Diretor Ivo Moreira  \  Periodicidade Mensal
quarta, 03 julho 2013 21:18

Summer Sessions

 
Uma crónica de Verão tem sempre muito que se lhe diga. E tem, principalmente, porque como a "Silly Season" costuma ser a patetice pegada em quase todas as áreas, escrever coisas sérias parece-me também pretensioso...
 
Sublinho o quase, porque se houver, no entanto, a viabilidade de algum motivo sério de conversa... talvez essa seja a da área da Música. Sim, é a época áurea do rodopio de internacionais, cá a poisar na terrinha. E cada canto vai ter um. Ou mais.
 
Festivais "à séria", festas "da terrinha" e populares, discotecas da moda e "disco-nights" da aldeia... tudo vai ter os seus Steve Angelos, David Guettas e Axwells da vida , os seus Allessos e Hardweels, Sashas milionários e com quase pornográficos cachets.
 
Eles vão a todas. Desde a grandes certames de qualidade, com outros grandes nomes comerciais lado a lado no cartaz, como se "sujeitam" a locais estranhos em que o dono é um qualquer novo rico  do local que decide "fazer mexer" a terriola e desembolsa 50 mil euros para um destes monstros da house music tocar a seguir ao residente Huguinho, Zézinho ou Luisinho.
 
Por isso é que o meu amor pela música eletrónica se mantém fiel a alguns dos que considero "estrelas" à séria, não porque exigem 100 mil euros por set, mas porque mantém a coerência e o cuidado quanto aos eventos em que se envolvem.
 
Ritchie Hawtin, Plasticman, Marco Carola, Dubfire, Steve Lawler, Loco Dice... são alguns aos quais, sim, tiro o chapéu. Tocam no que considero os melhores Clubes. E há uma real diferença entre Discoteca e Club. As primeiras são para massas, os segundos para amantes de música. E para estes estes senhores não há cá "pão para malucos"... tocam e tocam bem, não há cá buzinadas e loops de 2 minutos. Eles continuam a encantar e são elitistas nos sítios que escolhem para trabalhar e por isso... os sítios também fazem "nome" ligado a eles.
 
A bola de neve é esta: um DJ e um estilo, fazem a onda do espaço e o espaço onde toca, vai criando pouco a pouco a verdadeira credibilidade do DJ.
 
Os nomes que falei também são grandes e não podem sequer ser considerados "alternativos", mas basta não serem "vendidos" e manterem a sua linha musical para os aplaudir de pé. Não vivem do hit do momento, mas sim da carreira consolidada, não arrastam os miúdos de 18 anos mas o público da minha geração, dos 30, os que cresceram com o puro house e com o tecno apurado. Para mim, a base de tudo o resto.
 
As festas, nesta altura multiplicam-se. Mesmo!! Cada beco tem a sua e parece que o dinheiro cresce, num tempo de crise anunciada, vivida e choramingada  por quase todos - mesmo na noite, onde tantas casas têm fechado portas - para competir com o "vizinho" do lado que trouxe o DJ X ou Y. Por vezes, batalhas ganhas, por vezes perdidas. E a quantos lamentos de produtores, já assisti, quando ao investirem largos milhares "certos de retorno", se tornam menos certos e perdem outras tantas milenas, que inviabilizam os Verões e Invernos seguintes.
 

É Verão, "Silly Season" e a melhor altura de trabalho, com mais mercado para os DJs, com mais público na rua, com mais dinheiro para gastar.

 
Quero chegar ao seguinte: DJ de renome já foi dinheiro certo em caixa, já lá vão os tempos em que se gastava 100 mil para ganhar 300... Mas nessa altura, haviam 4 ou 5 festivais, não 50. Mas nessa altura os DJs conceituados eram 10 no mundo e não 100. Mas os cachets a que chamávamos milionários eram de 10 mil euros e não 100 mil. As apostas hoje em dia já não são tão certeiras, há quem se ria e há quem chore. E depois ainda há os "sets de merda" a que nos submetem por ser o que o povinho que enche as casas quer ouvir…
 
Uff... Volto à carga. É Verão, "silly season" e a melhor altura de trabalho, com mais mercado para os DJs, com mais público na rua, com mais dinheiro para gastar. Mas é também, cada vez mais, nos tempos que correm, altura mais do que obrigatória para fazer triagem. Não ir a "todas" (nem como DJ e muito menos como público) e, a não ser que se vá para "ver as gajas"..., escolher a vibe e a qualidade musical que se procura e aí sim... seguir a "Yelow Brick Road" até... ao bom festival mais próximo!
 
Neo Pop, Refresh e numa onda mais comercial - Azurara... Para mim são os eleitos. Não que seja lei, mas é a minha opinião até porque o Verão é feito de brisas e por aí vão sempre existir os momentos que elegemos como nossos e marcantes, as memórias que farão parte da nossa vida e claro, sempre com a banda sonora perfeita, a que se adequou à hora certa, e com a batida que tinha que ser. 
 
