Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
Com o setor paralisado devido à pandemia de Covid19, um grupo de profissionais da área do entretenimento decidiu reunir-se e criar, desta feita, a Associação Portuguesa do Entretenimento. Com objetivos claros, este novo movimento associativo pretende representar profissionais a custo zero e já tem iniciativas pensadas para serem desenvolvidas a curto prazo.  Nesta entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, falámos com Ricardo Silva, representante e Presidente da Associação, onde nos explicou a quem se destina a APENT e alguns dos projetos pensados, em particular de apoio aos DJs e produtores de música eletrónica.
 
O que é a APENT e a quem se destina?
A APENT - Associação Portuguesa do Entretenimento é uma Associação sem fins lucrativos, criada para representar todo o setor profissional do entretenimento. Desde músicos, DJs, empresas e profissionais do audiovisual, performers, agentes culturais, artísticos e turísticos, produtores e organizadores de eventos, etc. Não pretendemos deixar ninguém de fora, no entanto, excluímos áreas como o teatro, cinema e televisão visto serem áreas com especificidades diferentes das que levaram à criação desta Associação.
 
Quais foram as motivações que levaram à criação da Associação? 
Todos nós falamos dos problemas, dificuldades, falta de representatividade do setor e ausência de soluções durante muito tempo e apesar de haver várias Associações ou Movimentos, são todos demasiado específicos, com pouca representatividade associativa ou com interesses adjacentes a pequenos grupos profissionais. Devido a esta situação pandémica que atravessamos e devido a tudo o que mencionei, seria a altura certa para a constituição de uma Associação onde não houvesse qualquer outro interesse (daí a ser sem fins lucrativos) que não seja o de dotar os profissionais do setor - os associados - de meios que possam fazer face às dificuldades imediatas que a pandemia trouxe e podermos falar a uma só voz com o Governo, instituições e organizações que tutelam ou têm influência no papel fundamental que desempenhamos para o país e para os portugueses. 
 
Quem são as pessoas que compõem a Direção da Associação? 
Não é segredo nenhum e será do conhecimento de todos. Somos mais de uma dezena de profissionais do setor, desde músicos, agentes, produtores e organizadores de eventos, brand managers, etc., e não pretendemos nenhum protagonismo. A Associação é e será dos associados e todos com os mesmos direitos e deveres. Os sócios fundadores são apenas um grupo que tomou a iniciativa porque alguém a precisava de ter. Não somos diferentes de nenhum associado. Entramos com um espírito de missão, dando o nosso contributo que tem sido extremamente exigente e será numa fase inicial devido a tudo o que envolve a criação de uma associação, capacitá-la de uma estrutura física, logística e com capacidade financeira para ser sustentável, sendo a mesma sem fins lucrativos, sem capitais próprios e regida pelas regras, legislação e fiscalização do associativismo. Estatutariamente e para se poder constituir uma Associação, alguém teria de avançar. Foi este grupo que teve iniciativa e disponibilidade, mas após o primeiro mandato somos obrigados pelas regras do associativismo a efetuar eleições e seguir a legislação própria. Além disso duvido que algum dos órgãos sociais pretenda continuar porque o trabalho que estamos e iremos ter, condiciona a nova vida pessoal e profissional. Estamos todos aqui com espírito de missão e esperamos que depois do nosso primeiro passo, haja outros que o continuem em prol de todos nós.
 
Não havendo investimento e sendo sem fins lucrativos, como estão a pensar gerir a Associação? 
É essa a pergunta chave e seguramente um dos motivos para nunca ter surgido uma Associação com estas características. De momento, são os órgãos sociais que estão a custear todas as despesas e obviamente sem qualquer tipo de retorno ou apoio porque a Associação não tem verbas. As verbas de qualquer Associação resultam da quotização dos sócios que ficará suspensa até o sector ter retomado a atividade normal, dos apoios que eventualmente possam surgir por parte das entidades públicas, de donativos e de projetos e atividades próprias que possam executar. Como referi, é esta equipa que está a custear, contribuir e irá trabalhar para que possamos ajudar e deixar um legado para todos os associados do sector. 
 
Já há projetos e iniciativas pensadas? 
Sim, inúmeras. Apesar da constituição da Associação só aparecer agora, este é um trabalho que tem meses e já temos inúmeras iniciativas pensadas, programadas e imenso trabalho feito, além de parcerias, contactos, protocolos e benefícios programados para todos os associados.
 

Para os DJs e produtores de música eletrónica, além dos benefícios gerais, está a ser desenvolvido um projeto que irá trazer um incremento direto nos seus rendimentos (...)

 
Pode revelar alguns? 
Serão todos revelados com a transparência que uma Associação é obrigada a ter. Algumas revelações que posso deixar, visto estarem concluídas ou em fase de conclusão,w, tais como seguros de vida e acidentes de trabalho que são obrigatórios para exercer a atividade, através de descontos ou atribuição direta, apoios sociais porque ninguém irá passar fome numa fase em que não tem rendimentos ou viu reduzida a sua atividade, disponibilidade direta de inúmeros produtos ou serviços com descontos ou diretamente, apoio em projetos próprios onde a Associação ajuda os associados a desenvolver ou criar, acesso a instalações culturais ou da própria sede que pretendemos seja um espaço multiusos aberto para todos aqueles que o queiram usar e muitos outros que estamos a preparar e iremos dando conta à medida que vamos tendo desenvolvimentos. Volto a referir que a Associação é dos associados e só faz sentido se estiver sempre disponível e acessível aos profissionais do setor. Inclusive qualquer iniciativa, projeto ou ideias que os associados tenham ou pretendam realizar em nome da Associação e em prol do setor, haverá total disponibilidade e abertura para poderem realizar ou contribuir no que entenderem. 
 
Especificamente para os DJs há alguma coisa pensada? 
Para os DJs e produtores de música eletrónica, além dos benefícios gerais, está a ser desenvolvido um projeto que irá trazer um incremento direto nos seus rendimentos e que a seu tempo será revelado. O setor abrange várias áreas com especificidades diferentes e queremos trazer para discussão o que os profissionais de cada área pretendem para que todos juntos possamos encontrar soluções, sendo que um dos problemas principais está relacionado com a ausência de legislação sobre a profissão. Um dos pontos que teremos todos de discutir será o de encontrar uma forma de que apenas os DJs possam executar o serviço que lhes compete e não qualquer pessoa com um software ou hardware que o faça ilegalmente. Com isto não estou a falar de se criar pagamentos de licenças, "inventar" carteiras profissionais ou um novo imposto em cima do que os DJs já fazem através das suas contribuições ou dos pagamentos que quem os contrata já faz nos seus espaços ou eventos que realiza, mas sim algo similar ao que existe noutros países onde a profissão de DJ é reconhecida como qualquer outra. Será um dos imensos assuntos a debater e terá de ser com o contributo dos associados, porque serão eles a decidir qual o melhor caminho e a Associação apenas fará o que os associados pretendem porque é deles a Associação. 
 
