Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
Os trágicos acontecimentos que ocorreram no passado dia 22 de março na Bélgica, motivaram vários rumores a respeito do festival Tomorrowland, evento realizado naquele país há 11 anos e visitado por mais de 400 mil pessoas.
 
A manhã daquela terça-feira que parecia ser igual a tantas outras foi fatídica para 34 pessoas, após o atentado terrorista no metro de Bruxelas e no aeroporto de Zaventem, local onde todos os anos em julho aterram inúmeros festivaleiros oriundos dos quatro cantos do mundo.
 
Ainda que o país já tenha regressado à normalidade, a ameaça e risco de segurança está no nível máximo. A Europa teme novos atentados e as entidades governamentais discutem e avaliam novas medidas de segurança.
 
Da parte da organização do evento belga, nenhum comunicado foi emitido, mas pela Internet circulam rumores e dúvidas quanto à realização e segurança do mesmo ou não fossem os 30 quilómetros que separam Bruxelas e Boom, cidade que acolhe o Festival. “Estamos seguros no Tomorrowland?” fomos atrás da pergunta e quisemos uma resposta de quem de direito.
 

Organização e autoridades garantem a maior segurança possível

 
A organização do evento “está ciente de tudo o que se está a passar pelo mundo e como tal estamos em constante comunicação com todas as instituições governamentais na Bélgica e pelo mundo inteiro” afirma Debby Wilmsen, representante do festival, em exclusivo ao Portal 100% DJ.
 
Questionada sobre as medidas de segurança do evento, Debby revela que “por vários anos seguidos a nossa maior preocupação e foco é a segurança dos visitantes. Baseados em diferentes fontes de informação, tomaremos decisões em conjunto com as autoridades locais de forma a garantir a maior segurança possível” do evento de música eletrónica.
 
“Se necessário, comunicaremos estas ações antecipadamente ou com o devido tempo necessário” conclui a representante do Tomorrowland, sendo clara a intenção de não cancelar o mesmo.
 

Festivaleiros portugueses não desistem do sonho

 
Além da representante do festival, o Portal 100% DJ esteve também à conversa com Laetitia Esteves, fundadora da “Tomorrowland Crew Portugal” e festivaleira assídua do evento, sobre a possibilidade do festival vir a ser cancelado e as suas condições de segurança.
 
 
“Vou ao Tomorrowland pelo quarto ano consecutivo e nunca me senti insegura. Bem pelo contrário”, afirmou em exclusivo ao Portal 100% DJ. A festivaleira garante que no aeroporto onde aconteceu a tragédia “há sempre imensos polícias com cães e controlam as bagagens” e este ano acredita “num reforço da segurança por parte das entidades belgas, principalmente durante o festival” declarou.
 
Depois de conversar com alguns dos seus colegas de viagem, Laetitia garante que “ninguém pensa sequer na possibilidade de não ir” e que é “impensável” desistir, pois “é muito difícil conseguir o bilhete e o esforço a nível financeiro” é elevado.
 
Relativamente à segurança do evento, a responsável do grupo garante que o evento “é especial por diversos fatores e um deles é nunca haver qualquer tipo de desacatos, apesar do elevado número de pessoas ali concentradas. Penso que a organização quer continuar com esse ambiente mágico e, para isso, terá mesmo de reforçar a segurança”. Assim se espera.

 

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Publicado em Tomorrowland
sexta, 03 agosto 2012 21:59

“Sou eu, a música e as pessoas”

Tinha quinze anos quando começou a prestar uma certa e especial atenção à música e a demonstrar maior interesse pelo que se vendia na loja de discos do pai - a primeira em Portugal a importar dos EUA máxi-singles de música de dança, área que começou desde logo a reparar com outros olhos.
Aos vinte anos começou a animar o ambiente em discotecas e não demorou muito até começar a atuar lado a lado com nomes de referência da dance music. Em 1994 juntou-se ao conhecido Rui da Silva e criaram o projecto ‘Underground Sound of Lisbon’. Mais tarde nasceu o tema "So Get Up" que rapidamente se espalhou pela rota mundial da música electrónica. Ganhou 25 contos no primeiro cachet. Hoje, além da profissão de DJ, é gerente da Indústria no Porto, e faz um programa de rádio na Antena3. É considerado em Portugal como um verdadeiro ícone da noite. Num excelente fim de tarde, antes da sua atuação no Rock In Rio Lisboa, tivemos uma agradável conversa com ele. Dispensa apresentações. DJ Vibe em entrevista.

 

Como descreves atualmente a noite em Portugal?
Já teve melhores dias, mas acho que continua a haver muita casa e muita oferta. Hoje em dia, devido às circunstâncias em que o país se encontra, há uma grande limitação… Mas enquanto houver noite e festas as pessoas vão continuar querer divertir-se.

És um DJ que percorreu várias gerações, sendo um dos principais pioneiros da música eletrónica em Portugal. Quais são para ti, as principais diferenças entre gerir um set hoje e há 20 anos atrás?
Não são muitas. Hoje o que é diferente passa pelo facto do público ser outro, a música também é outra, a forma como se toca também é outra, a tecnologia que apareceu veio ajudar de certa forma, a melhorar a performance, mas a maneira como o set é preparado ou pensado, é exatamente a mesma coisa. Não há grande diferença.

Vens de uma época que o som caloroso do vinyl envolvia as pistas de dança mas atualmente tocas com o sistema digital.
Defendes que o digital é o futuro e uma mais valia para o djing?
Eu sou defensor de tudo o que possa ajudar nas minhas performances. Se isso passa, pelo digital…
Não quer dizer, que não continue a comprar vinyl, passo tudo a digital, mas realmente as tecnologias vieram ajudar bastante, principalmente para quem viaja como eu, para deixar de andar com caixas de discos de quarenta quilos cada uma, e hoje em dia está tudo num computador e se calhar até levo mais música, e é bastante mais prático.
Acho que a tecnologia que apareceu serviu essencialmente para ajudar a trabalhar melhor ainda.