A procura é nossa, a escolha também, a coerência faz parte dessa escolha. E quem ama a Club Scene, sabe do que falo, não sabe?
 
Bom Verão e encontramo-nos por aí? Nas boas e quem sabe, até nas medíocres festas! 
 
Como DJ, RP e Music Blogger... no fundo, terei que "papar" com o bom e com o mau, para poder falar com conhecimento de causa e claro... ganhar o meu. :)
 
Certo?
 
 
Rita Mendes
Publicado em Rita Mendes
quinta, 05 setembro 2013 19:24

Verão 2013 on tour

Este Verão marcou-me muito pela positiva, não só pelos imensos gigs, mas também pelos novos conceitos de festas que têm vindo a surgir no mercado e onde os sunsets ao que parece vieram para ficar! Que não hajam dúvidas que o público gosta de ser brindado com diferentes tipos de "formas de diversão", sejam elas em clubes, festivais ou sunsets e neste verão tive o privilégio de poder fazer parte de todos eles como artista. 
 
Tenho a sorte de trabalhar com boas equipas desde o meu management (Europa Agency), passando pela MTV Portugal - na qual sou o DJ oficial, com a Mega Hits, entre muitas outras empresas, que em conjunto têm elevado a fasquia no que toca ao meu percurso como artista e onde o público (acredito) fica sempre a ganhar, pois artista feliz é sinal de boa música entregue ainda com melhor disposição.
 
Posso dizer que neste Verão existiram vários gigs que me marcaram também pelas boas energias e que já deixam muitas saudades, como por exemplo na EXPOFACIC em Cantanhede, onde tive oportunidade de privar com o Steve Aoki, o AQUASHOW, em Quarteira, na Cornetto Aqua Night Session by MEGA que foi uma experiência fantástica e com muito boa "onda" (confesso que adorei este conceito). Não dá para imaginar que iria ter, um dia, "um mar de gente" dentro de uma piscina a dançar ao meu som (quase 3 mil pessoas). Ah! E o festival Ocean Spirit, em Torres Vedras, que foi a verdadeira loucura e teve a maior enchente de sempre, com cerca de 10 mil pessoas.
 
Não me posso esquecer dos sunsets da MTV que têm animado o público por Portugal inteiro e onde pude desenvolver uma linha musical mais completa, entre muitas outras festas que participei neste verão quente de 2013 (onde estão os cientistas que diziam ser o mais frio 
dos últimos 200 anos!!?), onde fiz dançar o party people mas onde também eu, como sempre, me diverti e adorei cada momento em que estive na cabine com o dance floor cheio do "meu people". 
 
Mas também há a outra parte dos gigs que são as viagens! O me cativa, em cada uma delas, é o facto de poder conhecer Portugal como nunca pensei conhecer devido estar a maior parte das vezes em estrada, e cada vez me surpreendo mais com o que conheço deste cantinho a que chamamos Portugal. No festival de Mêda, perto da Guarda, além da simpatia das pessoas e o facto de num festival de bandas ter conseguido aguentar a "pista" ao rubro até ao fim, fui presenteado com uma vista de cortar a respiração em Vila Nova de Foz Côa, o que me fez acreditar que mal conheço este nosso Portugal e que tantas surpresas nos reserva. Vista absolutamente incrível!!! 
 
Com o fim do Verão vem uma nova season e com esta mais projetos! Estou a preparar novas músicas e surpresas para o público em geral. Tenho vindo a preparar várias colaborações com artistas nacionais e internacionais (para já fica em segredo... eheh), e num balanço geral, estou bastante contente com os resultados que tenho vindo a desenvolver. Em breve vão ficar a saber mais sobre o que se passa à volta do "RUSTY", o meu mundo!
 
Sigaaaa!!.
 
 
RUSTY
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Publicado em Rusty
segunda, 06 julho 2020 23:28

Ajuntamentos ou locais controlados?

No início de Março, quando foi publicada a minha ultima crónica para a 100% DJ, tive que escrever duas crónicas porque a primeira que enviei ficou desactualizada em dois dias. Hoje, ao ler a última que escrevi, vejo que a realidade ultrapassou tudo o que eu tinha imaginado (e escrito) nessa altura, quando acabava de ter o meu primeiro evento adiado/cancelado. O que o sector ligado à música está a viver desde essa altura, jamais me passou pela cabeça. Desde essa altura que estamos com todas as nossas actuações canceladas e sem sequer haver um plano/data de uma possível volta ao trabalho de todo um sector.

O facto de não haver sequer um plano para todo um sector que até parou, por uma responsável decisão própria, antes de ser obrigado a isso pelo governo, na minha opinião é uma situação difícil de entender. Ouvir o tom depreciativo com que o primeiro-ministro falou de todo um colectivo foi um choque para mim e certamente para todos os empresários ligados a este sector, nas suas varias vertentes. 

