitário. Precisa de existir uma capacidade de apreciar e absorver vários estilos de música e, mesmo assim, criar algo completamente diferente. 

Embora seja comum no meio associar imediatamente o DJing e a Produção Musical à música eletrónica, ambos os profissionais têm um leque de competências que vão muito além deste universo. Um apaixonado pela música eletrónica tem dúvidas por onde começar, porque as vê como complementos, imagina-se como um DJ de festas e festivais que pretende produzir as próprias músicas. 

No entanto, num contexto de formação, é importante que no início do seu percurso sejam guiados, mostrando-lhes as diversas carreiras que podem percorrer, e que cada caminho é infinitamente mais abrangente do que o preconceito inicial. Como em qualquer área de formação e desenvolvimento, é necessário entender que o futuro é incerto e que uma formação sólida numa dada área pode resultar numa carreira promissora por caminhos não previstos. É nestes caminhos alternativos que as duas áreas se separam e cada um deve analisar qual a opção que reúne competências que o possam levar a trajetos profissionais mais promissores e nos quais se sentirá mais realizado.

Ainda que um DJ possa estar mais associado à música eletrónica, a festas, clubes ou festivais, e que esse seja o grande sonho de um jovem aluno, o futuro pode reservar-lhe a uma carreira de sucesso na rádio, relegando as festas para complemento esporádico ou apenas hobby. Neste caso, as competências de Produção Musical serão pouco mais do que um saber que não ocupa lugar ou mais uma ocupação de tempos livres.
 
Por outro lado, um produtor musical, poderá escolher ao longo do seu percurso dedicar-se à produção de música para outros, sejam eles DJs ou bandas, etc. O conhecimento técnico e criatividade de um produtor musical pode levá-lo até carreiras ainda mais distantes da sua ideia inicial, fazendo carreira na televisão, cinema, rádio ou até no desenvolvimento de músicas para a indústria dos videojogos. Tudo o que precisa de acompanhamento de música precisa das competências de um produtor musical. 
 
Se já andas com o "bichinho" da música, seja eletrónica ou não, começa por pensar em que contexto é que gostarias de te inserir. Alarga o leque de opções e entende que decisão te pode abrir mais portas com que te identifiques. Esse primeiro passo vai-te ajudar a aproveitar ao máximo o tempo de aprendizagem. 

Se o teu objectivo é entreter uma multidão, então vais querer ser DJ.
Se gostavas de fazer a banda sonora de um filme, vais querer ser produtor musical. 
Se gostavas de fazer criar efeitos sonoros para um jogo de playstation, vais querer ser produtor.
Se gostavas de passar música na rádio, então, se calhar, queres mesmo ser DJ.
E os exemplos continuam.

A verdade é que não estás limitado a um ou outro, podes ser os dois, podes não querer perder a oportunidade de tocar o teu próprio som. As opções são infinitas e nós não podemos escolher por ti. Esperemos que isto tenha ajudado, pelo menos a definir prioridades e a alinhar objectivos.
 
AIMEC
Academia Internacional de Música Eletrónica
Publicado em AIMEC
sexta, 09 fevereiro 2018 21:24

Recap da música electrónica

Um novo ano começou e aceitei, mais uma vez, o convite da 100% DJ para deixar alguns artigos de opinião para os leitores/utilizadores deste portal que tem prestado um serviço de informação isento e de qualidade sobre a indústria da música electrónica em Portugal. 

Não tenho a presunção de achar que sou um conhecedor profundo ou um "visionário" do que se irá passar no futuro mas lanço o desafio a quem não leu artigos de opinião anteriores e publicados neste portal para que percebam um pouco que há sinais que surgem e que quem trabalha neste meio consegue sentir e prever mudanças e que na altura foram alvo de imensas críticas. 

Tive o privilégio de assistir ao início do aparecimento da música electrónica em Portugal e aos primeiros DJs que ousaram agarrar nos "martelinhos" e fazer uma carreira. Sinto a tristeza inerente de ter visto muitos deles desaparecer devido ao aparecimento das novas tecnologias, ao "facilitismo" da produção musical onde tudo passou a ser "informatizado" e as "máquinas" foram metidas para um canto e onde um PC, um teclado e uns programas informáticos bastam para que saia uma obra musical. 

Na ultima década assistimos a uma autêntica "epidemia" de novos DJs e produtores musicais que julgaram que tinham encontrado o "El Dorado" na música electrónica. 

Deixo uma pergunta: 
- Onde estão 80% desses DJs que apareceram do nada e desapareceram mais rápido do que surgiram?

