Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
A Câmara de Lisboa aprovou uma moção que insta o Governo a estudar a reabertura de bares e discotecas com as mesmas regras aplicadas aos restaurantes e sem pistas de dança. 

O documento teve os votos favoráveis do CDS-PP, PSD, PCP e BE, tendo apenas o PS votado contra, com o presidente da autarquia, Fernando Medina, a defender que essa opção "não deve ser feita neste momento".

"A definição da lotação de lugares sentados, a eliminação das pistas de dança e bengaleiros e a medição da temperatura são algumas das regras que podem e devem ser adotadas nestes estabelecimentos", lê-se na moção apresentada pelo CDS-PP. 

Para os vereadores centristas, "com regras, a fiscalização do seu cumprimento e a fixação de sanções para quem não as cumprir, é possível reabrir bares e discotecas, estabelecendo um horário de encerramento que deverá ser às 02:00 da madrugada para os bares e às 04:00 para as discotecas". 

Intervindo na reunião pública da autarquia, realizada na manhã desta quarta-feira, o vereador do CDS João Gonçalves Pereira considerou que os bares e discotecas devem ser "convertidos em espaços onde as pessoas possam estar sentadas", argumentando "que as alternativas são sempre piores".

"Tendo como exemplo as regras adotadas para restaurantes, é possível adotar regras semelhantes para os lugares de diversão noturna, a fim de que nestes locais os jovens possam voltar a um convívio possível, sem correrem o risco das festas e dos encontros improvisados que, naturalmente, tenderão a adotar de novo caso não tenham outras opções", refere o texto. 

A moção solicita também ao Governo que disponibilize "os meios para o reforço e fiscalização de festas e ajuntamentos informais de jovens, em desrespeito pelas regras sanitárias", bem como para reforçar a "fiscalização do espaço público em geral". 
Publicado em Nightlife
A Associação de Bares da Zona Histórica do Porto (ABZHP) solicitou uma reunião urgente ao Governo para exigir o pagamento de uma compensação aos bares e discotecas afetados pela decisão de encerrar o setor.

"Espero que o Governo assuma, desta vez, as responsabilidades relativamente às despesas diretas e encargos permanentes dos estabelecimentos, que por decreto do Governo, ficaram impedidas de funcionar. Relativamente às outras [empresas] que abriram terão de ser compensadas pelas quebras e danos comparativamente com o período homólogo do ano anterior", afirmou o presidente da ABZHP, António Fonseca, em declarações hoje à Lusa.

Na missiva entregue esta segunda-feira ao Governo, a associação refere que a reunião pretende "analisar a atual situação do setor, bem como o seu futuro, o qual se prevê ser dramático com consequências nefastas e irreparáveis", avaliando soluções e a implementação de medidas compensatórias que evitem o fim do setor.

"Neste momento já não está em causa abrir ou não abrir. Esqueçam lá a abertura, esqueçam a DGS, queremos é que os senhores [o Governo] paguem não só aos que estiveram fechados, como digam como é que vai ser o futuro", assinalou, lembrando que só no Porto, há pelo menos 20 discotecas que nunca mais abriram portas desde março.

António Fonseca salienta que face à evolução da pandemia e à implementação de medidas mais restritivas, a angústia vivida pelos profissionais do setor agravou, perante a incerteza do quanto à reabertura dos bares e discotecas.

Na última semana, avança o dirigente, vários bares fecharam temporariamente, não sabendo, no entanto se vão voltar a abrir portas.

Enquanto isto, as festas privadas continuam a realizar-se sem que as forças de segurança atuem, denunciou o dirigente e também presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto,

"Uma coisa é certa, as festas privadas continuam a acontecer no Centro histórico do Porto, e sem a polícia fazer o seu dever. Não estamos a ver medidas eficazes no que concerne à fiscalização", lamentou, insistindo na necessidade do reforço da atuação da polícia.

Em outubro, a Associação de Bares da Zona Histórica do Porto lançou uma petição pela criação de um apoio financeiro do Estado para salvar empresas e trabalhadores do setor, tendo sido subscrita até ao momento por 2.961 pessoas. No entanto, são precisas 4.000 para que o tema seja discutido na Assembleia da República.
Publicado em Nightlife

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