Ouvir o tom depreciativo com que o primeiro-ministro falou de todo um colectivo foi um choque para mim e certamente para todos os empresários ligados a este sector, nas suas varias vertentes.

 
É verdade que este vírus colocou à prova os governos de praticamente todos os países, muitas decisões foram tomadas segundo o que ia acontecendo porque não se conheciam (e ainda não se conhecem bem) todas as características deste novo coronavírus. Numa primeira fase e segundo alguns especialistas, Portugal foi um exemplo internacional porque foi dos primeiros a limitar fortemente a mobilidade das pessoas e com isso limitar muito as possibilidades de contágio. É verdade que, comparativamente com os países vizinhos, Portugal tem um número de falecidos muito menor devido a esse sucesso na primeira fase desta pandemia e que os cuidados intensivos dos hospitais Portugueses (felizmente) nunca estiveram em rotura tal como aconteceu aqui em Espanha, situação que provocou muitos mortos pela incapacidade de serem atendidos nas urgências.

Infelizmente estamos a assistir nos últimos tempos a um aumento dos contágios confirmados em Portugal, situação que seria expectável uma vez que há uma maior mobilidade das pessoas, há mais gente a trabalhar e a deslocar-se em transportes públicos, a ir a centros comerciais, a supermercados. Basicamente há muito mais gente nas ruas que antes. Mas infelizmente também estamos a assistir à irresponsabilidade de algumas pessoas que se juntam sem terem qualquer cuidado, seja usando máscara, seja mantendo a distância de segurança aconselhada. Uma grande parte dessas pessoas são jovens que depois de estarem fechados em casa durante mais de dois meses se juntam com os amigos em grandes grupos sem cumprirem as normas mínimas de segurança, porque na realidade, não têm qualquer opção para o fazer de uma forma mais controlada.

A pergunta que coloco neste artigo é, na minha opinião, lógica: não seria melhor darem a esses jovens alternativas onde se pudessem juntar, de forma minimamente controlada, e assim reduzir esses ajuntamentos onde quase ninguém cumpre as normas de segurança?

Li em muitos comentários nas redes sociais que é "totalmente impossível manter a distância social numa discoteca, num bar, assim como ter os cuidados necessários à não propagação do vírus". Aliás, ouvimos o próprio primeiro-ministro dizer isso em directo, na TV.

Na minha opinião, depende muito das características dos espaços em questão. Obviamente há muitos locais em que é praticamente impossível criar condições mínimas de segurança por serem totalmente fechados, pouco amplos, com acessos interiores difíceis e com pouco espaço para as pessoas estarem mais afastadas e que não têm condições para abrir neste momento. Entendo isso e acho que qualquer empresário responsável que tenha um espaço com estas características, sabe que abrir nestas condições iria quase de certeza criar problemas.

Mas há muitos outros que têm características que lhes permitiria abrir com as mesmas condições já existentes para outro tipo de actividades. No Algarve, por exemplo, há muitos locais ao ar livre que podiam, com restrições de capacidade e com o uso de máscaras e gel desinfectante, abrir as portas. No resto do país também há alguns locais desse tipo, que poderiam abrir com as mesmas condicionantes de segurança.

Obviamente numa primeira fase não se poderia funcionar em horário completo, mas pelo menos esses espaços que têm uma grande parte ou são totalmente ao ar livre deveriam poder abrir. Ou pelo menos, tentar abrir. 

O que acontece é que, por terem o código de actividade de "discotecas" ou "bares", mesmo tendo estas características, não lhes é permitido abrir, numa decisão, na minha opinião, difícil de entender, especialmente quando vemos outro tipo de eventos com grandes ajuntamentos de pessoas, a serem "autorizados" ou pelo menos permitidos pelas autoridades, alguns deles por motivos políticos.
 

Não seria melhor darem a esses jovens alternativas onde se pudessem juntar, de forma minimamente controlada, e assim reduzir esses ajuntamentos onde quase ninguém cumpre as normas de segurança?

 
Pelo que sabemos até agora e do pouco que parece já assumido pela comunidade científica sobre este novo coronavírus, um dos seus principais focos de transmissão (senão o principal) são as aglomerações de muitas pessoas. Sejam elas por que motivo forem. Partidárias, futebol, religião, "botellon", praia, música, todas podem ser um foco de transmissão, todas podem contagiar se não forem tomadas precauções. 
Os ajuntamentos para ouvir música numa esplanada, num bar ao ar livre, numa discoteca ao ar livre, não são mais contagiosos do que os ajuntamentos autorizados numa manifestação política, como nos querem fazer crer.

Acho que seria importante nesta altura estabelecer de uma vez por todas regras claras e realizáveis para, lentamente, com capacidade limitada e com muitos cuidados, se começarem a abrir alguns dos locais com características especificas, regras que já existem para outras actividades. Certamente iria dar aos jovens uma alternativa mais controlada do que os ajuntamentos para os "botellons" que têm feito um pouco por todo o país.