Quando é que haverá mais informações e como se podem inscrever na Associação? 
Estamos neste momento em fase final da constituição da Associação (já autorizada) e temos mais uns dias para concluir alguns processos pendentes com o Ministério da Cultura que é quem tutela o setor e por inerência a Associação e os seus associados. As inscrições já se encontram abertas no site www.apent.pt (sem joia ou pagamento de quotas) para os novos associados, sendo que temos já cerca de 5 mil associados que vão "migrar" de outras associações.  A melhor forma de estarem a par de todas as novidades é seguirem a nossa página de Facebook onde iremos atualizando as informações. Aproveito, desde já, para agradecer ao Portal 100% DJ pelo apoio que tem dado na promoção e divulgação desta área especifica do nosso sector. 
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O novo festival de Lisboa - Nova Batida - vai ocupar este fim-de-semana a Lx Factory e o Village Underground, em Alcântara. O cartaz conta com mais de 50 artistas, processo longo que exigiu "muita reflexão e energia" conta a organização em entrevista ao Portal 100% DJ. Além de novos talentos a estreia deste festival traz a Lisboa os suecos Little Dragon, o britânico Gilles Peterson, a dupla Mount Kimbie, o nigeriano Seun Kuti, sem esquecer de talentos portugueses como é o caso de Riot, Octa Push e Rita Maia.
 
O festival começa a partir das 13 horas e além da componente musical terá ainda aulas de surf e ioga, festas em barcos e street food. Para saber quais as espectativas e o que podemos esperar desta primeira edição de festival Nova Batida, o Portal 100% DJ esteve à conversa com Dan Flynn, representante da Soundcrash, produtora londrina que organiza festas de música eletrónica em vários países. O Portal 100% DJ é Media Partner do evento.
 

Quais são as expectativas para a primeira edição de Festival Nova Batida?
Esperamos que a primeira edição seja uma experiência incrível para todos os envolvidos e mal podemos esperar que visitantes do Reino Unido e de outros países de todo o mundo testemunhem em primeira mão a vibração calorosa e acolhedora de Lisboa e dos seus residentes. Escolhemos Lisboa não só por causa da sua cena musical, mas porque é uma cidade próxima ao nosso coração por tantas outras razões. A perspetiva de ter a oportunidade de dar algo de volta à cidade é algo que é muito excitante para nós.

São mais de 50 artistas que fazem parte da programação. Foi difícil conseguir este cartaz? 
Foi um processo que levou muitos meses, então, é claro que demorou muito - construir um cartaz de festival exige muita reflexão e energia. Não poderíamos estar mais felizes com o nosso primeiro line up e estamos felizes em trazer um grupo tão talentoso de artistas. Também foi ótimo que tantos artistas de Lisboa estivessem tão entusiasmados em juntar-se ao cartaz e estamos muito contentes por ter tantos representantes da música eletrónica nacional.

Que critérios tiveram em conta na hora de escolher os artistas?
Dos artistas ao vivo que selecionámos, escolhemos artistas que tinham músicas novas a serem lançadas - garantindo que todas as apresentações no festival fossem frescas e excitantes para o nosso público. Como disse anteriormente, também queríamos que muitos artistas portugueses participassem - algo que certamente continuaremos em 2019.
É comum que nos festivais alguns artistas realizem alguns pedidos mais excêntricos à organização. Há algum que vos tenha surpreendido particularmente?
Depois de anos a trabalhar na indústria da música não há muito que nos surpreenda. Para a Nova Batida todos os artistas do line up deste ano mostraram-se muito humildes.

No que se diferencia o vosso festival dos outros?
Acho que é uma combinação de muitas coisas diferentes. O festival principal está dentro dos locais super coloridos e criativos do Village Underground e da LX Factory, mas também há uma festa na praia no domingo dedicada aos participantes que pretendem estar junto da natureza. Temos uma linha de música ampla, mas coesa, da qual estamos muito orgulhosos e sabemos que haverá alguns momentos loucos quando Little Dragon, Mount Kimbie e outros subirem ao palco, mas também mal podemos esperar que os festivaleiros descubram os seus novos DJs favoritos numa área diferente. Também é diferente em que há uma grande comunidade de amantes da música do Reino Unido, França e Alemanha a visitar a cidade, mas também haverá uma grande percentagem de moradores locais no coração da festa. Mal podemos esperar que as vidas destes amantes da música de toda a Europa colidam - vai ser um momento encantador.

Além da componente musical, o que poderão assistir os festivaleiros do Nova Batida?
Temos várias atividades extras disponíveis, desde aulas de surf até aulas de ioga, festas em barcos e muito mais.

Em futuras edições, a cidade de Lisboa continuará a ser o local de eleição para acolher este festival?
Sim, vamos colocar bilhetes da edição de 2019 à venda em breve, apenas um ano do Nova Batida em Lisboa não chega. Vemos isso como um projeto de longo prazo e esperamos ser muito, muito felizes aqui.

Que recomendações gostaria de deixar aos festivaleiros?
Para aqueles que ainda não tiveram a experiência de ir a um festival de música em Lisboa, vão ser bem recebidos. Para os que já foram a eventos do mesmo género, já sabem o quanto se vão divertir!
 
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Vando Camarinha tem 28 anos e depois de conquistar o território nacional, começa agora a dar cartas no mundo da música eletrónica a nível internacional, através de imagens capturadas por si, no momento certo. Natural do Porto e formou-se em Multimédia pelo Instituto Superior da Maia, unindo assim várias das suas paixões: design gráfico, vídeo e fotografia. Fica a conhecer melhor a sua personalidade e trabalho através da entrevista que lhe fizemos.

Como começou a tua história no mundo da fotografia ligada à música eletrónica? 
Foi há 5 anos. Eu trabalhava na noite como fotógrafo e o meu melhor amigo veio à discoteca nessa noite e acabou por me fazer a pergunta: “Vando já que gostas tanto de fotografar, porque não apostas em festivais de música?”. A partir daí comecei a pesquisar sobre alguns trabalhos de alguns fotógrafos profissionais na área dos festivais e com alguns contactos que tinha fui convidado a fazer os meus primeiros festivais. Estava um pouco nervoso no início porque não sabia onde me ia meter! Mas a partir desse momento foi ‘sempre a abrir’. Adoro a fotografia de ambiente festivaleiro, adoro música eletrónica e esses dois temas juntos é perfeito para mim e para o que eu faço!

Que festivais e artistas já fotografaste? 
Portugal: MEO Sudoeste, EDP Beach Party, Melhores do Ano, RFM Somnii, Mega Hits Kings Fest, I’ am Hardwell. Internacionais Inox Park Paris e Elektric Park Festival. Artistas: Dannic, Hardwell, Martin Garrix, Bob Sinclar, Laidback Luke, Dimitri Vegas & Like Mike, Sebastian Ingrosso, Showtek, DVBBS, Thomas Gold, Lost Frequencies, Alesso, Pete tha Zouk, Kura, Nervo, Don Diablo, Bassjackers ,Tujamo, entre outros.

Que história caricata podes contar sobre um dos teus trabalhos?
Tenho várias, mas uma que recordo mais foi quando estava a fotografar as NERVO em Paris e no momento em que ia a sair do palco, acabei por cair de cu no chão! No momento senti-me um pouco envergonhado porque tinha todas as pessoas a olhar para mim e porque foi o primeiro festival que fiz internacionalmente. Como devem calcular, as pessoas começaram-se a rir e eu com a minha calma toda disse-lhes que era uma coisa normal quando se ama o que se faz! 

Que artista gostaste mais de fotografar? 
Kura foi sem dúvida um dos que mais gostei de trabalhar. Para além de humilde, foi das pessoas que mais apostou em mim e que me deu força para continuar a fazer mais e mais neste ramo! 
 
