Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
O Movimento "A Pão e Água" acaba anunciar que terminou a sua greve de fome, ao fim de sete dias frente à Assembleia da República em Lisboa. Exigiam sentar-se à mesa com o Primeiro-ministro ou com Pedro Siza Vieira, Ministro da Economia.

Tal não aconteceu, mas sim uma reunião de duas horas com o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, que tomou a dianteira da resolução deste impasse, e à saída explicou aos jornalistas que tiveram uma conversa "olhos nos olhos, muito franca e de quem conhece bem a realidade da cidade e do país e de quem ouve os relatos de viva voz de pessoas e de situações concretas".

"Tentámos encontrar pistas, saídas e respostas de forma a apoiarmos a resolução de uma situação que é muito delicada para toda a gente. Saiu daqui um compromisso muito firme da minha parte, em que discuti matérias importantes e com as quais eu concordo" disse Medina.
 
Por outro lado, Ljubomir Stanisic pediu a Fernando Medina que lhe tirasse a fome explicando que o Presidente "esteve em conversa diretamente com Siza Vieira a marcar a reunião para discutirmos estas soluções e que sejam breves. Numa próxima reunião queremos encontrar soluções mais claras."
 
Recorde-se que nove representantes do Movimento "A Pão e Água" estiveram em greve de fome desde a passada sexta-feira. Exigiam ser ouvidos pelo Governo, de forma a discutirem 16 medidas para atenuar os efeitos das regras impostas no combate à Covid-19 e que afetaram os seus negócios.
 
Eis a lista de 16 exigências do movimento "A Pão e Água":
 
1- Apoios imediatos ao setor dos bares e discotecas, eventos, restauração, comércio e todos os fornecedores diretos e indiretos;
 
2- Apoios à restauração e comércio, pela redução de horário;
 
3- Reposição do horário, quer de restaurantes e bares, quer do comércio local;
 
4- Isenção da TSU;
 
5- Redução no pagamento das rendas;
 
6- Redução do IVA;
 
7- Abertura imediata e injeção direta nas empresas, sem a contrapartida de ter os pagamentos às finanças e à segurança social em dia.
 
8- Sócios gerentes terem acesso ao lay off, independentemente de terem uma ou mais empresas ou acumularem com trabalho por conta de outrem, pois fazem descontos em todas;
 
9- Pagamento do IVA automaticamente aprovado em 6 prestações;
 
10- Apoios reais, a fundo perdido, à manutenção de postos de trabalho;
 
11- Apoio às tesourarias das empresas, a fundo perdido;
 
12- Reforço imediato das linhas de crédito, retirando limitação de acessos às novas linhas a quem já recorreu às linhas anteriores;
 
13- Isenção de impostos nas rendas dos imóveis arrendados, durante o período de proibição de exercício da atividade;
 
14- Prolongamento dos contratos de arrendamento, caso sejam a termo por mais de 3 anos;
 
15- Anulação de multas por pagamento atrasado de impostos;
 
16- Prolongamento dos apoios da Segurança Social aos trabalhadores independentes.
Publicado em Nightlife
O movimento "Sobreviver a Pão e Água" que reúne profissionais do setor da restauração e dos estabelecimentos de animação noturna, volta a sair à rua na segunda-feira, 5 de julho. 

Inconformados com as medidas anunciadas e com os escassos apoios dados pelo Governo, os setores da restauração e da noite voltam a concentrar-se frente à Assembleia da República, em Lisboa, pelas 15 horas. "Voltamos por Portugal e pelos Portugueses!", declaram.

Recorde-se que vários elementos deste movimento - proprietários de restaurantes, discotecas e bares e um DJ - levaram a cabo uma greve de fome de uma semana frente à Assembleia da República no final do ano passado, num protesto que contou com Ljubomir Stanisic, rosto mais mediático. Stanisic chegou a ser hospitalizado, regressando depois à manifestação. 

O grupo representativo dos referidos setores exigia ser recebido pelo primeiro-ministro, António Costa ou pelo Ministro da Economia, Pedro Siza Vieira. Tal não aconteceu e acabaram por ser recebidos pelo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.

Durante a semana, restaurantes e cafés têm que encerrar às 22h30, estando obrigados a manter um limite de quatro pessoas por mesa no interior e seis nas esplanadas. Discotecas e bares continuam encerrados desde março de 2020.
Publicado em Nightlife

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