Poucos, muito poucos, são os DJs que surgiram nos últimos cinco anos e que continuam no mercado. Apenas permaneceram aqueles que souberam adaptar-se às mudanças (leiam os artigos anteriores que mencionei) e outros que souberam profissionalizar-se. Continuamos a ter os "velhinhos" e aqueles que fizeram uma carreira (mais de 10 anos no mercado) como referência e a manterem a indústria em movimento por um único motivo... quiseram uma carreira e deram atenção ao mais importante - A Música. 

A música electrónica (seja qual for o estilo) não é diferente de outro tipo de música qualquer. Tivemos o "boom" da Kizomba e assistimos à sua queda. Temos agora o Hip Hop em alta  e que está a cometer o mesmo erro que a Kizomba. Tenho a certeza que daqui a uns anos vamos todos olhar para trás e só conseguimos lembrar-nos de meia dúzia de nomes que marcaram estes estilos e que vão continuar no mercado no futuro. Façam esse exercício para a Kizomba e vejam se conseguem dizer 10 nomes de artistas portugueses ou que estivessem no mercado português, quando foram mais de uma centena que percorreram palcos e clubes deste país. 

A música electrónica sofreu (está a sofrer) o mesmo "problema". Está a haver a triagem natural do mercado. Quer pela qualidade, quer pela "oferta vs procura". 

Olhem para esta indústria como um negócio, para vocês como um produto e para música como arte. Só assim poderão ter sucesso. Querer vender arte (leia-se múisica) sem a divulgar, dificilmente haverá quem a queira comprar. Tenham um produto (leia-se DJ + Música) que seja apetecível ser adquirido e para isso é preciso olhar para a indústria como um negócio. 
Se não pensares desta forma ou quiseres apenas ser "um artista", lembra-te que os maiores artistas só tiveram reconhecimento depois de falecerem... 
A escolha é tua...
 

Ricardo Silva
DWM Management
Publicado em Ricardo Silva
sexta, 11 outubro 2019 22:20

O lado B do Hiphop

Hoje em dia quando falamos de Hiphop, de uma maneira geral, referimo-nos ao género musical composto pelo DJ/produtor e o MC (Mestre de Cerimónia), ou cantor. Mas se voltarmos ao início, ao nascimento deste estilo musical, a realidade é que não estamos a falar de Hiphop, mas sim de RAP (Rhythm and Poetry ou Ritmo e Poesia). 
Quando se fala em Hiphop nos seus primórdios, em meados dos anos 80, estamos a falar de todos os elementos que compõem uma cultura. Ou seja, a maneira especifica de vestir, a maneira de comunicar, as diferentes formas de expressão artística, tais como o Graffiti e o "Writing", o Breakdancing (B-boys e B-girls) e também o DJ e MC.

Ou seja, quando falamos do Hiphop, na sua forma mais genuína, estamos a falar de uma forma de viver a vida. E não apenas de um estilo musical. 

Com o passar do tempo, o RAP foi ganhando terreno no seu percurso, chegando a atingir um patamar mais "mainstream" e mais aceite pelo público em geral. Por consequência, indirecta ou não, o RAP acabou por influenciar diversos estilos musicais, principalmente a música POP que ouvimos hoje. Daí ouvirmos falar em Hiphop como género musical, quando na realidade a definição "correcta" será RAP. No entanto, continua a ser um tema bastante debatido, e algo controverso, porque não deixa de ser um estilo que abrange inúmeras influências musicais e culturas diferentes.

Como DJ à 18 anos, gostava de transmitir uma mensagem a todos os iniciantes a esta arte de Djing: Este estilo musical é o mais difícil de se tocar, e o mais difícil de começar a treinar, mas também é dos mais ilimitados, porque quem sabe tocar Hiphop, sabe tocar tudo.

A dificuldade de dominar este estilo dá-se a diversos factores, sendo um deles a grande presença vocal em cada faixa. Obviamente, quando estamos a misturar duas músicas, não queremos duas vozes a atropelarem-se uma à outra, criando uma confusão vocal tal que até os menos entendidos na matéria se apercebem que algo de muito errado está acontecer na pista de dança.
Logo aí temos um grande obstáculo para ultrapassar visto que, ao contrário da música eletrónica, não temos versões com introduções mais longas ou "amigas" do DJ que nos facilitam bastante as misturas. No Hiphop temos de usar outras maneiras de introduzir as músicas, fazendo-as soar o melhor possível e sem atropelamentos. 
 
Este estilo musical é o mais difícil de se tocar, e o mais difícil de começar a treinar, mas também é dos mais ilimitados, porque quem sabe tocar Hiphop, sabe tocar tudo.

