Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
Vando Camarinha tem 28 anos e depois de conquistar o território nacional, começa agora a dar cartas no mundo da música eletrónica a nível internacional, através de imagens capturadas por si, no momento certo. Natural do Porto e formou-se em Multimédia pelo Instituto Superior da Maia, unindo assim várias das suas paixões: design gráfico, vídeo e fotografia. Fica a conhecer melhor a sua personalidade e trabalho através da entrevista que lhe fizemos.

Como começou a tua história no mundo da fotografia ligada à música eletrónica? 
Foi há 5 anos. Eu trabalhava na noite como fotógrafo e o meu melhor amigo veio à discoteca nessa noite e acabou por me fazer a pergunta: “Vando já que gostas tanto de fotografar, porque não apostas em festivais de música?”. A partir daí comecei a pesquisar sobre alguns trabalhos de alguns fotógrafos profissionais na área dos festivais e com alguns contactos que tinha fui convidado a fazer os meus primeiros festivais. Estava um pouco nervoso no início porque não sabia onde me ia meter! Mas a partir desse momento foi ‘sempre a abrir’. Adoro a fotografia de ambiente festivaleiro, adoro música eletrónica e esses dois temas juntos é perfeito para mim e para o que eu faço!

Que festivais e artistas já fotografaste? 
Portugal: MEO Sudoeste, EDP Beach Party, Melhores do Ano, RFM Somnii, Mega Hits Kings Fest, I’ am Hardwell. Internacionais Inox Park Paris e Elektric Park Festival. Artistas: Dannic, Hardwell, Martin Garrix, Bob Sinclar, Laidback Luke, Dimitri Vegas & Like Mike, Sebastian Ingrosso, Showtek, DVBBS, Thomas Gold, Lost Frequencies, Alesso, Pete tha Zouk, Kura, Nervo, Don Diablo, Bassjackers ,Tujamo, entre outros.

Que história caricata podes contar sobre um dos teus trabalhos?
Tenho várias, mas uma que recordo mais foi quando estava a fotografar as NERVO em Paris e no momento em que ia a sair do palco, acabei por cair de cu no chão! No momento senti-me um pouco envergonhado porque tinha todas as pessoas a olhar para mim e porque foi o primeiro festival que fiz internacionalmente. Como devem calcular, as pessoas começaram-se a rir e eu com a minha calma toda disse-lhes que era uma coisa normal quando se ama o que se faz! 

Que artista gostaste mais de fotografar? 
Kura foi sem dúvida um dos que mais gostei de trabalhar. Para além de humilde, foi das pessoas que mais apostou em mim e que me deu força para continuar a fazer mais e mais neste ramo! 
 
Que material fotográfico aconselhas para um jovem fotógrafo que queira seguir os teus passos? E algumas dicas?
De material fotográfico aconselho para os iniciantes desta modalidade, a Canon 550D ou Canon 700D. Para iniciar é perfeita para praticar. 
Pesquisando, inovando e tendo sempre uma open mind, isso é a melhor dica que podem ter. Não se deixem intimidar por ninguém, sejam simples, humildes, idealizem, concretizem e principalmente sejam unidos.

Quais os eventos e artistas que mais gostarias de fotografar?
Ultra Music Festival e Tomorrowland.
 

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É um dos jovens talentos da música eletrónica nacional e um dos mais reconhecidos na sua terra natal: os Açores. Depois de ter alcançado a posição número 21 do Top 30 de 2016 do Portal 100% DJ e de subir ao palco do RFM SOMNII, a redação esteve à conversa com o artista sobre a sua carreira e o futuro da mesma.
 
 
Em 2014 recebeste uma Medalha de Mérito na área da Cultura e Juventude do Município da Praia da Vitória e em 2016 ficaste na posição número 21 do TOP 30 do Portal 100% DJ. O que representam para ti estas distinções? Influenciaram a tua carreira?
É sempre bom ser valorizado pelo trabalho que desenvolvemos, onde para mim, a principal distinção é o reconhecimento do público e estes prémios são o reflexo disso. Ser considerado um artista consagrado na minha região foi uma das maiores conquistas que obtive. Cresci artisticamente a ouvir a expressão “santos da casa não fazem milagres’’ e a verdade é que no início senti isso na pele, tal como a maioria dos artistas, seja em qual área. É preciso trabalhar e insistir, e muitas vezes, ser reconhecido primeiro ‘lá fora’ para depois ser valorizado por cá. Não posso dizer que tenha sido assim comigo, pois sempre senti o carinho dos meus e sempre me preocupei em criar uma ‘fan base’ sólida antes de me lançar para outros patamares, mas obviamente que se acaba por estar no centro das atenções após conquistar algo além da tua região. E esta medalha de mérito reflete um pouco os dois panoramas: o trabalho e as conquistas fora da região e o carinho do público e o reconhecimento das instituições locais. E claro, não podia estar mais contente por isso. Recentemente, com a distinção no TOP 30 do Portal 100% DJ, senti que este carinho e este reconhecimento era maior do que eu esperava quando entrei na posição número 21 e claro, estou grato por todo o apoio do público. Para mim estas distinções deram-me motivação extra e a responsabilidade de entregar mais e melhor trabalho ao público que me acarinha e consequentemente deu-me a oportunidade de subir a outros palcos que sempre desejei.
 
Fala-nos do teu mais recente single e do seu feedback junto do público.
Tem surpreendido o público pela positiva. Muitas pessoas não associaram à primeira o tema ao meu trabalho desenvolvido no passado enquanto artista. E isso é bom, era algo que pretendia, surpreender e mostrar ao público que me conhece simplesmente como DJ ou mesmo pela componente de produtor do chamado EDM, que sou e que tenho desenvolvido muito mais artisticamente para além disso. Tenho-me preocupado pouco em fazer música para a pista de dança, mas sim para as pessoas. Eu no meu dia a dia ouço de tudo um pouco, considero-me uma pessoa eclética musicalmente e não só. Acho que este tema é o resultado disto. Penso que este tema reflete uma maturidade musical e pessoal e as pessoas aperceberam-se disso. O tema tem uma forte influência do universo Pop e RnB desde os acordes de guitarra à voz do TonyB, com bases rítmicas que vão do Trap, influenciado pelo Hip Hop que ouço constantemente às sonoridades tropicais e sintetizadores eletrónicos. Ou seja, acabo por concentrar todas as minhas influências no processo criativo e de composição do tema desde o início.
 
Dizem que o público dos Açores é imparável. Quais são as principais diferenças entre o público do continente e dos Açores
Sem dúvida que é! É um público que vibra connosco e que sente toda a energia que lhes é transmitida do palco. Ao mesmo tempo é um público atento e diversificado, num só festival ou evento há uma variedade enorme de gostos musicais. Pode ser um público difícil de se agarrar, mas depois disso está garantida a festa! Principalmente nas camadas mais novas vê-se muitos “die-hard fans” que seguem os artistas para todas as ilhas e festivais da região e que vibram com toda a energia na frontline. Não me posso queixar de forma alguma, adoro todos os fãs que vibram e vêm falar comigo após o espetáculo. É por eles que faço e continuo a fazer o que faço. São os maiores! Em relação a diferenças de público, não há públicos melhores nem piores. Acho apenas que com a oferta enorme que há de eventos no continente e festivais hoje em dia, acaba-se por encontrar públicos muito específicos em Portugal Continental, quando nos Açores é um público um pouco mais vasto em termos de gostos e idades devido à menor oferta de eventos ao longo do ano. No continente quando sou convidado para certo festival ou evento, já tenho uma ideia do que tocar ou o que resultará melhor na pista. Nos Açores é sempre uma surpresa, o que acaba por ser interessante e desafiante.
 

