Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal

Numa era em que só se fala de haters, fake DJs, ghost producers, votos para a DJ Mag e afins, surge nas salas de cinema o polémico "We Are Your Friends". Um filme que de certa forma tenta retratar a Electronic Dance Music (EDM). Este tema, por si só, já traz alguma controvérsia entre artistas e/ou fãs da dance scene e o gosto de cada um é que prevalece.

 
É um filme que conta com dois tipos de públicos: os fãs da EDM e o público em geral. Para este último, o realizador constrói ainda uma narrativa emocional em torno do tema. Permanece a dúvida: retrato da cena EDM ou um mero filme de drama?
 
Com Zac Efron no papel principal, na pele de Cole, um jovem de vinte e poucos anos que tenta vingar como DJ. Uma longa metragem que desde cedo nos intriga quando a personagem principal refere que para uma carreira no djing apenas seria necessário “um computador, um pouco de talento e uma faixa”. Não terei sido com certeza o único a questionar se Hollywood não teria simplificado a profissão, como se qualquer um com um mínimo de vontade o pudesse fazer.
 

O público tem que ouvir música e ter conhecimento que é tua, sem ter que olhar para ti para o saber.

 
James Reed, um ícone do djing que acaba por se tornar mentor de Cole, é utilizado como o ‘cão de fileira’ para um ataque aos estilos como Big Room, Electro House, Trap, entre outros. Não são esses sub-gêneros da EDM? Por momentos, tiras o bilhete do bolso para verificar se o título do filme não seria “Bring The House Back”. Ao longo dos anos, a música, tal como a tecnologia, evoluiu. Alguns artistas seguiram evoluções, modas ou tendências e cada a um à sua maneira, incluindo alguns de House Music. Já outros, não querendo ferir susceptibilidades ou atacar ninguém, permaneceram retrogadas.
 
Na óptica do realizador, nesta indústria do entretenimento noturno e festivaleiro, o djing é alternativa à universidade e o mote é: droga. Imagine-se que esta profissão fosse por candidatura: “Não tens o que fazer com a tua vida? Universidade não é para ti? Junta-te a nós!”. Durante cerca de uma hora e quarenta existe tanta droga como música, desde o simples charro, ao ecstasy e passando pelo PCP. Será isto a realidade do djing ou uma sátira?
 
A crítica mais evidente e para mim mais acertada, é ao facto de se achar que todo o passado se torna irrelevante quando se atinge um certo e determinado patamar, ao ponto de virar as costas a quem ajudou a chegar lá ou deu força para tal. Não devemos esquecer quem somos e as nossas origens. 
 
 
No entanto, nem tudo é mau. Existe ao longo do filme, toda uma crítica construtiva destinada aos produtores. Um aconselhamento para uma produção mais ‘out of the box’ ao invés de uma mera junção de samples já existentes e diversas vezes usados. Questionei-me se também seria mais um DJ e produtor genérico. A verdade é que recorrentemente vemos grandes nomes da actualidade mostrarem como produziram este ou aquele tema e todos eles usam samples. Chego à conclusão que é tudo uma questão de ‘peso e medida’ e que o que realmente importa é deixarmos sempre a nossa identidade bem cunhada na faixa. O público tem que ouvir música e ter conhecimento que é tua, sem ter que olhar para ti para o saber.
 
É um filme que envergonha a indústria e para quem não faz parte do meio comece talvez a olhar para ti de lado. Irá também certamente atrair um número infindável de jovens perdidos na vida para o djing porque no final das contas basta “um computador, algum talento e uma faixa”.
 
Ben Ambergen

 

     

Publicado em Nightlife

Zac Efron é o protagonista do filme “We Are Your Friends”, interpretando Cole Carter, um DJ em ascensão em Los Angeles, que trabalha na sua primeira produção e que pretende alcançar a fama.

 
A longa metragem da Warner Bros já tem data de estreia, dia 28 de agosto, com a realização de Max Joseph, da série Catfish (MTV), que conta ainda com Emily Ratajkowski (do videoclip “Blurred Lines”) e Wes Bentley (do filme “The Hunger Games”).
 
A banda sonora oficial de “We Are Your Friends” ainda não foi divulgada, mas as faixas podem ter a assinatura de grandes produtores internacionais. Para a performance de Zac Efron ser praticamente real, o ator esteve no set de gravações com Alesso, Nicky Romero, Dilon Francis e Classixx, que ofereceram alguns conselhos sobre djing.
 
 
Publicado em Nightlife
Apesar do filme contar com a participação de Zac Efron, Emily Ratajkowski e de ter como público-alvo os amantes de música eletrónica, a longa-metragem está a ser um fracasso de bilheteira nos Estados Unidos da América. Nos seus primeiros quatro dias de exibição, o filme foi transmitido em 2333 salas e gerou uma receita de 1,8 milhões de dólares, uma média de 773 dólares por sala, sendo considerado um dos piores de sempre da história da sétima arte.
 
Jeff Goldstein, da Warner, já se mostrou desiludido com os resultados, pois “era um projeto pelo qual o Zac Efron se apaixonou e nós acreditámos nele”. Zac interpreta um DJ que está a produzir uma música e pretende alcançar a fama, com a realização a cargo de Max Joseph (“Catfish”). Para ajudar o ator no seu papel de DJ e produtor, Alesso, Nicky Romero, Martin Garrix, Classixx e Dillon Francis deram alguns conselhos sobre djing e estiveram presentes nas gravações.
 
A banda sonora original do filme já está à venda e conta com temas de Deorro, Justice, Carnage e muitos outros.
 
O filme está em exibição em Portugal nos cinemas NOS e está neste momento colocado na posição número sete dos mais vistos a nível nacional, através de longas metragens como “O Pátio das Cantigas”, “Mínimos” e “Hitman”.
 
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Publicado em Nightlife

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