Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
terça, 27 dezembro 2011 22:27

"Survivor" da música electrónica

Carlos Manaça é aquilo a que se chama de um “survivor” da música electrónica. Já conta com quase 25 anos de carreira, o que o torna bastante inspirador para muitos. O «efeito Manaça» na noite nacional e internacional, tal como a sua carreira, tem vindo a aumentar de ano para ano. Mais participações, mais eventos, mais produções, mais, mais e muito mais.

 

Depois de tantos anos e tanto sucesso, actualmente, qual é a sua opinião acerca dos eventos que se produzem por cá?
Infelizmente, depois de todos os grandes eventos, com grandes nomes, que já tivemos em Portugal, neste momento contam-se pelos dedos os que acontecem durante o ano. É a consequência de alguns produtores terem exagerado na quantidade de eventos que realizaram durante um período em Portugal. Agora estamos a pagar o preço desse exagero. É certo que as condições económicas também são diferentes, mas naquela altura houve um exagero, quer ao nível da quantidade de eventos, quer o nível dos cachets que foram pagos. Mas também acho que o pior já passou e que agora os produtores de eventos fazem melhor as contas ao que vão necessitar para terem um bom evento, coisa que por vezes, antes não acontecia.
 
Ser ‘DJ residente’ é uma etapa crucial na vida de um DJ?
Ser ‘DJ residente’, na minha opinião, faz parte da aprendizagem de um DJ. Se calhar as novas gerações não dão o devido valor a ser ‘DJ residente’, mas o certo é que permite aprender a gerir melhor uma sessão, uma noite, num club ou numa festa. Não digo que seja imprescindível, mas que ajuda muito, lá isso ajuda.

Em termos de produções, como está a correr o panorama da sua editora “Magna Recordings”?
Infelizmente a Magna Recordings neste momento, tal como quase todas as editoras deste tipo, passa por um momento complicado, a nível de vendas. O “feedback” que temos das nossas edições é bastante bom, na nossa ultima edição (MAGNA 045D, D-Formation & Carlos Manaca “Underground”) tivemos comentários excelentes de muitos “Top DJ’s” Internacionais, mas depois isso não se reflecte nas vendas. As pessoas acham que não faz mal fazer downloads sem pagar, aliás acho que já dão como dado adquirido que a música é grátis. Infelizmente, acho que do ponto de vista legal, os governos já não vão fazer nada para alterar essa situação. Os downloads ilegais afectaram e afectam muitos postos de trabalho, quer na música, quer nos jogos e filmes, mas acho que neste momento já não há volta atrás.
 
altAvizinha-se algum projecto de agenciamento? E projectos futuros que tencione realizar?
A nível de agenciamento em Portugal, de momento não, até porque, na minha opinião, sendo Portugal um país tão pequeno e trabalhando eu há tantos anos directamente com os clubs e promotores, não faz muito sentido. Talvez em 2011 haja novidades a nível de agenciamento mas a nível Internacional, aí sim, há muita coisa que me falta fazer.
Quanto a projectos futuros há alguns. Várias colaborações em estúdio ainda pendentes devido à dificuldade de conciliar agendas, que penso vão acontecer em 2011.
 
Ainda continua a viver em Madrid, Espanha? Conte-nos como foi essa sua passagem pelo curso de “Audio-Engineering” na conceituada Escola Inglesa “School Of Audio Engineering” (SAE).
Sim, continuo em Madrid e de momento não há planos para voltar a Portugal. O curso na SAE foi muito importante, em muitos aspectos técnicos, alguns dos quais eu só tinha algumas noções. Depois do curso fiquei com muita da teoria que necessitava para melhorar as minhas produções, é sem duvida uma das melhores escolas de áudio, com o melhor material para praticar. Trabalhei com muito material que só via nas revistas especializadas de áudio, e isso é bastante bom para qualquer aluno que queira melhorar os seus conhecimentos.
 
Já tocou ao lado de grandes figuras internacionais da noite. Tem alguma preferência? E em termos de técnica, qual o seu DJ favorito?
Sim, já toquei com inúmeros DJ’s, alguns em mais do que uma ocasião, ao longo de todos estes anos. Na realidade não tenho um preferido, tenho vários, conforme o seu estilo. Um deles é o Danny Tenaglia por aquilo que me influenciou em 1996 quando tocou pela primeira vez em Portugal (no Rocks Club, em Vila Nova de Gaia) onde eu era residente, e que me fez estar 9 horas a controlar as luzes, ao lado dele na cabine. Foi impressionante, quer para mim, quer para muitos outros DJ’s que ali estavam e realmente influenciou a nossa visão musical, a partir desse dia.
Mas há mais pessoas que me influenciaram em todo o meu trajecto como DJ, desde o Tó Pereira (DJ Vibe) ao Luís Leite, passando por Roger Sanchez, Laurent Garnier, Carl Cox, Victor Calderone, Masters At Work, todos diferentes, cada um no seu estilo.
 
Portugal enfrenta o problema da pirataria, onde a partilha de ficheiros de música pela Web é ilegal. No entanto, é bastante vulgar irmos a uma discoteca e vermos o respectivo DJ acompanhado do seu ‘Mac’ e recheado de todo o tipo de música. Não acha um bocado irónico esses mesmos DJ’s a lutarem por algo que eles dizem não estar correcto, e no entanto eles também o fazem? Qual é a tua opinião?
Esse é um ponto que me desagrada profundamente. Já é grave o problema do público em geral fazer os downloads para ouvir em casa ou no carro, mas faze-los para ganhar dinheiro com eles, como fazem alguns DJ’s, parece-me duplamente grave. Porque estão a ganhar dinheiro com o trabalho dos outros, e isso não lhes parece mal.
Nem mesmo que os temas custem um euro, ou à volta disso. Por isso, o problema não é o preço, como alguns diziam do preço do vinil, mas sim a mentalidade. E isso, infelizmente, parece-me que não vai mudar.
 

"(...) Aos DJ’s, o meu conselho, é que toquem aquilo que realmente sentem e evitem ir “atrás” do DJ “a” ou “b”, porque isso, a longo prazo, não compensa."

 
Se tivesse que produzir um evento, qual seria o local escolhido? Dê-nos um exemplo do line-up que gostava de apresentar.
Sinceramente já produzi alguns eventos, entre 1993 e 1994, e em 1999 (a apresentação da minha loja de música na altura, World Music Porto) que correram muito bem, mas neste momento, não tinha disponibilidade nem física nem mental para o fazer. Se tivesse mesmo que o fazer, escolhia uma praia, de preferência deserta, onde não incomodasse ninguém, e traria alguns dos nomes que referi como influências, numa festa que começaria de tarde e acabaria de manhã.
O projecto 100% DJ tenta sempre dar a conhecer novos talentos da noite portuguesa. Alguns conselhos quer de DJ, quer de produtor, que queira partilhar?
Acho que o mais importante é que acreditem em vós próprios e que trabalhem e pesquisem bastante. Hoje em dia, com a Internet, é muito mais fácil aceder à informação, quer a nível do “djing” quer a nível da produção. Aos DJ’s, o meu conselho, é que toquem aquilo que realmente sentem e evitem ir “atrás” do DJ “a” ou “b”, porque isso, a longo prazo, não compensa.