Mas és um adepto da qualidade e tens preferência por material analógico...
Hoje em dia os próprios sistemas mais recentes, já estão mais ‘afinados’ para poderem tocar o digital. Obviamente que não dá para fazer uma comparação: Estás a tocar um disco de vinyl num sistema analógico ou estás a tocar uma faixa em MP3 num sistema digital – são diferentes. Por outro lado, a maior parte da música que se faz hoje, também, toda ela é mais eletrónica do que era há uns anos atrás. Antigamente podia-se usar elementos mais acústicos, samples, etc. Hoje em dia, não é tanto assim, pelo menos nesta fase. Não quer dizer que não venha a acontecer daqui a uns meses, comecem a aparecer. E depois lá está… as origens são analógicas mas depois tocam-se em digital.
Para mim, o essencial é sentir-me confortável, ter um sistema de som que possa responder. Se é digital ou analógico… já não me faz diferença.

 

"Para mim, o essencial é sentir-me confortável, ter um sistema de som que possa responder. Se é digital ou analógico... já não me faz diferença"

 

Ultimamente tens estado ausente no que diz respeito a produção. Podemos esperar novos temas teus para breve?
Sim. Estou a trabalhar nalguns temas novos. Tive parado durante alguns tempos, devido à discoteca no Porto que foi um projeto grande, mudei-me para o Porto, agora estou de volta a Lisboa. Espero até ao final do Verão já ter algumas coisas para poderem ser tocadas.

Fala-nos um pouco sobre o Indústria…
O Indústria foi uma coisa que não foi pensada, não estava à espera de me envolver assim num projecto… mas aconteceu e todas as minhas energias de há dois anos para cá, estiveram viradas para a Discoteca. Construir um clube com aquelas características não foi fácil, mas felizmente a agora está a ‘rolar’ e estou muito satisfeito com o resultado da casa. Está a trabalhar bem com uma grande diversificação de DJs.

A tua presença no Rock In Rio tem sido assídua. Fala-nos um pouco dessa experiência…
Sim, tenho tocado praticamente em todas as edições tanto de Lisboa como de Madrid. No Rio de Janeiro não foi muito feliz, pois toquei numa hora complicada, mas no geral tem disso uma boa experiência. De todos, para mim, o melhor Rock In Rio é o de Lisboa, por causa de todo o envolvimento. O Parque da Bela Vista é realmente espantoso para se fazer este tipo de eventos e de todos os que eu tive presente, destaco sempre o de Lisboa.

Na tua opinião, qual é a característica que um DJ tem de possuir para se consolidar no mercado atual?
Penso que há dois ou três factores importantes. Um deles é gostar mesmo de música, outro é dedicar-se a isso e essencialmente tocar para as pessoas.
Eu sou de uma geração, e de uma escola, se é que existe… que ‘sou eu, a música e as pessoas”. Toco para as pessoas e o importante é perceber que as mesmas estão a divertir-se pela música que estou a tocar e não por me verem a fazer umas ‘palhaçadas’.

 
Publicado em Entrevistas
Atualmente ocupa a posição número 94 no Top 100 da Revista britânica DJ Mag. Com um prémio quente nas mãos e de enorme responsabilidade, Diego Miranda, sente-se orgulhoso e honrado em ser o único DJ português a representar o seu país. Poucos meses depois da edição de “Say Yeah”, o álbum de estreia, Diego vê confirmado e reconhecido pelo público além-fronteiras aquilo que lhe corre nas veias em abundância: talento. Na entrevista ao Portal 100% DJ revela já ter uma agenda repleta de festivais até ao próximo ano, com paragens pela América, Ásia e África. Faz também referência à sua nova editora que pretende editar música de qualidade e dar a conhecer novos talentos.
Confere a conversa que tivemos com Diego Miranda depois de ter recebido este importante prémio.

 

O que representa para ti estar no Top 100 da DJ Mag?
É um grande orgulho e uma grande honra ser o único português a singrar na lista dos 100 melhores DJs do mundo pela conceituada revista britânica DJ Mag.
 
Estavas à espera de subir no Top em relação a 2012?
Curiosamente nos últimos 2 anos estive a um passo de entrar na lista, ficando nas posições 101 e 108 respetivamente. Este ano, tenho a perfeita noção que trabalhei ainda mais que nos outros anos, lancei o álbum "Say Yeah", toquei muito mais no estrangeiro e obtive mais visibilidade nos media. Por outro lado, tinha consciência que este ano era muito mais difícil entrar, porque houve grandes novos talentos internacionais a explodir por todo o mundo e consequentemente a subir nas posições. Como por exemplo o caso do Hardwell e também por haver novas entradas no ranking. É por isso que esta conquista teve um sabor especial e estou muito feliz por isso.

O facto de estar na DJ Mag não só traz mais visibilidade mas também acarreta mais responsabilidades.


Na tua opinião deveriam estar mais portugueses neste Top?
Claro que sim, é sempre um orgulho haver portugueses a representar o nosso país por todo o mundo e quantos mais melhor, mas acredito que nos próximos anos vão entrar muito mais portugueses neste Top, porque Portugal tem muitos novos talentos que se continuarem a trabalhar como estão, vão dar cartas em todo o mundo.
 
O que podemos esperar de Diego Miranda nos próximos meses?
Para já vou continuar a promover o álbum "Say Yeah" que contém ainda outros temas por mostrar ao público. Entretanto, vou continuar a trabalhar em estúdio para o meu próximo álbum. Vão também sair novas faixas minhas mais mainstream, com novas colaborações de outros produtores. Já tenho festivais agendados até ao próximo ano que incluem várias paragens, nomeadamente pela América, Ásia e África. Tenho também uma nova editora "Less is More Records" que pretende editar, principalmente, música de qualidade e dar a conhecer novos talentos. Quero, também, realizar outros projetos que tenho em mente, mas que ainda é cedo para revelar...

Que mensagem gostarias de deixar aos teus fãs?
O facto de estar na DJ Mag não só traz mais visibilidade mas também acarreta mais responsabilidades, para todos aqueles que acompanham e apoiam a minha carreira só lhes posso prometer que vou trabalhar ainda mais e melhor. De resto, só posso dizer: "The Best is Yet to Come"... e agradecer a todos os que me têm apoiado até aqui.
 
 
Publicado em Entrevistas
Antes dos noventeiros se estrearem num festival, no Rock in Rio Lisboa, o Portal 100% DJ esteve à conversa com Miguel Galão, um dos responsáveis pelo projeto. Este conceito tem dado que falar e é um sucesso a nível nacional, arrastando milhares de fãs dos anos 90 de todas as idades. Nesta entrevista, Galão desvendou toda a história do projeto e ainda previsões para o futuro do conceito.
 
