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O que pensam os DJs sobre o fenómeno da EDM? Destaque

Publicado em sábado, 22 agosto 2015 16:10 | Escrito por
Odiada por uns e adorada por outros. A eletronic dance music, conhecida pela sigla EDM, tem vindo a ser muito discutida e criticada pelo público e por grandes estrelas internacionais da música eletrónica. Muitos consideram que apenas significa um estilo e outros são da opinião que a EDM engloba todas as vertentes da música eletrónica.
 
O Portal 100% DJ juntou alguns testemunhos de grandes nomes internacionais, para conferir abaixo:
 
Carl Cox:
“Não acho que é uma questão de som desconhecido VS mainstream, acho que é mais cultura pop VS pessoas que realmente amam a música. (...) algumas dessas pessoas não fazem a menor ideia de porque estão de pé em frente a esses DJs. Não posso fazer parte deste sistema”. (in Dancing Astronaut)
 
DJ Koze:
“Na América, esse tipo de rock computadorizado que eles tanto amam é totalmente desinteressante para mim. Não tem magia nenhuma e é feito por pessoas que não gostam desse tipo de música”. (in Stereogum)
 
Aphex Twin:
“Não me parece que se conecta com nada que estou a fazer. Esse tal de Skrillex, só ouvi falar da música dele porque os meus filhos ouvem-na. Soa como se ele utilizasse muito a tecnologia. Acho que tem uma força bem pop, não é? É pop demais para mim”. (in Groove Magazine)
 
Bassnectar:
“Eu não tenho o menor respeito ou interesse pelo que os DJs que fazem parte desta EDM scene estão a fazer. Eles parecem-me meios falsos. Tem sido difícil assistir a algo tão especial para mim ser destruído, invadido e tornar-se nesse tipo de carnaval sem vergonha, barato e falso. Nesse aspeto, odeio a EDM. Tenho receio da EDM estar a arruinar a autenticidade da cultura da ‘discotecagem’... Mas tu não podes odiar as 30 mil pessoas que estão a gostar muito”. (in Thump)
 
Ricardo Villalobos:
“Não posso condenar a EDM ou a música pop piegas se as pessoas decidiram, de forma democrática, que é isso que elas querem. Isso pertence-lhes. Pessoas que têm os mesmos interesses não fazem guerras e nem se matam uns aos outros. É difícil matar alguém quando todos vocês têm valores semelhantes”. (in Crack Magazine)
 
John Digweed:
“Se eu for tocar no palco principal, as pessoas vão querer algo que lhes é familiar e eu não posso oferecer isso. Preferia estar num lugar onde a plateia quer ouvir o que vou tocar. Não daria certo para mim tocar depois de um DJ de EDM. Não tenho aquela energia na minha música, nem se eu tocar a faixa mais rápida e energética”. (in Thump)
 
Annie Mac:
“É muito estereotipado. As pessoas sabem que se seguirem aquela fórmula vão parar às rádios e partir em digressão. No Reino Unido é bem mais fácil ser um pouquinho mais original se tu quiseres. Não estou a dizer que a EDM é grotesco, mas se tu queres ser mais rebuscado em termos de esforços criativos, tu podes fazer isso e ser ovacionado numa plataforma mainstream”. (in Insomniac)
 
Fatboy Slim:
“Funciona como um material de introdução, mas não tenhas dúvidas: a EDM vai acabar já. O género é baseado num esquema de pirâmide de fazer dinheiro, mas assim que parar de ser lucrativo, o castelo de cartas vai cair. Queremos que sobre algo quando esta bolha rebentar”. (in Thump)
 
Reid Speed:
“A dance music enquanto cultura underground costumava ser um porto seguro para quem não se enquadrava no mainstream. Lá estava um refúgio para a nossa esquisitice. Agora, a maior parte da dance music é composta pelas pessoas de quem nós queríamos fugir”. (in YourEDM)
 
DJ Harvey:
“Pessoas a chegar em naves espaciais ou com fogos de artifício para tentar melhor o aspeto visual da coisa. Não consigo entender como tu podes tocar um disco e saltar para o público depois”. (in Thump)
 
Paul van Dyk:
“Eu não faço parte da cultura EDM. Eu não toco esses set’s pré gravados e não lanço bolos a ninguém”. (in MTV)
 
Daft Punk:
“Eu não conheço artistas ou álbuns de EDM. Ao início, eu pensava que era apenas um rapaz, algum DJ chamado EDM. Talvez apenas um rapaz chamado Eric David Morris. EDM é apenas energia. Tu podes ter energia na música e na dança mas continuas se ter alma”. (in NME)
 
deadmau5:
“David Guetta tem dois iPods e um mixer e apenas toca músicas – tipo, ‘Esta é com o Akon, oiçam!’. E o Skrillex... não faz nada muito técnico. Ele tem um laptop e um MIDI recorder e apenas toca a sua porcaria... Há muitos ‘carregadores-de-botões a receberem meio milhão. Eu não estou a dizer que não sou um ‘carregador-de-botões’. Eu apenas toco em mais botões”. (in Hyperbot)
 
Afrojack:
“Vejo muitos comentários na internet sobre sets pré-gravados (....). Eu tenho tocado ao longo de 11 anos e todos fazem edições. Como uma edição de 5 minutos com 3 músicas. Tocamos em grandes shows com lasers e iluminações sincronizadas, eles tocam o som editado de um laptop à parte e depois voltam a misturar normalmente. Eu nunca vi um DJ tocar com um set pré-gravado”. (in Billboard)
 
Steve Angello:
“Nós já não estamos a contar histórias na música de dança, nós estamos a repetir os mesmos sons a toda a hora porque são fáceis de fazer e funcionam com os fãs. A nossa carreira não precisa de ser uma piada. Nós temos que voltar a levar a dance music a sério”. (in Billboard)
 
Zedd:
“É importante para mim que os meus fãs saibam que sou o Zedd o música, não Zedd o DJ de EDM. Para ser sincero, não estou nada inspirado pela EDM”. (in Rolling Stone)
 
The Chemical Brothers:
“Os discos de EDM soam todos ao mesmo. Têm todos o mesmo sentimento: muito triunfal e celebratório (...) É um mundo louco”. (in Observer)
 
Hardwell:
“Continua a crescer e crescer. Embora os blogs a odeiem, está crescendo e continua a crescer. Também está a aumentar na Ásia. Houve um Ultra na Coreia este ano. Globalmente, a música e as crianças crescem juntos. A EDM está evoluindo. ” (in Comfort Club)
 
Dimitri Vegas:
“Eu acho que é a música desta geração”. (in BBC)
 
Miss Sheila:
“O certo é que nos últimos anos ouve um ‘boom’ enorme de música eletrónica à volta do mundo, independentemente de ser ‘EDM’, comercial, techno ou hard techno, tudo é música eletrónica!”. (em entrevista exclusiva ao Portal 100% DJ)
 
Massivedrum:
“Estamparam recentemente a sigla EDM (Electronic Dance Music) para definir uma arte que já conta com mais de 30 anos de história. Estamparam porque a música de dança tornou-se extremamente rentável e como em tudo, tem que se criar uma marca à volta. Mas... Apenas chamam EDM a certos estilos musicais, o que me confunde, levando a pensar que há estilo que são menosprezados, postos de lado, quando a arte é a mesma, e muitas vezes o intuito dessas obras muito mais genuíno”. (em “Música”, na área de Opinião do Portal 100% DJ)
 
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