Quando foi a primeira vez que ouviu falar do projecto 100% DJ? Qual a sua opinião sobre o mesmo? Alguma crítica?
A primeira vez que ouvi falar foi em 2008, quando actuei no Estremoz Moda. É difícil, estando em Madrid, ter acesso a toda a informação sobre a divulgação da música electrónica em Portugal. Na minha opinião, os projectos que divulgam o nosso trabalho, são extremamente importantes, porque dão a conhecer aquilo que fazemos e permitem estarmos mais em contacto com o público em geral. Por isso, o  projecto “100% DJ” tem todo o meu apoio!
Publicado em Entrevistas

São dois nomes incontornáveis da cena eletrónica e do hip hop, sobejamente conhecidos pelas suas atuações energéticas e pelas produções repletas de talento. Cruzfader e Stickup dão vida ao projeto Dynamic Duo, que anda imparável e tem percorrido o país em grandes eventos. Durante o Rock in Rio Lisboa, o Portal 100% DJ teve a oportunidade de estar à conversa com a dupla, onde ficámos a saber algumas curiosidades e novidades para o futuro.

 

Com tantas atuações a nível nacional e internacional, como é que vocês têm tempo para os vossos projetos paralelos?
Stikup: Vou dizer uma coisa que parece uma bocado estranha. Nós viemos de uma ‘escola’ chamada turntables, que te dá bastante técnica para se fazer tudo a nível de produção e mistura. O scratch é uma coisa que se ganha, treina-se e tem um complemento totalmente diferente dos outros tipos de DJs. Nós conseguimos fazer isso, conseguimos conciliar tocar aqui hoje, amanhã outro estilo, depois outro e ainda estar a produzir. É um bocadinho por aí. Ajuda-nos bastante.
 
Como é a reação do público aos vossos sets, recheados de hip hop nacional e internacional, que é muito habitual nas vossas atuações?
Stikup: É um complemento. O Cruzfader é o pilar do hip hop dos Dynamic Duo.
Cruzfader: Cada atuação é diferente e cada caso é um caso. Por vezes experimento tocar hip hop e não pega e aí vimos que neste caso será mais música eletrónica, mais comercial.
Stikup: Basicamente, eu acho que esse vai ser o futuro do DJ, ser uma pessoa, que não toque só uma linha de música. Eu vejo isto a longo prazo porque as pessoas cada vez mais estão “come e deita fora”, o chamado consumo rápido. E acho que o DJ já é isso. É aquele DJ que toca tudo, que o faz bem porque também não é fácil tocar todos os estilos musicais.
 

(...) as pessoas cada vez mais estão “come e deita fora”, o chamado consumo rápido.

 
Vocês conseguem observar esse aspeto logo no início das atuações?
Stikup: Não. Dynamic Duo é um projeto 100% freestyle. Se for uma Queima das Fitas como a de Coimbra, nós levamos algo já estruturado ou se for algo diferente usamos mais o microfone, o que conta também bastante hoje em dia, mas usamos muito o freestyle.
Cruzfader: Também tem a ver com o line-up do evento. Se for um cartaz com mais artistas de hip hop, obviamente que o público vai estar mais virado para esse estilo. Se há um cartaz mais virado para o kizomba e outros artistas, vai ser um set mais comercial. A leitura do cartaz em si indica mais ou menos como irá ser o set. Nos primeiros 10 a 15 minutos consegue-se ver o que o pessoal quer ouvir.
Stikup: Muitos DJs não têm noção disto. Como me disse sempre o Cruzfader, “os primeiros 15 minutos são a tua marca”. 
Cruzfader: Outra coisa importante que nós fazemos é criar picos de subida e descida dentro do nosso estilo musical. Por exemplo, quando tem de subir, passa-se por uma coisa mais afro, não propriamente hits. Às vezes o balanço da música, o bpm em si, chama pelo público. Depois vamos contornando. É muito importante fazer a gestão do set, que não é só disparar as músicas: é saber coordena-las com o público para criar um ambiente com altos e baixos.
 
Alguma vez pensaram atuar no Rock in Rio Lisboa?
Cruzfader: Sinceramente, não. Quer dizer, como dupla já me passou pela cabeça aquela vontade.
Stikup: Havia uma vontade mas nunca me passou pela cabeça vir ao Rock in Rio. Tem mais a ver connosco o MEO Sudoeste. Mas o Rock in Rio é o início.
 
O que representa esta atuação para vocês?
Cruzfader: Representa um reconhecimento da nossa rádio, a Mega Hits.
Stikup: Nós estamos aqui muito por causa da Mega Hits. É preciso referir isso. E também é certo que o Rock in Rio também tem a sua parte de dizer vai ou não vai. Por isso é um reconhecimento das duas partes.
 
Para quando um tema original dos Dynamic Duo?
Cruzfader: Não sabemos. Estamos sempre a produzir e a fazer coisas mas ainda não veio essa parte.
 
Que projetos pretendem desenvolver agora a curto prazo?
Stikup: Eu tenho um projeto novo com o Kking Kong, que trabalha com o Branko dos Buraka Som Sistema e com o Sensi, o irmão do Fred dos Orelha Negra, que se chama KNS, ou seja Kanalhas e estamos a vir aí com um registo mais trap, de música mais urbana, mais bass music. Temos os nossos projetos a solo.
Cruzfader: Estamos muito em estúdio, sempre a trabalhar.
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Dois anos depois sem música no palco, o festival Sound Waves regressa a Esmoriz para uma edição memorável com 35 artistas a compor o cartaz. Ao todo, serão 21 horas para dançar ao som de vários artistas consagrados como Ben Klock, Boston 168, Dave Clarke, Klangkuenstler, assim como os portugueses Carlos Manaça, Du/Art, Link98, Miss Sheila e Nuno Clam.
A poucos dias do arranque da 15.ª edição, tomámos o pulso a Wilson Neves e Bernardo Bernardes, responsáveis pela organização do evento, que se demonstraram entusiasmados com este novo regresso à normalidade e nos contaram algumas das novidades para este ano.
 
Dois anos depois, o Sound Waves está de volta. Como é o regressar depois de uma pandemia?
Wilson Neves: Após dois anos sem termos a oportunidade de organizar o Sound Waves, estamos bastante entusiasmados por voltar a fazer o que mais gostamos. Foram dois anos muito complicados para todos os agentes ligados ao setor dos eventos, dois anos que fizeram toda a mecânica da organização de um evento mudarem, mas estamos entusiasmados e muito positivos com o festival.
 
Nestes dois anos sem evento auscultaram os gostos/preferências do público?
Bernardo Bernardes: Dois anos de pandemia com lockdowns obrigatórios fizeram com que a indústria musical tivesse uma grande reviravolta, muitos hábitos foram mudados e sentimos que a música em geral e os gostos musicais também. Relativamente ao Sound Waves tentámos manter a nossa essência de festival underground mas fez-nos refletir e também adaptarmo-nos a toda esta mudança que sentimos nos dois anos de pandemia.