Como surgiu este conceito dos anos 90?
Este conceito surgiu a partir de duas empresas que estão no meio e que são parceiras jhá muito tempo, onde já eram feitas outras festas temáticas, uns têm agências de booking management, outros são DJs... E surgiu porque nós já estamos todos com mais de 30 anos e um bocadinho fartos destas modas de hip hop, reggaeton ou EDM. Quando nos divertíamos ou estávamos em casa dávamos por nós a fazer aquele revivalismo das músicas que nos lembrávamos. Então pensámos: “bora pegar nisto! Isto é o que nós fazemos”. As festas têm um pouco do que já trazíamos do Rebel Bingo, ou seja, a componente um bocado teatral e interativa e foi assim que começou.
 
O Rock in Rio Lisboa foi o primeiro festival do Revenge Of The 90’s. Existe alguma diferença mais notória entre as vossas festas em nome próprio e em festivais?
Há muitos festivais que não têm tantas pessoas como aquelas que já estiveram presentes nos nossos eventos. Quando fazemos eventos em nome próprio, somos nós que controlamos tudo desde a pré-produção, produção e pós-produção. O público é todo nosso, vai lá única e exclusivamente para nós. Somos nós que fazemos o espetáculo, a produção do recinto, a exploração dos bares e no Rock in Rio Lisboa não. É como se fossemos uma “banda convidada”.
 
As vossas festas têm sempre artistas convidados. No futuro poderemos contar com algum DJ consagrado dos anos 90?
Claro que sim! Nos anos 90 não existia tanto o que acontece nos dias de hoje, o facto de um DJ ser uma superstar. Mas existem e já estivemos em conversações com alguns. Não fazemos este evento pela música em si. Por exemplo, eu e a Constança (Coca Castelo Branco) colocamos música mas não somos sequer DJs e não é só pela música que as pessoas vão aos nossos eventos. É pela experiência em si, desde a antecipação do evento, à entrada do mesmo, a todo um espetáculo que está montado para que seja uma coisa muito sentimental, de experiências e sensações mais propriamente do que músicas. Mas sim, muito em breve isso irá acontecer.
 

 
É obrigatório usar dress code da época?
O dress code nunca foi algo existente na nossa comunicação, mas as pessoas perguntam se podem ir vestidas como nos anos 90. Festas dos anos 90 já existem há muito tempo, nós não inventámos propriamente a Coca-Cola. Nós inventámos a Coca-Cola no sentido que fizemos um upgrade e tornámos isto numa coisa muito mais profissional. Isto começou de amigos para amigos. Todos se conheciam. É um bocadinho aquele carnaval fora de época, em que se pode ir à vontade. Os anos 90 também têm a questão da moda, os gadgets e acessórios que estão a voltar também. Grandes marcas mundiais estão a apostar nesse revivalismo. As pessoas vestem literalmente a camisola e quando se olha para a moldura e se vê as fotos e os vídeos percebemos que é completamente diferente do que se formos todos ‘normais’. Mas não pedimos um dress code, é uma coisa que acontece naturalmente, fica bem e as pessoas divertem-se imenso.
 
Todos os vossos eventos têm um tema. Queres adiantar alguns dos próximos?
No Rock in Rio foi apresentada uma nova temática, que se chama “Welcome To The Jungle” e que nos vai acompanhar na próxima tour, com início a dia 13 de outubro, em Lisboa e vai até abril do próximo ano. Vamos andar pelo país inteiro. O nome vem da música dos Guns & Roses, mas não vai estar a 100% ligada à banda ou ao género musical. Agora é meter “Jungle” e “90s” no Google e no Youtube e “let the games begin”!.
 
No futuro, será que contamos com um Revenge dos anos 2000?
Mais cedo ou mais tarde vai ter que acontecer, tal como foi com os anos 70 ou 80. Quando começámos este evento, o nosso público-alvo era pessoas acima dos 30 anos, mas depois de ficar viral e tornar-se moda, ficámos com muitos millennials nos nossos eventos. Acho que ainda não é altura, basta ver por exemplo uma grande festa em Portugal que fez agora anos, a M80, continua a estar cheia pelo país inteiro. Nós achamos que o revivalismo tem de se deixar acentar. Porque senão, não vai ter o mesmo efeito surpresa e emocional que deveria ter. Obviamente que nós vamos estar numa pole position, uma vez que já fazíamos eventos, mas acredito que o Revenge Of The 90’s tenha mais 10 ou 15 anos. Depois virão os anos 2000, ou quem sabe outra vez os 80. Tudo é possível. 
 
Quais são as maiores diferenças a nível musical entre os anos 90 e a atualidade?
Há diferenças gigantes. A internet veio mudar tudo. Crescemos a ouvir os vinis em casa dos nossos pais, depois veio a cassete. Gravávamos cassetes dos amigos porque não havia dinheiro para as comprar. A seguir, vieram os CDs e podíamos fazer o mesmo. Ou então ouvíamos muitas vezes os mesmos álbuns. É muito fácil ver num disco dos anos 90 de certas bandas em que estavam presentes 5, 6 ou 7 singles e hoje em dia é tudo muito fugaz. Agora pode-se comprar uma música. Naquela altura havia o single, o LP, a cassete ou o disco. Hoje em dia há muita oferta e com a internet a música chega a toda a gente. Essa é, provavelmente, a maior diferença. As pessoas continuam a comprar música, mas às vezes faixa a faixa. 
 
E a nível de qualidade musical?
Como em tudo na vida, isso são gostos. Eu tenho amigos que produzem EDM e outros que fazem kuduro, funk e rock. Acho que há gostos para toda a gente e qualidade para todos. As pessoas têm de ouvir o que gostam e aquilo que lhes transmite a mensagem que querem. Obviamente que a nível de qualidade, edição e produção, hoje em dia é muito mais fácil fazer música. Qualquer pessoa pode fazer um álbum em casa. Por exemplo o Agir, muitos pensam que ele só faz música há dois anos, mas já faz há 15, desde o seu quarto. Hoje, com um computador, teclado e software, todos podem ser uma estrela. 
 
