Como se costuma dizer: é de pequenino que se torce o pepino. Foi desde pequeno um curioso com a fotografia e acabou por, mais tarde, aprender a mexer numa máquina sozinho e com a ajuda de amigos. The Comet, como é conhecido no meio, já fotografou vários artistas de música eletrónica como o Spaceman, Hardwell. O Portal 100% DJ esteve à conversa com o fotógrafo, sobre a sua carreira.
Começando pelo início, conta-nos como começou a tua incursão no mundo da fotografia ligada à música eletrónica?
Tudo começou pelo gosto pela fotografia desde pequeno. Sempre gostei de tirar fotos e de mexer nas máquinas. No ano de 2015 comprei a minha primeira máquina fotográfica. Saia à rua de ia aprendendo pela tentativa erro até que um dia comecei a publicar as fotos e tive uma pessoa que em brincadeira disse que me dava umas aulas. Eu pensei: “Porque não?!”. Afinal estávamos a falar de Hugo Pereira, conhecido como Krash, para mim o melhor fotógrafo de música eletrónica em Portugal. Visto sermos da mesma cidade, um dia combinámos e ele ensinou-me umas coisas, o básico dos básicos e a melhor dica que podia ter tido foi: “Sai à rua e dispara”. Já éramos amigos de outros tempos, mas por causa da fotografia começou-se a desenvolver uma grande amizade. O Krash começou a levar-me a concertos e a emprestar-me material dele para eu ir aprendendo. O primeiro passo foi um concerto de Hills Have Eyes no Hard Club no Porto. Depois disto, a minha primeira ligação realmente forte à música eletrónica foi quando fotografei Ninja Kore na Semana Académica de Viseu em 2016. Foi a primeira vez que fotografei uma atuação do início ao fim, com o meu próprio material apenas, e contei com o apoio de outro dos que é para mim um grande fotógrafo ligado à música eletrónica: Miguel Machado, conhecido como Mike The Axe. Todo este gosto pela música eletrónica, por festivais, artistas e momentos, foi me passado por estes dois senhores, que foram e ainda são para mim, sem dúvida, grandes professores na arte de fotografar. Mas se tiver de dizer quem me trouxe para este mundo foi sem dúvida o Krash. Foi quem me passou o gosto por este ambiente, quem sempre me apoiou e apostou em mim como pessoa e fotógrafo desde o início.
Que festivais e artistas já fotografaste?
A nível internacional de festivais, apenas fotografei no Festival Village, mas está certamente nos meus objetivos para um futuro próximo ir a festivais internacionais. Já em território nacional, no último ano e meio já conto com festivais como a EDP Beach Party, RFM SOMNII, Leiria Dancefloor, Melhores Do Ano, TOP FM, Festival do Secundário e mais alguns. Já fotografei artistas como Jay Hardway (o meu primeiro artista internacional), Kura, Tom Swoon, Julian Jordan, Juicy M, Club Banditz, Yves V, KEVU, HeadHunterz, NERVO, Armin Van Buuren, Timmy Trumpet, BlasterJaxx, Kryder, Hardwell, Tantrum Desire, Ninja Kore, Francisco Cunha, ChristianF, Laidback Luke e a lista continua... Todos estes trabalhos foram realizados a pedido de artistas ou através de publicações.
Existe alguma história caricata que tenha acontecido durante um dos teus trabalhos e que queiras partilhar?
A história é muito breve, mas até hoje nada como durante uma atuação em que estou a fotografar um colega artista e este se lembra de pegar na escova de dentes e fazer a sua higiene oral a meio da atuação.
Qual ou quais os artistas que mais gostaste de fotografar?
É muito difícil escolher. Até hoje nunca desgostei de fotografar nenhum artista ou festival, porque quando estamos a fotografar não é apenas o artista, mas toda a produção, ambiente, espírito e público envolvente num espetáculo. Tudo o que está por detrás de uma foto é um universo de pequenos detalhes, desde aquilo que o fotógrafo controla àquilo que é completamente imprevisível e fora do controlo do mesmo. No entanto se tiver mesmo de escolher, até hoje os artistas que mais gostei de fotografar foram os Ninja Kore, Kura e Blasterjaxx, não só por serem grandes artistas, mas por toda a energia, boa disposição e atitude quem os mesmos têm em palco e fora dele.
Que material fotográfico aconselhas para uma pessoa que queira seguir os teus passos? E algumas dicas?
Para qualquer um que queira entrar neste mundo, o primeiro passo é a primeira máquina (ou até mesmo um smartphone), desde que tenha algo com que fotografar. Tudo começa por ai e paixão e gosto pela fotografia é outra das primeiras coisas a ter. Claro que nem sempre qualquer máquina serve para o propósito, mas sem saber o que fazer nenhuma máquina serve, ou seja, tentativa erro é a melhor maneira de aprender. Com o budget que tiverem optem por aquilo que mais chamar à atenção, e a partir daí, se realmente tiverem dispostos a investir e queiram seguir para um próximo nível vejam as melhores opções conforme o que procuram fazer.
Que eventos e artistas gostavas de fotografar?
Não há nenhum evento nem nenhum artista que não gostasse de fotografar, no entanto, festivais como Defqon1, Tomorowland, Ultra Music Festival, Amsterdam Music Festival, Festival Forte e Boom Festival são os que mais gostaria de fotografar num futuro breve. Já artistas, também não há nenhum que não gostasse de fotografar, mas alguns como Brennan Hear, Zedd, Marshmello, Martin Garrix, The Chainsmokers, Afrojack e Steve Aoki são dos que mais curiosidade tenho de fotografar.
Na edição de imagens, a criatividade é da tua autoria ou tens instruções do cliente para o qual estás a trabalhar?
A edição de imagem é toda da minha autoria. Quando sou chamado é pelo meu trabalho e não por algo que não me demonstro a ter ou fazer. No entanto, não posso dizer que é criatividade 100% minha, visto que desde o início aprendi muito a trabalhar e a observar com o Krash. Tenho muito por base aquilo que me foi transmitido pelo meu “mestre”.
Já tiveste algum trabalho mais difícil de realizar?
Sim sem dúvida que já, não sei precisar qual, mas acho que todos acabam sempre por ter o seu grau de dificuldade, seja pela falta daquela lente que até dava jeito, ou por vezes pela falta de luz que muita das vezes fazia falta em alguns casos.
Tens alguma fotografia favorita?
Não posso dizer que tenho uma foto favorita, tenho várias, desde a mais recente no Festival Village 2018 na atuação de Vini Vici, a uma outra na atuação de Kura no RFM SOMNII de 2017.
Durante uma atuação de um DJ, em média, quantas fotografias captas?
Para um artista tiro muitas fotos. Tenho sempre receio de falhar algum momento ou que a foto não esteja suficientemente boa, então estico sempre um bocadinho no número de fotos que tiro. Ando em média por volta das mil fotos.