Foi fácil elaborar este cartaz de artistas?
Wilson Neves: Na elaboração do cartaz tentámos fazer uma mistura entre os artistas já reconhecidos no mundo underground e que o nosso público tem afeição, como é o caso do Ben Klock, Dave Clarke ou Planetary Assault Systems (Luke Slater), os artistas que estão em ascensão dentro do underground e da música eletrónica como é o caso da Stella Bossi, Klangkuenstler, SNTS ou Boston 168. Para finalizar, naturalmente temos também os nossos artistas nacionais que são grandes referências com é o caso do Carlos Manaça, Miss Sheila, Nuno Clam, DJ Link e Carol D'Souza, entre outros.
Nesta edição também optámos por apostar numa sonoridade diferente e pensámos que o Danni Gato seria o artista ideal para proporcionar um set único e especial de afro tech no início da tarde de sábado, 2 de julho.
 
Qual é a importância de haver uma lista de artistas portugueses?
Bernardo Bernardes: Para nós é fundamental darmos oportunidade aos artistas nacionais de demonstrarem o seu valor. No nosso país temos bastantes DJs e produtores com muito talento e o Sound Waves sendo um festival português tem como honra poder dar a oportunidade para que possam mostrar esse talento em frente a milhares de festivaleiros apaixonados pelo underground. 

O festival tem a dimensão desejada ou gostariam que fosse maior?
Wilson Neves: Atualmente o festival está pensado e organizado para a capacidade que tem. No entanto o objetivo é que haja um crescimento gradual que faça com que o Sound Waves seja reconhecido globalmente como sendo um festival de referência no género.
 

Que novidades podem os festivaleiros contar para este ano?
Bernardo Bernardes: Este ano teremos dois palcos, o Main Stage e o palco Circus. Este último terá maioritariamente artistas nacionais que estão em ascensão na cena underground nacional e que se estão a preparar para dar o outro salto. Dentro do recinto também teremos uma zona de restauração diversificada onde os nossos ravers poderão comer e descansar pois será um evento de 21 horas "non stop".

Existe alguma atuação em que as expectativas estejam muito altas? 
Wilson Neves: Nesta edição temos artistas muito interessantes e as expectativas são altas. Temos a Stella Bossi que é uma artista que está num crescimento exponencial e que acreditamos que será uma das “cerejas no topo do bolo”, temos também o misterioso SNTS com sonoridades mais hard, mas não nos podemos esquecer dos artistas que já fazem parte da história do undergorund que é o caso do Ben Klock, do Dave Clarke e do Luke Slater a apresentar-se com o seu live como Planetary Assault Systems.
 
A venda de bilhetes decorre como esperando?
Bernardo Bernardes: O festival tem tido uma afluência fantástica, não só em Portugal como além-fronteiras. Será o ano em que mais público estrangeiro se irá juntar à festa.
 
Nestes 15 anos de evento, há algum momento marcante que gostariam de destacar?
Wilson Neves: Não um apenas, mas vários... Todos os anos temos vindo a ter aquele momento que irá ficar no registo desta história, seja marcado pelos artistas convidados ou até mesmo pelo público que tem o bilhete desde a primeira edição até à de hoje. Há quem tenha tatuado no corpo “Sound Waves”, mas mesmo depois destes anos, este vai ter um gosto especial... Um gosto de liberdade e uma saudade gigantesca!
 
Para terminar, a pergunta proibida sobre o backstage: existe alguns pedidos extravagantes nos riders deste ano?
Bernardo Bernardes: Todos os anos há pedidos mais excêntricos, contudo este ano a extravagância não saltou barreiras, talvez por causa da pandemia, os artistas não pediram coisas de outros planetas, possivelmente porque estão agradecidos por voltarem a fazer aquilo que mais gostam. Isso sim é o mais desejado por eles, pelo público e por nós organização.
Publicado em Eventos
Antes dos noventeiros se estrearem num festival, no Rock in Rio Lisboa, o Portal 100% DJ esteve à conversa com Miguel Galão, um dos responsáveis pelo projeto. Este conceito tem dado que falar e é um sucesso a nível nacional, arrastando milhares de fãs dos anos 90 de todas as idades. Nesta entrevista, Galão desvendou toda a história do projeto e ainda previsões para o futuro do conceito.
 
Como surgiu este conceito dos anos 90?
Este conceito surgiu a partir de duas empresas que estão no meio e que são parceiras jhá muito tempo, onde já eram feitas outras festas temáticas, uns têm agências de booking management, outros são DJs... E surgiu porque nós já estamos todos com mais de 30 anos e um bocadinho fartos destas modas de hip hop, reggaeton ou EDM. Quando nos divertíamos ou estávamos em casa dávamos por nós a fazer aquele revivalismo das músicas que nos lembrávamos. Então pensámos: “bora pegar nisto! Isto é o que nós fazemos”. As festas têm um pouco do que já trazíamos do Rebel Bingo, ou seja, a componente um bocado teatral e interativa e foi assim que começou.
 
O Rock in Rio Lisboa foi o primeiro festival do Revenge Of The 90’s. Existe alguma diferença mais notória entre as vossas festas em nome próprio e em festivais?
Há muitos festivais que não têm tantas pessoas como aquelas que já estiveram presentes nos nossos eventos. Quando fazemos eventos em nome próprio, somos nós que controlamos tudo desde a pré-produção, produção e pós-produção. O público é todo nosso, vai lá única e exclusivamente para nós. Somos nós que fazemos o espetáculo, a produção do recinto, a exploração dos bares e no Rock in Rio Lisboa não. É como se fossemos uma “banda convidada”.
 
As vossas festas têm sempre artistas convidados. No futuro poderemos contar com algum DJ consagrado dos anos 90?
Claro que sim! Nos anos 90 não existia tanto o que acontece nos dias de hoje, o facto de um DJ ser uma superstar. Mas existem e já estivemos em conversações com alguns. Não fazemos este evento pela música em si. Por exemplo, eu e a Constança (Coca Castelo Branco) colocamos música mas não somos sequer DJs e não é só pela música que as pessoas vão aos nossos eventos. É pela experiência em si, desde a antecipação do evento, à entrada do mesmo, a todo um espetáculo que está montado para que seja uma coisa muito sentimental, de experiências e sensações mais propriamente do que músicas. Mas sim, muito em breve isso irá acontecer.
 

 
É obrigatório usar dress code da época?
O dress code nunca foi algo existente na nossa comunicação, mas as pessoas perguntam se podem ir vestidas como nos anos 90. Festas dos anos 90 já existem há muito tempo, nós não inventámos propriamente a Coca-Cola. Nós inventámos a Coca-Cola no sentido que fizemos um upgrade e tornámos isto numa coisa muito mais profissional. Isto começou de amigos para amigos. Todos se conheciam. É um bocadinho aquele carnaval fora de época, em que se pode ir à vontade. Os anos 90 também têm a questão da moda, os gadgets e acessórios que estão a voltar também. Grandes marcas mundiais estão a apostar nesse revivalismo. As pessoas vestem literalmente a camisola e quando se olha para a moldura e se vê as fotos e os vídeos percebemos que é completamente diferente do que se formos todos ‘normais’. Mas não pedimos um dress code, é uma coisa que acontece naturalmente, fica bem e as pessoas divertem-se imenso.
 