Este é um dos factores que torna este género de música tão desafiante. Exige mais horas de treino e muito mais "trabalho de casa", obrigando o DJ a tornar-se num profissional com muito mais "bagagem", conhecimento e experiência. Com todo este trabalho, depois de horas infindáveis de treinos intensivos, não há nada melhor do que pôr tudo isto em prática e usar todos os conhecimentos adquiridos para rebentar as pistas em nome próprio. 


No entanto, existe uma vertente igualmente gratificante, e muito importante, que é pouco falada na indústria: acompanhar artistas nas suas digressões. No hiphop (ou no RAP), os DJs são um elemento essencial, e geralmente ignorado, para o sucesso do estilo musical. 

Isto pode acontecer de diversas maneiras, o DJ tanto pode fazer parte da banda do cantor, como pode adicionar arranjos musicais únicos, acrescentar as suas competências de Turntablism/Scratch ou mesmo pisar o palco ao lado do artista e acompanhá-lo, disparando as suas "backing tracks", substituindo uma banda. 

Esta vertente do Djing apesar de pouco falada, eleva o papel da profissão e mostra a sua versatilidade, pois existem inúmeras vantagens em partilhar um palco com um DJ. Uma delas, e uma das mais importantes para mim, é a possibilidade de fazer um curto DJ set para aquecer o público antes do artista entrar em palco.

E claro, quanto melhor e mais bem preparado estiver o DJ para entrar em palcos, que podem parecer enormes quando se entra sozinho, e causar o impacto necessário para fazer a diferença no espectáculo, melhor a probabilidade de o público estar mais receptivo  a receber calorosamente o artista, o que vai fazer toda a diferença no show. 

Podem não dar valor a um que DJ que não faz mais nada para além de disparar músicas do cantor X e há até quem pense que qualquer pessoa sem conhecimento de Djing o consegue fazer, mas eu não gosto de menosprezar essa vertente. A verdade é que quanto melhor e mais experiente é o DJ que assume esse papel, mais facilmente se minimiza a probabilidade de falhas, técnicas ou não, que por vezes estão fora do controlo do artista, e de toda a sua equipa. Mesmo que passem despercebidas e sejam identificadas e ajustadas rapidamente pelo DJ, antes do público se aperceber da situação. 
 
A verdade é que quanto melhor e mais experiente é o DJ que assume esse papel, mais facilmente se minimiza a probabilidade de falhas, técnicas ou não, que por vezes estão fora do controlo do artista, e de toda a sua equipa.

Outro factor que gosto de referenciar é a cumplicidade na comunicação entre o artista e o DJ. Esta ligação é muito importante para que o espectáculo corra bem e sem falhas, e que se vai adquirindo com tempo e experiência. Por exemplo, se um cantor quiser alterar alguma faixa no alinhamento, se necessitar de uma entrada ou saída mais rápida, ou de uma música fora do alinhamento, muitas vezes nem necessita de falar com o DJ, ele apercebe-se da situação e faz acontecer o mais breve possível. Isto só acontece se tivermos alguém a preencher correctamente esse papel em cima do palco. 


Por fim, o último factor que considero muito importante referir, é a capacidade técnica do DJ como músico, ou seja, a capacidade de adicionar elementos e arranjos musicais orgânicos de forma a colorir e melhorar o espectáculo do artista. Isto pode surgir através das suas capacidades de Scratch/Turntablism, ou também, pela sua formação e estudos de música, adicionando instrumentos ou efeitos que complementam as faixas originais. 

Outra mais valia que merece ser referida, é a sua capacidade vocal. Esta ferramenta é das mais importantes, pois o facto de conseguir estar "à vontade" para comunicar e entusiasmar o público, ou mesmo para cantar, e duplicar as vozes do cantor (backvocals) é uma técnica que pode causar mais impacto do que o vosso melhor "disco". 

Ao longo da história do Djing podemos encontrar inúmeros exemplos de DJs que não só faziam parte de bandas, como em algumas delas eram consideradas o elemento principal. 
Temos o exemplo do pioneiro DJ GrandMixer DXT, que fazia parte da banda do gigante do Jazz / Funk, o Herbie Hancock, como temos bandas internacionais e nacionais de diversos estilos de música com DJs na sua formação, como: Sublime, Incubus, Limp Bizkit, Slipknot, Linkin Park, Beastie Boys, Portishead, Keys n Krates, Da Weasel, Buraka Som Sistema, Boss A.C., Supa Squad, entre outras.
 
DJ Nokin / Professor do Curso de DJ da AIMEC Portugal 
Publicado em Nokin
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