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Com um percurso musical de 20 anos, Massivedrum é detentor de uma das mais sólidas carreiras a nível nacional no que à música de dança eletrónica diz respeito. O seu tempo divide-se entre o DJing e a produção musical, entre remixes e originais que tem a possibilidade de os lançar nas suas duas editoras. O seu mais recente tema chama-se “Hero” e conta com a colaboração com uma das maiores vozes da house music: Shawnee Taylor. Com várias presenças no estrangeiro, não só em clubs como também em grandes festivais, é um nome que figura constantemente nas playlists de rádios e DJs de todo o planeta, elevando desta feita o seu estatuto profissional.

Em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, Massivedrum fala na primeira pessoa sobre a sua carreira, as faixas produzidas, opina sobre o cenário atual da música eletrónica e revela pormenores interessantes dos próximos trabalhos que tem na manga.

 

Existe algum segredo para deter uma carreira sólida com quase 20 anos?
Eu penso que existe e tem vários nomes. Trabalho árduo, sacrifícios, dedicação, mas também uma característica muito importante: amar incondicionalmente o que se faz e ser fiel à sua arte e identidade. 
 
Quais as principais mudanças que marcaram estes teus últimos anos de carreira?
Penso que os meus últimos anos de carreira foram marcados pela mudança de um Massivedrum adolescente para um mais adulto. Mudei muito musicalmente. Passei a preocupar-me muito mais com a musicalidade das minhas produções do que há uns anos atrás, em que pensava única e exclusivamente na pista. Hoje em dia penso muito mais no que a faixa pode provocar no íntimo das pessoas, na sua longevidade e acima de tudo, na sua musicalidade. Acho que é algo que acontece com o tempo, com naturalidade.  
 
Quais são as três melhores palavras que a definem?
Trabalho, sacrifício e dedicação.
 

Passei a preocupar-me muito mais com a musicalidade das minhas produções do que há uns anos atrás (…)

 
Qual foi a música que mais prazer te deu a produzir e porquê?
É uma questão um pouco ingrata. Tenho várias. Costumo destacar a “Fingerprint”, porque foi uma faixa produzida para exteriorizar alguns fantasmas e sentimentos negativos que assolaram a minha vida na altura. Foi uma época que tive bastantes problemas e dificuldades e foi naquela faixa que me refugiei. É um exato espelho do meu estado de espírito na altura. Foi um grito de revolta. Depois, existe o remix que fiz para os Kentphonik, “Hiya Kaya”, que recordo-me que 90% das pessoas a quem disse que iria fazer o remix oficial, me aconselharam a não fazê-lo. Bem, segui o meu instinto e em conjunto com o DJ Fernando fizemos o que ficou ao ouvido de todos. Deu-me bastante prazer. Este ano, a faixa em conjunto com a Shawnee Taylor passou a fazer parte deste lote. Era um sonho antigo. Encheu-me o coração!
 
O teu novo tema “Hero” tem a participação de uma das maiores vozes da house music, Shawnee Taylor. Como surgiu esta colaboração?
Bem, eu passo a semana em estúdio, ora a produzir remixes, ora a produzir originais. Esta colaboração surgiu de um instrumental que tinha, e tanto eu como o meu agente achámos que poderia agradar à Shawnee. O contato foi feito, ela pediu para ouvir e o resultado está à vista. Foi algo muito natural. Para mim não muito, pois senti-me um miúdo com cinco anos a quem dão doces! 
 
Alguns dos temas cantados por Shawnee Taylor, como “Live Your Life” ou “Devontion”, influenciaram esta tua nova produção?
Não, pois como respondi antes, o instrumental já existia. Produzi porque o senti naquela altura assim. Não tinha um propósito, poderia até ter sido aproveitado para um remix. Mas, eu e o meu agente sentimos algo nele e como a Shawnee era um desejo antigo, avançou-se dessa maneira.
 