Sempre quis explorar outras vertentes do que é um espetáculo

 
Que novidades podes desvendar acerca da tua carreira nos próximos meses?
Este Verão apresentei pela primeira vez o meu live show. Era uma ideia que já tinha à algum tempo. Sempre quis explorar outras vertentes do que é um espetáculo e achei estar preparado para o fazer. Juntamente com um baterista, guitarrista e MC, fui disparando versões ao vivo dos meus singles e vários edits e remixs, com a ajuda dos músicos que os iam interpretando. Quero continuar a explorar esta vertente nos próximos meses e ando também a preparar um DJ set mais completo e dinâmico com visuais, desde videomapping, luzes e efeitos. Quero também continuar a desenvolver a comunicação perto dos fãs e tentar chegar a outros palcos e cidades por onde ainda não passei. Para além disso estou já a trabalhar nos próximos singles, a tentar trazer algo diferente e fresco do que tenho desenvolvido. O trabalho está a ser feito, portanto veremos o que o futuro nos reserva.
 
Que balanço fazes da “Fall Tour”, que incluiu uma atuação no RFM Somnii na Figueira da Foz?
Super positiva! Foi um verão repleto de datas, de novos palcos, novos locais e a receção foi sempre calorosa. Uma das coisas que me deu mais prazer foi as pessoas reconhecerem os meus singles, principalmente a nova música que lancei este ano, a “Fall”, não há melhor sentimento que vermos as pessoas reconhecerem e cantarem a música que fizemos ao longo de meses de trabalho e dedicação. Tocar no RFM Somnii foi mais um sonho tornado realidade! Tocar e estar ao lado de nomes como Tiësto e Armin van Buuren numa das maiores beach partys da Europa é uma sensação única.
 
De que forma é que lançar um tema numa editora de prestígio como a Vidisco pode ajudar uma música a alcançar o sucesso?
Infelizmente, não basta fazer boa música nos dias de hoje. Cada vez mais é preciso planeamento, marketing e acima de tudo networking para fazer a tua música chegar às pessoas. Apenas colocar a música nas nossas redes sociais e em plataformas como Soundcloud estamos a limitar em muito o nosso target e o potencial do tema. Muitas vezes, a música está pronta para lançamentos, mas temos de ser pacientes e perceber o que está em volta do business por de trás de uma indústria criativa e artística como a música. Traçar um plano de marketing, ter uma boa distribuidora, uma boa editora, fazer uma boa comunicação, ter uma boa assessoria, faz com que o potencial do tema seja exponencial. Editar por uma editora reconhecida e conseguir um bom acordo de publishing foi o que sempre tentei fazer com a minha música. Afinal de contas, estamos a ‘entregar’ o nosso trabalho de meses e anos a alguém.
 

Fico sempre surpreendido com a tranquilidade e humildade no backstage daqueles que dão os show mais energéticos em palco.

 
Embora com uma curta carreira, já tiveste contacto com inúmeros artistas internacionais. Qual ou quais os que mais te surpreenderam e porquê?
Felizmente já tive a honra de partilhar o palco com alguns dos maiores artistas internacionais do momento. Fico sempre surpreendido com a tranquilidade e humildade no backstage daqueles que dão os show mais energéticos em palco. Falo de nomes como Borgore, Tony Junior, R3HAB, Bl3nd, que dão tudo em palco, mas que ‘behind the scenes’ são super tranquilos e têm tudo controlado desde horas de descanso e refeições. Afinal de contas, são artistas que vem de tours internacionais muitas vezes com um imenso desgaste físico e psicológico.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Primeiro que tudo, um muito obrigado! Que continuem a apoiar a música eletrónica e os artistas portugueses. E que quem deseja, um dia, fazer carreira da música eletrônica que não desista dos seus objetivos, mas que esteja preparado para muito trabalho, sacrifício e, acima de tudo, persistência. Por fim, não posso deixar de agradecer ao Portal 100% DJ por tudo o que tem feito por todos nós na divulgação do melhor que se faz por cá na música eletrónica!
 
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Com um percurso musical de 20 anos, Massivedrum é detentor de uma das mais sólidas carreiras a nível nacional no que à música de dança eletrónica diz respeito. O seu tempo divide-se entre o DJing e a produção musical, entre remixes e originais que tem a possibilidade de os lançar nas suas duas editoras. O seu mais recente tema chama-se “Hero” e conta com a colaboração com uma das maiores vozes da house music: Shawnee Taylor. Com várias presenças no estrangeiro, não só em clubs como também em grandes festivais, é um nome que figura constantemente nas playlists de rádios e DJs de todo o planeta, elevando desta feita o seu estatuto profissional.

Em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, Massivedrum fala na primeira pessoa sobre a sua carreira, as faixas produzidas, opina sobre o cenário atual da música eletrónica e revela pormenores interessantes dos próximos trabalhos que tem na manga.

 

Existe algum segredo para deter uma carreira sólida com quase 20 anos?
Eu penso que existe e tem vários nomes. Trabalho árduo, sacrifícios, dedicação, mas também uma característica muito importante: amar incondicionalmente o que se faz e ser fiel à sua arte e identidade. 
 
Quais as principais mudanças que marcaram estes teus últimos anos de carreira?
Penso que os meus últimos anos de carreira foram marcados pela mudança de um Massivedrum adolescente para um mais adulto. Mudei muito musicalmente. Passei a preocupar-me muito mais com a musicalidade das minhas produções do que há uns anos atrás, em que pensava única e exclusivamente na pista. Hoje em dia penso muito mais no que a faixa pode provocar no íntimo das pessoas, na sua longevidade e acima de tudo, na sua musicalidade. Acho que é algo que acontece com o tempo, com naturalidade.  
 
Quais são as três melhores palavras que a definem?
Trabalho, sacrifício e dedicação.
 

Passei a preocupar-me muito mais com a musicalidade das minhas produções do que há uns anos atrás (…)

 
Qual foi a música que mais prazer te deu a produzir e porquê?
É uma questão um pouco ingrata. Tenho várias. Costumo destacar a “Fingerprint”, porque foi uma faixa produzida para exteriorizar alguns fantasmas e sentimentos negativos que assolaram a minha vida na altura. Foi uma época que tive bastantes problemas e dificuldades e foi naquela faixa que me refugiei. É um exato espelho do meu estado de espírito na altura. Foi um grito de revolta. Depois, existe o remix que fiz para os Kentphonik, “Hiya Kaya”, que recordo-me que 90% das pessoas a quem disse que iria fazer o remix oficial, me aconselharam a não fazê-lo. Bem, segui o meu instinto e em conjunto com o DJ Fernando fizemos o que ficou ao ouvido de todos. Deu-me bastante prazer. Este ano, a faixa em conjunto com a Shawnee Taylor passou a fazer parte deste lote. Era um sonho antigo. Encheu-me o coração!
 