Que material fotográfico aconselhas para um jovem fotógrafo que queira seguir os teus passos? E algumas dicas?
De material fotográfico aconselho para os iniciantes desta modalidade, a Canon 550D ou Canon 700D. Para iniciar é perfeita para praticar. 
Pesquisando, inovando e tendo sempre uma open mind, isso é a melhor dica que podem ter. Não se deixem intimidar por ninguém, sejam simples, humildes, idealizem, concretizem e principalmente sejam unidos.

Quais os eventos e artistas que mais gostarias de fotografar?
Ultra Music Festival e Tomorrowland.
 

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terça, 27 dezembro 2011 21:31

A palavra de ordem é apenas: dançar!

Dispensa qualquer tipo de apresentação. Comunicador nato e já com uma bagagem um tanto quanto robusta, Henri Josh, descreve-se em termos profissionais com uma só palavra. É conhecido não só pelos seus excelentes trabalhos de produção de música, como também por ter sido residente do  Sasha Beach em Portimão durante o Verão 2008 e 2009.
Sempre fiél ao Projecto 100% DJ, aceitou com agrado e sem hesitação a proposta para falar connosco. O resultado está à vista.

 

Qual o teu verdadeiro nome e  porquê “Henri Josh”?
José Henrique Lopes. E daí vem o Henri Josh - “Henri” de Henrique e “Josh” de José.
Inverti o nome e passei-o para inglês, foi simples.

Como tudo começou?
Começou com muitas agulhas partidas em casa dos meus avós (risos), uma aparelhagem, um leitor de cassetes e a tentar misturar ou fazer passagens com esse material. Entretanto, e já depois de trabalhar á noite, surgiu a oportunidade para ser DJ e agarrei-a com unhas e dentes.

Nas actuações que fazes, dás tudo por tudo para que o party people se sinta bem, no entanto, parece-me que quanto a ti, és um bocado tímido... Concordas?
Sim, é verdade. Quando não estou a trabalhar tento ser sempre o mais discreto possível, talvez por ser um pouco tímido.

Tens algum ritual que costumas fazer antes de subir às cabines?
Sim, gosto sempre de chegar um bocado mais cedo, beber um copo e ver o ambiente. Penso que é importante para começar a trabalhar.

Tencionas continuar as produções dentro de Portugal?
Sim. Portugal neste momento é o meu mercado principal e onde tenho mais fãs. Para além disso, recentemente comecei a trabalhar com a Vidisco e quero continuar com esta parceria, claro que nunca coloco de parte o mercado internacional onde também tenho dado cartas e remisturado com nomes muito interessantes.

Como surgiu, para ti, o conceito do 'Sasha'?
O projecto 'Sasha' surgiu através da forte ligação de amizade que tenho com a Helga Barroso e com o Luís Evaristo que, por intermédio da Wdb Management, convidaram-me para ser DJ Residente e eu aceitei com muito orgulho! Foi um projecto brutal.
 

"(...) os DJ's mais novos começam mal as suas carreiras e daí vem a tal falta de leitura de pista e conhecimento musical. Quando eu comecei, era impensável não ser DJ residente antes de ser Freelancer."

 
Concordas com alguns colegas teus, quando dizem que há excesso de DJ’s, e falta de bons conhecimentos de leitura de pista e fraco conhecimento musical?alt
Sinceramente não acho que haja excesso de DJ's, mas sim que os DJ's mais novos começam mal as suas carreiras e daí vem a tal falta de leitura de pista e conhecimento musical. Quando eu comecei era impensável não ser DJ residente antes de ser Freelancer devido exactamente a esse facto. É um conselho que dou a quem está a começar, tentem arranjar um sítio para tocar regularmente para quando surgirem as verdadeiras oportunidades, estarem à altura.
 
O que consideras ser um bom DJ?  
Para mim um bom DJ é exactamente aquele que tem uma boa leitura de pista, boa técnica, criatividade, etc.… Seja qual for o estilo.

Em 2009 foste nomeado pela Revista Noite.pt como 'Melhor Produtor Nacional'. Não ganhaste o prémio. No entanto, a vida continua e os desafios aumentam. Para o novo ano  vais repetir a proeza, de, pelo menos, ser nomeado? Que surpresas nos irás trazer?
Sim, espero repetir a proeza, afinal de contas tenho trabalhado bastante para isso. Além dos dois originais co-produzidos com os Funkyou2 que são o "I Just Wanna Dance", com a participação da Helga Barroso & Co, e o tema "Why?! (Can´t i Forget You), remisturamos também artistas como Santos e Pecadores, Per7ume e Phil Kay. A solo já lancei um original pela "Suara, editora do produtor revelação espanhol Coyu, que se chama “Pequena” e ainda um novo original com o Mc Katorz “Celebrate The Day”.
Num futuro próximo irá ser editado também um remix para mais o produtor espanhol Gabi Newman.

Em termos de produção, quando produzes, fá-lo a pensar em alguém ou em algo que te motiva?
Nem por isso, as coisas fluem naturalmente, já esta no sangue.

Para quem ainda não te conhece, em suma, como te descreves?
Em termos profissionais, uma só uma palavra - Festa!

Quem já te ouviu ao vivo, ou por CD, ou por outros meios, sabe a tua diversidade de misturas que consegues obter. Tanto és capaz de misturar pop, como de seguida, rock… Sempre dentro do estilo house. Achas isto um dom que tens, visto não ser nada fácil estar a pensar numa batida pop e de seguida outro estilo?
Não acho que seja um dom, mas sim fruto de muito trabalho de casa. Esses mixes normalmente são feitos por mim e a maneira como são encadeados no set sim, é pura inspiração do momento.
 

"Conheci o Projecto 100% DJ através das redes sociais"


Conheces o Projecto 100% DJ à quanto tempo? E como soubeste de nós? Alguma sugestão para nós?
Conheci o Projecto 100% DJ através das redes sociais e acho que têm vindo a fazer um bom trabalho até agora. Estão ainda em fase de crescimento e no bom caminho. Força!

 

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Martin Picandet, conhecido no mundo da música eletrónica como Martin Solveig, é um dos destaques da primeira edição do United with Tomorrowland, que vai decorrer na cidade do Porto no próximo dia 27 de julho. Poucos anos após iniciar a sua carreira, alcançou o sucesso internacional com o hit "Hello", uma colaboração com Dragonette que rendeu vários discos de ouro e platina. O artista francês regressa agora ao nosso país e o Portal 100% DJ teve a oportunidade de conversar com ele mesmo a propósito da sua vinda a Portugal e os seus novos projetos musicais.
 
És um dos cabeças de cartaz do Unite with Tomorrowland no Porto. Como é trazer o espírito e a festa de um dos maiores festivais do Mundo para Portugal pela primeira vez?
É muito empolgante e sinto-me honrado por ir atuar no Unite with Tomorrowland no Porto. Foi uma oportunidade que não pude recusar e as pessoas em Portugal sabem como se divertir, o pessoal já tem aquele espírito do Tomorrowland!
 
Já tinhas saudades de atuar no nosso país? Como descreves o público português? Certamente já viste a nossa bandeira no meio da multidão no Tomorrowland… 
Claro! É sempre incrível ver tantas bandeiras na multidão, apesar do Tomorrowland ser um dos maiores festivais, ainda me consigo surpreender ao ver pessoas que vêm de tão longe... Não venho muitas vezes a Portugal, mas queria poder atuar mais no vosso lindo país. Eu adoro realmente a vibe e a energia do público português.
 