 
Já remisturaste temas para grandes nomes como Bob Sinclar, Axwell ou Chus & Ceballos. Há algum segredo ou uma regra a ser respeitada quando se faz um remix para um artista?
Eu por norma não sigo. Há duas maneiras de editar remixes. Ou o artista te contrata para o fazeres ou fazes e envias para o artista. Existem sim, diferenças entre estes dois casos. No primeiro, o artista contrata-te porque a tua sonoridade no momento agrada-lhe e ele quer um remix teu dentro desse estilo. No segundo caso, fazes algo que sentes, mesmo sendo diferente do que te carateriza e envias para o artista. Se ele gostar, edita. Felizmente tem-me corrido bem nos dois casos.
 
Em 2013 escreveste na crónica "From a Paradise Called Portugal", para o Portal 100% DJ, que a crítica especializada dizia que era 'in' ouvir um disco de dança nacional. Achas que no futuro vamos dançar ao som de um disco de dança português com orgulho?
Quero acreditar que sim. Foram realmente tempos que deixam saudades. A união artística era fantástica e conseguiu-se mesmo isso. Quando entrava uma faixa nacional, era a loucura, um orgulho. Acredito que isso será possível de novo, mas muito terá de mudar no panorama musical nacional. Há um longo caminho ainda a percorrer.
 
Quem consideras a grande revelação da música eletrónica nacional e internacional?
Se olharmos para os nomes fortes da dance scene nacional, já nenhum é revelação. Não sei quem é ou será, a grande revelação, mas quem for, será numa altura complicada. A nível internacional, apareceram muito bons artistas neste último ano, mas por norma não gosto de destacar ninguém, pois o que para mim interessa é a música num todo. Destacar alguém num estilo pode negligenciar outro alguém num estilo diferente. Para mim, distinções nesta arte, que é tão vasta, são um pouco injustas.
 
No teu entender existe união e respeito na música eletrónica em Portugal? O que mudarias?
Tenho uma frase muito simples para esse assunto: Menos queixas, mais trabalho. Mais respeito, mais valores morais. Se tudo isto existisse, a união, o respeito e a valorização global apareceriam naturalmente. É um assunto delicado porque em Portugal, a própria indústria não é saudável, está corrompida e quando assim é, só os artistas não chegam para a mudar. 
 
Atualmente és tutor de duas editoras. O que te levou à criação das mesmas?
Foi algo que acho que é natural num DJ/Produtor. Havia muita música minha que eu não conseguia editar. Assim, criei uma label minha, a NewLight Records. Acabava por poder editar o que me apetecesse e era algo que podia servir para expandir o meu nome. Na altura não esperava que viesse a ter nomes tão sonantes como Blasterjaxx, D-Rashid, Bryan Dalton, Carlos Silva, Rancido, Praia Del Sol, Mavgoose & Quinn entre tantos outros. Cheguei a ter releases que foram número um em França, Bélgica e Holanda. O que começou com muita descontração acabou por se tornar num caso sério. Recentemente abri uma sub-label, mais virada para o Deep-House, Tech-House, Future House, etc. Recebia muitas promos boas mas que não encaixavam na linha da NewLight, por isso, decidi abrir a sub-label.
 
Em conjunto com Dan Maarten, assinas um novo radioshow da Mega Hits intitulado “The Future Is Now”. Na tua visão como vai ser o futuro da música eletrónica?
Penso que é difícil prever o futuro de algo que pode evoluir a cada hora. A música eletrónica desde o seu início estava “condenada” a andar de braço dado com a evolução. O conceito deste radioshow, tal como o nome indica “Future Is Now”, é tentar mostrar o que poderá vir a ditar o futuro, mas é sempre uma incógnita. Na minha opinião, a indústria vai dar uns passos atrás, pois perdeu-se muito o conceito musical na música de dança. É preciso recuar para moldar um futuro que possa semear nas gerações futuras a ideia de que sim, ainda vale a pena estudar e aprender a tocar instrumentos…
 

A indústria vai dar uns passos atrás, pois perdeu-se muito o conceito musical na música de dança.