O teu novo tema “Hero” tem a participação de uma das maiores vozes da house music, Shawnee Taylor. Como surgiu esta colaboração?
Bem, eu passo a semana em estúdio, ora a produzir remixes, ora a produzir originais. Esta colaboração surgiu de um instrumental que tinha, e tanto eu como o meu agente achámos que poderia agradar à Shawnee. O contato foi feito, ela pediu para ouvir e o resultado está à vista. Foi algo muito natural. Para mim não muito, pois senti-me um miúdo com cinco anos a quem dão doces! 
 
Alguns dos temas cantados por Shawnee Taylor, como “Live Your Life” ou “Devontion”, influenciaram esta tua nova produção?
Não, pois como respondi antes, o instrumental já existia. Produzi porque o senti naquela altura assim. Não tinha um propósito, poderia até ter sido aproveitado para um remix. Mas, eu e o meu agente sentimos algo nele e como a Shawnee era um desejo antigo, avançou-se dessa maneira.
 
 
Já remisturaste temas para grandes nomes como Bob Sinclar, Axwell ou Chus & Ceballos. Há algum segredo ou uma regra a ser respeitada quando se faz um remix para um artista?
Eu por norma não sigo. Há duas maneiras de editar remixes. Ou o artista te contrata para o fazeres ou fazes e envias para o artista. Existem sim, diferenças entre estes dois casos. No primeiro, o artista contrata-te porque a tua sonoridade no momento agrada-lhe e ele quer um remix teu dentro desse estilo. No segundo caso, fazes algo que sentes, mesmo sendo diferente do que te carateriza e envias para o artista. Se ele gostar, edita. Felizmente tem-me corrido bem nos dois casos.
 
Em 2013 escreveste na crónica "From a Paradise Called Portugal", para o Portal 100% DJ, que a crítica especializada dizia que era 'in' ouvir um disco de dança nacional. Achas que no futuro vamos dançar ao som de um disco de dança português com orgulho?
Quero acreditar que sim. Foram realmente tempos que deixam saudades. A união artística era fantástica e conseguiu-se mesmo isso. Quando entrava uma faixa nacional, era a loucura, um orgulho. Acredito que isso será possível de novo, mas muito terá de mudar no panorama musical nacional. Há um longo caminho ainda a percorrer.
 
Quem consideras a grande revelação da música eletrónica nacional e internacional?
Se olharmos para os nomes fortes da dance scene nacional, já nenhum é revelação. Não sei quem é ou será, a grande revelação, mas quem for, será numa altura complicada. A nível internacional, apareceram muito bons artistas neste último ano, mas por norma não gosto de destacar ninguém, pois o que para mim interessa é a música num todo. Destacar alguém num estilo pode negligenciar outro alguém num estilo diferente. Para mim, distinções nesta arte, que é tão vasta, são um pouco injustas.
 
No teu entender existe união e respeito na música eletrónica em Portugal? O que mudarias?
Tenho uma frase muito simples para esse assunto: Menos queixas, mais trabalho. Mais respeito, mais valores morais. Se tudo isto existisse, a união, o respeito e a valorização global apareceriam naturalmente. É um assunto delicado porque em Portugal, a própria indústria não é saudável, está corrompida e quando assim é, só os artistas não chegam para a mudar. 
 
Atualmente és tutor de duas editoras. O que te levou à criação das mesmas?
Foi algo que acho que é natural num DJ/Produtor. Havia muita música minha que eu não conseguia editar. Assim, criei uma label minha, a NewLight Records. Acabava por poder editar o que me apetecesse e era algo que podia servir para expandir o meu nome. Na altura não esperava que viesse a ter nomes tão sonantes como Blasterjaxx, D-Rashid, Bryan Dalton, Carlos Silva, Rancido, Praia Del Sol, Mavgoose & Quinn entre tantos outros. Cheguei a ter releases que foram número um em França, Bélgica e Holanda. O que começou com muita descontração acabou por se tornar num caso sério. Recentemente abri uma sub-label, mais virada para o Deep-House, Tech-House, Future House, etc. Recebia muitas promos boas mas que não encaixavam na linha da NewLight, por isso, decidi abrir a sub-label.
 
Em conjunto com Dan Maarten, assinas um novo radioshow da Mega Hits intitulado “The Future Is Now”. Na tua visão como vai ser o futuro da música eletrónica?
Penso que é difícil prever o futuro de algo que pode evoluir a cada hora. A música eletrónica desde o seu início estava “condenada” a andar de braço dado com a evolução. O conceito deste radioshow, tal como o nome indica “Future Is Now”, é tentar mostrar o que poderá vir a ditar o futuro, mas é sempre uma incógnita. Na minha opinião, a indústria vai dar uns passos atrás, pois perdeu-se muito o conceito musical na música de dança. É preciso recuar para moldar um futuro que possa semear nas gerações futuras a ideia de que sim, ainda vale a pena estudar e aprender a tocar instrumentos…
 

A indústria vai dar uns passos atrás, pois perdeu-se muito o conceito musical na música de dança.

 
Que novidades podes revelar sobre o futuro da tua carreira?
Em termos de djing, este ano vou voltar à Holanda e ao seu grande festival de verão, o Latin Village. Vou marcar presença também num grande festival em Toulouse, França, num cartaz que conta com nomes como The Cube Guys, Franky Ricardo, Gregor Salto, Roul & Doors, entre outros. Também já muito em breve, estarei no Sumol Summer Fest e a já obrigatória passagem pelos grandes festivais do nosso paraíso, os Açores. Em termos de produção, tenho remixes a sair em breve para as lendas do French-House, os Superfunk, que este ano vão atuar no Tomorrowland. A par do remix, temos também uma colaboração em mãos. Vou editar também o remix para o super-clássico dos Hardsoul com Ron Carroll, “Back Together”. Quanto a originais, já estou a trabalhar o “follow up” single desta minha colaboração com a Shawnee Taylor, “Hero” e tenho para breve a edição de um tema na Safe Music dos Deepshakerz. Mas acima de tudo, continuar a trabalhar, pois é isto que me faz feliz.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores do Portal 100% DJ?
Que continuem fiéis a este fantástico portal, pois está sempre em cima do acontecimento. Conteúdos muito ricos e informação séria são as principais qualidades. Queria também deixar uma mensagem de apelo para que consumam mais música electrónica nacional, pois temos muita qualidade. E um obrigado a todos que seguem o meu trabalho! 
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MINDSKAP, ou João Pereira, é o nome do português de 29 anos que produziu recentemente um remix oficial para o tema “Ghosttown” de Madonna. A sua carreira como DJ teve início no ano 2000, mas apenas cinco anos depois é que começou o seu legado discográfico, sendo agora representado pela Citrusonic, de Los Angeles.
 
O produtor, natural de Santo Tirso, foi o primeiro português a remisturar oficialmente temas de artistas como Pet Shop Boys, Cher e Madonna. Algumas das suas faixas foram lançadas em editoras prestigiadas como a Motown Records, Yoshitoshi (da dupla Deep Dish) e a Intec (de Carl Cox) e alcançaram, por vezes, o top 5 de diversas plataformas como o Beatport, Traxsource e Juno.
 