Este ano formaste a dupla Europa com Jax Jones. Fala-nos um pouco deste novo projeto. 
É divertido, é alegre e criativo. Inicialmente, o Jax Jones e eu só queríamos criar uma música juntos, mas quando estávamos no estúdio, percebemos que tínhamos muito em comum musicalmente. Trabalhar em duo fez-nos querer experimentar coisas novas, coisas que não nos sentiríamos confortáveis ​​se estivéssemos sozinhos mas sendo o projecto Europa podemos usar as habilidades uns dos outros. Lançámos “All day and night” com a talentosa Madison Beer há alguns meses, agora estamos a tocar em festivais diferentes, e podem esperar novas músicas a sair…
 
 
Este verão tens uma residência artística marcada para todos os sábados no Pacha, em Ibiza. Fala-nos um pouco sobre essas performances. 
Pacha é o sítio mais lendário de Ibiza. Tive a oportunidade de fazer parte desta aventura durante alguns anos, então quando me perguntaram se eu aceitaria ser o artista principal do Pure Pacha, imediatamente disse que sim. Foi um verdadeiro desafio redefinir todo o projeto musical e artístico. Tenho muito orgulho do que já conseguimos e a melhor parte é que fica melhor e melhor todos os sábados. Musicalmente falando, é uma vibe 100% Solveig. Trabalhei num formato de house vibes com vários sabores, é um momento de união, alegria e espírito aberto.
 
Ibiza continua a ser um dos melhores destinos para amantes da música eletrónica? Que mudanças aconteceram ao longo dos últimos anos na ilha espanhola? 
Fazem-me essa pergunta imensas vezes. Para mim, a ilha espanhola em termos de espírito e vibe não mudou nem um bocadinho. Adoro praticamente tudo e estou sempre feliz quando o verão está a chegar. Não resisto, Ibiza está a chamar por mim!
 
O que podes revelar a cerca do futuro da tua carreira? 
Este foi um ano muito agitado! Como mencionei anteriormente, tenho o meu novo projeto Europa, mas também a minha residência no Pacha, a nova faixa “Thing For You” com o David Guetta. Neste momento sinto-me muito entusiasmado com todos estes projetos, não posso revelar o que está para vir, mas o resto do ano definitivamente vai ser emocionante, ainda vão ouvir falar de mim nos próximos meses!
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ? 
Gostaria de lhes agradecer pelo apoio, espero que aproveitem o Unite with Tomorrowland e estou ansioso para voltar a Portugal!
 
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sexta, 03 agosto 2012 21:59

“Sou eu, a música e as pessoas”

Tinha quinze anos quando começou a prestar uma certa e especial atenção à música e a demonstrar maior interesse pelo que se vendia na loja de discos do pai - a primeira em Portugal a importar dos EUA máxi-singles de música de dança, área que começou desde logo a reparar com outros olhos.
Aos vinte anos começou a animar o ambiente em discotecas e não demorou muito até começar a atuar lado a lado com nomes de referência da dance music. Em 1994 juntou-se ao conhecido Rui da Silva e criaram o projecto ‘Underground Sound of Lisbon’. Mais tarde nasceu o tema "So Get Up" que rapidamente se espalhou pela rota mundial da música electrónica. Ganhou 25 contos no primeiro cachet. Hoje, além da profissão de DJ, é gerente da Indústria no Porto, e faz um programa de rádio na Antena3. É considerado em Portugal como um verdadeiro ícone da noite. Num excelente fim de tarde, antes da sua atuação no Rock In Rio Lisboa, tivemos uma agradável conversa com ele. Dispensa apresentações. DJ Vibe em entrevista.

 

Como descreves atualmente a noite em Portugal?
Já teve melhores dias, mas acho que continua a haver muita casa e muita oferta. Hoje em dia, devido às circunstâncias em que o país se encontra, há uma grande limitação… Mas enquanto houver noite e festas as pessoas vão continuar querer divertir-se.

És um DJ que percorreu várias gerações, sendo um dos principais pioneiros da música eletrónica em Portugal. Quais são para ti, as principais diferenças entre gerir um set hoje e há 20 anos atrás?
Não são muitas. Hoje o que é diferente passa pelo facto do público ser outro, a música também é outra, a forma como se toca também é outra, a tecnologia que apareceu veio ajudar de certa forma, a melhorar a performance, mas a maneira como o set é preparado ou pensado, é exatamente a mesma coisa. Não há grande diferença.

Vens de uma época que o som caloroso do vinyl envolvia as pistas de dança mas atualmente tocas com o sistema digital.
Defendes que o digital é o futuro e uma mais valia para o djing?
Eu sou defensor de tudo o que possa ajudar nas minhas performances. Se isso passa, pelo digital…
Não quer dizer, que não continue a comprar vinyl, passo tudo a digital, mas realmente as tecnologias vieram ajudar bastante, principalmente para quem viaja como eu, para deixar de andar com caixas de discos de quarenta quilos cada uma, e hoje em dia está tudo num computador e se calhar até levo mais música, e é bastante mais prático.
Acho que a tecnologia que apareceu serviu essencialmente para ajudar a trabalhar melhor ainda.

Mas és um adepto da qualidade e tens preferência por material analógico...
Hoje em dia os próprios sistemas mais recentes, já estão mais ‘afinados’ para poderem tocar o digital. Obviamente que não dá para fazer uma comparação: Estás a tocar um disco de vinyl num sistema analógico ou estás a tocar uma faixa em MP3 num sistema digital – são diferentes. Por outro lado, a maior parte da música que se faz hoje, também, toda ela é mais eletrónica do que era há uns anos atrás. Antigamente podia-se usar elementos mais acústicos, samples, etc. Hoje em dia, não é tanto assim, pelo menos nesta fase. Não quer dizer que não venha a acontecer daqui a uns meses, comecem a aparecer. E depois lá está… as origens são analógicas mas depois tocam-se em digital.
Para mim, o essencial é sentir-me confortável, ter um sistema de som que possa responder. Se é digital ou analógico… já não me faz diferença.

 

"Para mim, o essencial é sentir-me confortável, ter um sistema de som que possa responder. Se é digital ou analógico... já não me faz diferença"

 

Ultimamente tens estado ausente no que diz respeito a produção. Podemos esperar novos temas teus para breve?
Sim. Estou a trabalhar nalguns temas novos. Tive parado durante alguns tempos, devido à discoteca no Porto que foi um projeto grande, mudei-me para o Porto, agora estou de volta a Lisboa. Espero até ao final do Verão já ter algumas coisas para poderem ser tocadas.

Fala-nos um pouco sobre o Indústria…
O Indústria foi uma coisa que não foi pensada, não estava à espera de me envolver assim num projecto… mas aconteceu e todas as minhas energias de há dois anos para cá, estiveram viradas para a Discoteca. Construir um clube com aquelas características não foi fácil, mas felizmente a agora está a ‘rolar’ e estou muito satisfeito com o resultado da casa. Está a trabalhar bem com uma grande diversificação de DJs.

A tua presença no Rock In Rio tem sido assídua. Fala-nos um pouco dessa experiência…
Sim, tenho tocado praticamente em todas as edições tanto de Lisboa como de Madrid. No Rio de Janeiro não foi muito feliz, pois toquei numa hora complicada, mas no geral tem disso uma boa experiência. De todos, para mim, o melhor Rock In Rio é o de Lisboa, por causa de todo o envolvimento. O Parque da Bela Vista é realmente espantoso para se fazer este tipo de eventos e de todos os que eu tive presente, destaco sempre o de Lisboa.

