A noite de sexta-feira, 13 de novembro de 2015, vai ficar para a história pelas piores razões. Paris, a capital francesa, foi alvo de sete ataques terroristas em vários pontos da cidade. Um deles ocorreu na sala de espetáculos Bataclan, causando 100 mortos.
Os terroristas disparam com o rosto descoberto durante vários minutos em direção ao público presente, mais de 1500 pessoas. Segundo uma jornalista da Europe 1 que se encontrava no local, “vários indivíduos armados entraram no concerto e dois ou três de rosto descoberto começaram a disparar com armas automáticas de tipo ‘kalachnikov’ ao acaso sobre a multidão”. “Os assaltantes tiveram tempo de recarregar as armas pelo menos por três vezes”, e “não estavam mascarados, estavam senhores de si, eram muito jovens”, revelou a jornalista.
Segundo o chefe da policia de Paris os terroristas suicidaram-se com cintos de explosivos dentro do edifício e outro foi abatido a tiro, durante a intervenção policial feita ao Bataclan. Já a RTP3 afirma, citando o jornalista Duarte Levy, que havia feridos a sair do Bataclan “a falar português”.
Pelas redes sociais rapidamente surgiram reações, incluíndo de DJs e produtores de nacionalidade francesa. Bob Sinclar usou a pergunta ‘porquê?’ em várias línguas e a hashtag #PrayforParis. Atualizando a sua página de Facebook com foto de perfil e de capa totalmente negras, representando o luto, Quentin Mosimann publicou na rede social um pequeno texto: “Estou muito triste pelo meu país, pela minha cidade… Não tenho palavras para expressar a minha tristeza por todas as perdas. O meu pensamento está com as famílias durante este tempo difícil”. Norman Doray e Michael Calfan utilizaram a hashtag, enquanto que DJ Snake afirmou: “Estou tão triste… Pray For Paris”. “Isto deixa-me muito triste ver o que se está a passar no meu país neste momento”, afirmou Cedric Gervais na sua página oficial de Instagram.
Diversos DJs e produtores como Pete Tha Zouk, Deepblue, Christian F, Ninja Kore, DVBBS, Danny Avila, NERVO, Markus Schulz, Audien, Wao, Dillon Francis, Max Vangeli, Krewella, R3hab, Tony Junior, Zedd, DJ Bl3nd, manifestaram-se solidários com as vítimas dos ataques terroristas, partilhando fotografias, frases de apoio e a hashtag através das suas páginas de redes sociais.
Os Eagles Of Death Metal, que estavam a atuar no espaço, saíram rapidamente através do backstage. A banda já cancelou o espetáculo que estava marcado em Portugal a 10 de dezembro, no Armazém F, em Lisboa. Os Deftones também estava presente na sala, mas felizmente saíram 15 minutos antes do ataque. Os Rudimental têm data marcada no Bataclan no próximo dia 19 de novembro, mas a mesma poderá ser cancelada ou adiada devido aos ataques terroristas já reivindicados pelo Estado Islâmico. O concerto dos U2 que estava agendado para hoje na capital, foi adiado para uma data a anunciar em breve.
O Bataclan foi construído em 1864, com o nome de Grande Café Chinês, mas ganhou o nome atual em 1952, numa referência a uma opereta de Offenbach. Chegou a funcionar como cinema durante alguns anos, tendo depois sofrido um incêndio. Os Major Lazer e The Bloody Beetroots foram alguns dos artistas que já passaram pelo Bataclan, em Paris, que é classificado como um monumento histórico da cidade.
O Presidente de França, François Hollande, declarou o estado de emergência para todo o país e ordenou o encerramento das fronteiras, após os ataques terroristas que causaram mais de 120 mortos, incluindo um português e 300 feridos.