A grande oportunidade de remisturar um tema de Madonna surgiu devido ao “reconhecimento do trabalho anteriormente realizado”, confessou MINDSKAP, em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ. Estas chances não acontecem “da noite para o dia” e o seu percurso musical, apesar de ser um pouco desconhecido a nível nacional, pode ter “despertado a atenção da indústria internacional”.
 
A notícia de que ia produzir o remix da faixa de Madonna foi recebida de surpresa: “Nem estava a acreditar, é uma enorme responsabilidade quando se trata de remisturar a Rainha da música Pop. Foi um misto de ceticismo do que estava a acontecer, com a determinação em cumprir o prazo de entrega, a multiplicar pela tortura de esperar pela decisão final”. MINDSKAP afirmou ainda que “não é fácil tornar uma balada romântica numa música de dança, sem recorrer ao mainstream”.
 
Para a remistura, o artista tentou, como sempre, fazer a sua própria “interpretação do tema original, independentemente” do uso de “muitos ou poucos elementos”. “Ghosttown (MINDSKAP Remix)” é “uma versão dub, mais underground e um pouco dark, porque é essa a visão apocalíptica que se tem de uma ‘cidade fantasma’”, revelou João.
 
O sucesso do single foi imediato. Não é por acaso que Madonna é considerada a Rainha da música Pop. “Ghosttown” alcançou o primeiro lugar da tabela Dance Club Songs e o remix de MINDSKAP contribuiu também para o êxito, tendo posteriormente recebido destaque por parte da prestigiada revista Billboard, juntamente com Armand van Helden e Don Diablo.
 
Há muito tempo que a eletrónica está de mãos dadas com a música pop. Madonna, “no início da sua carreira chegou a atuar no mítico Paradise Garage, onde gravou o seu primeiro videoclip e já desde esse tempo que tinha amigos que eram DJs”, tendo depois colaborado com grandes nomes como Junior Vasquez, Paul Oakenfold, Martin Solveig ou Avicii. João Pereira afirmou também que a cantora norte-americana lança sempre remixes dos seus temas “de artistas dos mais variadíssimos estilos, seja mainstream ou underground”. “A Madonna é uma artista completa e visionária, sabe muito bem diferenciar o que é moda e reconhecer o que tem potencial. Ela sempre foi reconhecida por contribuir com temas originais e remixes direcionadas para as pistas de dança.”, concluiu MINDSKAP.
 
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Tem 23 anos e é um promissor da música eletrónica à escala mundial. Atualmente ocupa a posição número 52 do TOP 100 da revista britânica DJ Mag e conta com inúmeras músicas no seu reportório. Depois de ter atuado em 2015 no Algarve, Danny Avila regressa desta feita a terras lusas, concretamente à Festa do Chicharro nos Açores, no primeiro sábado de julho, dia 7, para uma exibição que tem tudo para ser única. Mais uma vez o Portal 100% DJ esteve à conversa com o jovem DJ e Produtor espanhol que desvendou algumas novidades sobre a sua carreira, quais as recordações que guarda Portugal e quais as suas expectativas para a atuação nos Açores.

 Fala-nos um pouco sobre a tua recente faixa "BRAH".
"BRAH" é um retorno às minhas raízes de dancefloor depois de ter lançado "Too Good To Be True” com os The Vamps e Machine Gun Kelly. Este último lançamento foi um pouco mais pop para mim, então pensei em seguir com algo mais focado em clubs. Gosto de mudar as coisas a cada lançamento.

Recentemente começaste a filmar o teu dia-a-dia. De certa forma achas que isso é importante para os teus fãs e para a tua carreira?
Claro que sim! Chama-se "My life" e vou publicando a pouco a pouco no meu canal do YouTube. Acontece tanta coisa durante a digressão que queria compartilhar isso com os fãs e mostrar um pouco dos bastidores. A série documenta os altos e baixos e tudo o que vai acontecendo quando estou a viajar pelo mundo. Espero que vocês gostem!

Como vês o cenário do EDM espanhol neste momento com o reggaeton a regressar em força aos top charts mundiais?
Sobre a EDM espanhola uma coisa é certa: está sempre a mudar! Tendo eu crescido em Madrid, experienciei em primeira mão a grande variedade e influência na dance music espanhola e também a música internacional que faz sucesso no meu país de origem. Muita dessa variedade e mudanças na dance scene inspiraram-me a incorporar diferentes géneros na minha própria música... Quem não gosta um pouco de reggaeton?

Já passou algum tempo desde a tua última atuação em Portugal. Quais são as lembranças que guardas?
Colocando de lado a incrível paisagem (e é realmente incrível), devo dizer que recordo as pessoas de Portugal. Viajo para muitos lugares no meu trabalho e encontro muitas pessoas, mas os portugueses fazem-me sempre sentir bem-vindo. Sabem festejar! Para mim é como um lar longe de casa e lembro-me sempre disso.
 


Quais são as suas expectativas em relação à tua próxima atuação em Portugal, a 7 de julho, na Festa do Chicharro nos Açores?
Eu tenho visto vídeos das edições anteriores da Festa do Chicharro e parece altamente! Estou muito feliz por finalmente voltar a Portugal e fazer a festa com toda a gente. Como já referi, as pessoas em Portugal são sempre muito acolhedoras, por isso estou à espera de uma grande festa. Tenho alguns truques na manga para este DJ set também.

Podes revelar-nos algumas novidades da tua carreira num futuro próximo?
Ultimamente tenho tentado aperfeiçoar o equilíbrio entre a digressão e a produção musical e está a correr bem, por isso tenho conseguido criar uma boa quantidade de novas músicas - que espero poder partilhar com vocês em breve. Também assinei recentemente com a SONY Music Spain, por isso haverá mais músicas em breve sob esse acordo. Gostava de poder revelar mais, mas é tudo muito secreto e emocionante.

Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Vocês estão sempre em cima dos acontecimentos da dance music. Gostei desta oportunidade de conversar com vocês novamente e espero continuar a agradar-vos com o meu trabalho. Com a visão atual da dance music tão movimentada neste momento, agradeço o vosso apoio e verei todos vocês em breve.
 
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É um dos nomes da dance scene nacional que todos devem ouvir, ver e lembrar. Com uma carreira além fronteiras, Moullinex pisou o palco Music Valley na edição deste ano do Rock in Rio Lisboa numa atuação energética que pôs todos os presentes a dançar. O Portal 100% DJ esteve à conversa com o artista português nos bastidores do  evento e além da sua carreira, falou-nos sobre as suas parcerias e ainda do seu novo tema editado pela famosa Majestic Casual.
 
Como surgiu a oportunidade de criares remixes para os Two Door Cinema Club ou Cut Copy?
Comecei por fazer remixes não oficiais. Colocava-os online e comecei a ter alguma atenção em blogs, com pedidos para remixes oficiais. O primeiro grande remix foi o dos Cut Copy e mudou muita coisa, começaram a chamar-me aqui e ali para tocar e fazer remisturas. Com os Two Door Cinema Club surgiu nesse mesmo contexto, foi a editora deles que fez o convite. De facto, fiquei muito contente com esse início, foi uma grande ajuda para tudo o que faço agora.
 