 
Que novidades podes revelar sobre o futuro da tua carreira?
Em termos de djing, este ano vou voltar à Holanda e ao seu grande festival de verão, o Latin Village. Vou marcar presença também num grande festival em Toulouse, França, num cartaz que conta com nomes como The Cube Guys, Franky Ricardo, Gregor Salto, Roul & Doors, entre outros. Também já muito em breve, estarei no Sumol Summer Fest e a já obrigatória passagem pelos grandes festivais do nosso paraíso, os Açores. Em termos de produção, tenho remixes a sair em breve para as lendas do French-House, os Superfunk, que este ano vão atuar no Tomorrowland. A par do remix, temos também uma colaboração em mãos. Vou editar também o remix para o super-clássico dos Hardsoul com Ron Carroll, “Back Together”. Quanto a originais, já estou a trabalhar o “follow up” single desta minha colaboração com a Shawnee Taylor, “Hero” e tenho para breve a edição de um tema na Safe Music dos Deepshakerz. Mas acima de tudo, continuar a trabalhar, pois é isto que me faz feliz.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores do Portal 100% DJ?
Que continuem fiéis a este fantástico portal, pois está sempre em cima do acontecimento. Conteúdos muito ricos e informação séria são as principais qualidades. Queria também deixar uma mensagem de apelo para que consumam mais música electrónica nacional, pois temos muita qualidade. E um obrigado a todos que seguem o meu trabalho! 
Publicado em Entrevistas
A editora Newlight Records não poderia ter entrado da melhor maneira em 2013.
A sua primeira compilação digital foi lançada no passado dia 5 de janeiro e reúne as 16 melhores músicas do ano 2012.

Massivedrum, Di Paul e Silvio Luz, Kura, D-Rashid, Mavgoose & Quin e Praia Del Sol são apenas alguns dos produtores que assinam esta nova compilação de boa música, para ouvir em casa, no carro e até no trabalho.

Disponível para compra no Beatport, Itunes e em todas as lojas digitais.
Publicado em Música
"Spiritual Battery" do produtor nacional Paul Jays e editada em maio de 2001, foi a terceira referência da Magna Recordings. Rapidamente se tornou num dos "best-sellers" em vinil da editora a nível nacional e entrou em inúmeras compilações e charts internacionais, o que levou a Danny Tenaglia a considerá-la um dos seus clássicos de todos os tempos.

Depois do êxito de "Feel The Drums" de Carlos Manaça (Magna 001) e de "The First Tribal Feeling" de Pete Tha Zouk e Bruno Marciano (Magna 002), editados em 2000, "Spiritual Battery", veio cimentar a Magna Recordings como uma das principais referências da música electrónica mais underground em Portugal. 

20 anos depois da edição original, DJ Vibe, um dos principais embaixadores e referência máxima do underground nacional, quer como DJ, quer como produtor em Portugal, quis, com esta remistura, apresentar-nos uma excelente versão deep house do clássico da Magna Recordings, mantendo os vocais do tema original, perfeito para o Verão que se aproxima.

Também XL Garcia, outra das figuras centrais da música eletrónica em Portugal, e que conta já com uma vasta carreira, com participações como cabeça de cartaz em alguns dos maiores eventos nacionais, quis juntar-se a Massivedrum, um dos mais versáteis e prolíficos produtores nacionais, para apresentar uma remistura de progressive house, com um espírito bem diferente da versão original.

Apesar de manterem as percussões e os vocais, conseguiram levar "Spiritual Battery" a um outro nível, acrescentando até um "acid break", que irá surpreender os (muitos) fãs da versão original e que se enquadra ainda mais na música house.

A edição 110D da Magna Recordings inclui também um novo master produzido por Carlos Manaça na Beat Works, da versão original de 2001 - Extended Lithium Mix.