Os empresários destes locais deram uma lição de responsabilidade a muita gente no inicio de todo esta pandemia quando decidiram fechar, mesmo antes de serem obrigados a isso. Pensaram na saúde de todos à custa da sua própria fonte de rendimento. Acho que mereciam um outro tratamento pelas autoridades responsáveis...
 
Carlos Manaça
DJ e Produtor
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
domingo, 28 outubro 2018 15:23

Ainda e sempre a olhar para o tecto

Este não vai ser com certeza um texto que se tornará viral por ter alguma verdade sobre alguns elefantes escondidos na sala. Antes pelo contrário, a convite da 100% DJ fui desafiado a escrever sobre o entretenimento noturno em Portugal e embora com todas as vicissitudes, dores de crescimento e os afins e enfins, comuns a todas as indústrias, há também uma análise de desenvolvimento que é fundamental fazer. 

Ainda habita em muitas conversas de café a expressão "da noite" carregada de conotação negativa como se tudo se resumisse a uma caricatura do Cais do Sodré dos anos 80 com marinheiros, putas e caídos. Comecei a frase por "ainda" porque na verdade ela tem tendência a cair em desuso. 

Os últimos 20 anos mudaram a face da indústria como nunca. A música, o entretenimento, a tecnologia, os sonhos ao alcance de um teclado trouxeram uma nova vaga de apaixonados determinados em fazer mais e diferente, em encarar "a noite" com um novo olhar mais rigoroso e abrangente. Deixámos de lado o olhar de "merceeiro" e passamos a ter visão de gestores. E engane-se que a "mercantilização" nos trouxe marasmo ou rotina, virou-nos antes para a inovação, risco e novos horizontes. Fosse assim em todos os mercados. 

Somos hoje em Portugal uma indústria em pleno desenvolvimento e a competir com o melhor que se faz em todo o mundo. Para isso esta nova geração apostou em formação académica, mergulhou de cabeça no Mundo.Net e correu atrás de profissionalizar o setor. E se estamos longe de alguns mercados é mesmo apenas por dimensão de país mas que isso nada nos tire ao nível de entrega que fazemos. Os nossos clubes estão estruturados, pelo Algarve passam as melhores produções e nomes do mundo, os festivais de música são a areia do nosso Verão e os artistas internacionais encontram nas nossas cidades a inspiração que precisam. Somos a nova "qualquer coisa" que ainda não se definiu bem mas a verdade é que se sente em todo o lado que somos realmente qualquer coisa. 

Se muitos dos que estão a ler este texto têm mão neste advento há também muitos que ainda agora estão a começar, que ainda sozinhos pensam deitados no quarto "naquela" festa com "aquele" nome e "aquele" conceito. Venham daí as energias ainda guardadas e as ideias ainda por conceber e que sigam este caminho que tem hoje uma plataforma bem mais estruturada para percorrer. Os degraus são ambiciosos mas o resultado é incrível. E já agora, ainda passo muitas horas a olhar para o tecto e a sonhar com "aquela festa" que ainda não fiz. Mas sei que vou fazer!
 
André Henriques
Publicado em André Henriques
segunda, 23 julho 2018 22:25

Clubs vs Festivais

Nesta crónica resolvi abordar um tema que considero bastante questionável, actuações em Clubs e Festivais. Qual o mais indicado, preferido ou recomendável... segue a minha opinião.

Em época de Verão, sinónimo de calor, férias e festas ao ar livre chegam os inúmeros Festivais. Actualmente em Portugal podemos orgulhosamente dizer que temos alguns dos melhores eventos "outdoor" do mundo, sendo de forma originária ou em parceria, consecutivamente de forma positiva a maioria dos principais nomes mundiais passam assiduamente pelo nosso país, contribuindo para a economia, distinção no panorama ou simples facilidade de acesso ao entretenimento.

Várias vezes sou questionada acerca de qual o meu formato de evento preferido para participar, embora a resposta não seja fácil é simultaneamente bastante objectiva, um evento num Club tem uma capacidade mais reduzida, o que origina um público e tipo de evento mais canalizado e direcionado ao cliente alvo, consequentemente são festas mais pequenas, mas mais calorosas onde tenho mais contacto directo e comunicação com o público. Embora neste caso, maioritariamente "não seja tão favorável" a nível de exposição artística e marketing, quando comparado com um festival, mas neste caso a interactividade é única, o que proporciona uma experiência mais intensa e directa.

Por outro lado, temos o ponto de vista dos grandes palcos e dos eventos de maior dimensão, nestes casos, a exposição a nível de promoção consegue no geral ser de maior alcance, embora a interacção com o público seja diferente, não significando que seja pior. Neste caso em palco, exijo mais de mim pois tenho que agradar a mais público, embora em paralelo me divirta imenso pois tenho "mais braços no ar" e euforia concentrada. Contudo, isto não faz com que os eventos maioritariamente agendados para mim, Clubs e de pequena dimensão, tenham menor importância ou significado.