Todos os vossos eventos têm um tema. Queres adiantar alguns dos próximos?
No Rock in Rio foi apresentada uma nova temática, que se chama “Welcome To The Jungle” e que nos vai acompanhar na próxima tour, com início a dia 13 de outubro, em Lisboa e vai até abril do próximo ano. Vamos andar pelo país inteiro. O nome vem da música dos Guns & Roses, mas não vai estar a 100% ligada à banda ou ao género musical. Agora é meter “Jungle” e “90s” no Google e no Youtube e “let the games begin”!.
 
No futuro, será que contamos com um Revenge dos anos 2000?
Mais cedo ou mais tarde vai ter que acontecer, tal como foi com os anos 70 ou 80. Quando começámos este evento, o nosso público-alvo era pessoas acima dos 30 anos, mas depois de ficar viral e tornar-se moda, ficámos com muitos millennials nos nossos eventos. Acho que ainda não é altura, basta ver por exemplo uma grande festa em Portugal que fez agora anos, a M80, continua a estar cheia pelo país inteiro. Nós achamos que o revivalismo tem de se deixar acentar. Porque senão, não vai ter o mesmo efeito surpresa e emocional que deveria ter. Obviamente que nós vamos estar numa pole position, uma vez que já fazíamos eventos, mas acredito que o Revenge Of The 90’s tenha mais 10 ou 15 anos. Depois virão os anos 2000, ou quem sabe outra vez os 80. Tudo é possível. 
 
Quais são as maiores diferenças a nível musical entre os anos 90 e a atualidade?
Há diferenças gigantes. A internet veio mudar tudo. Crescemos a ouvir os vinis em casa dos nossos pais, depois veio a cassete. Gravávamos cassetes dos amigos porque não havia dinheiro para as comprar. A seguir, vieram os CDs e podíamos fazer o mesmo. Ou então ouvíamos muitas vezes os mesmos álbuns. É muito fácil ver num disco dos anos 90 de certas bandas em que estavam presentes 5, 6 ou 7 singles e hoje em dia é tudo muito fugaz. Agora pode-se comprar uma música. Naquela altura havia o single, o LP, a cassete ou o disco. Hoje em dia há muita oferta e com a internet a música chega a toda a gente. Essa é, provavelmente, a maior diferença. As pessoas continuam a comprar música, mas às vezes faixa a faixa. 
 
E a nível de qualidade musical?
Como em tudo na vida, isso são gostos. Eu tenho amigos que produzem EDM e outros que fazem kuduro, funk e rock. Acho que há gostos para toda a gente e qualidade para todos. As pessoas têm de ouvir o que gostam e aquilo que lhes transmite a mensagem que querem. Obviamente que a nível de qualidade, edição e produção, hoje em dia é muito mais fácil fazer música. Qualquer pessoa pode fazer um álbum em casa. Por exemplo o Agir, muitos pensam que ele só faz música há dois anos, mas já faz há 15, desde o seu quarto. Hoje, com um computador, teclado e software, todos podem ser uma estrela. 
 
Que artistas gostariam de convidar no futuro para integrar o vosso cartaz?
Nós damos sempre preferência aos artistas portugueses. Os cantores de música popular portuguesa, por exemplo, apenas lhes é dada importância nos Santos Populares e as pessoas dizem que é música da “terrinha”, quando são músicos que estão cá há muitos anos. A Ana Malhoa, os Anjos ou o Toy continuam a trabalhar há 30 anos seguidos e isso não pode ser só sorte. Nós somos privilegiados. Já os conhecíamos e eles alinham connosco. A energia sente-se em palco e no público e faz-se a festa. Na verdade, estamos todos a jogar em casa. A nível internacional, há os Backstreet Boys, Mariah Carey, Spice Girls, Guns & Roses, fora aqueles que já vieram cá, esses sonhos existem. Mas temos que ver que isso está num nível de cachet e de exigência e que em termos de idade, já não são propriamente novos. Mas acredito que no futuro, nós temos condições e estrutura para isso. Começámos com 500 pessoas e agora já contamos com 12 mil. Fazer um Altice Arena ou um estádio de futebol é só uma questão de tempo. Assim haja dinheiro, apoios, vontade, a febre dos 90s e que as pessoas continuem a acreditar em nós e a seguir-nos.
 
O Altice Arena parece estar próximo...
Sim. Já vi muitos concertos no Altice Arena com muito menos pessoas do que a nossa festa na FIL que teve 12 mil pessoas. Mas o nosso espetáculo é muito específico e trabalhamos com muitos parceiros e marcas. Temos dinâmicas próprias porque gostamos de produzir tudo. Às vezes há salas em que é possível trabalhar com mais facilidade e outras não. Outras são caras e não têm disposição que nós achamos que faça sentido para o nosso tipo de público e de evento. Nós preocupamo-nos muito com o público, porque isto não é só fazer dinheiro com a bilheteira. Para nós os VIPs são quem nos compra os bilhetes, é quem nos segue e apoia. Portanto, passando de 500 para 12 mil num ano e meio, chegar aos 20 mil ou mais, não é nada por aí além. Desde que seja bem feito e não fujamos aos nossos princípios.
 
Deixa uma mensagem para quem vai ler esta entrevista.
Música é música. São emoções. A música muitas vezes ajuda-nos com os nossos problemas. Quem tem um sonho ou gostaria de fazer eventos, acreditem que tudo é possível. Nós, um era ator, o outro era fisioterapeuta e quando existe vontade, profissionalismo e princípios, o sonho é possível e acontece. Portanto, sigam os vossos sonhos, oiçam o que quiserem ouvir e apoiem quem vocês gostam, porque muitas vezes o público é o que faz o resto acontecer. São eles que pagam os bilhetes, compram merchandising e fazem as redes sociais mexer. 
 
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Tem 23 anos e é um promissor da música eletrónica à escala mundial. Atualmente ocupa a posição número 52 do TOP 100 da revista britânica DJ Mag e conta com inúmeras músicas no seu reportório. Depois de ter atuado em 2015 no Algarve, Danny Avila regressa desta feita a terras lusas, concretamente à Festa do Chicharro nos Açores, no primeiro sábado de julho, dia 7, para uma exibição que tem tudo para ser única. Mais uma vez o Portal 100% DJ esteve à conversa com o jovem DJ e Produtor espanhol que desvendou algumas novidades sobre a sua carreira, quais as recordações que guarda Portugal e quais as suas expectativas para a atuação nos Açores.

 Fala-nos um pouco sobre a tua recente faixa "BRAH".
"BRAH" é um retorno às minhas raízes de dancefloor depois de ter lançado "Too Good To Be True” com os The Vamps e Machine Gun Kelly. Este último lançamento foi um pouco mais pop para mim, então pensei em seguir com algo mais focado em clubs. Gosto de mudar as coisas a cada lançamento.

