Nos últimos nove anos e de forma isenta, distinguimos, em conjunto com todos os que se quiseram associar a esta iniciativa, o talento português na música eletrónica. Uma ação ímpar que premiou mais de 200 artistas nacionais, onde cada um - quer seja artista ou público - terá tido a total liberdade de interpretar a referida distinção à sua maneira, dando-lhe ou não o seu valor.
Embora tenhamos realizado esta iniciativa sempre com enorme prazer e máxima dedicação, sem esperar nada em troca, ao longo desses nove anos, lidámos com inúmeras situações de desrespeito com o nosso trabalho, fomos ameaçados judicialmente, tivemos dissabores e criámos inimizades. Acreditamos, porém, que essas situações surgiram, a grande maioria, por esta ter sido uma iniciativa incompreendida. No entanto temos a noção de que nos esforçámos e que demos o nosso melhor para que todos os procedimentos e critérios fossem sempre claros e de fácil compreensão.
Estamos convictos que muitos não entenderam a essência e objetivo desta iniciativa, que nunca mediu a qualidade, mas sim a popularidade dos artistas, como qualquer ranking. Essa incompreensão despoletou acesas e lamentáveis discussões nas redes sociais, acabando estas por seguirem condutas que em nada elevam, nem a vida noturna, nem a música eletrónica do nosso país.
Realizada digitalmente, a criação e desenvolvimento desta iniciativa envolveu um enorme investimento - desconhecido de muitos - não só financeiro como também de tempo e disponibilidade por parte da equipa e de pessoas próximas da mesma. Na verdade, foram inúmeras horas dedicadas a que tudo corresse conforme previsto, quer na criação da plataforma de votação, na promoção, na produção e envio de troféus - alguns até ignorados pelos distinguidos, ou mesmo na produção do memorável evento que fizemos em dezembro de 2018, na Discoteca MOME em Lisboa, onde reunimos, pela primeira vez, quase todos os distinguidos desse ano.
Estaríamos longe de imaginar o sucesso que esta iniciativa alcançaria. No entanto, foi uma evidente aposta ganha e estamos gratos a todos os que contribuíram para isso. O "TOP 30" mobilizou milhares de pessoas a eleger os seus artistas favoritos e hoje temos a certeza - e é facilmente comprovado - que esta iniciativa contribuiu não só para a carreira e projeção dos mesmos como também para a indústria da música eletrónica.
Reconhecemos que é altura de parar e repensar aquilo que até hoje fizemos, os tempos atuais assim o exigem. Por isso, comunicamos a todos os interessados que este ano não realizaremos a 10.ª edição da iniciativa “TOP 30” e que deixaremos à consideração de todos, a sua possível ou não realização futura.
A Redação.