No mercado "underground" é normal que os eventos sejam de menor capacidade e direcionados para um nicho de mercado mais reduzido, ao mesmo tempo que os festivais e eventos de maior afluência são fundamentais, tanto para a exposição a nível de promoção como para conseguir mostrar em massa a um número maior e significativamente estreante o meu trabalho e aquilo que define a "Miss Sheila".

Após o mencionado, é relevante resumir que adoro participar em ambos os tipos de eventos, não esquecendo as diferenças, ambos são importantes e um pilar na carreira de um artista como eu. Relevante também é o facto, de que sempre fui bastante grata por conseguir marcar presença de forma significativa em ambas as situações expostas aqui, desde o início da minha carreira.
Publicado em Miss Sheila
sexta, 09 outubro 2020 22:01

Está quase tudo diferente

Muitos de vocês não me conhecem. Faço produção de eventos e é no backstage e longe das câmaras que me sinto bem.

Fiz parte da criação de alguns projetos e conceitos inovadores e do relançamento de muitos outros - (Flash, Bloop, Ribatexas, I Love Baile Funk, Revende of the 90’s, para vos dar alguns exemplos). Neste momento abraço o projeto H Collective, empresa detentora de alguns destes conceitos e entrei recentemente num novo desafio chamado "Lorosae", um Restaurante/Bar de praia na Costa da Caparica.

Nesta altura do ano normalmente estaria envolvido em duas ou três rentrées de espaços noturnos em Lisboa, só que não. Deveria estar a preparar o lançamento da nova Tour Revenge of the 90's, só que não. Estou com tempo para escrever este artigo de opinião durante o mês de Setembro.

Estamos cansados de não poder trabalhar, a tentar reinventar negócios e formas de estar. Estamos com saudades. Passaram 6 meses desde que o nosso mercado parou e dançar juntos de copo na mão já parece uma coisa do passado.

No início parou mesmo, mas em meados de Julho quando alguns espaços, depois de algumas readaptações, começaram a conseguir fazer algum tipo de eventos com lugares sentados e o devido distanciamento, apareceu uma luz de esperança e o pensamento imediato foi: "isto a pouco e pouco vai arrancar". 

Alguns arregaçaram as mangas e conseguiram dar a volta para abrir, outros não tinham nos seus espaços forma de contornar as coisas para estarem legais nas novas regras. Em tempos tão difíceis foi engraçado ver as pessoas a adaptarem-se a estar depois de um copo ou dois sentadas no mesmo sitio a dançar, à frente da cadeira, a irem ao bar e prolongar a conversa com o barman para poderem estar de pé mais um bocadinho a abanar o corpo em modo dança reprimida.

Durante esta fase assisti com tristeza a pessoas exteriores aos negócios, e até mesmo concorrentes, com empenho em fazer denúncias e prejudicar de forma dramática a possível e lenta retoma.

O mercado da noite e eventos está difícil, praticamente parado, e é tempo de dar os braços, estar unidos e arregaçar as mangas. A concorrência é muita, e mais agora que as pessoas que saem de casa para eventos são ainda menos, mas quanto mais unido estiver o mercado maior a força junto das entidades competentes para um aceleramento da retoma. 

Os eventos e a noite como nós os conhecíamos vão voltar. Até lá muita força para todos porque quando voltarmos não vamos ter mãos a medir.
 
Miguel Cruz
Empresário/Produtor de Eventos
Publicado em Miguel Cruz
terça, 12 agosto 2014 23:01

Preguiça...

Olá a todos os leitores, colegas cronistas e a toda a equipa da 100% DJ. Espero que, dentro do que tem sido possível, o Verão esteja a correr da melhor maneira a todos.
 
Peço imensa desculpa pelo meu atraso de 12 dias, mas foi-me completamente impossível arranjar um tempo para poder divagar e partilhar convosco os meus pensamentos mais cedo. Decidi então fazê-lo hoje, aproveitando o facto de ter terminado o "mais electrónico festival de sempre em Portugal" no domingo e deixando passar segunda-feira, dia de rescaldo e reacções. 
 
Não sei se foi só nas minhas redes sociais que 80% das pessoas que por lá "habitam" manifestaram uma certa desilusão, mas que foi algo patente, foi. Não pelo cartaz, não pelos espectáculos, mas pela "repetição" dos mesmos. 
 

Há mais de 20 anos que ficou provado que a musica electrónica era o futuro (...)

