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EUA investigam bebidas energéticas da marca Monster

Publicado em quarta, 24 outubro 2012 11:02 | Escrito por
Os Estados Unidos estão a investigar a eventual relação entre o consumo de bebidas energéticas da marca Monster e a morte de cinco pessoas nos últimos três anos.
 
O processo foi desencadeado na sequência de uma queixa por parte da família de uma menina de 14 anos de Maryland contra a empresa que comercializa as bebidas, avança o diário espanhol El País na sua edição online.

A rapariga morreu em Dezembro de 2011 depois de ter bebido duas latas de 709 mililitros de Monster em menos de 24 horas e a família acredita que as elevadas doses de cafeína ingeridas podem ter sido a causa da morte, já que o relatório da autópsia concluía "arritmia cardíaca provocada por intoxicação de cafeína". Uma lata desta bebida equivale a 14 latas de 350 mililitros de Coca-Cola.

As bebidas em causa podem ter cerca de 240 miligramas de cafeína por cada 709 mililitros, ou seja, o equivalente a três chávenas de café. A Food and Drug Administration, organismo que regula o sector dos medicamentos e dos alimentos nos Estados Unidos, decidiu por isso investigar os riscos do consumo deste tipo de bebidas e prometeu divulgá-los logo que seja possível.

Este tipo de bebidas são muito consumidas entre os norte-americanos e, apesar do esforço para promover uma alimentação saudável, a verdade é que a quota de mercado continua a crescer. Apesar disso, o Governo do país não exige que os fabricantes revelem na embalagem a quantidade exata de cafeína que cada bebida contém.

A cafeína, apesar de ser uma substância aditiva, em geral não apresenta riscos para a saúde, desde que o consumo seja moderado. Mas níveis altos de cafeína (normalmente a partir de cinco cafés) podem aumentar o ritmo cardíaco e a pressão sanguínea, causando palpitações, insónia, tremores, irritabilidade, ansiedade ou cansaço. Se a bebida for misturada com álcool, então o risco de complicações cardíacas ainda acresce mais.

Nos últimos meses os meios de comunicação dos Estados Unidos têm dado conta de supostas intenções por parte da Coca-Cola de comprar a marca Monster. Esta informação nunca foi confirmada, mas depois de ser anunciada uma investigação às bebidas as acções da marca caíram 14%.

Em Portugal, em 2011, a Associação de Defesa do Consumidor (Deco) alertou num artigo para a denúncia feita por um grupo de pais de Almada que detectaram alterações no comportamento dos seus filhos após o consumo de bebidas da marca Monster. Em Portugal as latas têm 500 mililitros e são vendidas em três versões: Khaos, Energy e Low carb. A última inclui 145 mg de cafeína por embalagem e as duas primeiras 160 miligramas.

"Os estudos sugerem ainda que o consumo elevado durante a gravidez está associado a atrasos no crescimento do feto e aumento do risco de aborto espontâneo", informa a Deco, que defende que as embalagens deveriam ser mais claras nos alertas de contra-indicações. Aliás, a designação bebida energética nem está contemplada na lei. No entanto, a designação é geralmente atribuída a bebidas com elevados teores de cafeína e outras substâncias, como taurina e glucoronolactona, hidratos de carbono, vitaminas e sais minerais.
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