Na tua opinião, qual é a característica que um DJ tem de possuir para se consolidar no mercado atual?
Penso que há dois ou três factores importantes. Um deles é gostar mesmo de música, outro é dedicar-se a isso e essencialmente tocar para as pessoas.
Eu sou de uma geração, e de uma escola, se é que existe… que ‘sou eu, a música e as pessoas”. Toco para as pessoas e o importante é perceber que as mesmas estão a divertir-se pela música que estou a tocar e não por me verem a fazer umas ‘palhaçadas’.

 
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terça, 27 dezembro 2011 22:27

"Survivor" da música electrónica

Carlos Manaça é aquilo a que se chama de um “survivor” da música electrónica. Já conta com quase 25 anos de carreira, o que o torna bastante inspirador para muitos. O «efeito Manaça» na noite nacional e internacional, tal como a sua carreira, tem vindo a aumentar de ano para ano. Mais participações, mais eventos, mais produções, mais, mais e muito mais.

 

Depois de tantos anos e tanto sucesso, actualmente, qual é a sua opinião acerca dos eventos que se produzem por cá?
Infelizmente, depois de todos os grandes eventos, com grandes nomes, que já tivemos em Portugal, neste momento contam-se pelos dedos os que acontecem durante o ano. É a consequência de alguns produtores terem exagerado na quantidade de eventos que realizaram durante um período em Portugal. Agora estamos a pagar o preço desse exagero. É certo que as condições económicas também são diferentes, mas naquela altura houve um exagero, quer ao nível da quantidade de eventos, quer o nível dos cachets que foram pagos. Mas também acho que o pior já passou e que agora os produtores de eventos fazem melhor as contas ao que vão necessitar para terem um bom evento, coisa que por vezes, antes não acontecia.
 
Ser ‘DJ residente’ é uma etapa crucial na vida de um DJ?
Ser ‘DJ residente’, na minha opinião, faz parte da aprendizagem de um DJ. Se calhar as novas gerações não dão o devido valor a ser ‘DJ residente’, mas o certo é que permite aprender a gerir melhor uma sessão, uma noite, num club ou numa festa. Não digo que seja imprescindível, mas que ajuda muito, lá isso ajuda.

Em termos de produções, como está a correr o panorama da sua editora “Magna Recordings”?
Infelizmente a Magna Recordings neste momento, tal como quase todas as editoras deste tipo, passa por um momento complicado, a nível de vendas. O “feedback” que temos das nossas edições é bastante bom, na nossa ultima edição (MAGNA 045D, D-Formation & Carlos Manaca “Underground”) tivemos comentários excelentes de muitos “Top DJ’s” Internacionais, mas depois isso não se reflecte nas vendas. As pessoas acham que não faz mal fazer downloads sem pagar, aliás acho que já dão como dado adquirido que a música é grátis. Infelizmente, acho que do ponto de vista legal, os governos já não vão fazer nada para alterar essa situação. Os downloads ilegais afectaram e afectam muitos postos de trabalho, quer na música, quer nos jogos e filmes, mas acho que neste momento já não há volta atrás.
 
altAvizinha-se algum projecto de agenciamento? E projectos futuros que tencione realizar?
A nível de agenciamento em Portugal, de momento não, até porque, na minha opinião, sendo Portugal um país tão pequeno e trabalhando eu há tantos anos directamente com os clubs e promotores, não faz muito sentido. Talvez em 2011 haja novidades a nível de agenciamento mas a nível Internacional, aí sim, há muita coisa que me falta fazer.
Quanto a projectos futuros há alguns. Várias colaborações em estúdio ainda pendentes devido à dificuldade de conciliar agendas, que penso vão acontecer em 2011.
 
Ainda continua a viver em Madrid, Espanha? Conte-nos como foi essa sua passagem pelo curso de “Audio-Engineering” na conceituada Escola Inglesa “School Of Audio Engineering” (SAE).
Sim, continuo em Madrid e de momento não há planos para voltar a Portugal. O curso na SAE foi muito importante, em muitos aspectos técnicos, alguns dos quais eu só tinha algumas noções. Depois do curso fiquei com muita da teoria que necessitava para melhorar as minhas produções, é sem duvida uma das melhores escolas de áudio, com o melhor material para praticar. Trabalhei com muito material que só via nas revistas especializadas de áudio, e isso é bastante bom para qualquer aluno que queira melhorar os seus conhecimentos.
 
Já tocou ao lado de grandes figuras internacionais da noite. Tem alguma preferência? E em termos de técnica, qual o seu DJ favorito?
Sim, já toquei com inúmeros DJ’s, alguns em mais do que uma ocasião, ao longo de todos estes anos. Na realidade não tenho um preferido, tenho vários, conforme o seu estilo. Um deles é o Danny Tenaglia por aquilo que me influenciou em 1996 quando tocou pela primeira vez em Portugal (no Rocks Club, em Vila Nova de Gaia) onde eu era residente, e que me fez estar 9 horas a controlar as luzes, ao lado dele na cabine. Foi impressionante, quer para mim, quer para muitos outros DJ’s que ali estavam e realmente influenciou a nossa visão musical, a partir desse dia.
Mas há mais pessoas que me influenciaram em todo o meu trajecto como DJ, desde o Tó Pereira (DJ Vibe) ao Luís Leite, passando por Roger Sanchez, Laurent Garnier, Carl Cox, Victor Calderone, Masters At Work, todos diferentes, cada um no seu estilo.
 
Portugal enfrenta o problema da pirataria, onde a partilha de ficheiros de música pela Web é ilegal. No entanto, é bastante vulgar irmos a uma discoteca e vermos o respectivo DJ acompanhado do seu ‘Mac’ e recheado de todo o tipo de música. Não acha um bocado irónico esses mesmos DJ’s a lutarem por algo que eles dizem não estar correcto, e no entanto eles também o fazem? Qual é a tua opinião?
Esse é um ponto que me desagrada profundamente. Já é grave o problema do público em geral fazer os downloads para ouvir em casa ou no carro, mas faze-los para ganhar dinheiro com eles, como fazem alguns DJ’s, parece-me duplamente grave. Porque estão a ganhar dinheiro com o trabalho dos outros, e isso não lhes parece mal.
Nem mesmo que os temas custem um euro, ou à volta disso. Por isso, o problema não é o preço, como alguns diziam do preço do vinil, mas sim a mentalidade. E isso, infelizmente, parece-me que não vai mudar.
 

"(...) Aos DJ’s, o meu conselho, é que toquem aquilo que realmente sentem e evitem ir “atrás” do DJ “a” ou “b”, porque isso, a longo prazo, não compensa."

 
Se tivesse que produzir um evento, qual seria o local escolhido? Dê-nos um exemplo do line-up que gostava de apresentar.
Sinceramente já produzi alguns eventos, entre 1993 e 1994, e em 1999 (a apresentação da minha loja de música na altura, World Music Porto) que correram muito bem, mas neste momento, não tinha disponibilidade nem física nem mental para o fazer. Se tivesse mesmo que o fazer, escolhia uma praia, de preferência deserta, onde não incomodasse ninguém, e traria alguns dos nomes que referi como influências, numa festa que começaria de tarde e acabaria de manhã.
O projecto 100% DJ tenta sempre dar a conhecer novos talentos da noite portuguesa. Alguns conselhos quer de DJ, quer de produtor, que queira partilhar?
Acho que o mais importante é que acreditem em vós próprios e que trabalhem e pesquisem bastante. Hoje em dia, com a Internet, é muito mais fácil aceder à informação, quer a nível do “djing” quer a nível da produção. Aos DJ’s, o meu conselho, é que toquem aquilo que realmente sentem e evitem ir “atrás” do DJ “a” ou “b”, porque isso, a longo prazo, não compensa.