 
Já de algum tempo para cá que muitos artistas ligados à música de dança, "criticam" ou referem a preguiça das novas "Rock Stars". A insistente playlist de 10/15 músicas que estes DJs tocam show após show, uns atrás dos outros, chega a ser de arrepiar. É incrível, como um artista que tem milhares de pessoas à frente dele, não tem "coragem" de arriscar, de surpreender, de se querer destacar dos demais. Sinceramente, achei por exemplo, o main stage desta edição do Tomorrowland uma verdadeira desilusão. Músicas mais que massacradas, com mais de ano e meio levadas à exaustão na edição do ano passado, tocadas de novo, "over and over again"
 
No Sudoeste, do pouco que vi - mais do mesmo. Acho lamentável, pois, ao contrário das bandas, que precisam de meses de ensaios para actuar em palco, um DJ tem a semana toda para chegar e surpreender. E muito menos desculpas de falta de tempo ou estúdio, pois sabemos que hoje em dia, duas horas de espera num aeroporto, dá para fazer muita coisa, nem que seja para surpreender o público, com um "simples" portátil bem artilhado. A questão é que estão preguiçosos. Pura e simplesmente. Sabemos que a indústria quer que se consuma estes artistas, mas acho, na minha humilde opinião, que têm que rapidamente começar a fazer mais, muito mais.
 
Quando me dizem que um espectáculo do Calvin Harris (que durante duas horas mistura produções suas) é o equivalente a um concerto de uma banda, é, uma comparação ridícula. Se em palco ele tocasse os diversos instrumentos (acompanhado ou não), se tivesse os cantores, se fosse realmente música tocada, isso era outra história, e sim, podíamos chamar de concerto, que inexplicavelmente é o que chamam a duas horas de DJ set nos dias de hoje. 

É importante e urgente que se volte a tratar a indústria como arte e não como máquina de fazer dinheiro fácil (...)

 
Há mais de 20 anos que ficou provado que a musica electrónica era o futuro, por estar, tal como o nome indica, associada à tecnologia, que como sabemos, caminha lado a lado com a evolução, mas estar constantemente a repetir uma fórmula mais que gasta, leva a vários problemas. Um desses problemas é o pouco empenho (já todos percebemos como produzir uma faixa genérica do chamado "universo EDM"), que por sua vez leva à falta de originalidade e acaba por não despertar interesse no público. É um facto provado noutras áreas e neste caso não será diferente. De tal maneira, que, esta preguiça que impera, leva a que nestes ditos "concertos", o DJ use e abuse do microfone, num espectáculo em que deveria ser a música a falar. E até nesse uso e abuso do microfone, o discurso é o mesmo. 
 
É importante e urgente que se volte a tratar a indústria como arte e não como máquina de fazer dinheiro fácil, para, claro, o bem da mesma. Há 20 anos já existiam DJs/Produtores milionários, DJs/Produtores com Grammys e nunca se deixou de respeitar a arte e o público. 
 
Felizmente a música electrónica não tem apenas esta chamada vertente EDM, e noutros estilos existem artistas fabulosos, festivais fantásticos, e sim, uma luz ao fundo do túnel, pois aos poucos, já se sente uma necessidade de mudar. Como se costuma dizer, o Mundo não pára de girar e todos os dias, nasce um génio.
 
Fiquemos com a esperança de que o respeito pela arte volte, e que, estas novas "Rock Stars", queiram realmente ficar para a história, "escrevendo" obras intemporais.
 
Saudações,
 
Publicado em Massivedrum
terça, 15 junho 2021 22:56

"Tudo Parece Perfeito"

Confesso que me foi extremamente difícil escrever esta crónica. O meu primeiro impulso foi escrever sobre a situação actual dos vários sectores ligados à música, aos eventos, às actuações ao vivo, mas tudo isso já foi comentado (e bem) pelos meus colegas cronistas.

O tema da minha crónica é outro. É sobre uma história de superação e motivação de um colega DJ que muito me (nos) tem ajudado a superar esta nova realidade que estamos a viver desde Março de 2020.

Desde que soube do estado de saúde do Magazino (para mim Costinha, a quem conheço há muitos anos) que temos estado mais em contacto do que aquilo que a nossa rotina anterior, com "gigs", permitia. 
E a verdade é que ele, apesar de todos os problemas de saúde que está a ter, é uma contínua motivação para mim e para muitos outros.

Mesmo passando por tudo aquilo que está a passar, ainda tem força para nos enviar mensagens de motivação no grupo de WhatsApp criado por ele para nos animar, para que nós, DJ’s e músicos que estamos sem trabalhar há 15 meses (!) não baixemos os braços, para que tenhamos paciência. Coisa que muitas vezes é difícil tal a incompetência e incoerência de quem nos governa...

Sua foi também a ideia de fazer o documentário "Tudo Parece Perfeito", com vários DJ’s e produtores Portugueses, de várias gerações, sobre aquelas histórias caricatas, dos bastidores, que aconteceram (e ainda acontecem) na nossa carreira, realizado e produzido pelo realizador Gonçalo Almeida.

No "teaser" que gravámos ouvi muitas histórias que prometem um grande documentário, com muitos episódios curiosos que vão mostrar que, no dia-a-dia de um DJ, muitas vezes o que parece uma vida de sonho, na realidade tem um outro lado que não é tão glamoroso e que é muito exigente.