Juntamente com Xinobi, és proprietário da editora Discotexas e já trabalharam muitas vezes juntos. O que vos ligou?
Desde o início do projeto Moullinex que eu trabalho com o Bruno (Xinobi), em “modo ping-pong”. Na altura em que eu lhe comecei a falar foi quando ele estava numa banda de rock português, a Vicious Five, que eu gostava muito e quis fazer uma remistura deles. Quem me respondeu ao pedido foi o Xinobi, que era o guitarrista. A partir daí começámos o nosso processo de “ping-pong” que nos motivou muito e então fazia todo o sentido criar a editora. Nós somos praticamente irmãos e vejo-o como um irmão mais velho e o projeto da editora acabou por fazer todo o sentido, para podermos editar a nossa própria música com aquela excitação da ingenuidade, de achar que era tudo muito fácil. É claro que nem sempre é. Fazemos edições digitais e físicas, em vinil e CD, mas editar música digitalmente hoje é muito fácil. Temos a sorte de ter muita gente por todo o mundo que nos apoia.
 
 
Como é aceitar um convite de pisar palcos de grandes festivais como o NOS Primavera Sound ou o Rock in Rio?
É com muito empenho, sobretudo numa altura em que me colocam a tocar em horários nobres e então é um privilégio muito grande. Normalmente respondo a estes desafios com muito trabalho e quero sempre dar o melhor de mim e o melhor espetáculo possível.
 
E o público adere, certamente...
Sim. Tem sido assim e é muito bom sentir esse carinho.
 
Fala-nos do teu tema mais recente, “Dream On”, editado pela Majestic Casual.
Essa editora começou como um canal de Youtube, normalmente com uma fotografia nos vídeos de uma menina bonita ou de um pôr-do-sol, mas depois ficou associada a um certo estilo de música mais chill e alguma eletrónica mais etérea. Na altura, eu tinha esse tema terminado e queria editá-lo o mais rápido possível. A editora mostrou interesse imediato, uma vez que já tinham publicado alguns temas meus e decidimos experimentar. Não queria ter a pressão de associar a música a um álbum ou numa edição mais longa. Tem corrido muito bem. Estou contente.
 
 
O que podes desvendar acerca da tua carreira a curto prazo?
Ainda estou a tocar muito este álbum que saiu em outubro. Acho que funciona muito bem em espetáculo ao vivo com banda e o Ghettoven a interpretar as diferentes personagens que são os cantores convidados. Estou a trabalhar em faixas novas, apesar de ainda não saber se serão apenas singles ou se irei incluir num novo álbum. Tenho uma linha de montagem quase alinhada de coisas para sair e não quero estar à espera de ter 20 músicas prontas para editar um álbum. Vou lançando músicas à medida que elas estiverem prontas e se for caso disso, editá-las. Se depois fizer sentido, ou não, incluí-las num álbum logo decido. Mas, por causa de vir também do mundo da pista, gosto muito de álbuns porque cresci a ouvir artistas de álbuns mas, também venho do mundo das 12 polegadas e faz sentido que as coisas saiam depressa. É uma tirania ter uma música pronta e ter de esperar 5 ou 6 meses para que elas saiam e então gosto de subverter esse processo. Como somos donos da nossa própria editora e donos do nosso destino, temos recursos para o fazer. É um privilegio, claro.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Continuem a apoiar a música de dança feita em Portugal. Acho que estamos num momento muito saudável da música de dança portuguesa e é bom sentir isso tanto a falar com público mais jovem como os da velha guarda. Apesar de já não me sentir desta geração, admiro os dois lados e sinto-me um bocado no meio disto tudo. É bom sentir que estamos a viver um momento muito saudável e os artistas estão muito bem representados nos festivais nacionais e internacionais. Para mim, é um privilégio que haja também pessoas interessadas em cobrirem o que está a acontecer, como vocês, e desejo o meu maior apoio para o vosso trabalho.
 

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Stereossauro é o nome artístico de Tiago, o companheiro e “irmão” de DJ Ride, dos Beatbombers. Em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, o artista português fala sobre a sua carreira, o regresso à competição mundial de scracth e algumas curiosidades acerca das suas produções e atuações. A caminho estão dois EPs de tributo a bandas portuguesas.

 

Quando e onde compraste o teu primeiro gira-discos? Ainda lhe dás uso?
Foi no Porto, na Danceplanet, mas esse já não lhe dou uso. Era um Reloop dos fraquinhos, mas deu para começar.
 
A tua formação em artes plásticas e design influencia a tua carreira musical? De que forma?
Sim, influenciou-me bastante, tanto as metodologias como os conceitos que aprendi nos cursos, mas mais importante ainda as pessoas que conheci. O facto de estar exposto a várias ideias é muito enriquecedor e ainda hoje tenho amigos próximos dessa altura.
 
De todas as atuações enquanto projeto Beatbombers, qual gostarias de destacar e porquê?
Todas são importantes, mas o campeonato IDA de 2011... essa noite foi épica. Essa é minha e do DJ Ride - ninguém nos tira. Um grande abraço para meu “bro” DJ Ride, Beatbombers4ever!
 
Preferes atuar sozinho ou através dos Beatbombers com o DJ Ride?
É difícil escolher. Sozinho posso "planear" o set todo, ou desenvolver uma ideia, mas com o Ride é mais fácil e mais surpreendente, porque improvisamos bastante. Nunca sabemos bem como vai ser o set. Como Beatbombers acaba por ser mais divertido, mas também adoro fazer um set sozinho.
 
Qual é a sensação de atuar num Boiler Room, em direto para todo o mundo?
Isso foi no set do Ride. Alto convite do Ride, mas nem tinha pensado bem nisso. Foi "bué" descontraído, porque o set era dele, a responsabilidade maior era dele (risos). Eu fui só curtir uns scratches, nem estava propriamente a pensar que aquilo estava a ser transmitido para uma audiência enorme. Grande set dele mais uma vez!
 
Que equipamento consideras essencial na tua cabine?
Technics 1210, Rane 62 e Akai MPD. Com isto estou em casa.
 
 
Quais são as tuas referências e com quem gostarias de fazer um B2B?
Tenho muitas referências de DJs: MixMaster Mike, DJ Shadow, DJ Craze, Z-trip e mais recentemente o Gaslamp Killer. Provavelmente escolhia o Mixmaster Mike para o B2B.
 
Quais foram as inspirações e influências que levaram à gravação do teu último álbum “Bombas em Bombos”?
De tudo um pouco, mas mais focado na fusão de Bass music eletrónica com música tradicional de vários países.
 
“Verdes Anos” foi uma das tuas produções de mais sucesso. Qual é a história por detrás desta faixa?
É a primeira vez que me perguntam isso! Mas foi muito simples. Andava com essa música do Carlos Paredes na cabeça e um dia cheguei a casa, peguei no CD e ouvi a música umas dez vezes seguidas para perceber o que conseguia fazer com esses samples. Depois foi cerca de duas horas e estava feito. Foi muito rápido e também tive sorte, acho eu, pelo menos na maneira como os samples resultam e pela aceitação do público. Quando fiz isso não estava minimamente preocupado se alguém ia curtir, se o sample português ia funcionar ou não, e depois mostrei ao Ride quando ele passou lá em casa. Ele pôs isso no Youtube e comecei a receber montes de mensagens, foi brutal! Ainda hoje é um "high-light". Sempre que toco isso o público mostra que está a sentir!
 