Que artistas gostariam de convidar no futuro para integrar o vosso cartaz?
Nós damos sempre preferência aos artistas portugueses. Os cantores de música popular portuguesa, por exemplo, apenas lhes é dada importância nos Santos Populares e as pessoas dizem que é música da “terrinha”, quando são músicos que estão cá há muitos anos. A Ana Malhoa, os Anjos ou o Toy continuam a trabalhar há 30 anos seguidos e isso não pode ser só sorte. Nós somos privilegiados. Já os conhecíamos e eles alinham connosco. A energia sente-se em palco e no público e faz-se a festa. Na verdade, estamos todos a jogar em casa. A nível internacional, há os Backstreet Boys, Mariah Carey, Spice Girls, Guns & Roses, fora aqueles que já vieram cá, esses sonhos existem. Mas temos que ver que isso está num nível de cachet e de exigência e que em termos de idade, já não são propriamente novos. Mas acredito que no futuro, nós temos condições e estrutura para isso. Começámos com 500 pessoas e agora já contamos com 12 mil. Fazer um Altice Arena ou um estádio de futebol é só uma questão de tempo. Assim haja dinheiro, apoios, vontade, a febre dos 90s e que as pessoas continuem a acreditar em nós e a seguir-nos.
 
O Altice Arena parece estar próximo...
Sim. Já vi muitos concertos no Altice Arena com muito menos pessoas do que a nossa festa na FIL que teve 12 mil pessoas. Mas o nosso espetáculo é muito específico e trabalhamos com muitos parceiros e marcas. Temos dinâmicas próprias porque gostamos de produzir tudo. Às vezes há salas em que é possível trabalhar com mais facilidade e outras não. Outras são caras e não têm disposição que nós achamos que faça sentido para o nosso tipo de público e de evento. Nós preocupamo-nos muito com o público, porque isto não é só fazer dinheiro com a bilheteira. Para nós os VIPs são quem nos compra os bilhetes, é quem nos segue e apoia. Portanto, passando de 500 para 12 mil num ano e meio, chegar aos 20 mil ou mais, não é nada por aí além. Desde que seja bem feito e não fujamos aos nossos princípios.
 
Deixa uma mensagem para quem vai ler esta entrevista.
Música é música. São emoções. A música muitas vezes ajuda-nos com os nossos problemas. Quem tem um sonho ou gostaria de fazer eventos, acreditem que tudo é possível. Nós, um era ator, o outro era fisioterapeuta e quando existe vontade, profissionalismo e princípios, o sonho é possível e acontece. Portanto, sigam os vossos sonhos, oiçam o que quiserem ouvir e apoiem quem vocês gostam, porque muitas vezes o público é o que faz o resto acontecer. São eles que pagam os bilhetes, compram merchandising e fazem as redes sociais mexer. 
 
Publicado em Entrevistas
O festival Dancefloor, que vai decorrer no estádio municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria nos dias 27 e 28 de julho, já tem música oficial. Chama-se "Be Free" e foi produzida pelos portugueses KEVU em colaboração com Vendark

Considerada pelos próprios como uma faixa "enérgica, emocional e surpreendente", a música promete viciar todos os amantes da música eletrónica e representar da melhor maneira o festival que vai fazer vibrar Leiria em pleno Verão.

"Esta música teve a particularidade de ser produzida quase totalmente em Miami uns dias antes da nossa atuação no Ultra Music Festival, pelo que aproveitámos a inspiração proveniente das paisagens da cidade, mas também um pouco dos DJ sets que fomos ouvindo por lá ao longo da semana", confessaram os KEVU, em entrevista ao Portal 100% DJ.

Uma vez que o Ultra Music Festival é um evento reconhecido a nível internacional, muitos são os DJs e produtores que aproveitam para experimentar novas faixas e sonoridades e isso contribuiu para a produção de "Be Free". "Reparámos que os DJs estavam a tocar faixas muito melódicas, e optámos por fazer algo nesse sentido", referiram. 

A dupla de artistas portugueses, que no ano passado ficaram colocados em 4º lugar no TOP 30 do Portal 100% DJ, sobe ao palco do festival Dancefloor no dia 27 de julho e consideram que o evento "é enorme" e conta com um "público muito energético, pelo que estamos bastante ansiosos e esperamos uma reação bastante positiva das pessoas em relação à nossa atuação." Além disso, prometem "apresentar novos temas" que vão "lançar depois do verão e, sim, também algumas colaborações com artistas de enorme renome".
 

Em relação ao festival, João Pedro e João Rosário consideram que "fazia muita falta, porque além de ter a particularidade de ser feito num estádio, o que é único em Portugal, também traz mais pessoas àquela zona do país onde os eventos daquela dimensão são menos frequentes".

O cartaz da edição deste ano do Dancefloor conta com nomes como Noisecontrollers, Blasterjaxx, Audioctricz, KEVU, Borgore, Nicky Romero, Will Sparkz, Tujamo e Zatox no line-up. "O cartaz que podemos ver até agora, está bastante diverso com artistas de enorme qualidade e algumas estreias em Portugal. Pensamos que o nosso país está cada vez com maiores nomes, ano após ano, nos diversos eventos de música eletrónica que cá se organizam e o Dancefloor em nada fica atrás", concluíram.

Os bilhetes para o festival podem ser adquiridos na Bilheteira Online a partir de 10 euros. O Portal 100% DJ é Media Partner Oficial do evento.
Publicado em Festivais
Portugal está atestado de novos talentos e há quem considere que exista espaço para mais. O nosso próximo entrevistado, com a simplicidade e simpatia que possui, já adquiriu um lugar cativo nesse mesmo espaço. Frechaut tem 21 anos de idade e leva a profissão de DJ a sério, onde se considera 'um amante da música eletrónica'. Nesta entrevista exclusiva, revela uma interessante filosofia que tenta colocar em prática quando está na cabine. Este jovem DJ/Produtor foi pioneiro em Portugal no investimento da sua promoção através das redes sociais e explica o porquê dessa aposta. Fala-nos ainda das suas referências e considera - cada vez mais - que o 'nacional é bom'. A terminar conta-nos quais os seus projetos para realizar a curto prazo e envia uma mensagem de agradecimento aos seus seguidores. Na primeira pessoa: DJ Frechaut.
 
 
Para quem não te conhece: Quem é o DJ Frechaut?
O DJ Frechaut é um jovem DJ, sobretudo um amante da música eletrónica, e que leva a profissão de DJ a sério. Tem as ambições que qualquer jovem tem e que já possui algum trabalho desenvolvido.
 