Certamente que o Magazino tal como DJ Vibe, Rui Vargas, Moullinex, Gusta-vo, Yen SungDiana Oliveira e Violet têm imensas histórias para contar. São muitos anos de carreira, muitas horas de música, muitos "gigs", que certamente originaram muitas histórias que merecem ser conhecidas. Histórias essas que vão mostrar esse outro lado da nossa profissão e de certeza fazer-nos rir.

Eu já comecei a escrever e a compilar alguns dos meus episódios mais caricatos para a gravação final e posso garantir que tenho muitas histórias para contar, desde o início da minha carreira profissional, em 1986. Nestes 35 anos houve muitos e bons episódios que nunca vieram a público e que vou partilhar convosco neste documentário.

Para todas as informações sobre a evolução da produção de "Tudo Parece Perfeito" podes visitar esta página: https://www.indiegogo.com/projects/tudo-parece-perfeito-everything-seems-perfect.

Da minha parte resta-me agradecer ao Costinha a.k.a. Magazino, por toda a força que me (nos) tem transmitido com os seus "posts" nas redes sociais e com as suas mensagens pessoais de incentivo.
Muito obrigado!

É uma força da natureza e eu tenho a certeza que vai ultrapassar todas as batalhas que ainda tem pela frente, como tem ultrapassado as muitas que já teve até agora.

Ele é o verdadeiro campeão.
 
Carlos Manaça
DJ e Produtor
 
(Carlos Manaça escreve de acordo com a antiga ortografia)
Publicado em Carlos Manaça
sexta, 17 junho 2022 09:58

Circle Of Life

Longe de mim pensar que após uma longa pandemia, que forçosamente parou a minha atividade, iria prolongar a já bastante e sofrida "pausa".
E assim foi, estávamos no início do segundo trimestre de 2021 quando tive a melhor notícia da minha vida, não que ia retomar a atividade (algo que muito ansiava), mas sim que ia ser mãe. Algo que confesso, até muito recentemente não estava nos planos, mas como tenho referido, foi das coisas boas que a pandemia trouxe!

Óbvio que tive que atrasar os planos do regresso, numa altura em que as notícias da abertura dos espaços noturnos e eventos começavam a surgir. Foi um reformular automático e muito natural e o foco principal ficou naturalmente na maternidade.

Do "brainstorm" para o regresso surgiu a temática "Circle Of Life", ou seja o Círculo da Vida. Foi um tema que surgiu de forma muito espontânea e a meu ver não podia ter sido melhor. Consegui fazer um tipo de fusão com o facto de ser mãe e a tour de regresso, que de seguida preparamos. Posso dizer que juntei o melhor dos dois mundos e de certa forma, fazer também, uma referência ao que de melhor a vida tem.

Muito naturalmente também foi todo o processo que se seguiu, onde passei muito tempo em estúdio, dando origem a temas lançados recentemente como "Safemoon", "Indication", "Where We Are", "Elevate" remix e outras mais que vão sair durante este ano, posso adiantar em primeira mão que uma irá-se intitular "Circle Of Life"!

Depois da temática surgiu o passo seguinte, projetar a "Circle Of Life" Tour, que vai ter lugar até ao final do presente ano (2022), e vai passar por alguns dos meus clubs e eventos preferidos.

E para o arranque, nada melhor que um dos clubs mais épicos, "antigos" e respeitados de Portugal, a Pedra do Couto. O evento teve lugar no passado sábado 7 de maio e foi fantástico! Adorei e foi sem dúvida muito bom estar finalmente de regresso a fazer o que mais gosto e rodeada de toda a energia positiva que se sentiu nessa noite.

Posteriormente, vou passar por todo o território nacional e ilhas, assim como os Estados Unidos da América, Luxemburgo e Suíça já confirmados também. Com esta tour pretendo assinalar o ano mais importante da minha vida a nível pessoal em paralelo com a minha carreira como artista.

Posto isto, posso dizer que estou a viver uma experiência tão boa que nunca pensei que fosse possível sentir algo tão forte. É sem dúvida muito gratificante sentir todo o apoio que tenho recebido nesta fase, sentir um amor inexplicável e regressar às cabines e ver ainda mais carinho à minha volta! 

Estou de regresso e preparada para espalhar toda esta boa "vibe" contagiante a todos os que me acompanharem!

A vida é feita de ciclos, cabe-nos fazer deles o melhor possível.
 
Publicado em Miss Sheila
sexta, 23 outubro 2020 21:31

A Conexão que falta

Faz precisamente meio ano (6 meses) desde que redigi a minha última crónica, infelizmente pouco do que desejamos mudou! Mas desta vez não vou escrever acerca disso, mas sim relatar um pouco e registar a minha opinião sobre o que tem vindo a acontecer.