As Remixes de "Spiritual Battery" já se encontram disponíveis na loja online Beatport e nas restantes lojas e plataformas de streaming.
 

Publicado em Música
sexta, 05 abril 2013 14:50

Mudam-se os tempos, muda-se o respeito

 
Passo bastante tempo em estúdio e esse facto permite-me estar também atento ao que se passa nas redes sociais e internet. Ora algo que me tem vindo a intrigar nos últimos tempos, é a tremenda falta de respeito e facilidade com que os mais novos (talentosos ou não) artistas, tratam os mais velhos (maior parte com "cartas mais que dadas").

Eu compreendo o entusiasmo de alguns jovens, que conseguindo "imitar" a sonoridade de alguns artistas internacionais, são colocados em pedestais por amigos "facebookianos", que sendo igualmente joviais, não medem a "crítica exageradamente positiva".
 
Todos sabemos que colocar um preview musical no facebook leva a que 90% dos comentários sejam positivos, por razões óbvias. Ora essa situação não demonstra a realidade do talento artístico. Pelo menos no caso dos jovens. Mas acontece que estes jovens "artistas" ficam deslumbrados e pensam que podem argumentar, criticar e achar que apenas o que fazem está correcto e é bom.

Esta é uma situação grave. O respeito é um dos alicerces da inteligência e bem-estar entre "nós", seres pensantes.


Presenciei, recentemente uma bárbara situação em que um importantíssimo produtor foi "gozado", criticado e "escovado", até ao limite. Por quem?! Pois, aí é que está! Por quem ainda não mostrou/provou nada. Por quem ainda não tem sequer argumentos de "venda" artística e acima de tudo, e mais grave, por quem, ao pé de quem criticou é muito pequenino.

Esta é uma situação grave. O respeito é um dos alicerces da inteligência e bem-estar entre "nós", seres pensantes. Opiniões são opiniões, e todos somos livres de as ter, de as dar. Mas a crítica, a crítica é algo diferente e quando é dada com malícia, torna-se falta de respeito.

Gozar um artista que até já pouco tem a almejar, vindo de quem tem ainda tudo a almejar, é sinceramente e desculpem a expressão, mentecapto!

Estes "jovens" esquecem-se que editar uma música nos dias de hoje, não tem sequer um terço do valor que era editar há dez anos atrás. Porquê? Porque hoje em dia não tem custos, porque hoje é facílimo chegar às editoras, porque hoje, se "te enganares" num release, dois dias depois podes lançar uma nova. Porque hoje o risco para as editoras é quase nulo. E porque hoje, hoje até o youtube te ensina a "criar um hit"!
Com isto não significa que o talento tenha deixado de existir, porque existe e bastante, mas esse, esse não precisa de anos para "dar o salto" e afirmar.

Tentar subir uns degraus, difamando o mais velho é feio e no facebook, todos vêem!

Penso que colocar os pés bem assentes no chão e olhar o futuro com entusiasmo e "ganas" é o melhor caminho para os jovens, mas sempre a respeitar o próximo e o mais velho, pois esse, foi o que abriu portas para o "sonho"!
 
 
Publicado em Massivedrum
A partir deste sábado, 11 de julho, o Radioshow “Future Is Now” emitido pela estação portuguesa Mega Hits, irá sofrer alterações quanto à sua hora e dia de transmissão. O projeto assinado pelos conhecidos DJs Dan Maarten e Massivedrum vai passar a estar “On Air” sábados das 19 às 20 horas.  
 
Este novo horário pretende animar o fim de tarde dos «mega» ouvintes, num regresso a casa após um magnífico dia na praia, na piscina, numa esplanada e até na tão sempre indesejada fila de trânsito.
 
Uma hora focada na melhor dance music do futuro, numa viagem musical direcionada para um género mais deep e que também passará pelos clássicos que marcaram outras gerações e que ainda hoje fazem parte de qualquer play-list.
 