Atuaste pela primeira vez numa discoteca aos 17 anos. Antes desse momento, tinhas alguma ligação à música ou eras apenas um 'curioso musical'?
Eu antes disso não tinha qualquer ligação. Tinha apenas alguns familiares que se dedicavam à música mas que eu não dava grande importância. Foi a música eletrónica que me despertou o lado musical. Toquei saxofone durante dois anos e, de momento, estou a dar uns ‘toques’ no piano, que comecei a aprender há cerca de 8 meses, mas são apenas entretenimentos para experimentar algo diferente. A eletrónica é de facto a área em que me encontro a 100%.

Não é que tenha sido há muito tempo atrás, mas lembraste quais as músicas que passavas mais na altura?
Lembro-me que tocava e também gostava muito de ouvir as tendências dos holandeses, faixas de Ralvero, Hardwell, Gregor Salto, por aí…, que surgiram antes do DirtyHouse..
 
Já partilhaste também a cabine com vários nomes. Qual o artista que gostarias de destacar e porquê?
A nível internacional foi, sem dúvida, o Chuckie e o Ralvero. Para mim, o Chuckie é uma referência a nível internacional na sua forma de tocar, tem uma excelente técnica e consegue fundir atuação, interação com o público e a técnica em si na arte do DJing. Na parte nacional não tenho grandes referências e, por vezes, até encontro residentes tão bons ou melhores que os convidados que, no entanto, são referências, mas que para mim não me impressionaram muito pela positiva. Mas, sem dúvida, possuem o seu carisma e obviamente são superiores.

E consideras que o nacional é bom e tem valor?
Acho que sim e cada vez mais. Antigamente não acreditava muito e achava sempre que a melhor música estava lá fora, mas hoje em dia, para o que eu ando a ouvir, consigo defender esse conceito.
 
Quanto tempo passas no teu estúdio?
Cerca de duas horas por dia.
 
Na tua biografia referes uma filosofia quanto atuas "Agradar ao maior número de pessoas sem recorrer ao 'pimba'. O que consideras 'pimba'?
Para mim o 'pimba' é um mix daquela música que já passa nas discotecas há mais de um ano - um hit - tenha qualidade ou não, e as músicas populares, ou seja temas brasileiros e "vidas loucas das Fannys". É verdade que há casas onde se tem que passar isso e os DJs vêem-se aflitos, porque, tal como eu, não querem passar este tipo de coisas, mas na pior das hipóteses, sei lá... recorram a bootlegs onde dá para cantar o refrão da 'palhaçada' e depois 'levam' com o house em cima.
 

Hoje em dia as pessoas têm de se mostrar - há muita gente, há muita concorrência.


Mas existem pessoas a consumir esse pimba...
Com um bocado de pena minha, sim. Mas eu também considero importante esse tipo de música existir porque no fundo é para divertir as pessoas... e as pessoas todas falam mal mas depois adoram e cantam quando as ouvem nas discotecas. No dia seguinte, um bocado mais sóbrias, dizem que o DJ foi mau porque tocou aquela música, mas na altura gostam imenso. É um mercado que está com muita força, mas há que lutar pelos nossos valores, neste caso para o 'meu' house..
 
Em Portugal, foste dos primeiros artistas a investir (patrocinar) na tua página no Facebook. Consideras importantes as redes sociais na promoção de umj artista? Em que aspectos?
Sim, é importante e neste caso prefiro pagar um valor monetário por mês do que estar a aborrecer as pessoas - como vejo muito - a pedir 'gostos'. Isso é de todo, o que eu não gosto, porque quero sentir que as pessoas meteram 'gosto' na página de livre vontade e não por obrigação. 
Hoje em dia a promoção de um artista nas redes sociais é importantíssima. As pessoas estão a um clique de serem ouvidas e de mostrarem o seu valor e a sua capacidade e penso que o caminho é por aí, sem dúvida. Hoje em dia as pessoas têm de se mostrar - há muita gente, há muita concorrência..
 
E a concorrência é saudável?
Sim, é saudável. Eu defendo um aspecto importante que é: quantas mais pessoas exercem uma profissão, mais apurada fica a mesma. Ou seja, as pessoas têm necessidade de evoluir, porque não basta um DJ dizer que sabe misturar, que vai ter imenso trabalho até porque hoje em dia qualquer DJ que misture mal ou bem, com truques ou não, consegue fazer o trabalho quase todo parecido. Portanto quanto mais concorrência houver, mais as pessoas desenvolvem as suas capacidades porque é obrigatório. Por exemplo, hoje em dia os DJs têm de produzir muito bem, se quiserem trabalhar mais e serem reconhecidos como bons artistas.
 
Na tua opinião a noite está bem e recomenda-se?
Tenho sempre que defender os meus valores, e acho que a noite não está nada bem. Há também dois aspetos que tenho de referir: As pessoas estão a gostar cada vez mais da música fácil - por exemplo, a música brasileira que parece que veio para ficar, pelo menos na capital, que é de onde eu sou e, infelizmente é assim. Há, no entanto, o outro lado da moeda, as pessoas estão a aderir mais a Alesso e Avicci, muito por culpa dos festivais, o que é muito satisfatório porque desenvolve o 'nosso' house. Mas a noite de Lisboa e arredores, que é a que conheço melhor, podia ter melhor gosto, realmente...
 
Quantas faixas tens produzidas?
Não sei o número certo. Mas sou uma pessoa que 'esconde' as produções. Tenho muitos projetos em casa que por vários motivos não mostro, porque não estão com qualidade suficiente ou porque não se enquadram na transição das músicas que tenho apresentado. Não gosto de mostrar previews, porque às vezes nem se acabam esses previews... Prefiro guardar para mim, nas minhas pastas e ninguém conhece, a não ser algum amigo. Mas número certo de produções não sei. Tenho algumas e prontas para sair. 
 
 
Tens também dois vídeo-clips a rodar...
Sim, foram os meus dois primeiros videoclips. O 'In TheSummer Time' já tem cerca de um ano, num registo mais chillhouse e tenho a 'Without YourLove' num registo mainstream, que vai ao encontro dos meus dois principais gostos. Foram dois trabalhos com início, meio e fim.
 
Com quem gostarias de partilhar a cabine?
Com o Roger Sanchez. É o meu ídolo, era um feito enorme. Gostava mesmo de partilhar a cabine com ele e ver o que faz ao vivo. Também gostaria de partilhar com o David Guetta, adorava ver a energia que ele transporta..
 