Como foi o regresso à competição mundial de scratch?
Só estivemos um ano sem competir e foi principalmente por não se realizarem campeonatos no nosso país, com muita pena nossa. Mas como já vencemos aquela competição foi-nos concedido um ‘wild card’. Nós ainda temos muita vontade de continuar a competir e evoluir cada vez mais. Dá muito trabalho e é muito pesado psicologicamente, pois nós empenhamo-nos mesmo a sério, mas é o que nos põe o sangue a "correr" nas veias.
 
Que novidades podemos esperar de Stereossauro para este ano?
Estou a preparar umas remixes do meu álbum com uns amigos, que quero manter surpresa por enquanto. Vou lançar pelo menos dois EPs de tributo a bandas portuguesas, um agora no início do ano, outro mais para o fim. Mixtapes, muitas atuações, DJ sets, e claro que vou tentar alguma competição de DJs, mas isso é difícil de prever. Muita música nova a caminho!
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores do Portal 100% DJ?
Que se a música for o vosso caminho, trabalhem bastante, todos os dias. O talento é muito importante, mas sem o trabalho não se consegue. Sejam originais e divirtam-se! 
Publicado em Entrevistas
Nos últimos meses a pandemia de COVID-19 tem condicionado o nosso dia-a-dia. Nada é feito como antes. Há regras para tudo e o afastamento social é prioritário. Não foi preciso muito para o sector dos eventos parar. Fechou literalmente portas e tirou o sustento de milhares de profissionais, quer sejam eles artistas, promotores, empresas de audiovisuais e multimédia. Até 30 de setembro a realização dos festivais de música está também suspensa, à espera de melhores dias. Adivinha-se uma recuperação demorada e alguns festivais poderão deixar de existir, uma vez que este ano não existe qualquer fonte de receita. De forma a entendermos tudo o que se está a passar neste “ecossistema” que sobrevive da proximidade e interação de todos, falámos com Ricardo Bramão, diretor da APORFEST, a Associação Portuguesa de Festivais de Música. Falou-nos das suas preocupações, dos eventos que já foi obrigado a cancelar e da reunião que teve com o governo.
 
Também na Aporfest tiveram de adiar o Talkfest e os Iberian Festival Awards. Que fatores tiveram em conta nesta decisão? 
Tivemos que adiar os eventos precisamente na semana em que tudo se despoletou. Era algo que já estávamos a preparar, mas tínhamos um plano B, pois o evento ia realizar-se num local de maior dimensão, na FIL. Portanto, se não fosse possível realizar num local que tivesse tanta gente, tínhamos de ter um plano B. Direcionamos o evento para outro local, mantendo todas as datas previstas, só que depois algumas entidades internacionais já não poderiam vir, muito público estrangeiro também, o próprio staff começava a ficar preocupado. Todas estas situações ditaram o adiamento do evento. Tínhamos o evento todo estruturado e os prémios à espera de serem entregues. O nosso intuito até há bem pouco tempo era realizar uma edição totalmente igual daquela que estava prevista, mas obviamente que vamos ter de alterar algumas coisas perante a atualidade. O mundo dos eventos mudou e nesta situação todos vão planear e realizar as suas coisas de forma diferente, portanto o Talkfest também tem de se alterar e adaptar. 

Na sua próxima edição, em Outubro, que alterações podem vir a sofrer o Talkfest e os Iberian Festival Awards?
Tudo aquilo que temos vai sempre adaptando-se. No Talkfest vamos discutir a atualidade e inserir novas temáticas. Até aqui sempre privilegiámos muito a parte física e a presença das pessoas, mas o Talkfest altera-se perante a atualidade e aquilo que faz mais sentido de um ano para o outro. É uma questão de adaptação e nós também temos de nos adaptar, a situação assim o exige. A gala, essa sim, possivelmente para o ano não se vai realizar, pois este ano também não há festivais, ou se se celebrar, será de uma forma totalmente diferente porque os festivais que vão existir, serão também eles diferentes. É algo que ainda estamos a pensar. Vai ser um ano de exceção.
 

Quais são as maiores preocupações dos promotores dos festivais?
Esta situação está a fazer com que todos os promotores estejam expectantes sobre aquilo que é possível fazer. Todos têm vontade de fazer algo perante as condições sanitárias que serão impostas.
Nesta área os artistas também não estão a atuar. Inicialmente a questão do online funcionou, mas hoje os artistas já perceberam que esse formato não pode ser eternamente gratuito, se não estamos a gerar no público um hábito que depois não conseguimos voltar para trás. A mesma coisa que se os festivais ou outros eventos fossem gratuitos, depois não conseguimos que que o público pague e valorize um bilhete. Portanto, têm de ser criadas novas formas de rentabilidade do artista, do promotor, dos media, que permitam todo este ecossistema sobreviver e se adaptar. Infelizmente esta situação aconteceu, como aconteceu a crise de 2008. Foi após essa crise que se deu o grande boom dos festivais. Já passámos quase duas crises e há outras gerações que não passam nenhuma, mas quem conseguir superar esta, vai ter muito mais defesas e muito mais forma de conseguir ser bem-sucedido no futuro. O que se fez de início a nível da cultura ou daquilo que foi anunciado, relativamente às linhas de financiamento que iam apoiar os artistas, isso pouco ou nada se viu. Na verdade ou ainda não surgiu ou aquilo que aconteceu, não foi como foi dito. Posso dizer que vou apoiar os artistas, mas se nada acontecer, se nada for feito, essas palavras caem em saco roto. Existe muito esse sentimento. Há muitas questões a nível dos eventos que temos vindo a lutar, nomeadamente para os festivais e promotores terem mais benefícios quando retomarem as suas ações, por exemplo no pagamento de direitos de autor, direitos conexos, etc. São essas questões que queremos que sejam analisadas. Todos querem começar a arregaçar as mangas, mas uma linha de crédito significa isso mesmo: um crédito, um novo endividamento para quem já está endividado. Portanto, será muito difícil, apesar de perceber que não pode ser sempre uma linha de financiamento a fundo perdido. Nós por exemplo perdemos algumas questões de viagens, alojamentos e outras despesas que não conseguem ser recuperadas, porque mesmo que o nosso evento ocorra em outubro, temos de montar novamente uma máquina. São custos que não conseguem ser retirados, ou seja, se me derem apoios, se eu ver mais-valias nalguma questão, consigo mitigar alguns custos que vou ter de uma edição que não tem a sua rentabilidade como as outras. Há de facto muita discussão nisto, falamos de uma área em que as empresas quase só têm um colaborador ou sócio-gerente e portanto também não podem ser colocadas em layoff como outras empresas que têm 100, 200, 500 colaboradores. Há muito esta questão e esta área que vive muito da presença física. Isto serviu para esta área estar mais coletiva do que nunca, para estar junta, mas acho que há aqui um grande caminho a percorrer, não só por parte dos próprios profissionais como pelo governo. Verificamos que esta questão também ao ser dos artistas e dos promotores era uma área que se calhar não estava tão profissionalizada como deveria estar e era altura de pensarmos nisso já, e não como foi até aqui. Se estivéssemos preparados há uns anos não estaríamos nesta situação.
 

"Até que ponto vamos viver da mesma forma que vivíamos antes os festivais, até que ponto vamos estar à vontade para estar com pessoas que não nos são conhecidas e fazer o mesmo tipo de comportamentos (...)"


