Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
A fabricante da vodka Stolichnaya anunciou uma mudança na marca, em resposta direta à "posição veemente" do seu fundador contra o regime de Putin e por sua vez à invasão russa na Ucrânia.

A conhecida vodka será agora comercializada simplesmente como Stoli, disse a empresa em comunicado.

Yuri Shefler, fundador do Stoli Group, foi exilado daquele país há 20 anos atrás devido à sua oposição a Putin. Embora a Stolichnaya seja comercializada como sendo vodka russa a verdade é a que a sua produção é feita na Letónia desde essa altura e o Stoli Group é uma unidade do SPI Group, com sede no Luxemburgo.

Nos últimos dias diversas lojas dos Estados Unidos removeram das suas prateleiras diversos produtos fabricados na Rússia ou de marca russa - o que na maioria dos casos significa vodka. Há registo de alguns proprietários de estabelecimentos de diversão noturna terem atirado para o lixo a vodka Stolichnaya em protesto.

De acordo com a IWSR Drinks Market Analysis, empresa global que acompanha as vendas de álcool a nível mundial, nos Estados Unidos, menos de 1% da vodka consumida é produzida na Rússia e mais de metade de toda a vodka consumida no mercado interno é fabricada nos EUA.
Publicado em Nightlife
A ministra da Cultura da França suspendeu a realização, dentro e fora do país, de qualquer evento cultural associado a instituições oficiais russas ou artistas russos que sejam a favor da invasão da Ucrânia.

Roselyne Bachelot especificou que nenhum evento ligado a instituições culturais oficiais ou artistas "que se manifestaram a favor da política empreendida pela Rússia na Ucrânia" será bem-vindo.

A ministra acrescentou que os projetos de parceria entre instituições culturais russas e francesas, quer em França, quer na Rússia, estão "suspensas até novo aviso".

"Estamos solidários com os artistas, profissionais da cultura e jornalistas ucranianos, duramente atingidos. Não esquecemos os dissidentes russos. Juntos, eles mantêm viva a democracia e a cultura todos os dias, fermento de paz e diálogo entre os povos", sustentou.

Roselyne Bachelot avançou ainda com a criação de um fundo de apoio, de um milhão de euros, para "acompanhar as instituições culturais francesas que se organizam para permitir que artistas e profissionais da cultura continuem a trabalhar".

Até agora, o cancelamento de eventos culturais em França com entidades ou artistas russos dependia de decisões individuais.

Também esta quarta-feira a Ópera de Paris referiu que não haverá novas colaborações com instituições culturais russas ou artistas que manifestaram publicamente o seu apoio ao regime.
Publicado em Eventos
Um cidadão israelita foi morto a tiro esta terça-feira por tropas ucranianas quando tentava sair de Kiev juntamente com outra pessoa da mesma nacionalidade.

Trata-te de Roman Brodsky, DJ de 41 anos de idade, com dois filhos, que foi confundido como sendo um militar russo. O DJ deslocava-se para a fronteira da Moldávia na tentativa de viajar para Israel, quando foi parado num posto de controlo pelas forças ucranianas, que abriram fogo contra o carro onde seguiam os dois ocupantes.

A viver em Israel, os pais de Brodsky enfrentam agora sérias dificuldades em repatriar o corpo devido à situação perigosa que se vive no país.

"Não sei se consigo sair daqui viva ou consigo leva-lo para Israel. Eles estão a atirar como loucos", disse Mila, esposa de Brodsky, ao Canal 12.

Entretanto foi criada pelos amigos do DJ uma angariação de fundos para a transladação do corpo para Israel. O custo estimado é de cerca de 30 mil euros.

Um amigo da família disse ao jornal Israel Hayom que, além de questões financeiras, as condições perigosas no terreno são também um obstáculo significativo para garantir um voo para Israel.

"O problema não é o dinheiro - ninguém quer escoltar o corpo de Brodsky de Zhytomyr - a cidade em que está localizado - até à fronteira entre a Moldávia e a Polónia. Estamos a tentar um contacto com o Ministro do Turismo Yoel Razvozov e com o embaixador mas ninguém está a ajudar", disse o amigo.

Na Internet circula um vídeo do presumível tiroteio ao carro de Roman Brodsky. As imagens podem ferir a susceptibilidade dos leitores mais sensíveis.
Publicado em Artistas
Três festivais de música retiraram a DJ russa Nina Kraviz dos seus cartazes, devido à posição da DJ e produtora em relação à guerra na Ucrânia.

Kraviz tem sido acusada de conivência com o regime de Vladimir Putin e de pouco ter dito em relação à invasão da Ucrânia pela Rússia. O caso está a gerar polémica e a dividir a comunidade techno.

No início de maio, a Clone Distribution cortou relações com a editora Trip Recordings, criada por Kraviz, devido a "pontos de vista diferentes no que toca a questões morais e éticas". O Movement Music Festival (em Detroit, nos Estados Unidos), o Crave (Haia, Holanda) e o PollerWiesen (Dortmund, Alemanha) decidiram eliminar a artista dos cartazes.

Um grupo de ucranianos a residir em Detroit chegou a criar uma petição onde pedia ao Movement Music Festival que retirasse Nina Kraviz do cartaz, a não ser que esta se posicionasse publicamente contra a guerra. Já os festivais Crave e o PollerWiesen cancelaram os sets de Kraviz após "discussões internas".

Em fevereiro, aquando da invasão, a DJ publicou um vídeo onde se podia ler a palavra "paz". No entanto, a DJ ucraniana Nastia acusou tal mensagem de ser demasiado ambígua, não criticando diretamente Putin ou o governo russo.

Kraviz chegou a partilhar um comunicado onde esclareceu que "as relações do meu país com a Ucrânia tornaram-se uma coisa abominável". "Sou contra qualquer forma de violência e rezo pela paz. Custa-me muito ver inocentes a morrer".

"Sou música e nunca apoiei políticos ou partidos, nem planeio vir a fazê-lo. Não compreendo a política nem os processos sociais que ela cria. Por isso não me parece bem falar nas redes sociais sobre o que está a acontecer", completou.

A DJ esteve em Portugal em abril, atuando na primeira edição do festival Sónar Lisboa e tem regresso marcado para agosto, onde irá atuar no festival Neopop.
Publicado em Artistas
segunda, 28 março 2022 10:24

Heineken anuncia saída da Rússia

A conhecida marca Heineken anunciou esta segunda-feira, que irá sair da Rússia devido à guerra na Ucrânia, que se continua a "intensificar".

"Após o anúncio de uma revisão estratégica das nossas operações, concluímos que a propriedade do negócio da Heineken na Rússia já não é nem sustentável nem viável no contexto atual. Assim, decidimos sair da Rússia", lê-se no comunicado da cervejeira dos Países Baixos.

A empresa, que tem cerca de 1.800 funcionários na Rússia, sublinha que já havia indicado que não iria fazer "novos investimentos e exportações" para a Rússia, que iria acabar com a "produção, venda e publicidade da marca" e que não iria aceitar "quaisquer benefícios financeiros ou lucros do" negócio na Rússia.

"O nosso objetivo é uma transferência ordeira da nossa empresa para um novo proprietário, em total conformidade com as leis internacionais e locais", lê-se ainda no comunicado da Heineken, que ressalva que irá pagar os ordenados dos funcionários até ao final de 2022.

Fundada no século XIX, em Amsterdão, a empresa produz e vende mais de 300 marcas de cerveja e sidra, incluindo Heineken, Strongbow e Amstel, e emprega mais de 85.000 pessoas em todo o mundo.
Publicado em Nightlife

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