Essas são também as tuas referências?
Sim, mas se me permites vou dividir: tenho as referências a nível da arte/técnica de DJing e depois a arte de produzir. A nível de DJing, sem dúvida, o Chuckie, LaidbackLuke, Roger Sanchez e o James Zabiela. A nível da produção gosto de Bingo Players, Chocolate Puma, Alesso, Gregor Salto, Franky Rizardo, etc. A nível nacional tenho como referência o Gil Monteverde e o Kura - são pessoas que conheço bem e realmente têm muita qualidade a produzir.
 

A nível de atuações não tenho tido muitas como gostava, mas as que tenho são de valor.

 
Que planos tens para concretizar a curto prazo?
Irei lançar uma nova música, agora para o Verão - vai chamar-se "Beach Feelings" e será uma tendência mais para um registo deephouse, algo tranquilo mas com bom gosto. Depois também tenho outro projecto que me vai ajudar muito, que será a mudança de estúdio. Vou ter um local onde poderei ter a minha zona de trabalho, com bastante qualidade acústica, onde vou conseguir trabalhar mais horas, o que me vai ajudar muito a desenvolver a parte da produção - será um dos grandes objectivos a curto prazo. Pretendo também cada vez produzir mais e aprender mais. E claro, continuar com as atuações. Apesar de nesta fase as pessoas estarem a cortar-se um pouco porque preferem gastar 50 ou 70 euros num DJ que vá ao espaço passar outro tipo de som. Portanto, a nível de atuações não tenho tido muitas como gostava, mas as que tenho são de valor e as pessoas dão-me os parabéns ao final da noite e isso para mim é que conta, não são aquelas noites para encher calendário, que lá está, é por menos dinheiro ou nenhum e as pessoas não dão valor. Hoje em dia as pessoas preferem tocar de borla num sítio que é muito 'in', que está cheio, do que esperar e pedir o seu justo valor...
 
Que mensagem gostarias de deixar aos teus seguidores e aos leitores do Portal 100% DJ?
Gostaria de enviar uma mensagem de agradecimento aos meus seguidores. Gosto muito que as pessoas me peçam opiniões, que me 'chateiem', que me perguntem coisas, conselhos... E também aquelas pessoas que vêm ter comigo no final da noite e me dão os parabéns. Gosto desse tipo de feedbacks, porque nós também vivemos do feedback, e é importante sabermos que existem pessoas que reconhecem o nosso trabalho. Aos leitores espero que continuem ligados, porque realmente em Portugal estava a fazer falta uma plataforma destas. Dou aqui uma especial força para que continue e sempre a melhorar, porque as pessoas precisam de saber o que anda a acontecer na nossa área, sobretudo em Portugal.
 
 
 
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É um dos nomes da dance scene nacional que todos devem ouvir, ver e lembrar. Com uma carreira além fronteiras, Moullinex pisou o palco Music Valley na edição deste ano do Rock in Rio Lisboa numa atuação energética que pôs todos os presentes a dançar. O Portal 100% DJ esteve à conversa com o artista português nos bastidores do  evento e além da sua carreira, falou-nos sobre as suas parcerias e ainda do seu novo tema editado pela famosa Majestic Casual.
 
Como surgiu a oportunidade de criares remixes para os Two Door Cinema Club ou Cut Copy?
Comecei por fazer remixes não oficiais. Colocava-os online e comecei a ter alguma atenção em blogs, com pedidos para remixes oficiais. O primeiro grande remix foi o dos Cut Copy e mudou muita coisa, começaram a chamar-me aqui e ali para tocar e fazer remisturas. Com os Two Door Cinema Club surgiu nesse mesmo contexto, foi a editora deles que fez o convite. De facto, fiquei muito contente com esse início, foi uma grande ajuda para tudo o que faço agora.
 
Juntamente com Xinobi, és proprietário da editora Discotexas e já trabalharam muitas vezes juntos. O que vos ligou?
Desde o início do projeto Moullinex que eu trabalho com o Bruno (Xinobi), em “modo ping-pong”. Na altura em que eu lhe comecei a falar foi quando ele estava numa banda de rock português, a Vicious Five, que eu gostava muito e quis fazer uma remistura deles. Quem me respondeu ao pedido foi o Xinobi, que era o guitarrista. A partir daí começámos o nosso processo de “ping-pong” que nos motivou muito e então fazia todo o sentido criar a editora. Nós somos praticamente irmãos e vejo-o como um irmão mais velho e o projeto da editora acabou por fazer todo o sentido, para podermos editar a nossa própria música com aquela excitação da ingenuidade, de achar que era tudo muito fácil. É claro que nem sempre é. Fazemos edições digitais e físicas, em vinil e CD, mas editar música digitalmente hoje é muito fácil. Temos a sorte de ter muita gente por todo o mundo que nos apoia.
 
 
Como é aceitar um convite de pisar palcos de grandes festivais como o NOS Primavera Sound ou o Rock in Rio?
É com muito empenho, sobretudo numa altura em que me colocam a tocar em horários nobres e então é um privilégio muito grande. Normalmente respondo a estes desafios com muito trabalho e quero sempre dar o melhor de mim e o melhor espetáculo possível.
 
E o público adere, certamente...
Sim. Tem sido assim e é muito bom sentir esse carinho.
 
Fala-nos do teu tema mais recente, “Dream On”, editado pela Majestic Casual.
Essa editora começou como um canal de Youtube, normalmente com uma fotografia nos vídeos de uma menina bonita ou de um pôr-do-sol, mas depois ficou associada a um certo estilo de música mais chill e alguma eletrónica mais etérea. Na altura, eu tinha esse tema terminado e queria editá-lo o mais rápido possível. A editora mostrou interesse imediato, uma vez que já tinham publicado alguns temas meus e decidimos experimentar. Não queria ter a pressão de associar a música a um álbum ou numa edição mais longa. Tem corrido muito bem. Estou contente.
 