Enquanto o calor do Verão já lá vai e com ele os bons números que estávamos a registar relativamente ao novo vírus, a vontade de regressar e estar junto do público é cada vez maior, tanto para mim, como para todos os que sentem saudade de uma boa dose de conivência social sem qualquer tipo de restrições.

Durante este tempo tenho vindo a trabalhar no estúdio, onde preparo os meus novos e próximos releases assim como os da minha editora "Digital Waves", ou gravo os meus programas de rádio. Tenho feito também alguns "live streams" com alguns parceiros de forma a manter a proximidade com o meu público e continuar a mostrar toda a música nova que recebo e compro, mas, claro, de uma forma mais responsável a que me sinto obrigada.
 
No dia 15 de Agosto fiz o "Eco Stream", com as redes sociais a transbordar sessões em direto, e a questão dos direitos de autor bloquearem as transmissões. Senti que era momento para fazer uma pausa com estas ações. Reuni a maioria dos meus parceiros a nível mundial (foram mais de 50!) e fiz algo ainda mais especial. Foram duas horas de set, onde preparei um pouco das sonoridades com que mais me identifico de forma apresentar uma viagem musical coerente, transmitida através de um dos meus locais de eleição para relaxar perto de minha casa, o "Parque Ambiental do Buçaquinho". Foi fantástico estar em contacto com a natureza com a minha música e o resultado final foi fantástico.
 

Não existe a conexão, a sinergia, a emoção de estar frente a frente e em perfeita sintonia a cada beat que passa.


Tudo isto é bonito e adoro, mas falta o mais importante, o meu público! E por mais que possam dizer que é alguma coisa, sim é, mas não o sinto da mesma forma. Não existe a conexão, a sinergia, a emoção de estar frente a frente e em perfeita sintonia a cada beat que passa.

E isto leva-me a outra questão. A questão de não ter feito nenhum evento (com as devidas restrições e cuidados claro) desde que a pandemia se instalou. 

Tive a possibilidade de fazer vários eventos, devidamente preparados e atendendo às demais directrizes que já todos sabemos e são desnecessárias de enunciar. Mas decidi não fazer para já. Preciso de sentir o que já referi e acima de tudo reside em mim uma enorme responsabilidade e necessidade em ver esta questão resolvida, o mais breve possível. Só aí fará realmente sentido.
 
Para ir de encontro à essência da questão e na minha opinião apenas, vejo muitas coisas a acontecer, umas bem feitas e com consciência dos riscos e da conjuntura atual, outras nem por isso. E aí reside a questão em jeito de interrogação retórica, "vale a pena?."

Tenho que deixar claro que existem muitos a fazê-lo com cuidado e por necessidade, aí sou totalmente a favor. De resto, acho que algumas prioridades devem ser revistas. Vamos ter muito tempo para festejar e estarmos todos juntos, e vai saber muito bem, mas primeiro tem que haver real consciência do que se passa e agir em conformidade com isso. É imprescindível manter uma mente positiva e continuar com as demais ações de forma a manter a cultura bem viva e a "chama" com o público bem acesa.

Por outro lado a questão do Estado e os apoios às entidades nesta fase são imprescindíveis e não podem de forma alguma ser descorados...  As medidas de apoio (para as salas de espetáculo, clubs, promotores, artistas, staff, todo o sector de animação noturna, etc.) para todo este "mundo" referente à cultura electrónica devem ser urgentemente revistas e executadas de uma forma sólida e permanente. Contamos com muito pouco e é impossível qualquer tipo de instituição resistir a meio ano sem faturação, desta forma, as falências serão inevitáveis e um grave problema sem solução será instalado.

As entidades governamentais têm que assumir uma posição especifica para todas estas actividades de animação, se assumem que não há condições sanitárias para o funcionamento, têm de compensar e assegurar que este sector que tanto contribui para a cultura e turismo não passa por mais dificuldades que as que já tem vindo a suportar.
 
Como refere José Ortega "A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem."
 

Temos muitos bons artistas em Portugal, de fazer inveja ao resto do mundo e refiro isto em todas as vertentes da electrónica. Agora, mais do que nunca, faz sentido dar prioridade ao produto nacional.


Na minha opinião também, a forma como vamos retomar deve ser cuidadosamente pensada e não feita por impulso. Temos oportunidade de mudar algumas coisas que estavam menos bem no nosso sector, foi-nos dada esta oportunidade, não a podemos deitar a perder.

Deixo também a minha sugestão a todos os promotores, proprietários de clubs, etc.. Temos muitos bons artistas em Portugal, de fazer inveja ao resto do mundo e refiro isto em todas as vertentes da electrónica. Agora, mais do que nunca, faz sentido dar prioridade ao produto nacional.

Existe também a possibilidade de mudar a mentalidade da noite ter que começar tão tarde, podemos recuar todos um pouco os horários e fazer as coisas com mais coerência, mas isso exige uma grande sinergia que obviamente depende de todos.

Até breve, numa cabine, bem perto de vocês.
 
Publicado em Miss Sheila
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