Em baixo e de forma a poderes organizar tua agenda, poderás conferir as datas de transmissão do programa Future Is Now e respetivo DJ.
 
Massivedrum 
  • 11, 18 e 25 de julho
  • 1 e 8 de agosto 
 
Dan Maarten 
  • 15, 22 e 29 de agosto
  • 5 e 12 de setembro
Publicado em Nightlife
O DJ e produtor português Massivedrum lançou no passado dia 1 de agosto o seu mais recente single, intitulado de “Feel The Need”, através da editora Sirup Music.
 
A faixa foi produzida num registo de future house com synths britânicos, acordes fortes e uma voz masculina ideal para a época do verão, para animar as pistas de dança nacionais e internacionais.
 
O tema já está disponível no Beatport e pode ser ouvido no Youtube, nas versões de Radio e Original Mix.
 
Recorde-se que Massivedrum foi um dos artistas presentes na iniciativa “Os 20+ de 2015” do Portal 100% DJ, que teve como objetivo premiar os DJs e produtores nacionais que mais se destacaram no ano passado.
 
{youtube}DIOI9bCG4Rs{/youtube}
Publicado em Música
quinta, 03 outubro 2013 19:19

From a paradise called Portugal...

 
Enquanto escrevo estas linhas, entra pela janela, através dos pinheiros que circundam a minha casa, uns belos raios de Sol. Está um fantástico dia de Outono, e parece-me indicado para o assunto que desta vez irei abordar na minha crónica.
Falta a banda sonora, e tal como o título sugere, terá que ser portuguesa. Olho para a prateleira dos CDs e... voilá! "Kaos Totally Mix" de 1995 salta à vista. Nem mais... Play!
 
"Kaos Totally Mix" misturado por DJ Vibe é uma obra de culto da música electrónica nacional. Lançado em 1995, representa o esplendor máximo do que foram os tempos de ouro da música de dança em Portugal. É recheado de temas emblemáticos e condimentado por uma mistura/técnica impressionante, quase mágica de um senhor chamado António Pereira, DJ Vibe. 
 
Pois é sobre estes anos de ouro que quero falar… 
Por meados dos anos 90, no mundo da música de dança, Portugal era considerado um 'paraíso'. Artistas como Underground Sound Of Lisbon (DJ Vibe e Rui da Silva), Urban Dreams (Alex Santos), The Ozone, DJ Jiggy, Kult Of krameria, J. Daniel, DJ Tó Ricciardi, L.L. Project (Luis Leite), A. Paul, DJ ZÉ-Mig-L e tantos outros, davam vida e mostravam que tínhamos um som próprio, único e característico que representava Portugal. Éramos respeitados e acima de tudo, tocados por esse mundo fora. Nesse capítulo, é importante referenciar um nome que proporcionou esse estatuto a este pequeno país. António Cunha!
 
Fundador da empresa Kaos (que a par da edição discográfica, era também empresa de eventos), juntamente com Rui Da Silva e DJ Vibe, foi um incansável lutador, não só na divulgação de talentos, mas também como impulsionador da cena de dança num país que pouco ou nada conhecia dessa vertente. "Raves" míticas, discos míticos, anos de ouro que para sempre estarão associados a este senhor que infelizmente já partiu, e deixou saudades - muitas - de tempos que parece que nos distanciamos a passos largos. Um bem-haja a António Cunha, que descanse em Paz.
 

Sempre fomos talentosos neste aspecto, e dizer que fomos mais na altura, pois as "vitórias" foram maiores, é errado, a diferença está na união que existia, vontade, e um remar numa só direcção.

Distanciamo-nos a passos largos - sim. Pois a realidade dos dias de hoje é bem diferente. E não falo da sonoridade, porque essa, sendo ela de cariz electrónico, é lógico que sofre mudanças, mutações, evoluções. Não é o som actual que estou a pôr em causa, ponho sim, a diferença de atitude, o empenho geral e acima de tudo o que não existe nos dias de hoje, a UNIÃO ARTÍSTICA! Essa força, que faz a força. 
 