 
O que podes desvendar acerca da tua carreira a curto prazo?
Ainda estou a tocar muito este álbum que saiu em outubro. Acho que funciona muito bem em espetáculo ao vivo com banda e o Ghettoven a interpretar as diferentes personagens que são os cantores convidados. Estou a trabalhar em faixas novas, apesar de ainda não saber se serão apenas singles ou se irei incluir num novo álbum. Tenho uma linha de montagem quase alinhada de coisas para sair e não quero estar à espera de ter 20 músicas prontas para editar um álbum. Vou lançando músicas à medida que elas estiverem prontas e se for caso disso, editá-las. Se depois fizer sentido, ou não, incluí-las num álbum logo decido. Mas, por causa de vir também do mundo da pista, gosto muito de álbuns porque cresci a ouvir artistas de álbuns mas, também venho do mundo das 12 polegadas e faz sentido que as coisas saiam depressa. É uma tirania ter uma música pronta e ter de esperar 5 ou 6 meses para que elas saiam e então gosto de subverter esse processo. Como somos donos da nossa própria editora e donos do nosso destino, temos recursos para o fazer. É um privilegio, claro.
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Continuem a apoiar a música de dança feita em Portugal. Acho que estamos num momento muito saudável da música de dança portuguesa e é bom sentir isso tanto a falar com público mais jovem como os da velha guarda. Apesar de já não me sentir desta geração, admiro os dois lados e sinto-me um bocado no meio disto tudo. É bom sentir que estamos a viver um momento muito saudável e os artistas estão muito bem representados nos festivais nacionais e internacionais. Para mim, é um privilégio que haja também pessoas interessadas em cobrirem o que está a acontecer, como vocês, e desejo o meu maior apoio para o vosso trabalho.
 

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Thomas Gold está de regresso a Portugal para uma atuação única que acontece esta noite no Arraial de Engenharia no Palácio de Cristal, no Porto. Depois do grande sucesso internacional “Alive”, o DJ e produtor alemão lança agora o seu mais recente single “Tumbler” e esteve à conversa com o Portal 100% DJ. Nesta entrevista, além da sua carreira musical, o artista deixou ainda conselhos para os novos talentos e falou sobre o país que o recebe como nenhum outro.
 
Fala-nos sobre a tua mais recente faixa “Tumbler”, editada pela Armada Music.
“Tumbler” é mais outra faixa direcionada para clubes que eu lancei este ano, como uma espécie de seguimento a “The Chant”, que editei no verão passado. Voltei um pouco às minhas raízes musicais e é uma mistura de progressive house e tech-house com uma vibe de big room. Gosto muito deste tipo de sonoridades e vou lançar mais em breve. Isto dá-me a oportunidade de misturar a minha agenda de lançamentos com a outra, mais direcionada para a rádio pop/dance como os singles “Dreamer” ou “Magic”.
 
Que conselhos gostarias de dar aos novos talentos da música eletrónica, a nível profissional e artístico?
Sejam pacientes. Algumas coisas demoram a acontecer e podem não ser fáceis. Tem de se trabalhar muito pelo sucesso. Existem muitos bons talentos por aí e todos estão a tentar fazer alguma coisa, por isso tem de se sair do chamado ‘normal’ – ou seja, cada um criar a sua própria sonoridade, mesmo que não seja algo em grande, mas tem de ser separar o teu som da sonoridade dos outros para chamar a atenção das editoras e dos fãs de música eletrónica.
 
Que hardware e software mais essencial está presente no teu estúdio?
Um bom DAW é essencial, mas não importa que tu trabalhas em Logic, como ou, Cubase, Ableton Live ou outros. Todos dão-te a oportunidade de criar produções profissionais e têm várias e boas ferramentas de som. O mais importante para mim é saber funcionar com o software – e ser criativo – porque o software não o consegue fazer por ti.
 
A nível profissional, que desejos ainda tens por concretizar?
Eu estou extremamente feliz por já ter tido a oportunidade de atuar nos maiores festivais e palcos do mundo, como é o caso do Tomorrowland, Ultra Music Festival, EDC Las Vegas, entre outros. Já vi lugares muito bonitos pelo mundo fora, que não veria se não fosse DJ e produtor e estou muito agradecido por isso. O meu único desejo para a minha carreira é eu continuar a estar apto para produzir mais música e viajar pelo mundo durante mais anos.
 
O teu radioshow “Fanfare” é transmitido um pouco por todo o mundo, incluindo Portugal. Qual é o verdadeiro objetivo deste radioshow?
O objetivo principal é mostrar aos meus fãs e aos amantes de música o que há de mais recente nas produções de dança e direcionadas para clubes todas as semanas – e obviamente estar mais perto dos meus fãs! Assim, se não conseguirem ir às minhas atuações, podem me seguir desta forma, através do radioshow.
 
Até agora, quais foram os melhores parceiros de cabine?
Não existe um melhor parceiro até agora. Já atuei com muitos e grandes DJs e conheci excelentes pessoas durante as minhas performances. Mas não consigo escolher apenas um.
 
O que Portugal significa para ti?
Em Portugal sou sempre muito bem recebido, por pessoas muito amistosas. Há também boas festas e comida muito deliciosa! Amo a comida vinda do mar!
 
Que mensagem gostarias de deixar aos leitores e seguidores do Portal 100% DJ?
Quero agradecer a todos pelo apoio e amor que tenho recebido! Portugal é um grande local para se estar e atuar e eu estou muito feliz por voltar!
 
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São dois nomes incontornáveis da cena eletrónica e do hip hop, sobejamente conhecidos pelas suas atuações energéticas e pelas produções repletas de talento. Cruzfader e Stickup dão vida ao projeto Dynamic Duo, que anda imparável e tem percorrido o país em grandes eventos. Durante o Rock in Rio Lisboa, o Portal 100% DJ teve a oportunidade de estar à conversa com a dupla, onde ficámos a saber algumas curiosidades e novidades para o futuro.

 

Com tantas atuações a nível nacional e internacional, como é que vocês têm tempo para os vossos projetos paralelos?
Stikup: Vou dizer uma coisa que parece uma bocado estranha. Nós viemos de uma ‘escola’ chamada turntables, que te dá bastante técnica para se fazer tudo a nível de produção e mistura. O scratch é uma coisa que se ganha, treina-se e tem um complemento totalmente diferente dos outros tipos de DJs. Nós conseguimos fazer isso, conseguimos conciliar tocar aqui hoje, amanhã outro estilo, depois outro e ainda estar a produzir. É um bocadinho por aí. Ajuda-nos bastante.
 