Recentemente começaste a filmar o teu dia-a-dia. De certa forma achas que isso é importante para os teus fãs e para a tua carreira?
Claro que sim! Chama-se "My life" e vou publicando a pouco a pouco no meu canal do YouTube. Acontece tanta coisa durante a digressão que queria compartilhar isso com os fãs e mostrar um pouco dos bastidores. A série documenta os altos e baixos e tudo o que vai acontecendo quando estou a viajar pelo mundo. Espero que vocês gostem!

Como vês o cenário do EDM espanhol neste momento com o reggaeton a regressar em força aos top charts mundiais?
Sobre a EDM espanhola uma coisa é certa: está sempre a mudar! Tendo eu crescido em Madrid, experienciei em primeira mão a grande variedade e influência na dance music espanhola e também a música internacional que faz sucesso no meu país de origem. Muita dessa variedade e mudanças na dance scene inspiraram-me a incorporar diferentes géneros na minha própria música... Quem não gosta um pouco de reggaeton?

Já passou algum tempo desde a tua última atuação em Portugal. Quais são as lembranças que guardas?
Colocando de lado a incrível paisagem (e é realmente incrível), devo dizer que recordo as pessoas de Portugal. Viajo para muitos lugares no meu trabalho e encontro muitas pessoas, mas os portugueses fazem-me sempre sentir bem-vindo. Sabem festejar! Para mim é como um lar longe de casa e lembro-me sempre disso.
 


Quais são as suas expectativas em relação à tua próxima atuação em Portugal, a 7 de julho, na Festa do Chicharro nos Açores?
Eu tenho visto vídeos das edições anteriores da Festa do Chicharro e parece altamente! Estou muito feliz por finalmente voltar a Portugal e fazer a festa com toda a gente. Como já referi, as pessoas em Portugal são sempre muito acolhedoras, por isso estou à espera de uma grande festa. Tenho alguns truques na manga para este DJ set também.

Podes revelar-nos algumas novidades da tua carreira num futuro próximo?
Ultimamente tenho tentado aperfeiçoar o equilíbrio entre a digressão e a produção musical e está a correr bem, por isso tenho conseguido criar uma boa quantidade de novas músicas - que espero poder partilhar com vocês em breve. Também assinei recentemente com a SONY Music Spain, por isso haverá mais músicas em breve sob esse acordo. Gostava de poder revelar mais, mas é tudo muito secreto e emocionante.

Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Vocês estão sempre em cima dos acontecimentos da dance music. Gostei desta oportunidade de conversar com vocês novamente e espero continuar a agradar-vos com o meu trabalho. Com a visão atual da dance music tão movimentada neste momento, agradeço o vosso apoio e verei todos vocês em breve.
 
Publicado em Entrevistas
terça, 27 dezembro 2011 21:31

A palavra de ordem é apenas: dançar!

Dispensa qualquer tipo de apresentação. Comunicador nato e já com uma bagagem um tanto quanto robusta, Henri Josh, descreve-se em termos profissionais com uma só palavra. É conhecido não só pelos seus excelentes trabalhos de produção de música, como também por ter sido residente do  Sasha Beach em Portimão durante o Verão 2008 e 2009.
Sempre fiél ao Projecto 100% DJ, aceitou com agrado e sem hesitação a proposta para falar connosco. O resultado está à vista.

 

Qual o teu verdadeiro nome e  porquê “Henri Josh”?
José Henrique Lopes. E daí vem o Henri Josh - “Henri” de Henrique e “Josh” de José.
Inverti o nome e passei-o para inglês, foi simples.

Como tudo começou?
Começou com muitas agulhas partidas em casa dos meus avós (risos), uma aparelhagem, um leitor de cassetes e a tentar misturar ou fazer passagens com esse material. Entretanto, e já depois de trabalhar á noite, surgiu a oportunidade para ser DJ e agarrei-a com unhas e dentes.

Nas actuações que fazes, dás tudo por tudo para que o party people se sinta bem, no entanto, parece-me que quanto a ti, és um bocado tímido... Concordas?
Sim, é verdade. Quando não estou a trabalhar tento ser sempre o mais discreto possível, talvez por ser um pouco tímido.

Tens algum ritual que costumas fazer antes de subir às cabines?
Sim, gosto sempre de chegar um bocado mais cedo, beber um copo e ver o ambiente. Penso que é importante para começar a trabalhar.

Tencionas continuar as produções dentro de Portugal?
Sim. Portugal neste momento é o meu mercado principal e onde tenho mais fãs. Para além disso, recentemente comecei a trabalhar com a Vidisco e quero continuar com esta parceria, claro que nunca coloco de parte o mercado internacional onde também tenho dado cartas e remisturado com nomes muito interessantes.

Como surgiu, para ti, o conceito do 'Sasha'?
O projecto 'Sasha' surgiu através da forte ligação de amizade que tenho com a Helga Barroso e com o Luís Evaristo que, por intermédio da Wdb Management, convidaram-me para ser DJ Residente e eu aceitei com muito orgulho! Foi um projecto brutal.
 

"(...) os DJ's mais novos começam mal as suas carreiras e daí vem a tal falta de leitura de pista e conhecimento musical. Quando eu comecei, era impensável não ser DJ residente antes de ser Freelancer."

 
Concordas com alguns colegas teus, quando dizem que há excesso de DJ’s, e falta de bons conhecimentos de leitura de pista e fraco conhecimento musical?alt
Sinceramente não acho que haja excesso de DJ's, mas sim que os DJ's mais novos começam mal as suas carreiras e daí vem a tal falta de leitura de pista e conhecimento musical. Quando eu comecei era impensável não ser DJ residente antes de ser Freelancer devido exactamente a esse facto. É um conselho que dou a quem está a começar, tentem arranjar um sítio para tocar regularmente para quando surgirem as verdadeiras oportunidades, estarem à altura.
 
O que consideras ser um bom DJ?  
Para mim um bom DJ é exactamente aquele que tem uma boa leitura de pista, boa técnica, criatividade, etc.… Seja qual for o estilo.

Em 2009 foste nomeado pela Revista Noite.pt como 'Melhor Produtor Nacional'. Não ganhaste o prémio. No entanto, a vida continua e os desafios aumentam. Para o novo ano  vais repetir a proeza, de, pelo menos, ser nomeado? Que surpresas nos irás trazer?
Sim, espero repetir a proeza, afinal de contas tenho trabalhado bastante para isso. Além dos dois originais co-produzidos com os Funkyou2 que são o "I Just Wanna Dance", com a participação da Helga Barroso & Co, e o tema "Why?! (Can´t i Forget You), remisturamos também artistas como Santos e Pecadores, Per7ume e Phil Kay. A solo já lancei um original pela "Suara, editora do produtor revelação espanhol Coyu, que se chama “Pequena” e ainda um novo original com o Mc Katorz “Celebrate The Day”.
Num futuro próximo irá ser editado também um remix para mais o produtor espanhol Gabi Newman.

Em termos de produção, quando produzes, fá-lo a pensar em alguém ou em algo que te motiva?
Nem por isso, as coisas fluem naturalmente, já esta no sangue.

Para quem ainda não te conhece, em suma, como te descreves?
Em termos profissionais, uma só uma palavra - Festa!