Sempre fomos talentosos neste aspecto, e dizer que fomos mais na altura, pois as "vitórias" foram maiores, é errado, a diferença está na união que existia, vontade, e um remar numa só direcção. 
 
A força foi tal, que nas discotecas, como foi citado várias vezes na comunicação social especializada, "(...) tornou-se 'in' dançar um disco de música dança nacional(...)". E era verdade, existia esse orgulho na música de dança portuguesa, esse orgulho em saber que aquela música era nacional e era boa. Patriotismo na música de dança, sim, eu experimentei esse tempo. E que tempo...
 
Hoje estamos distantes do que é nosso, pouco queremos saber, pouco nos preocupamos. E aí, a culpa não é só dos artistas, da pouca união e pouca vontade de seguir um caminho único, visando o sucesso geral e não o propósito de ser o número 1. A culpa é também das rádios e televisão que pouco ou nada apostam em artistas nacionais, que pouco ou nada se preocupam em fazer para termos de deixar de importar e começar a exportar, que é o que lá fora se preocupam em fazer.
 
Hoje a rádio é um jogo de interesses, comandada por algumas empresas de agenciamento que querem vender 'peixe graúdo' internacional e que 'prostituem' artistas nacionais «a torto e a direito» e que só vêm euros. Que saudades tenho daquele dia em 1994, à hora de almoço, dentro da carrinha de trabalho do meu pai, ouvi na Rádio Comercial Underground Sound Of Lisbon - So Get Up... É verdade. Saudades...
 
A união faz a força, e nós poderíamos ser muito mais fortes, até porque já o fomos, mas temos uma mentalidade egocêntrica, queremos ser os maiores 'do nosso bairro'. A nossa geração actual da música de dança, em comparação com a dos 90, faz lembrar as duas últimas gerações da Selecção Nacional de Futebol... A nova tem mais recursos, eles têm mais estilo, são mais bonitos (Ok, alguns), mas a outra, jogava bem mais, tinha um rumo e nenhum queria ser o número 1 - eram unidos!
 
Outros tempos que saudosamente recordamos, portugueses que deixaram o seu nome na história, que muitas vezes não são respeitados nem recordados da maneira que deviam. Portugueses que queriam mais para o seu pobre país, que mesmo atravessando ao longo dos anos as dificuldades que conhecemos, sempre foi de sacrifício para que bens maiores se elevassem, e na história da nossa música de dança, esse "Paradise Called Portugal", teve o seu apogeu nos anos 90. Para quem os viveu, vai rever-se nestas minhas palavras, quem não os viveu, que reflicta, e que comecemos todos de uma vez por todas a remar para um futuro melhor.
 
Saudações musicais.
So Get Up!!!
 
Publicado em Massivedrum
segunda, 30 abril 2012 21:57

Warm Up

Warm up é um expressão do Inglês que significa "aquecer" ou "aquecimento". É utilizada na gíria dos DJ's quando se refere ao primeiro que toca, ou o que toca no início da noite.
Posto isto, a minha primeira crónica vem a propósito disso mesmo, dos "Warm up" na noite Nacional.

São raras as noites que no fim das mesmas, consigo comentar, "que grande Warm up que me fizeram hoje". Muito raras e é uma pena que em Portugal pouco ou nada se perceba desse assunto.
A globalização dos DJ’s, a aposta das casas em DJ’s residentes sem nenhuma cultura musical (excetuando os "hits" e "bootlegs" de "hits" do momento), levou a que não exista um cuidado com o ouvido do cliente.
A noite nos dias de hoje começa por volta das 2h30, e termina tarde, bastante tarde. Se não houver um cuidado musical, pode acabar bastante cedo, e como em tudo na vida, os preliminares são muito importantes.
Infelizmente, muitos DJ’s residentes não percebem que quando têm um DJ convidado, o Warm up, é talvez a parte mais importante para o sucesso musical dessa noite. É o trabalho que se faz antes do convidado que prepara o cliente para o que vem.
 