É um facto que esta foi a primeira área a parar...
Os eventos foram claramente os primeiros a parar, porque foi o primeiro receio. Certo é, e disso não há dúvidas - vai ser a última a ser relançada como deve ser. Porque uma coisa é nós sermos profissionais e querermos produzir os nossos eventos, outra coisa é irmos enquanto público. Até que ponto vamos viver da mesma forma que vivíamos antes os festivais, até que ponto vamos estar à vontade para estar com pessoas que não nos são conhecidas e fazer o mesmo tipo de comportamentos ou não que se fazia antes e que distinguia esta área, e isso sim, acho que vai demorar muito e não serão meses, mas talvez anos, até voltarmos a poder ter esses comportamentos. 

Que tipo de apoio estão os promotores a pedir? 
Já tivemos vários pedidos, nomeadamente informativos, jurídicos e algumas questões sociais, ou seja, de situações de alguma carência a nível pessoal e profissional em que o nosso fundo social pôde ser despoletado para suprimir uma parte dessas questões. 

Quantos festivais já foram cancelados e/ou adiados? 
Até ao momento 46 festivais foram cancelados e 14 adiados.

Considera que há festivais em risco de não se realizarem no próximo ano?
Não se realizarem no próximo ano e não se realizarem nunca mais. Por vezes quando falamos de certos pequenos festivais em que estão no limite, é muito difícil retomar a seguir, tendo aqui um ano de paragem, não só porque muitos desses festivais vivem com pouca receita, mas também muito pelo amor à camisola. Vimos portanto que há alguns festivais que vão ter muita dificuldade e poderão não acontecer. Sei até de alguns casos que muito dificilmente vão retomar, porque antes de acontecer esta situação, já tinham uma situação difícil.
 
Como está a questão da venda de bilhetes? Houve quebra de bilhetes vendidos desde que se registou um maior número de casos em Portugal?
Houve de facto uma grande quebra nos bilhetes. Por exemplo na See Tickets - com quem trabalho - não se vende bilhetes desde há dois meses. Aquilo que devia ser uma ótima altura de venda para eventos como o Rock in Rio, o Alive e outros festivais, hoje, simplesmente não existe. Porque o público também não sabe o que vai acontecer. Não é, não gostar ou gostar de um determinado evento. É não saber se se pode ir ou não da mesma forma. Porque pode-se gostar muito de um festival mas se soubermos que a experiência que vai ser oferecida vai ser diferente, possivelmente pode perder-se o interesse em estar presente nesse festival. 

Relativamente ao reembolso dos bilhetes, a APORFEST concorda com aquilo que foi aprovado em Assembleia da República?
Concordamos com a maioria do projeto-lei apresentado tendo aproveitado este momento para propor algumas melhorias e criar uma base de sustentabilidade futura ao setor e todos os seus profissionais. Sabemos que as operações dos festivais correm um grande risco e que é necessário algum dinheiro, se não, não conseguem realizar-se. Mas há exceções. Por exemplo o Primavera Sound de Espanha não esperou pela questão governamental para poder devolver o dinheiro e deu um sinal ao seu público. Assumiu o risco e quis dar já o reembolso de forma a não matar já o evento no futuro. 
 

Tudo aquilo que está previsto este ano, é para existir no próximo. Será como um 'replicar' tudo para o próximo ano.

 
Vai ser difícil manter os já anunciados cartazes para o próximo ano?
Acho que não vai ser tão difícil, porque o sector claramente parou. Para todas as entidades foi quase como um ano que não existisse. Tudo aquilo que está previsto este ano, é para existir no próximo. Será como um "replicar" tudo para o próximo ano.

Os festivais mais mediáticos deixaram em aberto uma decisão final até ser aprovado o decreto-lei. Ou seja, davam a entender nos seus comunicados que os eventos não estavam totalmente cancelados quando já se sabia qual o desfecho...
Foi para no fundo poderem tirar uma decisão com base em fundamento governamental, que é a maior entidade responsável por todos nós. Apesar de se adivinhar a decisão, é agora uma informação que passa a estar vinculada e baseada numa entidade governamental que torna mais forte e credível a decisão. 

Todos os festivais de verão estão cancelados?
Não sei se serão todos, mas quanto maior for o festival, maior é a probabilidade dele não acontecer este ano. Aquilo que está a ser feito por grande parte de todos os promotores, é encontrarem soluções que possam ser paralelas aos festivais, como showcases e outras ações que surgirão este ano. Os festivais como os conhecemos não irão existir, mas vão haver ações que os possam substituir, perante as recomendações da DGS, em salas, com lugares marcados, etc.

No entanto, não faz sentido chamarmos festival a um evento numa sala...
É por isso que este ano irão surgir conceitos novos e diferentes que certamente vão singrar para o próximo ano. Vão conseguir tornar-se fortes este ano e crescer no próximo. Será um trabalho que todos vão claramente otimizar. 

Nas últimas semanas multiplicam-se as iniciativas online nas redes sociais. Existe alguma que queira destacar? 
Não acompanhei muitas. Fizeram-me sentido algumas como o Festival Liv(r)e que celebrou o 25 de abril com concertos e doações. Mas também não podemos chamar "festival" a algo que foi produzido em casa, que não tem técnicos de som, de luz, etc. Por isso é que considero que vão aparecer outros fenómenos não se chamando festival, e a componente online passa a ser fundamental num festival para conteúdos extra, conteúdos premium, para backstages. Penso que a partir de agora também aprendemos que o online é muito importante ser um "plus" que nos vai ligar a um festival, mas nada substitui a experiência ao vivo. 

 

DR

Numa fase pós COVID-19, que tipo de medidas pode ou deve um festival impor ao público? 
Vai haver um cuidado cada vez maior no planeamento. Por exemplo verificar a temperatura corporal das pessoas que entram num festival, estar atento a mais sinais perante situações de possível propagação de um vírus. A questão da segurança no seio dos próprios festivais será mais tida em conta e isso vai fazer com que existam mais custos associados ao festival, mas obviamente que serão para evitar uma situação negativa. Da mesma forma que os promotores se protegeram e adaptaram quando foi a questão do terrorismo. Houve mais interligações com as entidades de segurança e isso vai ser sempre necessário. Acho que haverá mais cuidados com o público, a questão da temperatura corporal, ter acrílicos de proteção, o espaçamento entre o próprio público, vão aparecer câmaras térmicas e várias soluções que podem ser aplicadas ou não pelo promotor. Importa é perceber quais serão obrigatórias e regulamentadas. 


As medidas de desconfinamento apresentadas pelo governo propõem que as salas de espetáculos reabram a 1 de junho com lugares marcados e lotação reduzida. Compensa aos promotores realizar espetáculos com estas condicionantes? 
Todos vão ter que ceder e o artista vai ter que ganhar menos, porque também está a comunicar para menos pessoas. O promotor vai ter uma menor rentabilidade, os custos da sala também têm de ser reajustados, portanto tudo tem de ser ajustado num cariz de exceção. Vai ter que se apostar menos nos audiovisuais e quem aluga salas terá de ter porventura menos receita e o promotor pensar que vai ter menos garantias de bilhética. É importante que haja uma concordância entre todos para ter o possível e ser melhor do que nada.
 