Quem já te ouviu ao vivo, ou por CD, ou por outros meios, sabe a tua diversidade de misturas que consegues obter. Tanto és capaz de misturar pop, como de seguida, rock… Sempre dentro do estilo house. Achas isto um dom que tens, visto não ser nada fácil estar a pensar numa batida pop e de seguida outro estilo?
Não acho que seja um dom, mas sim fruto de muito trabalho de casa. Esses mixes normalmente são feitos por mim e a maneira como são encadeados no set sim, é pura inspiração do momento.
 

"Conheci o Projecto 100% DJ através das redes sociais"


Conheces o Projecto 100% DJ à quanto tempo? E como soubeste de nós? Alguma sugestão para nós?
Conheci o Projecto 100% DJ através das redes sociais e acho que têm vindo a fazer um bom trabalho até agora. Estão ainda em fase de crescimento e no bom caminho. Força!

 

Publicado em Entrevistas
sábado, 28 março 2009 22:06

Tudo a postos em Lloret de Mar

Está tudo a postos para a Semana mais Louca do Planeta!
Lloret de Mar já está vestida de Azul, cores da empresa líder no mercado de Viagens de Finalistas - SporJovem.

15.000 Jovens portugueses terão a semana das suas vidas em terras de nuestros hermanos.

É ao coordenar os diferentes grupos e no meio de uma gigante agitação que José Luís, Coordenador da Agência Sporjovem falou ao 100% DJ.

"As expectativas são sempre muito altas e nós tentamos sempre responder ás expectativas dos jovens. Temos variado a nossa oferta de actividades, desde Workshop's a Cartazes de DJ's, etc. Tentamos sempre perguntar a opinião dos nossos clientes, sobre o que gostariam de encontrar em Lloret."

Questionado sobre a crise que o país atravessa, José afirmou que esta afectou de alguma forma a venda de viagens. "Houve pessoas que se inscreveram e que depois tiveram que desistir devido a problemas financeiros. Mas em termos de números, eles mantiveram-se. Houve uma quebra ligeira de alguns grupos." acrescentou.

A noite em Lloret é de animação. Pelas ruas já se ouvem os últimos testes sonoros e já se vê caras bem conhecidas dos noctívagos.

Vai ser sem dúvida a mais animada e louca semana do planeta com a garantida 100% DJ.
Publicado em Nightlife
Tiago Barros, conhecido no meio por Djeff Afrozila, nasceu num verdadeiro cruzamento de culturas, na grande Lisboa, mas é em Angola que vive. Desde os seus 15 anos tem como inspiração maior o produtor que é referência global na arte da mistura Erick Morillo. Entrega-se de corpo e alma na cabine e acrescenta aos seus sets vários ritmos quentes e africanos, que têm abalado as pistas de dança nacionais e internacionais. Em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, considera que o mais importante para si, é fazer com que todas as pessoas saiam da festa a sorrir, desafio que tem sido conseguido com distinção. Fala também da sua carreira, da atual música eletrónica e do seu futuro profissional, que certamente irá dar muito que falar. Eis Djeff Afrozila na primeira pessoa.

 

Como defines os DJ sets que tens reproduzido por onde tens passado?
Os meus sets são cheios de alegria, boa energia e uma boas vibes. Tento sempre fazer uma viagem agradável para que as pessoas consigam divertir-se e dançar muito. O que é realmente importante para mim é fazer com que todos saiam da festa a sorrir.
 
O que achas do panorama atual português em relação à música eletrónica?
O panorama português relativamente à música eletrónica cresceu e evoluiu muito nos últimos anos. Hoje em dia existem públicos e festas para os vários tipos de eletrónica. Sinto também que está em fase de mudança e a nova geração que ouve música eletrónica começa a preocupar-se mais com a qualidade musical, o que é muito importante para crescer com saúde. 
 

Muitas pessoas estão fartas de ouvir sempre o mesmo e então começam a procurar novas tendências (…)

 
Tens atuado com mais frequência em Portugal. Achas que esse facto está relacionando com o teu estilo de música?
Realmente tenho atuado bastante em Portugal e sinto que a minha música começa a ser cada vez mais reconhecida e bem aceite por onde passo. Muitas pessoas estão fartas de ouvir sempre o mesmo e então começam a procurar novas tendências e música agradável tanto de se ouvir como de dançar. Acho que esse é o motivo pelo qual tenho tocado cada vez mais em Portugal.
 
Deixas uma marca por onde tens passado. Transmites uma alegria contagiante com os teus DJ sets. Tens algum segredo?
Não existe nenhum segredo. Simplesmente faço o meu trabalho, o melhor que sei e, por sinal, é o que mais gosto de fazer na vida. 
 
Qual foi o sítio que te marcou mais em Portugal?
Tenho várias e boas lembranças de muitos sítios, mas acho que as primeiras vezes que vim tocar a Portugal, depois de estar a viver em Angola, ao RS Dreams na margem Sul marcaram o início de algo.
 
Existe algum evento em particular que se destacou mais até hoje?
As noites no clube Pedra do Couto, têm sido de se tirar o chapéu. Sempre que lá vou tocar é so alegria até às tantas! 
 
Tens novas producões que nos possas desvendar?
Tenho vários temas novos já prontos, mas acho que a que vai dar que falar será uma colaboração que fiz com os Homeboyz de Angola denominada “Reborn”. Vai sair pela minha editora “Kazukuta Records”!
 
 
Achas que o estilo afro house e soulful veio para ficar?
O afro house e o soulful sempre cá estiveram. A única diferença é que, neste momento, as pessoas já começam a ouvir música de uma outra forma. O estilo soulful sempre foi mais apreciado por um público mais “reduzido” e amantes de boa música, mas este público tem vindo a crescer a passos largos a cada dia que passa. O afro house, hoje em dia, tem mais produtores a fazer música e DJs a tocar, logo é normal que comece a tornar-se mais comercial. Mas sem dúvida que o bom afro house ficará por muitos anos.
 
Que planos tens para o verão que se aproxima?
O Algarve este ano vai estar em chamas de novo e talvez haja mais novidades no que toca a festivais...
 
Que conselhos deixas para a nova geração de DJs?
Acho que é importante criar bases e alargar o conhecimento sobre o verdadeiro house music, o que foi feito no início. Para além de saber a história, os que nos inspiram e todo o seu enredo, ouvir muita música antiga dentro das várias sonoridades da eletrónica. Ter os pés bem assentes na terra e trabalhar muito, sendo sempre genuínos. Sonhar faz bem, mas é necessário ter noção das coisas e da vida. Existem muitos softwares que ajudam, logo é importante saber tocar como se tocava no início. Hoje em dia, ser apenas DJ já não é suficiente, é necessário fazer música e mostrar a nossa visão, para que as pessoas entendam o que nós tocamos. Depois é fazerem-se à longa estrada que vos espera, porque só vai conseguir fazer carreira quem realmente fizer as coisas por amor.  
Publicado em Entrevistas
Naquela que foi a primeira produção de Kura, o DJ e produtor nacional optou por um formato Sunset e inovou ao convidar uma série de amigos - todos portugueses - para partilhar a cabine consigo à beira mar. 
 
