Há mais de 10 anos a trabalhar como VJ, apresenta-se como "auto-didacta" - tudo o que sabe, subsiste por curiosidade e pelo gosto com que o faz e como o próprio diz "as artes do espectáculo foram algo que sempre despertaram o meu interesse".
Diogo ou VJ Volshock, como é conhecido no meio - tem 28 anos e ao contrário do que poderíamos pensar em primeira instância, a formação com a qual iniciou o seu percurso passa pelas ciências sociais e políticas. Portanto, duas áreas que à partida, teriam tudo para se manterem afastadas...
Não na vida do Diogo! Profissionalmente, está ligado ao mundo da informática e do marketing - duas áreas que alimentam alguns dos sonhos deste VJ, que pelo meio, revela algumas curiosidades.
Diogo acumula ainda uma forte paixão pelo empreendedorismo: "Sou um jovem empreendedor, e trabalho em 2 Startups, a WIKINIGHT e a VEDU, sendo que desta última sou o Fundador."
Não se recorda do momento em que se estreou: "na altura não havia Facebook para registar esse momento" - diz entre risos - mas compara o sentimento ao do primeiro dia de escola: "existe sempre aquela preocupação em que corra tudo bem."
Podemos ver o trabalho do Diogo na discoteca MOME em Lisboa (antigo Main) e na discoteca BLISS, em Vilamoura.
Diogo encara todos os tipos de trabalho como desafios e tem noção da importância de cumprir o seu papel mas também da versatilidade necessária para agradar os diferentes clientes - o conforto na vertente profissional - associa-o mais ao planeamento, à produção - ou seja, o que antecede o espectáculo ou o evento "o nível de conforto passa mais por ter o set bem planeado em conjunto com os artistas ou a produção, caso haja algum problema técnico."
É com este espírito de cooperação que encara o meio audiovisual - "a competição é saudável, e as produtoras de eventos e os clientes agradecem por cada vez melhores espetáculos".
A partilha de recursos, opiniões, de datas e trabalhos é algo que vê com bons olhos e considera essencial entre os VJs - principalmente porque são poucos profissionais em Portugal e como o próprio diz "no final do dia, somos todos amigos".
Quando falamos da evolução do Vjing em Portugal, Diogo confronta-nos com duas categorias distintas: comercial e artístico e acrescenta: "Eu percebi que a que tinha mais capacidade de evoluir era a comercial por ir ao encontro daquilo que as marcas e as produtoras de eventos pretendem. De qualquer das formas, ambas as categorias coexistem, pois muitos dos conteúdos que utilizo provém de VJs que seguiram a veia mais artística."
Simultaneamente, sabemos que há uma crescente preocupação com a vertente visual e que esta se denota na forma como as próprias produtoras olham para a comunicação visual e Diogo reforça: "é tão ou mais importante do que a música, e isso é muito bom."
O caminho tem vindo a ser traçado e quanto ao futuro, Diogo revela ideias muito concretas: "actualmente já existe uma fusão entre o vídeo e a luz, muito devido à evolução da tecnologia LED, mas o futuro passa pelos hologramas e realidade virtual, onde o VJ será o arquitecto do palco."
É verdade que a actualidade deste sector no estrangeiro está muito evoluída e que o próprio público reconhece um valor muito grande na componente visual, razão pela qual os VJs revelam ser fulcral a experiência além-fornteiras. Para Volshock não só é essencial como obrigatória "Devemos estar sempre atentos às tendências externas para podermos trazer para Portugal o melhor para os nossos espectadores."
Para além disso, há a componente criativa que excede qualquer expectativa: "Para mim o mercado Corporate é, sem dúvida, o mais evoluído e o pioneiro na utilização de novas tecnologias na componente visual (...) as marcas têm orçamentos milionários quando se trata de apresentar aos clientes um novo produto ou serviço e procuram sempre a forma mais extraordinária para o fazer."
As técnicas têm sido aprimoradas e estes investimentos, cada vez mais avultados, são perceptíveis em grandes eventos, desde festivais aos corporates/apresentações de empresas, como já foi referido.
O próprio videomapping como já referimos nesta rubrica, veio acrescentar um impacto diferente - muitas vezes incorporando a própria magia dos locais - basta ver um qualquer espectáculo projectado no Mosteiro dos Jerónimos - a carga que acarreta é grande e permite comunicar de uma forma muito forte. Para o VJ, "o vídeo mapping é a base para o futuro do espectáculo visual. Trata-se de trazer a imersão da realidade ao ritmo da musica!"
Reitera ainda que, independentemente do local e dos meios através dos quais exercemos esta profissão, "a persistência no estudo desta arte combinada com a vontade de ser melhor e fazer mais, com certeza que irão resultar em coisas boas".
Foi com optimismo que iniciámos a conversa e é com optimismo que terminamos, com a certeza de que por onde quer que o futuro possa ir, vamos adaptar-nos e construir novas formas de comunicar através das sensações - o VJ é isto mesmo e o caminho está em aberto para todas as possibilidades.
Continuem a acompanhar-nos nesta descoberta!
Conhece o trabalho do VJ Volshock: