Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
A chegada do novo milénio foi uma porta que se abriu para o DJ e produtor Carlos Manaça – um dos artistas de música eletrónica mais conhecido e respeitado, tanto a nível nacional como internacional, sempre fiel aos géneros underground. A sua carreira começou em 1986, altura em que a música de dança se começava a ouvir em Portugal. Reinava a house music, o tech house e o techno, géneros direcionados a pequenos nichos que os consideravam underground, apesar de também se ouvirem músicas pop, rock e reggae. As pen’s eram um futuro distante, era o vinil que reinava.
 
Depois de viajar um pouco por todo o mundo na companhia da sua música e de ser o DJ residente de clubs como Pirâmide (Marco de Canaveses), Dezassete (Paços de Ferreira), Cais 447 (Porto), Rock’s (Vila Nova de Gaia), Swing (Porto), entre outros, Carlos Manaça cumpre mais um objetivo: a criação de uma editora.
 
Fundada como Magna Recordings, a editora surgiu “numa altura em que no nosso país só existiam duas editoras de música de dança: a Kaos Records e a Squeeza Records”, de A. Paul. Os primeiros temas editados na agora nova editora realizaram-se “entre 2000 e 2003” e foram “Feel The Drums”, do próprio Carlos Manaça, “Spiritual Battery” de Paul Jays e “The First Tribal Feeling” de Peter Tha Zouk e Bruno Marciano. Sim, com o passar do tempo, Pete Tha Zouk deixou cair o ‘r’ do seu nome artístico.
 
As primeiras edições foram um êxito e “a Magna Recordings foi vista como uma label de música mais tribal”, confessa Carlos Manaça, em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, na comemoração dos 15 anos da editora. Esse estilo, no ano 2000, “estava a começar a ter sucesso a nível internacional” e a editora ficou conhecida por esse “rótulo”, apesar de ter “editado muitos temas fora desse estilo”. Todo o sucesso inicial foi ainda “um dos fatores para a criação da Stereo Productions e do seu chamado Iberican Sound”, que também teve uma ajuda de Carlos Manaça. A Stereo Productions é “uma das grandes editoras a nível internacional” criada por dois grandes nomes como Chus & Ceballos.
 
 
A Magna Recordings começou assim a entrar “no mapa internacional das editoras de música underground” e realizou logo várias entrevistas para a Muzik Mag ou a DJ Magazine. Em 15 anos tudo mudou. No ano 2000, “a logística de cada edição em vinil era muito mais complicada. Depois de editar os temas, eram enviados para a fábrica, receber e ouvir o test pressing para ver se estava tudo bem e mandar fazer os discos e as capas”. Para os temas saírem para o mercado, passavam por todo um processo que demorava “aproximadamente um mês e meio e era caro. Algumas vezes até tinha que ser pago antecipadamente”.
 
Em 2007, após a última edição em vinil de vários remixes do tema “The Strong Rhythm” de Carlos Manaça e Chus & Ceballos, a empresa entrou num “ponto de inflexão” em relação ao seu percurso. “Quase que tivémos de fechar, porque o nosso distribuidor faliu e ficou a dever-nos milhares de euros em discos que já estavam pagos na fábrica. Foi um revés bastante complicado, mas conseguimos superar porque a nossa estrutura era muito pequena”, confessou Carlos Manaça ao Portal 100% DJ. A partir desse acontecimento, todos os temas passaram a ser editados apenas em formato digital.
 
Atualmente é muito mais fácil editar um tema digitalmente do que em vinil há 15 anos atrás. Quando existe uma faixa que tem potencial, “é só fazer o mastering, produzir o artwork e, aproximadamente numa semana, o tema já está nas lojas online. É muito mais rápido e barato colocar temas à venda”.
 
Até ao momento a Magna Records editou cerca de 300 temas e ao longo dos anos foram descobertos vários novos talentos, como é o caso de Pete Tha Zouk, Rob Mirage, Mendo, Richie Santana, Glender, Redkone, Di Paul e Dextro. Agora, no décimo quinto aniversário, Carlos Manaça está a “fazer um balanço” de todo o percurso da editora Portuguesa e a “tentar definir” o próximo objetivo. Para comemorar a data especial, a Magna Recordings tem vindo a editar vários remixes de temas emblemáticos da empresa, “mas cada vez é mais difícil ter destaque, na quantidade enorme de música que é editada todos os dias”.
 

"Cada vez é mais difícil ter destaque, na quantidade enorme de música que é editada todos os dias"

 
Apesar de haver “vários truques para conseguir entrar nos tops de vendas”, o artista português não acredita nesses métodos e nem pretende aplicá-los. “Achamos que ter que comprar os nossos próprios temas para conseguir entrar nesses tops de vendas não é o caminho certo. Os únicos a lucrar com isso, tal como vem acontecendo nos últimos anos, são sempre as lojas online”, remata Manaça.
 
Em relação à pirataria, o DJ e produtor considera que “as cópias piratas estão simplesmente a destruir as pequenas e grandes editoras de música não comercial”. Carlos Manaça chegou a pensar que “quando se começaram também a piratear filmes, jogos e aplicações a grande escala” que as autoridades iriam intervir e parar com a “pirataria massiva de praticamente tudo”. Mas isso não aconteceu e “agora já é uma coisa praticamente impossível de conseguir”. Principalmente “as novas gerações já não sabem o que é comprar uma música. Para eles é só ‘ir à net e sacar’”.
 
 
No fim da conversa, Carlos Manaça deixou um importante apelo a todos os seus seguidores e aos leitores do Portal 100% DJ: “Lembrem-se que quando estão a ‘sacar’ uma música na internet de forma gratuita, são muitas as horas de trabalho que não estão a ser pagas. Pode ser um artista pequeno, que provavelmente ao fim de duas ou três edições vá chegar à conclusão que não consegue viver de fazer música, ou um artista ‘grande’ que também tem despesas, que não são poucas, para que a música que estás a ouvir e que te produz tantas emoções, possa estar nos teus ouvidos”.
 
“Por isso, lembra-te que há muitas pessoas por detrás dessa melodia, desse beat, dessa música que tu tanto gostas, que não vão receber nada por isso. E não digam que é por causa do preço, porque a pouco mais de um euro as músicas são acessíveis a praticamente todas as pessoas - basta querer”, concluiu.

 


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Publicado em Reportagens
segunda, 27 outubro 2014 19:41

Kura edita remix pela Ultra Music

O DJ português Kura lançou hoje o seu remix da música “Let’s Get F*cked Up”, uma colaboração com MAKJ e Lil’Jon, pela editora norte-americana Ultra Music. A faixa faz parte de uma edição de remixes que conta também com a participação de Max Styler, Riggie & Piros e The Only.
 
A música já está disponível na maior loja online de música eletrónica para DJ’s, Beatport e faz parte dos set’s do produtor Kura há alguns meses. Para o resto das plataformas, a faixa ficará online a partir do dia 11 de novembro. É a primeira edição de Kura na editora Ultra Music.
 
O produtor de “Blackmail” foi recentemente eleito pela prestigiada revista DJ Mag com o número 42 a nível mundial. 
 
 
Publicado em Música
Enquanto o polémico caso entre Martin Garrix e a Spinnin’ Records está em tribunal, o jovem artista holandês anunciou recentemente que vai lançar a sua própria editora em breve.
 
Durante o Amsterdam Dance Event, na Holanda, o número 3 do Top 100 da DJ Mag revelou numa entrevista que iria oferecer várias músicas através de download gratuito, mas agora anunciou a criação da sua própria editora, ainda sem nome confirmado. Recentemente, durante o programa de televisão holandês DINO, o produtor de “Animals” fez o anúncio oficial acrescentando ainda que quer “géneros diferentes, não apenas um”.
 
No novo episódio do seu documentário “The Martin Garrix Show”, o artista faz a mesma revelação aos fãs, às escondidas da sua equipa pois podem ‘matá-lo’, brincou Garrix. Nesse mesmo episódio, é ainda possível observar os últimos meses da carreira do holandês, que viu a sua casa assaltada em Ibiza, enquanto estava a atuar em Palma de Maiorca.
 
Nos últimos dias, Martin Garrix tem estado em estúdio com Dyro e com o vocalista da banda Walk The Moon. Estas novas produções podem sair em breve, já com a assinatura da nova editora discográfica do DJ e produtor de 19 anos.
 
Martin Garrix saiu da Spinnin’ Records e da MusicAllStars Management pois existiam informações falsas no seu contrato e vai processar Eelko van Kooten, num caso que pode demorar vários anos em tribunal. O artista esteve em Portugal no ano passado, no Mega Hits Kings Fest, no MEO Arena em Lisboa.
 
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Publicado em Música
quinta, 18 junho 2015 23:25

Alok cria nova editora

O DJ e produtor brasileiro Alok, que vai marcar presença em Portugal no próximo dia 27 de junho, na Where’s The Party by Carlsberg em Cascais, criou a sua própria editora.
 
Foi através da sua página oficial de Facebook que o artista brasileiro anunciou o lançamento da UP Club Records, cujo objetivo principal é contribuir para a divulgação do trabalho de produtores que sentem alguma dificuldade em lançar novos temas. Outra meta a atingir, é descobrir novos talentos.
 
“Sempre tive dificuldade em lançar músicas próprias em editoras estrangeiras. Muitas vezes alegavam que o meu som não era ‘adequado’ para o perfil da editora. O que fazer nesses momentos? Mudar o meu estilo de som? Não! Sê autêntico e mantém a tua personalidade. Não percas a fé no teu trabalho”, confessou Alok na rede social.
 
O mais importante para o brasileiro é a criatividade dos artistas, que podem enviar demos ou tirar algumas dúvidas através do e-mail Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..
 
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Publicado em Música
O DJ e produtor português Eddie Ferrer, que recentemente atuou numa edição brasileira do Happy Holi anunciou esta semana o lançamento do seu próximo tema original. A faixa, intitulada de “I Luv U Baby”, é uma colaboração com Rizzo e o brasileiro Rodrigo Vieira.
 
O lançamento está marcado para o próximo dia 7 de março, pela Green Valley Records, editora oficial da discoteca brasileira Green Valley, posicionada em primeiro lugar no Top 100 Clubs da DJ Mag em 2015.
 
O tema original vem acompanhado de dois remixes, com a autoria de Diego Miranda e do brasileiro Heiken.
 
Eddie Ferrer foi o último artista convidado pelo Portal 100% DJ para o Instagram Take Over, que decorreu no passado domingo na página oficial da rede social da Plataforma “366 Dias ao Ritmo da Noite”.
 
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Publicado em Música
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