Quando foi a primeira vez que ouviu falar do projecto 100% DJ? Qual a sua opinião sobre o mesmo? Alguma crítica?
A primeira vez que ouvi falar foi em 2008, quando actuei no Estremoz Moda. É difícil, estando em Madrid, ter acesso a toda a informação sobre a divulgação da música electrónica em Portugal. Na minha opinião, os projectos que divulgam o nosso trabalho, são extremamente importantes, porque dão a conhecer aquilo que fazemos e permitem estarmos mais em contacto com o público em geral. Por isso, o  projecto “100% DJ” tem todo o meu apoio!
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É um dos jovens talentos da música eletrónica nacional e um dos mais reconhecidos na sua terra natal: os Açores. Depois de ter alcançado a posição número 21 do Top 30 de 2016 do Portal 100% DJ e de subir ao palco do RFM SOMNII, a redação esteve à conversa com o artista sobre a sua carreira e o futuro da mesma.
 
 
Em 2014 recebeste uma Medalha de Mérito na área da Cultura e Juventude do Município da Praia da Vitória e em 2016 ficaste na posição número 21 do TOP 30 do Portal 100% DJ. O que representam para ti estas distinções? Influenciaram a tua carreira?
É sempre bom ser valorizado pelo trabalho que desenvolvemos, onde para mim, a principal distinção é o reconhecimento do público e estes prémios são o reflexo disso. Ser considerado um artista consagrado na minha região foi uma das maiores conquistas que obtive. Cresci artisticamente a ouvir a expressão “santos da casa não fazem milagres’’ e a verdade é que no início senti isso na pele, tal como a maioria dos artistas, seja em qual área. É preciso trabalhar e insistir, e muitas vezes, ser reconhecido primeiro ‘lá fora’ para depois ser valorizado por cá. Não posso dizer que tenha sido assim comigo, pois sempre senti o carinho dos meus e sempre me preocupei em criar uma ‘fan base’ sólida antes de me lançar para outros patamares, mas obviamente que se acaba por estar no centro das atenções após conquistar algo além da tua região. E esta medalha de mérito reflete um pouco os dois panoramas: o trabalho e as conquistas fora da região e o carinho do público e o reconhecimento das instituições locais. E claro, não podia estar mais contente por isso. Recentemente, com a distinção no TOP 30 do Portal 100% DJ, senti que este carinho e este reconhecimento era maior do que eu esperava quando entrei na posição número 21 e claro, estou grato por todo o apoio do público. Para mim estas distinções deram-me motivação extra e a responsabilidade de entregar mais e melhor trabalho ao público que me acarinha e consequentemente deu-me a oportunidade de subir a outros palcos que sempre desejei.
 
Fala-nos do teu mais recente single e do seu feedback junto do público.
Tem surpreendido o público pela positiva. Muitas pessoas não associaram à primeira o tema ao meu trabalho desenvolvido no passado enquanto artista. E isso é bom, era algo que pretendia, surpreender e mostrar ao público que me conhece simplesmente como DJ ou mesmo pela componente de produtor do chamado EDM, que sou e que tenho desenvolvido muito mais artisticamente para além disso. Tenho-me preocupado pouco em fazer música para a pista de dança, mas sim para as pessoas. Eu no meu dia a dia ouço de tudo um pouco, considero-me uma pessoa eclética musicalmente e não só. Acho que este tema é o resultado disto. Penso que este tema reflete uma maturidade musical e pessoal e as pessoas aperceberam-se disso. O tema tem uma forte influência do universo Pop e RnB desde os acordes de guitarra à voz do TonyB, com bases rítmicas que vão do Trap, influenciado pelo Hip Hop que ouço constantemente às sonoridades tropicais e sintetizadores eletrónicos. Ou seja, acabo por concentrar todas as minhas influências no processo criativo e de composição do tema desde o início.
 
Dizem que o público dos Açores é imparável. Quais são as principais diferenças entre o público do continente e dos Açores
Sem dúvida que é! É um público que vibra connosco e que sente toda a energia que lhes é transmitida do palco. Ao mesmo tempo é um público atento e diversificado, num só festival ou evento há uma variedade enorme de gostos musicais. Pode ser um público difícil de se agarrar, mas depois disso está garantida a festa! Principalmente nas camadas mais novas vê-se muitos “die-hard fans” que seguem os artistas para todas as ilhas e festivais da região e que vibram com toda a energia na frontline. Não me posso queixar de forma alguma, adoro todos os fãs que vibram e vêm falar comigo após o espetáculo. É por eles que faço e continuo a fazer o que faço. São os maiores! Em relação a diferenças de público, não há públicos melhores nem piores. Acho apenas que com a oferta enorme que há de eventos no continente e festivais hoje em dia, acaba-se por encontrar públicos muito específicos em Portugal Continental, quando nos Açores é um público um pouco mais vasto em termos de gostos e idades devido à menor oferta de eventos ao longo do ano. No continente quando sou convidado para certo festival ou evento, já tenho uma ideia do que tocar ou o que resultará melhor na pista. Nos Açores é sempre uma surpresa, o que acaba por ser interessante e desafiante.
 

Sempre quis explorar outras vertentes do que é um espetáculo

 
Que novidades podes desvendar acerca da tua carreira nos próximos meses?
Este Verão apresentei pela primeira vez o meu live show. Era uma ideia que já tinha à algum tempo. Sempre quis explorar outras vertentes do que é um espetáculo e achei estar preparado para o fazer. Juntamente com um baterista, guitarrista e MC, fui disparando versões ao vivo dos meus singles e vários edits e remixs, com a ajuda dos músicos que os iam interpretando. Quero continuar a explorar esta vertente nos próximos meses e ando também a preparar um DJ set mais completo e dinâmico com visuais, desde videomapping, luzes e efeitos. Quero também continuar a desenvolver a comunicação perto dos fãs e tentar chegar a outros palcos e cidades por onde ainda não passei. Para além disso estou já a trabalhar nos próximos singles, a tentar trazer algo diferente e fresco do que tenho desenvolvido. O trabalho está a ser feito, portanto veremos o que o futuro nos reserva.
 
Que balanço fazes da “Fall Tour”, que incluiu uma atuação no RFM Somnii na Figueira da Foz?
Super positiva! Foi um verão repleto de datas, de novos palcos, novos locais e a receção foi sempre calorosa. Uma das coisas que me deu mais prazer foi as pessoas reconhecerem os meus singles, principalmente a nova música que lancei este ano, a “Fall”, não há melhor sentimento que vermos as pessoas reconhecerem e cantarem a música que fizemos ao longo de meses de trabalho e dedicação. Tocar no RFM Somnii foi mais um sonho tornado realidade! Tocar e estar ao lado de nomes como Tiësto e Armin van Buuren numa das maiores beach partys da Europa é uma sensação única.
 