Nestes quase 5 anos que toco de Norte a Sul do país todos os fins de semana, raras foram as noites em que o Warm Up foi bem feito. O DJ residente é o responsável pela música da Discoteca o ano todo, não apenas quando lá vai um convidado, e o facto de não perceber isso, leva a que muitas vezes as noites não corram como esperado, ou da melhor forma. O DJ residente não percebe que tem o ano todo para brilhar (e aí sim, brilha, se o fizer o ano todo), não apenas aquela noite.
 
É muito triste ver DJ’s residentes a colocarem às 2h00 da manhã a fasquia tão alta que o convidado (por melhor que seja), pouco ou nada irá fazer depois. Esquece-se o residente que não está a brilhar nem a tirar protagonismo ao convidado, está pura e simplesmente a estragar a noite. Cansa os clientes, pois a loucura vem com os copos (e aquela hora ainda não "estão no ponto"), gasta músicas, fere ouvidos (muitas vezes até o som já está "no pico"), etc...
 
Um Warm up é para aquecer, não para escaldar assim que se chega à pista de dança.
É realmente triste ver que pouca ou nenhuma cultura se ouve nos dias que correm. Tocar os Hits todos antes do convidado entrar, muitas vezes tocar músicas do convidado, é realmente demonstrativo do que vai na noite nacional. Brilhar quando uma casa está cheia por um convidado, é fácil. Mas brilhar a sério é quando não se tem um convidado, e aí, aposto que até se faz um Warm Up em condições.
 
Um bem haja e controlem as emoções, a noite funcionará muito melhor, experimentem!! Abraço!
 
Massivedrum
www.facebook.com/massivedrum.official
Publicado em Massivedrum
segunda, 01 fevereiro 2010 22:00

Massivedrum assina novo remix de 'Puro Flow'

O deejay e produtor Massivedrum, nomeado nos Prémios Noite.pt nas categorias de Melhor Produtor Nacional e DJ Revelação, apresenta um novo trabalho - a remistura do tema “Puro Flow” dos Candy Shop Project.

Com um ritmo acelerado é um tema bastante melódico, com batidas fortes, muito groove e também saliências comerciais orientadas para as pistas de dança.
O synth poderoso e a voz conjugam-se perfeitamente e criam o perfeito beat para as pistas de dança. Uma remistura com incidência nas sonoridades house, puro happy house com um vocal masculino fantástico.
Entre o vocal de Dadhu King e a batida de Maravalhas, a remix de Massivedrum resulta numa conjugação perfeita, criando uma atmosfera de euforia contagiante, que irá decididamente “rebentar” com as pistas de dança.

A versão que Massivedrum apresenta surpreende pela capacidade de construção, simplicidade e diferença, num ritmo dançável e marcante, que fica no ouvido e nos impele para as pistas de dança, quase que de uma forma hipnótica.

A música pode ser ouvida no link: http://www.youtube.com/watch?v=gOpqzOIBr-c
Publicado em Artistas
sexta, 17 dezembro 2010 22:20

Massivedrum lança desafio

O conhecido DJ e Produtor português, acaba de lançar um desafio a todos os criativos, baseado num contest para a criação de um logótipo 'Massivedrum'.

Este desafio está aberto a todos os que quiserem participar e o logótipo oficial de Massivedrum, irá ser escolhido pelo próprio após uma selecção dos vários trabalhos gráficos que serão enviados.

O criativo vencedor terá como prémio um jantar com o artista e direito a lugar priveligiado na cabine, próximo daquele que é considerado o 'melhor produtor nacional'.
 
A participação neste concurso, não dispensa a consulta do regulamento pormenorizado do mesmo, no Facebook do DJ/Produtor.
Publicado em Artistas
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