"Todos vão ter que ceder e o artista vai ter que ganhar menos, porque também está a comunicar para menos pessoas. O promotor vai ter uma menor rentabilidade, os custos da sala também têm de ser reajustados (...)"


A redução de lugares significa aumento no preço dos bilhetes?
Acho que os preços não podem aumentar e se pudessem teriam de ser mais baixos. Na perspetiva do público, não posso sentir a mesma adrenalina se não estou com o mesmo número de público ou até mesmo com uma pessoa ao meu lado. A somar a isso está o poder de compra que não será o mesmo de costume. Aumentar o preço dos bilhetes não é aceitável nesta fase. Mas também depende, pois há eventos que já têm um valor elevado nos bilhetes e esta poderá ser uma oportunidade para o público valorizar mais o artista que tem à frente. Por outro lado, possivelmente eventos que antes eram gratuitos podem agora ter 2 a 5 euros de entrada.

A APORFEST foi uma das entidades ouvidas pelo governo. Como correu esse encontro e quais as principais ideias retiradas?
O encontro foi positivo e notou-se uma clara perceção por parte de todos os grupos parlamentares daquilo que são as especificidades do setor. Acreditamos que o projeto-lei pode ser melhorado e a partir daqui serem trabalhadas mais-valias para o sector como a criação de um fundo de garantia para todos, com o intuito que alguma situação análoga no futuro tenha menos incidência no sector.

O que gostaria de acrescentar?
Estão a ser meses penosos e com mais trabalho do que pensaríamos, mas sentimos que as pessoas querem estar juntas no Talkfest em outubro. Nestes últimos meses não temos trabalhado tanto na ótica do associado, mas sim para uma área que queremos que não feche, que gostamos e que muitas das vezes levamos com muito amor à camisola. Neste momento não há tanto a questão do associado. É trabalhar em conjunto para depois podermos estar cá e diferenciar-nos por isso.
 
Publicado em Entrevistas
A música corre-lhe nas veias. Encara o dia-a-dia com naturalidade e "energia" é a palavra que melhor o define. Aos 25 anos, Hardwell transforma um sonho realidade. Tornou-se o DJ número um do mundo - cimentado, desta feita, a sua posição na cena eletrónica mundial, sendo o mais novo DJ a conquistar o cobiçado Top 100 da Revista Britânica DJ Mag. A ascensão do menino da cidade de Breda (Holanda) tornou-se um conto inspirador para todos, relatado na primeira pessoa no documentário 'I Am Hardwell' - que será exibido em várias salas em todo o mundo - desenvolvido com o lema "Se você pode sonhar, você pode fazê-lo".
A poucos dias da sua vinda a Portugal, o Portal 100% DJ foi ao encontro de Hardwell, para saber quais as suas expectativas e a resposta foi direta: "Vai ser brutal!", estando o DJ holandês à espera de uma "festa selvagem" no próximo dia 14 de dezembro, em Lisboa. Na entrevista exclusiva, o DJ e produtor falou do importante prémio recebido, de Portugal, do evento 'I Am Hardwell' e revelou quais os seus planos para concretizar no próximo ano.

 

Antes de mais, queremos felicitar-te em nome de todos os teus fãs portugueses. Como é que te sentiste quando foi revelado o teu nome nos prémios da DJ Mag?
Fiquei sem palavras e ainda estou estupefacto! Tive um sorriso de orelha a orelha durante duas semanas.
 
Consideras este prémio um marco importante na tua carreira? É uma responsabilidade de peso ter este prémio nas mãos?
Estou muito orgulhoso e sinto-me honrado em ter sido votado para o número 1 e é definitivamente um marco importante para mim, mas não é tudo. A minha música é a coisa mais importante e desde que os fãs estejam contentes com ela, tudo é secundário.
 
Se pudesses dedicar o prémio a alguém, a quem seria?
Aos meus fãs, por mostrarem todo o seu apoio e acreditarem em mim ao longo do caminho.
 
Descreve em três palavras o evento 'I Am Hardwell'...
O, melhor, incrível, espetáculo… ok, são quatro palavras, mas prometo será uma festa fantástica.
 
Desta tour mundial qual foi até agora o gig que mais te surpreendeu e porquê?
Não consigo escolher apenas um, pois são todos diferentes, no entanto estou a gostar imenso dos espetáculos ‘I Am Hardwell’. A produção, a energia de cada evento… nunca senti nada igual.
 
Que feedback tens tido nos outros países?
Muito, muito feedback positivo. Tem sido muito divertido até agora e mal posso esperar para vos levar este espetáculo, porque vocês vão adorar.
 
Quais são as tuas expectativas para o próximo dia 14 de dezembro no Meo Arena?
Vai ser brutal! Estou à espera de uma festa «selvagem».
 
Vais trazer o teu amigo Dannic. Consideras que a ajuda que lhe tens dado, serviu também para o impulsionar a nível mundial?
O sucesso do Dannic tem sido feito por ele próprio. Somos bons amigos e conhecemo-nos há muitos anos e ele sempre foi muito dedicado à sua música e ao djing. Ele é extremamente trabalhador e tem uma boa visão. Estou muito contente de o ver a dar-se muito bem com a sua música.
 
O que é que te vem à cabeça quando se fala em Portugal? Que referências tens?
Praias incríveis, marisco e que deu ao mundo alguns futebolistas famosos.
 
O que é que gostarias de conhecer melhor em Portugal?
Estou desejoso de poder passar algum tempo no vosso país nesta viagem e experienciar mais da vossa cultura e da maravilhosa comida.
 
Que planos tens para concretizar em 2014?
Em 2014 será tudo à volta da música. Quero concentrar-me em acabar o meu primeiro álbum como artista. Também estou a concentrar-me na minha tour mundial 'I Am Hardwell' e pretendo levá-la a mais destinos à volta do mundo. O próximo ano vai ser muito ocupado e um período excitante para mim tanto em estrada como no estúdio.
 
Tens em vista a edição de mais trabalhos de produtores portugueses na tua editora Revealed?
Estou aberto para trabalhar com diferentes escritores, cantores e produtores de todo o mundo, e claro que seria muito bom trabalhar com portugueses. Alguma sugestão?
 
Que mensagem gostarias de enviar para os teus fãs portugueses e leitores do Portal 100% DJ?
Obrigado pelo suporte contínuo que me têm dado. Estou desejoso de poder «rebentar» a vossa festa dia 14.
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Em parceria com a ESCS FM, a APORFEST - Associação Portuguesa de Festivais de Música, lançou recentemente o programa radiofónico "Cabeça de Cartaz" que pretende dar voz aos responsáveis, executantes e artistas dos festivais de música.

A estreia contou com Jorge Silva, diretor do festival Bons Sons, numa conversa informal que durou cerca de uma hora. "Cabeça de Cartaz" é um projeto quinzenal que terá conversas, várias rúbricas e música escolhida pelos convidados.
 
A APORFEST tem por missão defender os interesses e direitos de todos os Associados, a nível nacional como internacional, bem como contribuir para o desenvolvimento e profissionalização de todos os stakeholders da área dos festivais de música em Portugal.
 
Ouve aqui o primeiro episódio de "Cabeça de Cartaz".
Publicado em Nightlife
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