O DJ e produtor português Christian F, um dos artistas de música eletrónica em ascensão a nível nacional, partilhou a sua experiência e alguns conselhos sobre perda de audição, na sua página oficial de Facebook.
“Vão fazer três anos (em outubro) que apanhei o maior susto da minha vida! Após duas atuações num fim de semana, regressava para casa sem qualquer problema e a meio da viagem surgiu-me um apito intenso no ouvido direito. (...) Quando cheguei a casa o apito estava mais intenso e estava acompanhado de uma turbulência estranha. Essa mistura de ruídos aumentava quando forçava a audição para ouvir qualquer coisa”, sintomas que Christian F sentiu antes de ir ao hospital.
Depois de algumas horas de descanso, acompanhadas de uma grande preocupação, foi a uma consulta de urgência de otorrinolaringologia. O médico afirmou que podia ser algo normal, mas não era. “Após uma análise mais profunda”, o profissional de saúde disse-lhe que tinha “de deixar imediatamente a sua profissão, se não quiser perder também o outro ouvido”. Foi a pior notícia que o produtor português poderia ter ouvido naquele momento. “Chorei, gritei, entrei em pânico, perdi a vontade de viver. (...) Já não vale a pena, vou ter de desistir”, confessou Christian F, após as palavras do médico.
Ainda “completamente destroçado”, Christian voltou ao consultório e foi questionado sobre há quanto tempo tinha aqueles sintomas. Afinal, como o problema tinha acontecido há pouco tempo, o médico acalmou o DJ referindo que “podia haver uma luz ao fundo do túnel”.
“Era uma surdez súbita e que tinha no máximo cinco dias para poder resolver o problema com uma medicação forte (cortisona e outros químicos)”, revelou Christian F no Facebook. “Voltei para casa, fiz a medicação, rezei e tentei dormir”.
Após esse dia de preocupação, voltou ao hospital e o médico informou-o que “provavelmente o problema iria desaparecer”. Foi entretanto obrigado “a comprar uns tampões especiais feitos à medida com redução de decibéis para usar sempre que fosse expor” os seus ouvidos a ruídos fortes. “Não posso dizer que foi fácil habituar-me a trabalhar nestas condições, pois o som fica bem mais reduzido, mas com persistência posso afirmar que hoje não me faz qualquer diferença!, destacou o DJ e produtor alentejano para os seus seguidores.
Christian F deixou ainda um conselho aos seus colegas de profissão: “(...) todos os artistas e profissionais da área utilizem proteção nos ouvidos (consultem por exemplo gaes.pt) e mesmo o próprio público também se devia preocupar (existem tampões mais baratos para utilizarem em espetáculos, discotecas, etc) pois o ruído em excesso pode desencadear problemas semelhantes a estes ou outros bem mais graves”.
“Lembrem-se que os nossos avós não iam a discotecas ou a locais com música alta e devido à idade estão quase surdos! Por isso imaginem as gerações seguintes que expõem os seus ouvidos constantemente a ruídos fortes”, concluiu o autor de “Trampoline”.
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