De que forma é que lançar um tema numa editora de prestígio como a Vidisco pode ajudar uma música a alcançar o sucesso?
Infelizmente, não basta fazer boa música nos dias de hoje. Cada vez mais é preciso planeamento, marketing e acima de tudo networking para fazer a tua música chegar às pessoas. Apenas colocar a música nas nossas redes sociais e em plataformas como Soundcloud estamos a limitar em muito o nosso target e o potencial do tema. Muitas vezes, a música está pronta para lançamentos, mas temos de ser pacientes e perceber o que está em volta do business por de trás de uma indústria criativa e artística como a música. Traçar um plano de marketing, ter uma boa distribuidora, uma boa editora, fazer uma boa comunicação, ter uma boa assessoria, faz com que o potencial do tema seja exponencial. Editar por uma editora reconhecida e conseguir um bom acordo de publishing foi o que sempre tentei fazer com a minha música. Afinal de contas, estamos a ‘entregar’ o nosso trabalho de meses e anos a alguém.
 

Fico sempre surpreendido com a tranquilidade e humildade no backstage daqueles que dão os show mais energéticos em palco.

 
Embora com uma curta carreira, já tiveste contacto com inúmeros artistas internacionais. Qual ou quais os que mais te surpreenderam e porquê?
Felizmente já tive a honra de partilhar o palco com alguns dos maiores artistas internacionais do momento. Fico sempre surpreendido com a tranquilidade e humildade no backstage daqueles que dão os show mais energéticos em palco. Falo de nomes como Borgore, Tony Junior, R3HAB, Bl3nd, que dão tudo em palco, mas que ‘behind the scenes’ são super tranquilos e têm tudo controlado desde horas de descanso e refeições. Afinal de contas, são artistas que vem de tours internacionais muitas vezes com um imenso desgaste físico e psicológico.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Primeiro que tudo, um muito obrigado! Que continuem a apoiar a música eletrónica e os artistas portugueses. E que quem deseja, um dia, fazer carreira da música eletrônica que não desista dos seus objetivos, mas que esteja preparado para muito trabalho, sacrifício e, acima de tudo, persistência. Por fim, não posso deixar de agradecer ao Portal 100% DJ por tudo o que tem feito por todos nós na divulgação do melhor que se faz por cá na música eletrónica!
 
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Tem 23 anos e é um promissor da música eletrónica à escala mundial. Atualmente ocupa a posição número 52 do TOP 100 da revista britânica DJ Mag e conta com inúmeras músicas no seu reportório. Depois de ter atuado em 2015 no Algarve, Danny Avila regressa desta feita a terras lusas, concretamente à Festa do Chicharro nos Açores, no primeiro sábado de julho, dia 7, para uma exibição que tem tudo para ser única. Mais uma vez o Portal 100% DJ esteve à conversa com o jovem DJ e Produtor espanhol que desvendou algumas novidades sobre a sua carreira, quais as recordações que guarda Portugal e quais as suas expectativas para a atuação nos Açores.

 Fala-nos um pouco sobre a tua recente faixa "BRAH".
"BRAH" é um retorno às minhas raízes de dancefloor depois de ter lançado "Too Good To Be True” com os The Vamps e Machine Gun Kelly. Este último lançamento foi um pouco mais pop para mim, então pensei em seguir com algo mais focado em clubs. Gosto de mudar as coisas a cada lançamento.

Recentemente começaste a filmar o teu dia-a-dia. De certa forma achas que isso é importante para os teus fãs e para a tua carreira?
Claro que sim! Chama-se "My life" e vou publicando a pouco a pouco no meu canal do YouTube. Acontece tanta coisa durante a digressão que queria compartilhar isso com os fãs e mostrar um pouco dos bastidores. A série documenta os altos e baixos e tudo o que vai acontecendo quando estou a viajar pelo mundo. Espero que vocês gostem!

Como vês o cenário do EDM espanhol neste momento com o reggaeton a regressar em força aos top charts mundiais?
Sobre a EDM espanhola uma coisa é certa: está sempre a mudar! Tendo eu crescido em Madrid, experienciei em primeira mão a grande variedade e influência na dance music espanhola e também a música internacional que faz sucesso no meu país de origem. Muita dessa variedade e mudanças na dance scene inspiraram-me a incorporar diferentes géneros na minha própria música... Quem não gosta um pouco de reggaeton?

Já passou algum tempo desde a tua última atuação em Portugal. Quais são as lembranças que guardas?
Colocando de lado a incrível paisagem (e é realmente incrível), devo dizer que recordo as pessoas de Portugal. Viajo para muitos lugares no meu trabalho e encontro muitas pessoas, mas os portugueses fazem-me sempre sentir bem-vindo. Sabem festejar! Para mim é como um lar longe de casa e lembro-me sempre disso.
 


Quais são as suas expectativas em relação à tua próxima atuação em Portugal, a 7 de julho, na Festa do Chicharro nos Açores?
Eu tenho visto vídeos das edições anteriores da Festa do Chicharro e parece altamente! Estou muito feliz por finalmente voltar a Portugal e fazer a festa com toda a gente. Como já referi, as pessoas em Portugal são sempre muito acolhedoras, por isso estou à espera de uma grande festa. Tenho alguns truques na manga para este DJ set também.

Podes revelar-nos algumas novidades da tua carreira num futuro próximo?
Ultimamente tenho tentado aperfeiçoar o equilíbrio entre a digressão e a produção musical e está a correr bem, por isso tenho conseguido criar uma boa quantidade de novas músicas - que espero poder partilhar com vocês em breve. Também assinei recentemente com a SONY Music Spain, por isso haverá mais músicas em breve sob esse acordo. Gostava de poder revelar mais, mas é tudo muito secreto e emocionante.

Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Vocês estão sempre em cima dos acontecimentos da dance music. Gostei desta oportunidade de conversar com vocês novamente e espero continuar a agradar-vos com o meu trabalho. Com a visão atual da dance music tão movimentada neste momento, agradeço o vosso apoio e verei todos vocês em breve.
 
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Com um percurso musical de 20 anos, Massivedrum é detentor de uma das mais sólidas carreiras a nível nacional no que à música de dança eletrónica diz respeito. O seu tempo divide-se entre o DJing e a produção musical, entre remixes e originais que tem a possibilidade de os lançar nas suas duas editoras. O seu mais recente tema chama-se “Hero” e conta com a colaboração com uma das maiores vozes da house music: Shawnee Taylor. Com várias presenças no estrangeiro, não só em clubs como também em grandes festivais, é um nome que figura constantemente nas playlists de rádios e DJs de todo o planeta, elevando desta feita o seu estatuto profissional.

Em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ, Massivedrum fala na primeira pessoa sobre a sua carreira, as faixas produzidas, opina sobre o cenário atual da música eletrónica e revela pormenores interessantes dos próximos trabalhos que tem na manga.

 

Existe algum segredo para deter uma carreira sólida com quase 20 anos?
Eu penso que existe e tem vários nomes. Trabalho árduo, sacrifícios, dedicação, mas também uma característica muito importante: amar incondicionalmente o que se faz e ser fiel à sua arte e identidade. 
 
Quais as principais mudanças que marcaram estes teus últimos anos de carreira?
Penso que os meus últimos anos de carreira foram marcados pela mudança de um Massivedrum adolescente para um mais adulto. Mudei muito musicalmente. Passei a preocupar-me muito mais com a musicalidade das minhas produções do que há uns anos atrás, em que pensava única e exclusivamente na pista. Hoje em dia penso muito mais no que a faixa pode provocar no íntimo das pessoas, na sua longevidade e acima de tudo, na sua musicalidade. Acho que é algo que acontece com o tempo, com naturalidade.  
 
Quais são as três melhores palavras que a definem?
Trabalho, sacrifício e dedicação.
 