O Sunset da passada quarta-feira 6 de agosto, teve início pouco passava das 16 horas com Nelson Cunha, DJ e radialista da Mega Hits. Uma hora depois entram em cena os Dynamic Duo com a sua mistura perfeita de house com hip hop, trap ou dubstep, musicalmente cabe tudo num set da dotada dupla composta por DJ Cruzfader e Stik Up, que trataram de pôr o areal a dançar. Mais tarde o testemunho era passado a Ricci Ferdinand, o DJ nortenho que ficou com a tónica distintiva neste Sunset ao brindar as areias de Portimão com a sua delicada seleção de house soulful, deep e vocal, que fez um contraponto maravilhoso com as outras atuações. Perto das sete da tarde entra em cena a jovem DJ e produtora Von di Carlo, que já colaborou com Kura no tema "Polaris", e que mostrou como é uma performer nata que dançou, interagiu com o público e ofereceu uma mistura de EDM bem atual para passar a cabine aos Karetus, o trio composto por Carlos Silva, André Reis e pelo MC Paulo Silver que trouxe temas novos do seu álbum "Piñata". 
 
Arrancaram emoções do público antes mesmo de Kura entrar na cabine, algo que aconteceu com o sol a pôr-se já passava das 20 horas. No set de Kura tocaram vários temas seus e remisturas, bem como o seu tema, ainda por editar, "Collide", com o qual fez questão de terminar o set. A sua atuação foi pautada por energia e muitos braços no ar. O público vibrou quando o convidado especial, Pete Tha Zouk, entrou na cabine para, num formato back to back, tocar com Kura. De notar que durante todo o evento os artistas entraram livremente na cabine enquanto os amigos tocavam, num evento que foi uma verdadeira celebração da nova geração da eletrónica portuguesa.  
 
O Portal 100% DJ como plataforma de apoio aos artistas portugueses marcou presença nesta comemoração única e foi ao encontro do anfitrião do evento - Kura - para uma entrevista exclusiva onde procurámos saber como surgiu a ideia do evento, quais os projetos para os próximos meses e a sua possível entrada no Top 100 da Revista DJ Mag.
 
 
Como surgiu a ideia de um sunset com o nome da tua faixa "Sabotage"? 
Foi uma ideia sugerida pelo meu management, a WDB Management. No início pensei que era um pouco impossível de realizar, porque como nós podemos ver aqui, é uma produção muito grande e num sunset de entrada livre acaba por ter um custo muito grande suportado por nós. No entanto, as coisas começaram a ganhar forma e felizmente conseguimos produzir o sunset com entrada livre, porque este evento é também para as pessoas que gostam do meu trabalho e para as que estão aqui em Portimão. A ideia surgiu com o intuito de dar algo novo às pessoas que gostam da minha música.
 
Que projetos tens para os próximos meses que nos possas revelar? 
Tenho muitas coisas agendadas, várias colaborações, remixes a sair, inclusive um para o "Let’s Get F*** Up" do MAKJ & Lil’Jon que vai sair pela Ultra, também saiu agora o meu remix para o "Next Level" do John Christian na Protocol Recordings. Tenho uma colaboração com o Sidney Samson e com os Goldfish and Blink que assinaram pela Revealed; Com o Marcelo CIC, residente da Green Valley e que tem alguns temas na Spinnin’… são muitas coisas aí na calha incluindo vários originais. Também irei fazer algumas internacionalizações até ao final deste ano. Estamos a equacionar algumas datas no Brasil, também tenho convites para fazer datas na Irlanda, Inglaterra e Espanha. 
 

A ideia surgiu com o intuito de dar algo novo às pessoas que gostam da minha música.

 
Estás com expetativas de entrar no Top 100 da DJ MAG deste ano? 
Sinceramente não estou a pensar muito nisso. Decidimos fazer uma campanha este ano, uma coisa mais a sério e mais forte que o ano passado. Também as pessoas mereciam que tivesse essa preocupação. Houve um interesse por parte dos fãs em que eu fizesse uma campanha e foi o que eu fiz, sabendo que é muito difícil entrar, porque há muitos bons DJs.
 
É certo que as tuas faixas são muito conhecidas lá fora, mas em termos de internacionalizações...
Sim, peca um pouco. É esse crossover que falta porque se repararmos vimos que há artistas a crescer muito rápido porque têm uma editora que está montada com uma agência de booking em "360" e que os DJs começam logo a tocar nos clubes mais importantes, vão atrás de grandes nomes nos festivais - as coisas acontecem de uma maneira mais automática. Nós não temos esse suporte ainda, mas não temos de nos queixar, temos sim de continuar a trabalhar. No geral as pessoas têm de parar de se queixar e trabalhar.
 
Que mensagem gostarias deixar aos teus seguidores e aos do portal 100% DJ? 
Acima de tudo uma mensagem de agradecimento pelo apoio que me têm dado, não só os meus fãs como também os da vossa página que me apoiam. Eu estou sempre atento às vossas publicações com conteúdos de excelência. Continuem também a apoiar a cena nacional, novos talentos, pessoal com valor - que é o que vocês têm feito. 
Para as pessoas que gostam da minha música, que se dão ao trabalho de me acompanhar e que às vezes fazem muitos quilómetros para me ver 
espero que continuem a fazê-lo e que eu continue a superar as suas expectativas - trabalho todos os dias para isso.
 
 
Passatempo exclusivo 100% DJ
Queres ganhar uma bola de praia da marca 100% DJ e autografada por todos os DJs presentes no Sabotage Sunset by Kura? 
 
Clica no botão participar, preenche os teus dados e cria uma frase original e criativa que contenha as palavras-chave: Kura, 100% DJ e Verão. São vencedoras as três frases mais criativas e inspiradoras.
 
Passatempo On-line de 13-08-2014 a 25-08-2014.
Passatempo Terminado. 
Vencedores: Rúben Couto, Francisco Marques, Daniel Gaspar.
 
Publicado em Entrevistas

Ao ter o seu trabalho apoiado por artistas como Tony Humphries, DJ Spen, Grant Nelson, Jamie Lewis, Jask, Mr. V, Quentin Harris, DJ Meme, Groove Junkies ou até Alfred Azzetto, Carlos Vargas viu a sua carreira crescer muito rapidamente nos últimos anos. No Soulful e no Deep House assume-se uma referência, quer a nível internacional quer nacional. Nesta entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, definiu as suas produções musicais como um "conjunto de emoções" sendo que o objetivo "é trazer sensações positivas e alegria a quem a recebe". Revelou ainda os novos projetos que tem na manga e num remate final deu um conselho inspirador a todos os leitores.

 
Como nasceu a tua paixão pela música eletrónica, nomeadamente pelo Soulful, Deep, Vocal e House? 
Desde muito cedo que estive em contato com o Soul, o Jazz e o Disco. O meu pai é músico, temos um estúdio que partilhamos e onde fui absorvendo, conhecendo e trocando experiências com grande parte dos músicos com quem trabalho atualmente. A transição para o eletrónico deveu-se a um amigo que me colocou em contato com o House e digamos que não foi preciso muito para me apaixonar. Na minha opinião, aliar a quantidade correta de sonoridades eletrónicas à música, faz parte do futuro e é por aí que todos nós produtores e músicos devemos ir.
 