Como é a reação do público aos vossos sets, recheados de hip hop nacional e internacional, que é muito habitual nas vossas atuações?
Stikup: É um complemento. O Cruzfader é o pilar do hip hop dos Dynamic Duo.
Cruzfader: Cada atuação é diferente e cada caso é um caso. Por vezes experimento tocar hip hop e não pega e aí vimos que neste caso será mais música eletrónica, mais comercial.
Stikup: Basicamente, eu acho que esse vai ser o futuro do DJ, ser uma pessoa, que não toque só uma linha de música. Eu vejo isto a longo prazo porque as pessoas cada vez mais estão “come e deita fora”, o chamado consumo rápido. E acho que o DJ já é isso. É aquele DJ que toca tudo, que o faz bem porque também não é fácil tocar todos os estilos musicais.
 

(...) as pessoas cada vez mais estão “come e deita fora”, o chamado consumo rápido.

 
Vocês conseguem observar esse aspeto logo no início das atuações?
Stikup: Não. Dynamic Duo é um projeto 100% freestyle. Se for uma Queima das Fitas como a de Coimbra, nós levamos algo já estruturado ou se for algo diferente usamos mais o microfone, o que conta também bastante hoje em dia, mas usamos muito o freestyle.
Cruzfader: Também tem a ver com o line-up do evento. Se for um cartaz com mais artistas de hip hop, obviamente que o público vai estar mais virado para esse estilo. Se há um cartaz mais virado para o kizomba e outros artistas, vai ser um set mais comercial. A leitura do cartaz em si indica mais ou menos como irá ser o set. Nos primeiros 10 a 15 minutos consegue-se ver o que o pessoal quer ouvir.
Stikup: Muitos DJs não têm noção disto. Como me disse sempre o Cruzfader, “os primeiros 15 minutos são a tua marca”. 
Cruzfader: Outra coisa importante que nós fazemos é criar picos de subida e descida dentro do nosso estilo musical. Por exemplo, quando tem de subir, passa-se por uma coisa mais afro, não propriamente hits. Às vezes o balanço da música, o bpm em si, chama pelo público. Depois vamos contornando. É muito importante fazer a gestão do set, que não é só disparar as músicas: é saber coordena-las com o público para criar um ambiente com altos e baixos.
 
Alguma vez pensaram atuar no Rock in Rio Lisboa?
Cruzfader: Sinceramente, não. Quer dizer, como dupla já me passou pela cabeça aquela vontade.
Stikup: Havia uma vontade mas nunca me passou pela cabeça vir ao Rock in Rio. Tem mais a ver connosco o MEO Sudoeste. Mas o Rock in Rio é o início.
 
O que representa esta atuação para vocês?
Cruzfader: Representa um reconhecimento da nossa rádio, a Mega Hits.
Stikup: Nós estamos aqui muito por causa da Mega Hits. É preciso referir isso. E também é certo que o Rock in Rio também tem a sua parte de dizer vai ou não vai. Por isso é um reconhecimento das duas partes.
 
Para quando um tema original dos Dynamic Duo?
Cruzfader: Não sabemos. Estamos sempre a produzir e a fazer coisas mas ainda não veio essa parte.
 
Que projetos pretendem desenvolver agora a curto prazo?
Stikup: Eu tenho um projeto novo com o Kking Kong, que trabalha com o Branko dos Buraka Som Sistema e com o Sensi, o irmão do Fred dos Orelha Negra, que se chama KNS, ou seja Kanalhas e estamos a vir aí com um registo mais trap, de música mais urbana, mais bass music. Temos os nossos projetos a solo.
Cruzfader: Estamos muito em estúdio, sempre a trabalhar.
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Momentos antes de entrar em palco, falámos com Thom, membro dos Blasterjaxx que atualmente se apresenta ao público a representar a dupla. A entrevista aconteceu em Agosto passado nos bastidores da Carlsberg Where’s The Party em Portimão. Entre os temas da conversa estiveram os portugueses KEVU, os novos talentos da música eletrónica, o nosso país e a mudança de carreira, quando Idir decidiu afastar-se dos palcos.

 
Conta-nos a vossa ligação com os KEVU.
Eles enviaram-nos algumas faixas, eu ouvi e pensei: “isto é mesmo bom”. Começámos a tocá-las e o público realmente gostou. É muito parecido ao nosso estilo, mas soa de maneira diferente. Definitivamente têm um estilo único. Depois aproximámo-nos mais, e falámos com eles: “malta, nós temos aqui algumas faixas mas temos o tempo muito limitado, conseguem fazem alguns bons bootlegs? Gostávamos de os tocar nos nossos set’s. Vamos ver o que vocês nos conseguem arranjar”. Eles fizeram-no e muito bem! A partir daí, julgo que reproduzo sempre três ou quatro faixas dos KEVU nos nossos espetáculos.
 
Já pensaram em trabalhar com outros artistas portugueses?
Penso que os KEVU são o maior talento português da atualidade. Por isso, é com eles que queremos trabalhar.
 
Que outros DJs portugueses já ouviram falar?
Kura e Energy System.
 
Consideras importante promover e divulgar novos talentos?
Por vezes o cenário da música eletrónica fica estagnado no mesmo estilo de som, principalmente no big room e no eletro house. Os novos talentos têm muito tempo para produzir e encontram novas sonoridades e novos estilos, isso faz com que os DJs mais conhecidos agarrem neles e os levem para palcos maiores.
 
Que novidades podem revelar acerca do futuro da carreira dos Blasterjaxx?
Vai ser ainda melhor do que já está a ser! Temos novas faixas a sair.
 

Sinto muitas saudades de atuar juntamente com o meu parceiro.

 
E Portugal? O que significa para vocês?
Portugal... Posso descrever em três palavras? Sol, KEVU e bom party people. A última são três palavras mas podemos combiná-la como sendo apenas uma.
 
Quais são as diferenças entre atuar sozinho ou com o teu parceiro dos Blasterjaxx?
Boa pergunta. Eu acho que até agora está a ser um pouco difícil. Tenho ainda mais trabalho, literalmente. Antes era tudo muito mais fácil, por exemplo, como éramos dois, um de nós poderia ir para a frente do palco interagir com o público enquanto o outro continuava a misturar as faixas. E agora tenho de fazer as duas coisas ao mesmo tempo, sozinho, o que é difícil.
 
Tens saudades de atuar com o Idir?
Sim, realmente sinto muitas saudades de atuar juntamente com o meu parceiro, especialmente de andar em digressão com ele. Passámos muito tempo juntos na estrada e foi muito bom. Infelizmente, agora é diferente.
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