Passei a preocupar-me muito mais com a musicalidade das minhas produções do que há uns anos atrás (…)

 
Qual foi a música que mais prazer te deu a produzir e porquê?
É uma questão um pouco ingrata. Tenho várias. Costumo destacar a “Fingerprint”, porque foi uma faixa produzida para exteriorizar alguns fantasmas e sentimentos negativos que assolaram a minha vida na altura. Foi uma época que tive bastantes problemas e dificuldades e foi naquela faixa que me refugiei. É um exato espelho do meu estado de espírito na altura. Foi um grito de revolta. Depois, existe o remix que fiz para os Kentphonik, “Hiya Kaya”, que recordo-me que 90% das pessoas a quem disse que iria fazer o remix oficial, me aconselharam a não fazê-lo. Bem, segui o meu instinto e em conjunto com o DJ Fernando fizemos o que ficou ao ouvido de todos. Deu-me bastante prazer. Este ano, a faixa em conjunto com a Shawnee Taylor passou a fazer parte deste lote. Era um sonho antigo. Encheu-me o coração!
 
O teu novo tema “Hero” tem a participação de uma das maiores vozes da house music, Shawnee Taylor. Como surgiu esta colaboração?
Bem, eu passo a semana em estúdio, ora a produzir remixes, ora a produzir originais. Esta colaboração surgiu de um instrumental que tinha, e tanto eu como o meu agente achámos que poderia agradar à Shawnee. O contato foi feito, ela pediu para ouvir e o resultado está à vista. Foi algo muito natural. Para mim não muito, pois senti-me um miúdo com cinco anos a quem dão doces! 
 
Alguns dos temas cantados por Shawnee Taylor, como “Live Your Life” ou “Devontion”, influenciaram esta tua nova produção?
Não, pois como respondi antes, o instrumental já existia. Produzi porque o senti naquela altura assim. Não tinha um propósito, poderia até ter sido aproveitado para um remix. Mas, eu e o meu agente sentimos algo nele e como a Shawnee era um desejo antigo, avançou-se dessa maneira.
 
 
Já remisturaste temas para grandes nomes como Bob Sinclar, Axwell ou Chus & Ceballos. Há algum segredo ou uma regra a ser respeitada quando se faz um remix para um artista?
Eu por norma não sigo. Há duas maneiras de editar remixes. Ou o artista te contrata para o fazeres ou fazes e envias para o artista. Existem sim, diferenças entre estes dois casos. No primeiro, o artista contrata-te porque a tua sonoridade no momento agrada-lhe e ele quer um remix teu dentro desse estilo. No segundo caso, fazes algo que sentes, mesmo sendo diferente do que te carateriza e envias para o artista. Se ele gostar, edita. Felizmente tem-me corrido bem nos dois casos.
 
Em 2013 escreveste na crónica "From a Paradise Called Portugal", para o Portal 100% DJ, que a crítica especializada dizia que era 'in' ouvir um disco de dança nacional. Achas que no futuro vamos dançar ao som de um disco de dança português com orgulho?
Quero acreditar que sim. Foram realmente tempos que deixam saudades. A união artística era fantástica e conseguiu-se mesmo isso. Quando entrava uma faixa nacional, era a loucura, um orgulho. Acredito que isso será possível de novo, mas muito terá de mudar no panorama musical nacional. Há um longo caminho ainda a percorrer.
 
Quem consideras a grande revelação da música eletrónica nacional e internacional?
Se olharmos para os nomes fortes da dance scene nacional, já nenhum é revelação. Não sei quem é ou será, a grande revelação, mas quem for, será numa altura complicada. A nível internacional, apareceram muito bons artistas neste último ano, mas por norma não gosto de destacar ninguém, pois o que para mim interessa é a música num todo. Destacar alguém num estilo pode negligenciar outro alguém num estilo diferente. Para mim, distinções nesta arte, que é tão vasta, são um pouco injustas.
 
No teu entender existe união e respeito na música eletrónica em Portugal? O que mudarias?
Tenho uma frase muito simples para esse assunto: Menos queixas, mais trabalho. Mais respeito, mais valores morais. Se tudo isto existisse, a união, o respeito e a valorização global apareceriam naturalmente. É um assunto delicado porque em Portugal, a própria indústria não é saudável, está corrompida e quando assim é, só os artistas não chegam para a mudar. 
 
Atualmente és tutor de duas editoras. O que te levou à criação das mesmas?
Foi algo que acho que é natural num DJ/Produtor. Havia muita música minha que eu não conseguia editar. Assim, criei uma label minha, a NewLight Records. Acabava por poder editar o que me apetecesse e era algo que podia servir para expandir o meu nome. Na altura não esperava que viesse a ter nomes tão sonantes como Blasterjaxx, D-Rashid, Bryan Dalton, Carlos Silva, Rancido, Praia Del Sol, Mavgoose & Quinn entre tantos outros. Cheguei a ter releases que foram número um em França, Bélgica e Holanda. O que começou com muita descontração acabou por se tornar num caso sério. Recentemente abri uma sub-label, mais virada para o Deep-House, Tech-House, Future House, etc. Recebia muitas promos boas mas que não encaixavam na linha da NewLight, por isso, decidi abrir a sub-label.
 
Em conjunto com Dan Maarten, assinas um novo radioshow da Mega Hits intitulado “The Future Is Now”. Na tua visão como vai ser o futuro da música eletrónica?
Penso que é difícil prever o futuro de algo que pode evoluir a cada hora. A música eletrónica desde o seu início estava “condenada” a andar de braço dado com a evolução. O conceito deste radioshow, tal como o nome indica “Future Is Now”, é tentar mostrar o que poderá vir a ditar o futuro, mas é sempre uma incógnita. Na minha opinião, a indústria vai dar uns passos atrás, pois perdeu-se muito o conceito musical na música de dança. É preciso recuar para moldar um futuro que possa semear nas gerações futuras a ideia de que sim, ainda vale a pena estudar e aprender a tocar instrumentos…
 

A indústria vai dar uns passos atrás, pois perdeu-se muito o conceito musical na música de dança.

 
Que novidades podes revelar sobre o futuro da tua carreira?
Em termos de djing, este ano vou voltar à Holanda e ao seu grande festival de verão, o Latin Village. Vou marcar presença também num grande festival em Toulouse, França, num cartaz que conta com nomes como The Cube Guys, Franky Ricardo, Gregor Salto, Roul & Doors, entre outros. Também já muito em breve, estarei no Sumol Summer Fest e a já obrigatória passagem pelos grandes festivais do nosso paraíso, os Açores. Em termos de produção, tenho remixes a sair em breve para as lendas do French-House, os Superfunk, que este ano vão atuar no Tomorrowland. A par do remix, temos também uma colaboração em mãos. Vou editar também o remix para o super-clássico dos Hardsoul com Ron Carroll, “Back Together”. Quanto a originais, já estou a trabalhar o “follow up” single desta minha colaboração com a Shawnee Taylor, “Hero” e tenho para breve a edição de um tema na Safe Music dos Deepshakerz. Mas acima de tudo, continuar a trabalhar, pois é isto que me faz feliz.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores do Portal 100% DJ?
Que continuem fiéis a este fantástico portal, pois está sempre em cima do acontecimento. Conteúdos muito ricos e informação séria são as principais qualidades. Queria também deixar uma mensagem de apelo para que consumam mais música electrónica nacional, pois temos muita qualidade. E um obrigado a todos que seguem o meu trabalho! 
Publicado em Entrevistas
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