O que achas que falta em Portugal para este género se estender a todas as idades? 
O Soulful e o Deep House são ramificações de um só estilo, o House, que é sem dúvida a raiz de tudo o que se faz em termos de música eletrónica. Logicamente que estes estilos em específico poderão não ser os mais populares em determinadas frações de mercado, mas isso é absolutamente normal. Temos uma indústria mainstream global onde a música propriamente dita não tem muita relevância, que é muito forte em termos de imagem e marketing, vive do momento e das modas e com o qual não é possível competir. Apesar de tudo, considero que o House, nas suas mais variadas formas, continua bastante presente no nosso mercado, em todas as idades, a crescer cada vez mais e a ocupar o seu espaço por direito, que nunca vai perder. 
 

Gosto de definir a minha música como um conjunto de emoções, cujo objetivo é trazer sensações positivas e alegria a quem a recebe.

 
Os teus temas são de uma natureza única. Como gostas de os definir?
Como produtor, o meu grande objetivo é que a minha música soe a "Carlos Vargas". Tenho as minhas influências mas tento que elas não sejam a base do que faço. Tento soar sempre original e com uma sonoridade refrescante. Penso que todas as pessoas que fazem música, ou até qualquer tipo de arte vão concordar comigo quando digo que o nosso principal objetivo é ver o nosso trabalho ser associado a nós por quem nos ouve. Gosto de definir a minha música como um conjunto de emoções, cujo objetivo é trazer sensações positivas e alegria a quem a recebe.
 
Das tuas produções, qual achas que chegou mais além das tuas expetativas?
Em termos de exposição, terei que dizer o "Missing You", um tema que fiz com vocal da Nicole Mitchell, que editei pela inglesa Solid Ground Recordings e que chegou às compilações da Hed Kandi. Esteve duas semanas em primeiro lugar no top de vendas da loja online Traxsource e chegou a estar no top 10 de vendas do Itunes em Portugal, Alemanha, França, Itália ou Estados Unidos, entre outros. Em termos de trabalho musical propriamente dito, a remistura que fiz para o tema "Love Will Keep Us Together", do Vincent Valler e cujo original pertence a uma das minhas bandas de referência dos anos 90, os "James Taylor Quartet". Este foi, sem dúvida um dos trabalhos que mais gozo me deu fazer, até porque foi o primeiro trabalho que fiz para a Purple Music, com a qual atualmente trabalho de forma regular. Na altura foi o culminar de um dos meus objetivos.
 
Tens novos projetos com artistas internacionais ou nacionais que possas revelar?
Estou a preparar o meu próximo EP original, "Do Your Thang", com vocal da Nicole Mitchell, que vai sair precisamente pela Purple Music e que contará com remisturas de Seb Skalski, Dave Mayer e Alex Ander. Estou também a preparar um EP de colaboração com uma dupla sul-africana onde vou explorar sonoridades diferentes e que me está a agradar muito. Tenho igualmente o single do "Danço Balanço", que fiz com o Alfred Azzetto e que contará com vocal da Nicinha, quase a sair. Estou também a trabalhar com o Alfred num tema novo, um pouco diferente e com uma tendência mais eletrónica. Estou a preparar um outro EP que vai contar com vocal da Michelle Weeks, tenho um dueto com a Nicole Mitchell e o Al Olive para sair pela label Tony Records, do Tony Humphries, e estou a trabalhar no lançamento do meu primeiro álbum, onde vou contar com muitos convidados, inclusivamente alguns artistas portugueses e onde vou explorar vários estilos musicais. Se paralelamente a isto juntarmos todos os projetos que vou ter em termos de carreira e que não têm diretamente a ver com a produção, podemos dizer que estou um bocado ocupado para os próximos tempos, o que me faz de mim um homem muito feliz e agradecido.
 
 
Dentro do teu estilo o que gostavas de ver alterado em Portugal?
Portugal tem ao nível das infra-estruturas, casas que fazem corar de inveja muitos países da Europa. Logicamente que devido à força massiva do mainstream, custa ver espaços muito bonitos no nosso país a não darem tempo de antena ao House, mas temos que ser compreensivos e perceber que a força das massas é que mexe com toda a vertente económica da indústria da noite. Penso que com o tempo as coisas vão melhorar e que vai haver um crescimento do House no nosso país. Esta proliferação do "EDM" é um factor global e não podemos ser redutores ao ponto de pensar que só acontece no nosso país. Tudo vai crescer proporcionalmente.
 
Os teus temas são bastantes reconhecidos no estrangeiro. Achas que te pode estar a faltar algo a nível nacional?
Sinceramente penso que não. Uma carreira é construída com tempo, tem que ter alicerces, que demoram muito tempo a serem construídos. Penso que no meu caso em específico, eu e todas as pessoas que tenho a trabalhar comigo, estamos a fazer o trabalho que temos que fazer. Por muito cruel que possa ser, resumir as coisas a este ponto, o meu nome é a minha marca, e eu tenho que saber conciliar a minha sensibilidade artística em termos musicais com a frieza e calculismo que é necessário ter para se gerir uma carreira em termos comerciais. Se for a pensar há quanto tempo ando por aqui, tenho que me considerar um verdadeiro felizardo por tudo o que já consegui até agora, tanto em Portugal como lá fora.
 
Em poucas palavras descreve-nos as tuas atuações. 
Considero as minhas atuações um misto de sentimentos positivos, de festa, glamour, bom ambiente e harmonia entre todos os que estão envolvidos no momento. Gosto de pensar que consigo criar uma simbiose entre mim e o meu público, que nos estamos a divertir juntos, eles comigo e eu com eles.
 
Na tua opinião, achas que as estações do ano podem influenciar os estilos musicais?
É lógico que o ambiente e a própria pré-disposição das pessoas muda conforme o clima. Penso que faz sentido concordar que sim. 
 
Como vês o panorama do Soulful em Portugal?
A passar por muitas dificuldades, como é óbvio. O Soulful é um estilo de música muito específico, gosto mais de o enquadrar dentro do House. Considero-me um DJ e Produtor de House, onde o Soul, Funk e Disco têm uma influência muito grande. O Soulful House em si é para um mercado muito específico e restrito, que sabe o que quer ouvir e cujas influências os fazem ir um pouco mais além em termos de absorção daquilo que é a música propriamente dita. Com isto não quero de forma alguma criticar quem não gosta, até porque sou da opinião que só há música boa e má. Todos temos o direito de ouvir aquilo que nos faz mais felizes, é esse o objetivo da música e quem disser o contrário está enganado.

(...) tenham capacidade de sofrimento, muito amor à música, respeitem-se uns aos outros e sejam originais.

 
Menciona cinco adjetivos que te definam enquanto DJ/Produtor.
Apaixonado, dedicado, persistente, humilde e curioso.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores do Portal 100% DJ?
Que nunca desistam dos seus sonhos, mas que acima de tudo sejam pacientes, persistentes, tenham capacidade de sofrimento, muito amor à música, respeitem-se uns aos outros e sejam originais. Com todos estes ingredientes, e se realmente tiverem talento tudo pode acontecer.
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